sexta-feira, 5 de julho de 2019

Sobre Trotski – I | On Trotsky - I

Introdução

Trotski (1879-1940) foi um «revolucionário» russo oportunista de «esquerda» que bastante mal causou aos trabalhadores: aos partidos comunistas e operários, aos sindicatos, às lutas dos trabalhadores, às revoluções socialistas, aos países socialistas.

O oportunismo de «esquerda» de Trotski empenhou-o num caminho que acabou por o levar à traição completa ao movimento comunista, a serviços prestados ao imperialismo e, inclusive, a entendimentos com o fascismo; razão pela qual na frase inicial acima colocámos «revolucionário» entre aspas. Esse caminho foi trilhado por muitos dos seus seguidores então e agora.

O facto de Trotski e dos trotskistas se mascararem com uma fraseologia de esquerda, ultra-revolucionária, e usarem frases de Marx e Engels de forma descontextualizada ou abusiva, engana muitos que, embora desejando honestamente servir a causa dos trabalhadores e caminhar para o socialismo, se deixam fascinar pelo trotskismo. Para esses deveria servir como primeiros sinais de alerta os seguintes factos:
1) A incoerência ideológica do trotskismo reflectida na proliferação de pequenos grupos que se dizem seguidores de Trotski (22 na Grã-Bretanha e 23 Quartas Internacionais trotskistas [1]);
2) A composição social dos partidos trotskistas, em particular a sua manifesta e perene incapacidade de grangearem um apoio de massas da classe operária;
3) O facto de grandes dirigentes revolucionários, que lideraram revoluções com sucesso, terem condenado o trotskismo, considerando-o nocivo. Exemplos: Che Guevara, Ho, Chi Minh, Mao Zedong [2].
4) O facto de nenhuma grande transformação social, em qualquer parte do mundo, ter sido liderada por trotskistas. Os trotskistas, aliás, sempre arranjam motivos para se oporem a todas as lutas e revoluções dos trabalhadores: nunca se desenrolam segundo a via que axiomaticamente consideram ser a única via. O que se revela muito cómodo para não só negarem o seu apoio mas inclusive difamá-las e combatê-las; muito cómodo também para esconder o seu alinhanmento objectivo com a reacção e o imperialismo.

Neste artigo e seguintes, após breve análise de temas básicos, analisaremos a actividade política de Trotski e procuraremos demonstrar as afirmações acima com base em factos documentados, em trabalhos de Lénine,  e em livros e artigos de autores de diferentes persuasões, incluindo trotskistas.

As apreciações de Lénine são de primordial importância, entre outros motivos porque um dos enganos propagados pelos trotskistas é que o trotskismo é leninismo. É falso, como iremos ver. O trotskismo é hostil ao leninismo. Isto não é invalidado de forma alguma pelo facto de Trotski ter feito algumas afirmações correctas, inclusive apoiadas por Lenine; nem pelo facto de, num certo período da revolução -- de Outubro de 1917 a finais de 1920 -- ter prestado alguns serviços à revolução, embora intercalados por grandes erros.

Contrariamente ao que muitos julgam, os conhecimentos de Trotski do marxismo não eram tão substanciais como os seus seguidores defendem. O «professor» de Trotski foi o oportunista Ferdinand Lassalle (1825-1864), um social-democrata alemão hostil a Marx. Trotski considerava a sua teoria da «revolução permanente» como sendo a extensão das ideias de Lassalle [3]. Trotski sempre revelou incompreensão da dialéctica, inclusive na questão básica de que a política marxista deve ter em conta os vários aspectos pertinentes de uma situação concreta, a sua interligação e desenvolvimento. Já vimos isso a propósito do tratado de Brest-Litovsk, onde Trotski quase deitou a perder a revolução. O mesmo aconteceu em muitas outras ocasiões, com destaque para a famosa discussão sobre os sindicatos, onde foi severamente criticado por Lenine [4]. Em ambas as ocasiões (como noutras também) vemos o «esquerdista» Trotski alinhado com as mesmas teses da ala direita do partido (Bukharine e C.ª).

A análise do trotskismo fornece ensinamentos cuja importância vai para além da importância do trotskismo em si mesmo. Vamos iniciar essa análise a partir do momento em que pela primeira vez Trotski se revela alinhado com o oportunismo: o II Congresso do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) que se realizou em 1903 (30 de Julho a 23 de Agosto). Isto oferece-nos também a possibilidade de, brevemente, esclarecer o significado de oportunismo e suas raízes.

O II Congresso do POSDR: marco da luta contra o oportunismo

O II Congresso do POSDR, além de marco fundamental na história do POSDR, foi-o também na história mundial do movimento operário. Pela primeira vez, com a contribuição maior de Lénine, é estabelecido um partido de tipo  novo, um partido de vanguarda da classe operária e de todos os trabalhadores, com uma linha revolucionária de transformação social tendo como objectivo o socialismo, levando à prática os ensinamentos científicos de Marx e Engels.

Uma tarefa obrigatória do partido de vanguarda era (e é) o combate do oportunismo típico dos partidos da II Internacional. Lénine foi incansável nesse combate. Esses partidos lideravam o movimento operário nos respectivos países mas os seus chefes tinham-nos conduzido a uma acomodação ao sistema capitalista: colocavam a linha política do partido e movimento operário dependente das políticas dos partidos burgueses; pregavam a evolução pacífica e gradual do capitalismo para o socialismo, afirmavam que as contradições de classe podiam ser gradualmente enfraquecidas pela luta por aumentos de salários dos trabalhadores, pela conclusão de acordos colectivos com os capitalistas, pela formação de sociedades de consumo, pelo aumento do número de proprietários, etc., remetendo o socialismo para uma época longínqua quando alegadamente se concretizassem cenários impossíveis: maioria do operariado na composição social, maioria parlamentar do partido dos trabalhadores, revolução simultânea em vários países, etc.

Uma causa do oportunismo nos partidos da II Internacional – causa que ainda hoje vigora -- foi a sua transformação em agrupamentos de facções. Nesses agrupamentos teriam necessariamente de surgir facções oportunistas, cujos chefes se afastavam do marxismo e só eram «socialistas» em palavras. A burguesia rapidamente aprendeu a promover a popularidade da facção que via como mais adequada aos seus propósitos a cada momento, oferecendo a sua disponibilidade para encontros e acordos, gabando a «capacidade de entendimento», «realismo», «visão democrática», «visão moderna», etc., dos respectivos chefes «socialistas» do momento. Estes, em nome do «democrático entendimento» com a burguesia, encarregavam-se das tarefas que lhes incubiam e que ainda hoje podem ir desde amarrar ainda mais os trabalhadores à carroça da reacção burguesa até à traição dos trabalhadores e do povo liquidando uma revolução de braço dado com o imperialismo, mesmo que isso  implique largas matanças de trabalhadores, em nome da «democracia» e da «liberdade», claro está.

O oportunismo revela-se de várias formas que se agrupam em dois tipos: o oportunismo de direita (oportunismo tout-court), aquele de que temos vindo a falar, e o oportunismo de «esquerda», com «esquerda» entre aspas porque de facto a meta concreta é a mesma da do oportunismo de direita: derrota do movimento operário. O oportunismo de «esquerda» só se distingue do de direita nas formas utilizadas – palavreado «revolucionarista» desligado da realidade, tendência anarquisante, infiltração e cisão do movimento operário, desprezo pela verdade histórica, falta de confiança nas massas populares, imposição burocrática de métodos administrativos – Trotski advogava inclusive o uso de métodos militares nos sindicatos --, etc. Lenine também não deu tréguas ao «oportunismo de “esquerda”».

A burguesia rapidamente compreendeu o uso que podia fazer do trotskismo na criação de quintas colunas nos partidos operários. A CIA e os próprios fascistas (nazis, franquistas, etc.) usaram os trotskistas, nomeadamente para espiar, semear a confusão, infiltrar e destruir as lutas das massas trabahadoras. As obras trotskistas sempre foram bem acolhidas pelas livrarias do mundo capitalista e mostradas em destaque. (Vale a pena lembrar que na revolução portuguesa os múltiplos grupelhos maoístas desempenharam o mesmo papel dos grupelhos trotskistas. Todos acarinhados pela burguesia e incitados por ela contra o PCP e os sindicatos vermelhos da CGTP-IN.)

Também os revisionistas de várias cores, incluindo os restauracionistas do capitalismo como Krutchev, Gorbatchev e outros, fizeram largo uso de ideias e frases trotskistas. Quando o monarco-fascista Soljenitsine foi preso por em plena 2.ª GM liderar um grupo que queria derrubar o poder soviético, encontrou-se na sua mala, para além do manifesto do grupo, um retrato de Trotski que levara consigo durante vários anos; talvez para o inspirar a «melhorar o leninismo», objectivo que declarara ser o seu aquando dos primeiros passos da sua dissidência [5].

Raízes sociais do oportunismo. Os intelectuais

Como qualquer tendência política o oportunismo tem raízes sociais: a pequena-burguesia, a camada de maiores rendimentos dos trabalhadores -- nomeadamente os que exercem funções de direcção ou vigilância dos trabalhadores --, os intelectuais (incluindo quadros técnicos). Estas camadas adoptam, na generalidade,  posições vacilantes entre o capital e o trabalho, e acalentam com frequência ânsias de promoção social, ambições de chefia, a alcançar através do alinhamento e serviço à burguesia, e defesa do imperialismo para poderem beneficiar da pilhagem de outros povos. Uma vez enveredados por este caminho muitos acabam no fascismo.

Quanto aos trotskistas e outros oportunistas de «esquerda», eles provêm em grande parte dos estudantes e dos intelectuais, grupos sociais de tendências individualistas, elitistas e anarquizantes, de contestação de qualquer autoridade [6]. Essas tendências estão claramente presentes em Trotski e nos trotskistas: incapazes de suportar o centralismo democrático, tendem a violar a unidade de acção que é uma das mais poderosas armas do proletariado. Os intelectuais constituem um grupo social transversal a todas as classes, existindo nos tempos actuais sectores de intelectuais assalariados que, objectivamente, não se distinguem da classe operária [7], embora subjectivamente possam evidenciar certos traços que K. Kautsky já tinha caracterizado num texto citado por Lénine em Um Passo em Frente, Dois Passos Atrás (1904). Inserimos abaixo esse importante texto de Kautsky escrito numa época em que ainda não tinha caído no oportunismo:

«No momento actual, de novo nos interessamos vivamente pela questão do antagonismo entre os intelectuais e o proletariado. Os meus colegas em muitos casos indignar-se-ão ao ver que admito este antagonismo. Mas o facto é que ele existe, e a táctica mais inadequada seria (neste como noutros casos) tentar desembaraçarmo-nos dele negando o facto. Este antagonismo é um antagonismo social que se manifesta nas classes e não em indivíduos isolados. Tal como um capitalista, um intelectual pode, individualmente, entregar-se por inteiro à luta de classe do proletariado. Em tais casos, quando isto tem lugar, o intelectual muda também de carácter. No que vou dizer a seguir, não tratarei principalmente dos intelectuais deste tipo, que ainda hoje são excepção no seio da sua classe. A seguir, quando não houver qualquer reserva especial, entendo por intelectual apenas um intelectual comum que se situa no terreno da sociedade burguesa, e que é um representante característico da intelectualidade como classe. Esta classe mantém-se num certo antagonismo com o proletariado.

«Este antagonismo é de um género diferente do antagonismo entre o trabalho e o capital. O intelectual não é um capitalista. É verdade que o seu nível de vida é burguês e que ele é obrigado a manter este nível a menos que se transforme num vagabundo, mas ao mesmo tempo vê-se obrigado a vender o produto do seu trabalho e por vezes mesmo a sua força de trabalho e sofre com frequência a exploração dos capitalistas e certa humilhação social. Assim, não existe nenhum antagonismo económico entre o intelectual e o proletariado. Mas a sua situação na vida, as suas condições de trabalho, não são proletárias; daí um certo antagonismo nos sentimentos e nas ideias.

«O proletário não é nada enquanto permanecer um indivíduo isolado. Toda a sua força, todas as suas capacidades de progresso, todas as suas esperanças, as suas aspirações, tira-as da organização, da sua actuação sistemática em comum com os seus camaradas. Sente-se grande e forte quando faz parte de um grande e forte organismo. Este organismo é tudo para ele, enquanto um indivíduo isolado, em comparação com ele, significa muito pouco. O proletário luta com a maior abnegação como uma parcela da massa anónima, sem pretender vantagens pessoais, glória pessoal; ele cumpre o seu dever em qualquer cargo onde seja colocado, submetendo-se voluntariamente à disciplina, que penetra todos os seus sentimentos, todo o seu pensamento.

«O que sucede com o intelectual é muito diferente. Ele não luta empregando, de um modo ou de outro, a força, mas servindo-se de argumentos. As suas armas são os seus conhecimentos pessoais, as suas capacidades pessoais, as suas convicções pessoais. Só se pode fazer valer pelas suas qualidades pessoais. A inteira liberdade de manifestar a sua personalidade apresenta-se-lhe pois como a primeira condição de êxito no seu trabalho. Só muito dificilmente se submete a um todo, como parte auxiliar desse todo, e submete-se-lhe por necessidade e não por inclinação pessoal. A necessidade de uma disciplina, reconhece-a apenas para a massa e não para os espíritos de elite. Ele próprio, é evidente, considera-se entre os espíritos de elite...»

Estes traços do intelectual – individualismo, elitismo, tendência para a indisciplina, o «fazer-se valer» -- que Lénine denomina de traços «sociopsicológicos», menos evidentes nos intelectuais assalariados trabalhando sob chefia de um patrão, tornam-se mais evidentes nos intelectuais não assalariados. Especialmente nos que têm poucos escrúpulos em como fazer-se valer. Como Trotski.
Introduction

Trotsky (1879-1940) was a Russian “left-wing” opportunist "revolutionary" who caused a great deal of harm to the workers: to communist and workers’ parties, trade unions, workers' struggles, socialist revolutions and socialist countries.

Trotsky's "left-wing" opportunism committed him to a path that eventually led him to complete and utter betrayal of the communist movement, to services rendered to imperialism, and even to understandings with fascism; for this reason, we placed “revolutionary” in quotation marks in the opening sentence above. This path was taken by many of his followers then and now.

The fact that Trotsky and Trotskyites cover themselves with ultra-revolutionary leftist verbiage and make use of sentences from Marx and Engels in out of context and abusive ways, deceives many who become fascinated by Trotskyism, in spite of their honest wish of embracing the cause of the workers and committing to the path towards socialism. For these people the following facts should prove useful as early alarming bells:
1) The ideological incoherence of Trotskyism reflected by the proliferation of small groups claiming to be followers of Trotsky (22 in Britain and 23 Trotskyite Fourth Internationals [1]);
(2) The social composition of the Trotskyite parties, in particular their manifest and perennial inability to garner mass support from the working class;
3) The fact that great revolutionary leaders, who led successful revolutions, have condemned Trotskyism, considering it harmful. Examples: Che Guevara, Ho, Chi Minh, Mao Zedong [2].
4) The fact that no major social transformation, anywhere in the world, has been led by Trotskyites. The Trotskyites, for that matter, always find reasons to oppose all struggles and revolutions of the workers: they never unfold according to the way they axiomatically consider the only way. This is very convenient for the purpose of not only denying their support but also defaming and opposing them; very convenient also for hiding their objective alignment with reaction and imperialism.

In this article and following ones, after brief analysis of basic topics, we will examine Trotsky’s political activity and will strive to demonstrate the above statements on the basis of documented facts, Lenin's works, and books and articles by authors of different persuasions, including Trotskyites.

Lenin's assessment is of paramount importance, among other reasons because one of the deceits propagated by Trotskyites is that Trotskyism is Leninism. This is false, as we shall see. Trotskyism is hostile to Leninism. And this is not invalidated in any way by the fact that Trotsky has made a few correct statements, even supported by Lenin; nor by the fact that during some period of the revolution -- from October 1917 to the end of 1920 -- he rendered some services to the revolution, though interspersed by major blunders.

Contrary to what is believed by many, Trotsky's knowledge of Marxism was not that substantial as his followers claim. Trotsky's "teacher" was the opportunist Ferdinand Lassalle (1825-1864), a German social-democrat hostile to Marx. Trotsky considered his theory of the “permanent revolution” as an extension of Lassalle's ideas [3]. Trotsky always revealed a lack of understanding of dialectics, even on the basic issue that a Marxist policy must take into account the various pertinent aspects of a concrete situation, their interconnection and development. We have already seen this apropos the treaty of Brest-Litovsk, where Trotsky almost lost the revolution. The same thing happened on many other occasions, especially in the famous discussion about the trade unions, where he was severely criticized by Lenin [4]. On both occasions (as in others as well) we see the "leftist" Trotsky aligned with the same theses of those of the right wing of the party (Bukharin and Co.).

The analysis of Trotskyism provides teachings whose importance goes beyond the importance of Trotskyism in itself. We shall begin this analysis from the moment that, for the first time, Trotsky appears publicly aligned with opportunism: the Second Congress of the Russian Social Democratic Party (RSDLP), which took place in 1903 (30 July to 23 August). This also offers us the possibility of briefly clarifying the meaning of opportunism and its roots.

The Second Congress of the RSDLP: a landmark in the fight against opportunism

The Second Congress of the RSDLP, besides being a fundamental landmark in the history of the RSDLP, was also a landmark in the world history of the labour movement. For the first time, with Lenin's major contribution, a new type of party was established: a vanguard party of the proletariat and all toiling masses, with a revolutionary line of social transformation aiming at socialism, carrying into practice the scientific teachings of Marx and Engels.

A mandatory task of the vanguard party was (and is) the fight against opportunism, typical of the parties of the Second International. Lenin was relentless in this fight. Those parties were leading the workers' movement in the respective countries, but their leaderships had driven them to an accommodation to the capitalist system: they placed the political line of party and labour movement dependent on the policies of the bourgeois parties; they preached a peaceful and gradual evolution of capitalism to socialism, they argued that class contradictions could be gradually weakened by the struggle to raise workers' wages, to conclude collective agreements with capitalists, to form consumer societies, to increase the number of proprietors, etc., relegating socialism to a distant future when impossible scenarios would allegedly materialize: a majority of the industrial working class in the social composition of the nation, a parliamentary majority of the workers' party, a simultaneous revolution in several countries, etc.

One of the causes of opportunism in the parties of the Second International – cause that still stands today -- was their transformation into groupings of factions. In these groupings there would necessarily emerge opportunist factions, whose leaders would deviate from Marxism and only in words were "socialist". The bourgeoisie quickly learned to promote the popularity of the faction viewed as most suitable to its purposes of the moment, offering its readiness for meetings and agreements, praising the “capacity for understanding”, “realism”, “democratic vision”, “modern vision”, etc., of the respective "socialist" leaders. These leaders, in the name of "democratic understanding" with the bourgeoisie, would then take on the tasks expected from them, and which then and now can extend from further tying the workers to the wagon of bourgeois reaction to the betrayal of the workers and the people, liquidating revolutions arm in arm with imperialism -- even if it involves large slaughters of workers --, all in the name of "democracy" and “freedom”, of course.

Opportunism manifests itself in a number of ways, which can be grouped into two types: right-wing opportunism (or opportunism tout-court), the one we have been talking about, and “left-wing” opportunism, where “left-wing” is put in quotation marks because the concrete goal is indeed the same as that of right-wing opportunism: defeat of the labour movement. The “left-wing” opportunism can only be distinguished from that of the right-wing in the forms being used – the “revolutionariness” verbiage detached from reality, anarchist tendency, infiltration and division of the labour movement, contempt for historical truth, bureaucratic imposition of administrative methods -- Trotsky advocated the use of military methods in trade unions --, etc. Lenin did not spare “left-wing” opportunism either.

The bourgeoisie quickly understood the use it could make of Trotskyism in the creation of fifth columns inside the workers' parties. The CIA and even the fascists (Nazis, Francoists, etc.) used the Trotskyites, notably to spy on, sow confusion, infiltrate and wreck the struggles of the working masses. The works by Trotskyites have always been well received and put on display by bookstores of the capitalist world. (It is worth noticing here that in the Portuguese revolution the small Maoist groups played the same role as the small Trotskyite groups; they were all cherished by the bourgeoisie which incited them against the PCP and the CGTP-IN red unions.)

The revisionists of various colours, including the restorationists of capitalism like Khrushchev, Gorbachev, and others, have also made extensive use of Trotskyite ideas and phrases. When the monarcho-fascist Solzhenitsyn was arrested for having been found to lead a group that wanted to overthrow Soviet power in full WWII, it was discovered in his suitcase, in addition to the manifesto of the group, a portrait of Trotsky that he had carried with him for several years; maybe to inspire him to “improve Leninism”, an objective which he had declared to be his own when of the first steps of his dissent. [5]

Social roots of opportunism. The intellectuals

Like any political trend, opportunism has social roots: the petty-bourgeoisie, the layer of higher incomes of the workers -- especially those who exercise tasks of direction or surveillance of the workers --, and the intellectuals (including technical staff). These layers generally adopt wavering positions between capital and labour, and often cherish cravings for social advancement, ambitions of leadership, to be achieved through alignment and service to the bourgeoisie, and the defence of imperialism in order to benefit from the plunder of other peoples. Once embarked on such a path many end up in fascism.

As for the Trotskyites and other “'left-wing” opportunists, they largely come from students and intellectuals, social groups of individualistic, elitist, and anarchist tendencies, standing in defiance of any authority [6]. These tendencies are clearly present in Trotsky and Trotskyites: they are unable to withstand democratic centralism, and they tend to violate the unity of action which is one of the most powerful weapons of the proletariat. Intellectuals constitute a social group that is transversal to all classes. Nowadays there are sectors of wage-earning intellectuals who, objectively, cannot be distinguished from the working class [7], Nevertheless, they can subjectively evidence certain traits that K. Kautsky had already characterized in a text quoted by Lenin in One Step Forward, Two Steps Back (1904). We insert below this important text of Kautsky written at a time when he had not yet fallen into opportunism:

“The problem that again interests us so keenly today is the antagonism between the intelligentsia and the proletariat. My colleagues will mostly be indignant that I admit this antagonism. But it actually exists, and, as in other cases, it would be the most inexpedient tactics to try to overcome the fact by denying it. This antagonism is a social one, it relates to classes, not to individuals. The individual intellectual, like the individual capitalist, may identify himself with the proletariat in its class struggle. When he does, he changes his character too. It is not this type of intellectual, who is still an exception among his class, that we shall mainly speak of in what follows. Unless otherwise stated, I shall use the word intellectual to mean only the common run of intellectual who takes the stand of bourgeois society, and who is characteristic of the intelligentsia as a class. This class stands in a certain antagonism to the proletariat.

“This antagonism differs, however, from the antagonism between labour and capital. The intellectual is not a capitalist. True, his standard of life is bourgeois, and he must maintain it if he is not to become a pauper; but at the same time he is compelled to sell the product of his labour, and often his labour-power, and is himself often enough exploited and humiliated by the capitalist. Hence the intellectual does not stand in any economic antagonism to the proletariat. But his status of life and his conditions of labour are not proletarian, and this gives rise to a certain antagonism in sentiments and ideas.

“As an isolated individual, the proletarian is nothing. His whole strength, his whole progress, all his hopes and expectations are derived from organisation, from systematic action in conjunction with his fellows. He feels big and strong when he forms part of a big and strong organism. This organism is the main thing for him; the individual in comparison means very little. The proletarian fights with the utmost devotion as part of the anonymous mass, without prospect of personal advantage or personal glory, doing his duty in any post he is assigned to with a voluntary discipline which pervades all his feelings and thoughts.

“Quite different is the case of the intellectual. He does not fight by means of power, but by argument. His weapons are his personal knowledge, his personal ability, his personal convictions. He can attain to any position at all only through his personal qualities. Hence the freest play for his individuality seems to him the prime condition for successful activity. It is only with difficulty that he submits to being a part subordinate to a whole, and then only from necessity, not from inclination. He recognises the need of discipline only for the mass, not for the elect minds. And of course he counts himself among the latter...”

These traits of the intellectual -- individualism, elitism, tendency to indiscipline, and “attainment of a position” -- which Lenin called “social and psychological” traits, are less evident in wage-earning intellectuals working under the direction of a boss; they become more evident in the non wage-earners intellectuals. Especially in those with few scruples on how to attain a position. As Trotsky.





1903 - Nasce um Menchevique: Trotski

No II Congresso do POSDR Trotski apoiou as principais teses da ala oportunista dos Iskra-itas [8] que viria a ficar em minoria no Congresso, vindo a ser por isso denominada menchevique [9].

Teve particular importância o famoso parágrafo 1 dos Estatutos do POSDR, proposto por Lenine: «Considera-se membro do partido todo aquele que aceita o programa e apoia o partido tanto materialmente como pela sua participação pessoal numa das organizações do partido.» Lenine e os seus apoiantes na luta por um partido revolucionário e combativo da classe operária,  consideravam absolutamente necessário que os estatutos dificultassem o acesso ao partido dos elementos inseguros e vacilantes. Por isso mesmo, para além da aceitação do programa e do apoio material, condicionavam a filiação no partido à participação pessoal numa das organizações. O líder dos oportunistas, Martov, em vez de «participação pessoal numa das organizações do partido» propôs a formulação «lhe dá o seu apoio pessoal regular sob a direcção de uma das suas organizações.» [10]. Era abrir a porta a todos os tipos de «apoiantes». De facto, Martov disse mesmo que «quanto mais difundido o título de membro do partido, melhor». Trotski e restantes mencheviques opuseram-se a Lenine [11]. Trotski pronunciou-se assim:

«Receio que a fórmula de Lenine crie uma organização fictícia, que apenas dará aos seus membros uma qualificação, mas não servirá como meio para o trabalho do Partido.» (Actas do II Congresso do POSDR, 22.ª Sessão)

Era exactamente o contrário. Como se veria mais tarde, Trotski, com Martov e restantes mencheviques, defendia uma organização «solta», sem coerência ideológica, manta de retalhos de facções que possibilitava todos os tipos de oportunismo. Lenine criticou-o assim:

«[Trotski] não percebeu uma questão básica: a minha formulação restringe ou alarga o conceito de membro do Partido? Se tivesse feito a si mesmo essa pergunta, teria facilmente percebido que a minha formulação restringe esse conceito, enquanto a de Martov a alarga, pois (para usar a correcta expressão de Martov) o que distingue o seu conceito é a sua "elasticidade". ... é justamente essa "elasticidade" que, sem dúvida, abre a porta a todos os elementos de confusão, vacilação e oportunismo. Para refutar esta conclusão simples e óbvia, é preciso provar que não existem tais elementos; mas nem sequer ocorreu ao camarada Trotsky fazer isso. Nem isso pode ser provado, pois todos sabem que tais elementos existem em abundância, e podem também ser encontrados na classe trabalhadora.» (Actas do II Congresso do POSDR, 23.ª Sessão)

Trotsky também foi criticado por Lenine na questão da ditadura do proletariado e na questão agrária. Quanto à primeira, Trotski apoiou a posição oportunista de que uma condição indispensável para estabelecer a ditadura do proletariado era a absoluta identificação do partido com a classe trabalhadora, sendo esta a maioria da nação. Quanto à segunda, Trotski defendia formulações muito gerais que não tinham em conta importantes formas locais de subjugação do campesinato; Lenine referiu-se-lhe assim:

«A observação de Trotsky de que não podemos preocupar-nos com exigências locais é errada, na medida em que a questão do khizani [camponês sem terra da Geórgia] e dos camponeses em servidão temporária não é apenas local.» (Actas do II Congresso do POSDR, 21.ª Sessão)
1903 - A Menshevik is born: Trotsky

In the Second Congress of the RSDLP, Trotsky supported the main theses of the opportunist wing of the Iskra-ists [8], which would become a minority in the Congress, and for that reason being called Menshevik thereafter [9].

Particular importance was attached to the famous paragraph 1 of the Statutes of the RSDLP, proposed by Lenin: " A member of the Russian Social-Democratic Labour Party is one who accepts its programme and who supports the Party both financially and by personal participation in one of the Party organisations." Lenin and his supporters in the struggle for a revolutionary and combative party of the working class, considered it absolutely necessary that the statutes made it difficult for the unreliable and wavering elements to gain access to the party. Therefore, in addition to accepting the program and material support, they conditioned the affiliation to personal participation in one of the party organizations. The leader of the opportunists, Martov, instead of “personal participation in one of the party organizations” proposed the formulation “gives it his regular personal support under the direction of one of its organizations.” [10] This in effect opened the door to all sorts of "supporters." Martov even said that "The more widespread the title of Party member the better.” Trotsky and the other Mensheviks opposed Lenin [11]. Trotsky said:

“I fear that Lenin’s formula will create a fictitious organisation, one which will merely give its members a qualification but will not serve as a means for Party work.” (Minutes of the Second Congress of the RSDLP, 22nd Session)

It was just the opposite. As would be seen later, Trotsky, with Martov and the other Mensheviks, advocated a loose organization without ideological coherence, a patchwork of factions that enabled all kinds of opportunism. Lenin criticized him as follows:

“[Trotsky] failed to notice one basic question: does my formulation narrow or enlarge the concept of a Party member? If he had asked himself that question, he would easily have seen that my formulation narrows this concept, whereas Martov’s enlarges it, for what distinguishes his concept is its ‘elasticity’ (to use Martov’s own, correct expression). … it is just this ‘elasticity’ that most certainly opens the door to all the elements of confusion, vacillation and opportunism. In order to refute this simple and obvious conclusion it would be necessary to show that such elements do not exist, but even Comrade Trotsky has not thought of doing that. Nor can it be shown, for everyone knows that such elements exist in plenty, and that they are to be found in the working class too.” (Minutes of the Second Congress of the RSDLP, 23rd Session)

Trotsky was also criticized by Lenin on the question of the dictatorship of the proletariat and on the agrarian question. As regards the former, Trotsky supported the opportunist position that an indispensable condition for establishing the dictatorship of the proletariat was the absolute identification of the party with the working class, and this being the majority of the nation. As for the second, Trotsky advocated very general formulations which did not take into account important local bondage forms of the peasantry; Lenin referred to it thus:

“Trotsky’s remark that we cannot concern ourselves with local demands is wrong, in that the question of the khizani [Georgian landless peasant] and the peasants in temporary bondage is not just a local one.” (Minutes of the Second Congress of the RSDLP, 21st Session)
(Continua…)                                                      (To be continued)

Notas | Notes

[1] Citado na apreciação do livro | Quoted in the Book Review: Contemporary Trotskyism by John Kelly, Posted by MLToday, Sep 21, 2018.

[2] Citações compiladas por http://espressostalinist.com:
Ernesto Che Guevara (Discurso no Ministério da Indústria, 05-11-1964) sobre Trotsky:
“O meu dever como comunista marxista-leninista é denunciar a reacção oculta oculta por trás do revisionismo, do oportunismo e do trotskismo.
Consideramos que o partido trotskista age contra a Revolução.
Acredito que nas principais questões em que se baseou, Trotsky cometeu erros, e acho que o seu comportamento foi errado e estranho, nos últimos tempos, até mesmo obscuro.
Acredito que os trotskistas não contribuíram em nada para o movimento revolucionário, em qualquer país, e onde fizeram mais falharam porque os métodos eram errados ”.
Ho Chi Minh (Carta ao Partido Comunista da Indochina, 10-05-1939) sobre Trotsky:
Caros camaradas: No passado, na minha opinião e de um bom número de camaradas, o trotskismo parecia uma questão de luta entre as tendências do Partido Comunista Chinês. Assim, quase não prestavam atenção a isso. Mas pouco antes do início da guerra, mais precisamente desde o final de 1936, e especialmente durante a guerra, a propaganda criminosa trotskista abriu-nos olhos. Começámos a estudar o problema. E o estudo levou-nos às seguintes conclusões:
1 – A questão do trotskismo não é uma luta entre tendências do Partido Comunista Chinês. Porque entre comunistas e trotskistas não há ligação, absolutamente nenhuma ligação. É uma questão que interessa a todo o povo: a luta contra o [nosso] país.
2 - Os fascistas japoneses e estrangeiros sabem. Então, tentam criar desentendimentos, enganar a opinião pública e minar a popularidade dos comunistas, fazendo as pessoas acreditarem que comunistas e trotskistas estão no mesmo campo.
3 - Os trotskistas chineses (como os de outros países) não representam um grupo, muito menos um partido político. Não são mais que um bando criminoso, os cães do fascismo japonês (e do fascismo internacional).
4 - Em todos os países, os trotskistas arranjaram boas designações para mascarar o seu trabalho sujo de bandidos. Por exemplo, na Espanha, chamam-se Partido Operário de Unificação Marxista (POUM). Sabiam que eles são os ninhos de espiões em Madrid, Barcelona e noutros lugares ao serviço de Franco? Foram eles que organizaram a famosa “quinta coluna”, agência da inteligência militar dos fascistas italianos e alemães. No Japão, denominam-se de Liga Marx-Engels-Lenin (MEL). Os trotskistas japoneses atraem os jovens para a sua liga, depois denunciam-nos à polícia. Procuram penetrar no Partido Comunista Japonês para destruí-lo por dentro. Na minha opinião, os trotskistas franceses, agora organizados em torno do Grupo da Revolução Proletária, estabeleceram como objectivo sabotar a Frente Popular. Sobre esse assunto, acho que estais melhor informados que eu. No nosso país da China [referindo-se à Indochina, N. E.], os trotskistas estão agrupados em formações como La Lutte, Guerra contra os japoneses, Cultura e Bandeira Vermelha.
5 - Os trotskistas não são apenas inimigos do comunismo, mas também inimigos da democracia e do progresso. São os traidores e espiões mais infames. Talvez tenham lido as acusações dos processos na União Soviética contra os trotskistas. Se não as leram, aconselho-o a fazê-lo e a lê-las aos amigos. É uma leitura muito útil. Isso os ajudará a ver a verdadeira face repugnante do trotskismo e dos trotskistas. Aqui, permitam-me citar algumas passagens relacionadas directamente com a China. O verdadeiro rosto repugnante do trotskismo.
No tribunal, o trotskista Rakovsky confessou que em 1934, quando estava em Tóquio (como representante da Cruz Vermelha Soviética), um alto personagem do governo japonês lhe disse: “Temos o direito de esperar dos trotskistas um mudança de estratégia. Não vou entrar em detalhes. Só queria dizer que esperamos dos trotskistas acções que favoreçam a nossa intervenção nos assuntos da China.” Respondendo aos japoneses, Rakovsky disse: “Vou escrever a Trotsky sobre isso.” Em dezembro de 1935, Trotski enviou aos seus apoiantes na China, instruções que repetidamente enfatizavam a frase: “Não criem obstáculos à invasão japonesa da China”. E como agiram os trotskistas na China? Eles estão com pressa de saber, não é?..."
Mao Zedong sobre Trotsky:
“Acredito que devemos fazer as coisas honestamente, pois, sem uma atitude honesta, é absolutamente impossível realizar qualquer coisa neste mundo. Quais são as pessoas honestas? Marx, Engels, Lenin e Stalin são honestos, os homens de ciência são honestos. Quais são as pessoas desonestas? Trotsky, Bukharin, Chen Tu-hsiu e Chang Kuo-tao são extremamente desonestos… ”
Quotations compiled by http://espressostalinist.com:
Ernesto Che Guevara (Speech at the Ministry of Industry, 1964-11-05) on Trotsky:
“My duty as a Marxist-Leninist Communist is to expose the hidden reaction that lies hidden behind revisionism, opportunism and Trotskyism.
We consider that the Trotskyist party acts against the Revolution.
I believe that the key issues on which it was based, Trotsky made mistakes, and I think that his behavior was wrong and rare, in recent times, even obscure.
I believe that the Trotskyists have not contributed anything to the revolutionary movement, in any country, and where they did more have failed because the methods were wrong.”
Ho Chi Minh (Letter to the Communist Party of Indochina, May 10, 1939) on Trotsky:
Dear comrades: In the past, in my opinion and that of a good number of comrades, Trotskyism has seemed a matter of struggle between the trends within the Chinese Communist Party. So they almost were not paying attention. But shortly before the outbreak of the war, more precisely since the end of 1936, and especially during the war, the criminal Trotskyist propaganda has opened our eyes. Then we started to study the problem. And our study has led us to the following conclusions:
1 – The problem of Trotskyism is not a struggle between the trends within the Chinese Communist Party. Because between Communists and Trotskyists there is no tie, absolutely no tie. It is a matter that concerns the whole people: the fight against the country.
2 – The fascist Japanese and foreign fascists know. So, looking to try to create disagreements, to mislead public opinion and undermine the popularity of the Communists, making people believe they are communists and Trotskyists in the same field.
3 – The Chinese Trotskyists (like the Trotskyists in other countries) do not represent a group, much less a political party. They are nothing more then a criminal gang, the hounds of Japanese fascism (and of international fascism).
4 – In all countries, the Trotskyists gave good nicknames to mask their dirty work of bandits. For example, in Spain, their names are Workers’ Party of Marxist Unification (POUM). Did you know that it is they who are the nests of spies in Madrid, Barcelona and elsewhere in the service of Franco? It is they who organized the famous “fifth column,” agency of the army intelligence of the fascist Italians and Germans. In Japan, they are called Marx-Engels-Lenin League (MEL). The Japanese Trotskyists attract young people to their league, then reported them to the police. They seek to penetrate the Japanese Communist Party in order to destroy it from within. In my opinion, the French Trotskyists, now organized around the Proletarian Revolution Group (1) set a goal to sabotage the Popular Front. On this subject, I think you are better informed than I am. In our country of China [referring to Indochina, N. E.], Trotskyists are grouped into formations like La Lutte, War against the Japanese, Culture and Red Flag.
5 – The Trotskyists are not only enemies of communism, but also enemies of democracy and progress. They are the most infamous traitors and spies. Maybe you have read the indictments of the processes in the Soviet Union against the Trotskyists. If you have not read them, I advise you to do so and to read them to your friends. It is a very useful reading. It will help them see the true disgusting face of Trotskyism and Trotskyists. Here, allow me to extract some passages relating directly to China. The true repugnant face of Trotskyism.
Before the court, the Trotskyist Rakovsky (2) confessed that in 1934 when he was in Tokyo (as representative of the Soviet Red Cross) a high character of the Japanese government had told him: “We have the right to expect from the Trotskyists a change in strategy. I will not go into details. I only wanted to say that we expect from the Trotskyists, actions that favor our intervention in the affairs of China.” Responding to the Japanese, Rakovsky said: “I will write to Trotsky about this.” In December 1935, Trotsky sent to his supporters in China, instructions that repeatedly emphasized that phrase: “Do not create obstacles to the Japanese invasion of China.” And how have Trotskyists in China acted? They are in a hurry to know, is it not true?...”
Mao Zedong on Trotsky:
“I believe we should do things honestly, for without an honest attitude it is absolutely impossible to accomplish anything in this world. Which are the honest people? Marx, Engels, Lenin and Stalin are honest, men of science are honest. Which are the dishonest people? Trotsky, Bukharin, Chen Tu-hsiu and Chang Kuo-tao are extremely dishonest…”

[3] No livro de S. Dmitriev e V. Ivanov, História da Luta Contra o Trotskismo (Ed. Estampa, Lisboa, 1975; orig. Novosti, Moscovo, 1974) é assinalado: «... [Trotski] Conhecia muito superficialmente a literatura marxista. Uma das suas principais «fontes de estudo», foram as obras de Ferdinand Lassale (1825-1864), inimigo pequeno-burguês de Marx e um dos representantes mais prestigiosos do espírito de conciliação oportunista, espalhado pela burguesia no movimento operário europeu. Lassale seduzia tanto Trotski, que este lhe chamou "o clássico terceiro, mais recente, do marxismo". Não é pois, por acaso, que a sua famosa teoria da "revolução permanente" tivesse sido exposta, pela primeira vez, num artigo dedicado à memória de Lassale. Trotski considerava essa teoria como sendo o desenvolvimento directo das ideias de Lassale.»
Um artigo trotskista de 2011 -- Matthew, Trotsky and permanent revolution --, concorda com isto.
Trotski, portanto, já assumira posições oportunistas antes de 1903. Mas só no II Congresso do POSDR as «oficializou».
The book A History of the Struggle Against Trotskyism, by S. Dmitriev and V. Ivanov (Novosti Press, Moscow, 1974) observes: “… Trotsky whose knowledge of Marxist literature, besides, was only superficial. For example, his favourite books included the works of Ferdinand Lassale (1825-64), a petty-bourgeois opponent of Karl Marx and one of the best-known opportunists and collaborators with the bourgeoisie which encouraged and promoted their activities in the European working-class movement. Trotsky was so much taken with Lassale that he even called him "the third, junior classic of Marxism". No wonder, then, that he first formulated his notorious theory of "permanent revolution" in an article dedicated to the memory of Lassale. In fact, Trotsky described this theory as an extension of Lassale's ideas.”
A Trotskyite article of 2011 -- Matthew, Trotsky and permanent revolution --, agrees to this.
Thus, Trotsky had already taken opportunist positions before 1903. But it was only at the Second Congress of the RSDLP that he made them "official".

[4] V.I. Lénine, Mais uma vez sobre os sindicatos, o momento actual e os erros dos camaradas Trotsky e Buhkarin, 25-01-1921 | V.I. Lenin, Once Again on The Trade Unions, The Current Situation and the Mistakes of Trotsky and Buhkarin, 1921-01-25.
Ver também | See also: V.I. Lénine, Os sindicatos, o momento actual e os erros de Trotski, 30-12-1920 | V.I. Lenin, The Trade Unions, The Present Situation And Trotsky’s Mistakes, 1920-12-30.

[5] Da bem documentada biografia do monarco-fascista e mentiroso patológico A. Soljenitsine, que o desmascara completamente e documenta em detalhe o apoio que recebeu dos revisionistas ao mais alto nível do PCUS e também da CIA: Alexander V. Ostrovsky, Solzhenitsyn – proshchaniye s mifom (Soljenitsine – O Adeus ao Mito), Yauza Pubs, Moscovo, 2004.
From the well-documented biography of the monarcho-fascist and pathological liar A. Solzhenitsyn, which completely unmasks him, and documents in detail the support he received from the revisionists at the highest level of the CPSU and also from the CIA: Alexander V. Ostrovsky, Solzhenitsyn – proshchaniye s mifom (Solzhenitsyn – Farewell to the Myth), Yauza Pubs, Moscow, 2004.

[6] Sobre a contestação de qualquer autoridade ver F. Engels, Sobre a Autoridade, 1872. | On the contestation of any authority see F. Engels, On Authority, 1872.

[7] Ver: Manuel Brotas, A arrumação e correlação das forças de classe na sociedade portuguesa,  O Militante, Novembro/Dezembro de 2004. Disponível em http://resistir.info/

[8] O Congresso foi preparada pelo Iskra, jornal clandestino que sob a liderança de Lenine fez um importante trabalho de unir os social-democratas russos com base nos princípios do marxismo revolucionário. O Conselho Editorial Iskra preparou e submeteu à consideração do Congresso o projecto de programa do partido (publicado em 1 de Junho de 1902). Lénine escreveu vários documentos, incluindo o projecto de estatutos do POSDR. No Congresso estavam representadas outras organizações, mas os os Iskra-istas tinham a maior representação (30 em 49 votos). Os Iskra-istas dividiram-se em duas facções. A facção minoritária – menchevique –, liderada por Martov, defendeu posições oportunistas, nomeadamente quanto ao parágrafo 1 dos estatutos. Trotski alinhou com os mencheviques.
The Congress was prepared by Iskra, a clandestine newspaper under Lenin's leadership, which did an important job of uniting the Russian Social-Democrats based on principles of revolutionary Marxism. The Iskra Editorial Board prepared and submitted to the Congress for consideration the draft party program (published on June 1, 1902). Lenin wrote several documents, including the draft statutes of the RSDLP. Other organizations were represented in the Congress, but the Iskra-ists had the largest representation (30 in 49 votes). The Iskra-ists became divided into two factions. The minority faction - Menshevik -, led by Martov, defended opportunist positions, especially regarding paragraph 1 of the statutes. Trotsky aligned with the Mensheviks.

Fontes | Sources: Minutes of the 2nd Congress; Lenin, Account of the Second Congress of the R.S.D.L.P , September 1903; Lénine, Um Passo em Frente Dois Passos Atrás | Lenin, One Step Forward, Two Steps Back, 1904.

[9] Os partidários de Martov, apoiados por anti-Iskraistas e por «centristas», integraram a minoria, com 20 votos (9 dos partidários de Martov, 10 «centristas» e 1 anti-Iskraista), contra 24 que englobavam 20 Iskraistas consequentes agrupados em torno de Lenine. Foi esta maioria – bolchevique -- que venceu quase todas as votações em questões importantes, como os órgãos dirigentes, o jornal central do partido e o  programa do  partido (neste último caso, conseguindo a adesão dos mencheviques e de outras correntes). Veio também a formar a influente corrente bolchevique, com coerência ideológica, que veio a grangear o apoio maioritário dos operários e dos trabalhadores em geral.
Martov's followers, supported by anti-Iskraists and "centrists", made up the minority, with 20 votes (9 of Martov's followers, 10 "centrists" and 1 anti-Iskraist) against 24 who included 20 consequent Iskraists grouped around Lenin. It was this Bolshevik majority that won almost all votes on important issues, such as the governing bodies, the central party newspaper and the party program (in the latter case, securing the adherence of the Mensheviks and other currents). It also developed into forming the influential Bolshevik current, with ideological coherence, which came to garner the majority support of the industrial workers and toilers.

[10] Deparámos com várias traduções da proposta de Martov do §1, nomeadamente quanto à palavra fulcral «apoio». A versão portuguesa, usada, é a das edições Avante!. Na versão espanhola das bem documentas edições Akal, em vez de «dá o seu apoio pessoal» é usado «colabore pessoalmente». Teríamos, portanto, colaboradores em vez de apoiantes. Na versão inglesa do Marxists Internet Archive -- Account of the Second Congress of the R.S.D.L.P., September, 2003, Publisher unknown (editor desconhecido) -- consta «pessoalmente trabalhe» o que praticamente não distingue a proposta de Martov da de Lenine. No original em russo a palavra usada é sodeystviye (содействие) com o significado de assistência, apoio, cooperação. Portanto, a versão das edições Avante! é correcta. A versão espanhola é aceitável. A citada versão inglesa é errada.
We came across several translations of Martov's proposal of §1, namely as regards the keyword "support". The Portuguese version, we use, is that of the Avante! Editions. In the Spanish version of the well-documented Akal editions, instead of “gives his personal support” is written “personally collaborates”. We would then have collaborators rather than supporters. In the English version of the Marxists Internet Archive - Account of the Second Congress of the R.S.D.L.P., September, 2003, Publisher unknown [???] - it appears as "by personal work" which practically does not distinguish the proposal of Martov from the one of Lenin! In the Russian original the word used is sodeystviye (содействие) with the meaning of assistance, support, cooperation. Therefore, the Avante! version is correct. The Spanish version is acceptable. The mentioned English version is wrong.

[11] Trotski,   Martov e restantes mencheviques, com o apoio de facções ainda mais à direita (Bund, economistas, centristas) venceram a votação contra a formulação de Lenine por 28 votos contra 23.
Trotsky, Martov and the other Mensheviks, with the support of factions to their right (Bund, economists, centrists) won the vote against Lenin's formulation by 28 votes to 23.