Introdução
Trotski (1879-1940) foi um «revolucionário» russo
oportunista de «esquerda» que bastante mal causou aos trabalhadores: aos
partidos comunistas e operários, aos sindicatos, às lutas dos trabalhadores,
às revoluções socialistas, aos países socialistas.
O oportunismo de «esquerda» de Trotski empenhou-o num
caminho que acabou por o levar à traição completa ao movimento comunista, a
serviços prestados ao imperialismo e, inclusive, a entendimentos com o
fascismo; razão pela qual na frase inicial acima colocámos «revolucionário»
entre aspas. Esse caminho foi trilhado por muitos dos seus seguidores então e
agora.
O facto de Trotski e dos trotskistas se mascararem com uma
fraseologia de esquerda, ultra-revolucionária, e usarem frases de Marx e
Engels de forma descontextualizada ou abusiva, engana muitos que, embora
desejando honestamente servir a causa dos trabalhadores e caminhar para o
socialismo, se deixam fascinar pelo trotskismo. Para esses deveria servir
como primeiros sinais de alerta os seguintes factos:
1) A incoerência ideológica do trotskismo reflectida na
proliferação de pequenos grupos que se dizem seguidores de Trotski (22 na
Grã-Bretanha e 23 Quartas Internacionais trotskistas [1]);
2) A composição social dos partidos trotskistas, em
particular a sua manifesta e perene incapacidade de grangearem um apoio de
massas da classe operária;
3) O facto de grandes dirigentes revolucionários, que
lideraram revoluções com sucesso, terem condenado o trotskismo, considerando-o
nocivo. Exemplos: Che Guevara, Ho, Chi Minh, Mao Zedong [2].
4) O facto de nenhuma grande transformação social, em
qualquer parte do mundo, ter sido liderada por trotskistas. Os trotskistas,
aliás, sempre arranjam motivos para se oporem a todas as lutas e revoluções dos
trabalhadores: nunca se desenrolam segundo a via que axiomaticamente
consideram ser a única via. O que se revela muito cómodo para não só negarem
o seu apoio mas inclusive difamá-las e combatê-las; muito cómodo também para
esconder o seu alinhanmento objectivo com a reacção e o imperialismo.
Neste artigo e seguintes, após breve
análise de temas básicos, analisaremos a actividade política de Trotski e
procuraremos demonstrar as afirmações acima com base em factos documentados,
em trabalhos de Lénine, e em livros e
artigos de autores de diferentes persuasões, incluindo trotskistas.
As apreciações de Lénine são de primordial importância,
entre outros motivos porque um dos
enganos propagados pelos trotskistas é que o trotskismo é leninismo. É
falso, como iremos ver. O trotskismo é hostil ao leninismo. Isto não é
invalidado de forma alguma pelo facto de Trotski ter feito algumas afirmações
correctas, inclusive apoiadas por Lenine; nem pelo facto de, num certo
período da revolução -- de Outubro de 1917 a finais de 1920 -- ter prestado
alguns serviços à revolução, embora intercalados por grandes erros.
Contrariamente ao que muitos julgam, os conhecimentos de
Trotski do marxismo não eram tão substanciais como os seus seguidores
defendem. O «professor» de Trotski foi o oportunista Ferdinand Lassalle
(1825-1864), um social-democrata alemão hostil a Marx. Trotski considerava a
sua teoria da «revolução permanente» como sendo a extensão das ideias de
Lassalle [3]. Trotski sempre revelou incompreensão da dialéctica, inclusive
na questão básica de que a política marxista deve ter em conta os vários
aspectos pertinentes de uma situação concreta, a sua interligação e
desenvolvimento. Já vimos isso a propósito do tratado de Brest-Litovsk, onde Trotski
quase deitou a perder a revolução. O mesmo aconteceu em muitas outras
ocasiões, com destaque para a famosa discussão sobre os sindicatos, onde foi
severamente criticado por Lenine [4]. Em ambas as ocasiões (como noutras
também) vemos o «esquerdista» Trotski alinhado com as mesmas teses da ala
direita do partido (Bukharine e C.ª).
A análise do trotskismo fornece ensinamentos cuja
importância vai para além da importância do trotskismo em si mesmo. Vamos
iniciar essa análise a partir do momento em que pela primeira vez Trotski se
revela alinhado com o oportunismo: o II Congresso do Partido Operário
Social-Democrata Russo (POSDR) que se realizou em 1903 (30 de Julho a 23 de
Agosto). Isto oferece-nos também a possibilidade de, brevemente, esclarecer o
significado de oportunismo e suas raízes.
O II Congresso do POSDR: marco da luta contra
o oportunismo
O II Congresso do POSDR, além de marco fundamental na
história do POSDR, foi-o também na história mundial do movimento operário.
Pela primeira vez, com a contribuição maior de Lénine, é estabelecido um
partido de tipo novo, um partido de
vanguarda da classe operária e de todos os trabalhadores, com uma linha
revolucionária de transformação social tendo como objectivo o socialismo,
levando à prática os ensinamentos científicos de Marx e Engels.
Uma tarefa obrigatória do partido de vanguarda era (e é) o
combate do oportunismo típico dos partidos da II Internacional. Lénine foi
incansável nesse combate. Esses partidos lideravam o movimento operário nos
respectivos países mas os seus chefes tinham-nos conduzido a uma acomodação
ao sistema capitalista: colocavam a linha política do partido e movimento
operário dependente das políticas dos partidos burgueses; pregavam a evolução
pacífica e gradual do capitalismo para o socialismo, afirmavam que as
contradições de classe podiam ser gradualmente enfraquecidas pela luta por
aumentos de salários dos trabalhadores, pela conclusão de acordos colectivos
com os capitalistas, pela formação de sociedades de consumo, pelo aumento do
número de proprietários, etc., remetendo o socialismo para uma época
longínqua quando alegadamente se concretizassem cenários impossíveis: maioria
do operariado na composição social, maioria parlamentar do partido dos
trabalhadores, revolução simultânea em vários países, etc.
Uma causa do oportunismo nos partidos da II Internacional
– causa que ainda hoje vigora -- foi a sua transformação em agrupamentos de
facções. Nesses agrupamentos teriam necessariamente de surgir facções
oportunistas, cujos chefes se afastavam do marxismo e só eram «socialistas»
em palavras. A burguesia rapidamente aprendeu a promover a popularidade da
facção que via como mais adequada aos seus propósitos a cada momento,
oferecendo a sua disponibilidade para encontros e acordos, gabando a
«capacidade de entendimento», «realismo», «visão democrática», «visão
moderna», etc., dos respectivos chefes «socialistas» do momento. Estes, em
nome do «democrático entendimento» com a burguesia, encarregavam-se das
tarefas que lhes incubiam e que ainda hoje podem ir desde amarrar ainda mais
os trabalhadores à carroça da reacção burguesa até à traição dos
trabalhadores e do povo liquidando uma revolução de braço dado com o
imperialismo, mesmo que isso implique largas
matanças de trabalhadores, em nome da «democracia» e da «liberdade», claro
está.
O oportunismo revela-se de várias formas que se agrupam em
dois tipos: o oportunismo de direita (oportunismo tout-court), aquele de que temos vindo a falar, e o oportunismo de
«esquerda», com «esquerda» entre aspas porque de facto a meta concreta é a
mesma da do oportunismo de direita: derrota do movimento operário. O oportunismo
de «esquerda» só se distingue do de direita nas formas utilizadas –
palavreado «revolucionarista» desligado da realidade, tendência anarquisante,
infiltração e cisão do movimento operário, desprezo pela verdade histórica,
falta de confiança nas massas populares, imposição burocrática de métodos
administrativos – Trotski advogava inclusive o uso de métodos militares nos
sindicatos --, etc. Lenine também não deu tréguas ao «oportunismo de
“esquerda”».
A burguesia rapidamente compreendeu o uso que podia fazer
do trotskismo na criação de quintas colunas nos partidos operários. A CIA e
os próprios fascistas (nazis, franquistas, etc.) usaram os trotskistas,
nomeadamente para espiar, semear a confusão, infiltrar e destruir as lutas
das massas trabahadoras. As obras trotskistas sempre foram bem acolhidas
pelas livrarias do mundo capitalista e mostradas em destaque. (Vale a pena
lembrar que na revolução portuguesa os múltiplos grupelhos maoístas
desempenharam o mesmo papel dos grupelhos trotskistas. Todos acarinhados pela
burguesia e incitados por ela contra o PCP e os sindicatos vermelhos da
CGTP-IN.)
Também os revisionistas de várias cores, incluindo os
restauracionistas do capitalismo como Krutchev, Gorbatchev e outros, fizeram
largo uso de ideias e frases trotskistas. Quando o monarco-fascista
Soljenitsine foi preso por em plena 2.ª GM liderar um grupo que queria
derrubar o poder soviético, encontrou-se na sua mala, para além do manifesto
do grupo, um retrato de Trotski que levara consigo durante vários anos; talvez
para o inspirar a «melhorar o leninismo», objectivo que declarara ser o seu
aquando dos primeiros passos da sua dissidência [5].
Raízes sociais do oportunismo. Os
intelectuais
Como qualquer tendência política o oportunismo tem raízes
sociais: a pequena-burguesia, a camada de maiores rendimentos dos
trabalhadores -- nomeadamente os que exercem funções de direcção ou
vigilância dos trabalhadores --, os intelectuais (incluindo quadros técnicos).
Estas camadas adoptam, na generalidade,
posições vacilantes entre o capital e o trabalho, e acalentam com
frequência ânsias de promoção social, ambições de chefia, a alcançar através
do alinhamento e serviço à burguesia, e defesa do imperialismo para poderem
beneficiar da pilhagem de outros povos. Uma vez enveredados por este caminho
muitos acabam no fascismo.
Quanto aos trotskistas e outros oportunistas de «esquerda»,
eles provêm em grande parte dos estudantes e dos intelectuais, grupos sociais
de tendências individualistas, elitistas e anarquizantes, de contestação de
qualquer autoridade [6]. Essas tendências estão claramente presentes em
Trotski e nos trotskistas: incapazes de suportar o centralismo democrático,
tendem a violar a unidade de acção que é uma das mais poderosas armas do
proletariado. Os intelectuais constituem um grupo social transversal a todas
as classes, existindo nos tempos actuais sectores de intelectuais
assalariados que, objectivamente, não se distinguem da classe operária [7],
embora subjectivamente possam evidenciar certos traços que K. Kautsky já
tinha caracterizado num texto citado por Lénine em Um Passo em Frente, Dois Passos Atrás (1904). Inserimos abaixo
esse importante texto de Kautsky escrito numa época em que ainda não tinha
caído no oportunismo:
«No momento actual, de novo nos
interessamos vivamente pela questão do antagonismo entre os intelectuais e o
proletariado. Os meus colegas em muitos casos indignar-se-ão ao ver que
admito este antagonismo. Mas o facto é que ele existe, e a táctica mais
inadequada seria (neste como noutros casos) tentar desembaraçarmo-nos dele
negando o facto. Este antagonismo é um antagonismo social que se manifesta
nas classes e não em indivíduos isolados. Tal como um capitalista, um
intelectual pode, individualmente, entregar-se por inteiro à luta de classe
do proletariado. Em tais casos, quando isto tem lugar, o intelectual muda
também de carácter. No que vou dizer a seguir, não tratarei principalmente
dos intelectuais deste tipo, que ainda hoje são excepção no seio da sua
classe. A seguir, quando não houver qualquer reserva especial, entendo por
intelectual apenas um intelectual comum que se situa no terreno da sociedade
burguesa, e que é um representante característico da intelectualidade como
classe. Esta classe mantém-se num certo antagonismo com o proletariado.
«Este antagonismo é de um género
diferente do antagonismo entre o trabalho e o capital. O intelectual não é um
capitalista. É verdade que o seu nível de vida é burguês e que ele é obrigado
a manter este nível a menos que se transforme num vagabundo, mas ao mesmo
tempo vê-se obrigado a vender o produto do seu trabalho e por vezes mesmo a
sua força de trabalho e sofre com frequência a exploração dos capitalistas e
certa humilhação social. Assim, não existe nenhum antagonismo económico entre
o intelectual e o proletariado. Mas a sua situação na vida, as suas condições
de trabalho, não são proletárias; daí um certo antagonismo nos sentimentos e
nas ideias.
«O proletário não é nada
enquanto permanecer um indivíduo isolado. Toda a sua força, todas as suas
capacidades de progresso, todas as suas esperanças, as suas aspirações,
tira-as da organização, da sua actuação sistemática em comum com os seus
camaradas. Sente-se grande e forte quando faz parte de um grande e forte
organismo. Este organismo é tudo para ele, enquanto um indivíduo isolado, em
comparação com ele, significa muito pouco. O proletário luta com a maior
abnegação como uma parcela da massa anónima, sem pretender vantagens
pessoais, glória pessoal; ele cumpre o seu dever em qualquer cargo onde seja
colocado, submetendo-se voluntariamente à disciplina, que penetra todos os
seus sentimentos, todo o seu pensamento.
«O que sucede com o intelectual
é muito diferente. Ele não luta empregando, de um modo ou de outro, a força,
mas servindo-se de argumentos. As suas armas são os seus conhecimentos
pessoais, as suas capacidades pessoais, as suas convicções pessoais. Só se
pode fazer valer pelas suas qualidades pessoais. A inteira liberdade de
manifestar a sua personalidade apresenta-se-lhe pois como a primeira condição
de êxito no seu trabalho. Só muito dificilmente se submete a um todo, como
parte auxiliar desse todo, e submete-se-lhe por necessidade e não por
inclinação pessoal. A necessidade de uma disciplina, reconhece-a apenas para
a massa e não para os espíritos de elite. Ele próprio, é evidente,
considera-se entre os espíritos de elite...»
Estes traços do intelectual – individualismo, elitismo,
tendência para a indisciplina, o «fazer-se valer» -- que Lénine denomina de
traços «sociopsicológicos», menos evidentes nos intelectuais assalariados
trabalhando sob chefia de um patrão, tornam-se mais evidentes nos intelectuais
não assalariados. Especialmente nos que têm poucos escrúpulos em como
fazer-se valer. Como Trotski.
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Introduction
Trotsky
(1879-1940) was a Russian “left-wing” opportunist "revolutionary" who
caused a great deal of harm to the workers: to communist and workers’ parties,
trade unions, workers' struggles, socialist revolutions and socialist
countries.
Trotsky's
"left-wing" opportunism committed him to a path that eventually led
him to complete and utter betrayal of the communist movement, to services
rendered to imperialism, and even to understandings with fascism; for this
reason, we placed “revolutionary” in quotation marks in the opening sentence above.
This path was taken by many of his followers then and now.
The
fact that Trotsky and Trotskyites cover themselves with ultra-revolutionary leftist
verbiage and make use of sentences from Marx and Engels in out of context and
abusive ways, deceives many who become fascinated by Trotskyism, in spite of their
honest wish of embracing the cause of the workers and committing to the path
towards socialism. For these people the following facts should prove useful
as early alarming bells:
1)
The ideological incoherence of Trotskyism reflected by the proliferation of
small groups claiming to be followers of Trotsky (22 in
(2)
The social composition of the Trotskyite parties, in particular their
manifest and perennial inability to garner mass support from the working
class;
3)
The fact that great revolutionary leaders, who led successful revolutions,
have condemned Trotskyism, considering it harmful. Examples: Che Guevara, Ho,
Chi Minh, Mao Zedong [2].
4)
The fact that no major social transformation, anywhere in the world, has been
led by Trotskyites. The Trotskyites, for that matter, always find reasons to
oppose all struggles and revolutions of the workers: they never unfold according
to the way they axiomatically consider the only way. This is very convenient
for the purpose of not only denying their support but also defaming and opposing
them; very convenient also for hiding their objective alignment with reaction
and imperialism.
In this article and following ones, after brief
analysis of basic topics, we will examine Trotsky’s political activity and will
strive to demonstrate the above statements on the basis of documented facts,
Lenin's works, and books and articles by authors of different persuasions, including
Trotskyites.
Lenin's
assessment is of paramount importance, among other reasons because one of the deceits propagated by Trotskyites
is that Trotskyism is Leninism. This is false, as we shall see.
Trotskyism is hostile to Leninism. And this is not invalidated in any way by
the fact that Trotsky has made a few correct statements, even supported by
Lenin; nor by the fact that during some period of the revolution -- from October
1917 to the end of 1920 -- he rendered some services to the revolution,
though interspersed by major blunders.
Contrary
to what is believed by many, Trotsky's knowledge of Marxism was not that
substantial as his followers claim. Trotsky's "teacher" was the
opportunist Ferdinand Lassalle (1825-1864), a German social-democrat hostile
to Marx. Trotsky considered his theory of the “permanent revolution” as an
extension of Lassalle's ideas [3]. Trotsky always revealed a lack of understanding
of dialectics, even on the basic issue that a Marxist policy must take into
account the various pertinent aspects of a concrete situation, their
interconnection and development. We have already seen this apropos the treaty
of Brest-Litovsk, where Trotsky almost lost the revolution. The same
thing happened on many other occasions, especially in the famous discussion
about the trade unions, where he was severely criticized by Lenin [4]. On
both occasions (as in others as well) we see the "leftist" Trotsky
aligned with the same theses of those of the right wing of the party
(Bukharin and Co.).
The
analysis of Trotskyism provides teachings whose importance goes beyond the
importance of Trotskyism in itself. We shall begin this analysis from the
moment that, for the first time, Trotsky appears publicly aligned with
opportunism: the Second Congress of the Russian Social Democratic Party
(RSDLP), which took place in 1903 (30 July to 23 August). This also offers us
the possibility of briefly clarifying the meaning of opportunism and its
roots.
The Second Congress of the RSDLP: a landmark in the
fight against opportunism
The
Second Congress of the RSDLP, besides being a fundamental landmark in the
history of the RSDLP, was also a landmark in the world history of the labour
movement. For the first time, with Lenin's major contribution, a new type of
party was established: a vanguard party of the proletariat and all toiling
masses, with a revolutionary line of social transformation aiming at
socialism, carrying into practice the scientific teachings of Marx and
Engels.
A
mandatory task of the vanguard party was (and is) the fight against
opportunism, typical of the parties of the Second International. Lenin was
relentless in this fight. Those parties were leading the workers' movement in
the respective countries, but their leaderships had driven them to an
accommodation to the capitalist system: they placed the political line of party
and labour movement dependent on the policies of the bourgeois parties; they preached
a peaceful and gradual evolution of capitalism to socialism, they argued that
class contradictions could be gradually weakened by the struggle to raise
workers' wages, to conclude collective agreements with capitalists, to form
consumer societies, to increase the number of proprietors, etc., relegating
socialism to a distant future when impossible scenarios would allegedly materialize:
a majority of the industrial working class in the social composition of the
nation, a parliamentary majority of the workers' party, a simultaneous revolution
in several countries, etc.
One
of the causes of opportunism in the parties of the Second International – cause
that still stands today -- was their transformation into groupings of
factions. In these groupings there would necessarily emerge opportunist
factions, whose leaders would deviate from Marxism and only in words were "socialist".
The bourgeoisie quickly learned to promote the popularity of the faction
viewed as most suitable to its purposes of the moment, offering its readiness
for meetings and agreements, praising the “capacity for understanding”, “realism”,
“democratic vision”, “modern vision”, etc., of the respective
"socialist" leaders. These leaders, in the name of "democratic
understanding" with the bourgeoisie, would then take on the tasks expected
from them, and which then and now can extend from further tying the workers
to the wagon of bourgeois reaction to the betrayal of the workers and the
people, liquidating revolutions arm in arm with imperialism -- even if it
involves large slaughters of workers --, all in the name of
"democracy" and “freedom”, of course.
Opportunism
manifests itself in a number of ways, which can be grouped into two types:
right-wing opportunism (or opportunism tout-court),
the one we have been talking about, and “left-wing” opportunism, where “left-wing”
is put in quotation marks because the concrete goal is indeed the same as
that of right-wing opportunism: defeat of the labour movement. The “left-wing”
opportunism can only be distinguished from that of the right-wing in the
forms being used – the “revolutionariness” verbiage detached from reality,
anarchist tendency, infiltration and division of the labour movement,
contempt for historical truth, bureaucratic imposition of administrative
methods -- Trotsky advocated the use of military methods in trade unions --,
etc. Lenin did not spare “left-wing” opportunism either.
The
bourgeoisie quickly understood the use it could make of Trotskyism in the
creation of fifth columns inside the workers' parties. The CIA and even the
fascists (Nazis, Francoists, etc.) used the Trotskyites, notably to spy on,
sow confusion, infiltrate and wreck the struggles of the working masses. The works
by Trotskyites have always been well received and put on display by
bookstores of the capitalist world. (It is worth noticing here that in the
Portuguese revolution the small Maoist groups played the same role as the small
Trotskyite groups; they were all cherished by the bourgeoisie which incited them
against the PCP and the CGTP-IN red unions.)
The
revisionists of various colours, including the restorationists of capitalism
like Khrushchev, Gorbachev, and others, have also made extensive use of
Trotskyite ideas and phrases. When the monarcho-fascist Solzhenitsyn was
arrested for having been found to lead a group that wanted to overthrow
Soviet power in full WWII, it was discovered in his suitcase, in addition to
the manifesto of the group, a portrait of Trotsky that he had carried with
him for several years; maybe to inspire him to “improve Leninism”, an
objective which he had declared to be his own when of the first steps of his
dissent. [5]
Social roots of opportunism. The intellectuals
Like
any political trend, opportunism has social roots: the petty-bourgeoisie, the
layer of higher incomes of the workers -- especially those who exercise tasks
of direction or surveillance of the workers --, and the intellectuals
(including technical staff). These layers generally adopt wavering positions
between capital and labour, and often cherish cravings for social
advancement, ambitions of leadership, to be achieved through alignment and
service to the bourgeoisie, and the defence of imperialism in order to
benefit from the plunder of other peoples. Once embarked on such a path many
end up in fascism.
As
for the Trotskyites and other “'left-wing” opportunists, they largely come
from students and intellectuals, social groups of individualistic, elitist,
and anarchist tendencies, standing in defiance of any authority [6]. These
tendencies are clearly present in Trotsky and Trotskyites: they are unable to
withstand democratic centralism, and they tend to violate the unity of action
which is one of the most powerful weapons of the proletariat. Intellectuals constitute
a social group that is transversal to all classes. Nowadays there are sectors
of wage-earning intellectuals who, objectively, cannot be distinguished from
the working class [7], Nevertheless, they can subjectively evidence certain
traits that K. Kautsky had already characterized in a text quoted by Lenin in
One Step Forward, Two Steps Back
(1904). We insert below this important text of Kautsky written at a time when
he had not yet fallen into opportunism:
“The problem that again interests
us so keenly today is the antagonism between the intelligentsia and the proletariat. My colleagues will mostly be
indignant that I admit this antagonism. But
it actually exists, and, as in other cases, it would be the most inexpedient
tactics to try to overcome the fact by denying it. This antagonism is a
social one, it relates to classes, not to individuals. The individual
intellectual, like the individual capitalist, may identify himself with the
proletariat in its class struggle. When he does, he changes his character
too. It is not this type of intellectual, who is still an exception among his
class, that we shall mainly speak of in what follows. Unless otherwise
stated, I shall use the word intellectual to mean only the common run of
intellectual who takes the stand of bourgeois society, and who is
characteristic of the intelligentsia
as a class. This class stands in a certain antagonism to the proletariat.
“This antagonism differs, however,
from the antagonism between labour and capital. The intellectual is not a capitalist. True, his standard
of life is bourgeois, and he must maintain it if he is not to become a
pauper; but at the same time he is compelled to sell the product of his
labour, and often his labour-power, and is himself often enough exploited and
humiliated by the capitalist. Hence the intellectual does not stand in any
economic antagonism to the proletariat. But his status of life and his
conditions of labour are not proletarian, and this gives rise to a certain
antagonism in sentiments and ideas.
“As an isolated individual, the
proletarian is nothing. His whole strength,
his whole progress, all his hopes and expectations are derived from
organisation, from systematic action in conjunction with his fellows. He
feels big and strong when he forms part of a big and strong organism. This
organism is the main thing for him; the individual in comparison means very
little. The proletarian fights with the utmost devotion as part of the
anonymous mass, without prospect of personal advantage or personal glory,
doing his duty in any post he is assigned to with a voluntary discipline
which pervades all his feelings and thoughts.
“Quite different is the case of
the intellectual. He does not fight by means
of power, but by argument. His weapons are his personal knowledge, his
personal ability, his personal convictions. He can attain to any position at
all only through his personal qualities. Hence the freest play for his
individuality seems to him the prime condition for successful activity. It is
only with difficulty that he submits to being a part subordinate to a whole,
and then only from necessity, not from inclination. He recognises the need of
discipline only for the mass, not for the elect minds. And of course he counts
himself among the latter...”
These
traits of the intellectual -- individualism, elitism, tendency to
indiscipline, and “attainment of a position” -- which Lenin called “social
and psychological” traits, are less evident in wage-earning intellectuals
working under the direction of a boss; they become more evident in the non
wage-earners intellectuals. Especially in those with few scruples on how to
attain a position. As Trotsky.
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1903 - Nasce um Menchevique: Trotski
No II Congresso do POSDR Trotski apoiou as principais
teses da ala oportunista dos Iskra-itas
[8] que viria a ficar em minoria no Congresso, vindo a ser por isso
denominada menchevique [9].
Teve particular importância o famoso parágrafo 1 dos
Estatutos do POSDR, proposto por Lenine: «Considera-se membro do partido todo
aquele que aceita o programa e apoia o partido tanto materialmente como pela
sua participação pessoal numa das organizações do partido.» Lenine e os seus
apoiantes na luta por um partido revolucionário e combativo da classe
operária, consideravam absolutamente
necessário que os estatutos dificultassem o acesso ao partido dos elementos
inseguros e vacilantes. Por isso mesmo, para além da aceitação do programa e
do apoio material, condicionavam a filiação no partido à participação pessoal
numa das organizações. O líder dos oportunistas, Martov, em vez de «participação
pessoal numa das organizações do partido» propôs a formulação «lhe dá o seu
apoio pessoal regular sob a direcção de uma das suas organizações.» [10]. Era
abrir a porta a todos os tipos de «apoiantes». De facto, Martov disse mesmo
que «quanto mais difundido o título de membro do partido, melhor». Trotski e restantes mencheviques opuseram-se a
Lenine [11]. Trotski pronunciou-se assim:
«Receio que a fórmula de Lenine
crie uma organização fictícia, que apenas dará aos seus membros uma
qualificação, mas não servirá como meio para o trabalho do Partido.» (Actas
do II Congresso do POSDR, 22.ª Sessão)
Era exactamente o contrário. Como se veria mais tarde,
Trotski, com Martov e restantes mencheviques, defendia uma organização
«solta», sem coerência ideológica, manta de retalhos de facções que possibilitava
todos os tipos de oportunismo. Lenine criticou-o assim:
«[Trotski] não percebeu uma
questão básica: a minha formulação restringe ou alarga o conceito de membro
do Partido? Se tivesse feito a si mesmo essa pergunta, teria facilmente
percebido que a minha formulação restringe esse conceito, enquanto a de Martov
a alarga, pois (para usar a correcta expressão de Martov) o que distingue o seu
conceito é a sua "elasticidade". ... é justamente essa
"elasticidade" que, sem dúvida, abre a porta a todos os elementos
de confusão, vacilação e oportunismo. Para refutar esta conclusão simples e
óbvia, é preciso provar que não existem tais elementos; mas nem sequer ocorreu
ao camarada Trotsky fazer isso. Nem isso pode ser provado, pois todos sabem
que tais elementos existem em abundância, e podem também ser encontrados na
classe trabalhadora.» (Actas do II Congresso do POSDR, 23.ª Sessão)
Trotsky também foi criticado por Lenine na questão da
ditadura do proletariado e na questão agrária. Quanto à primeira, Trotski
apoiou a posição oportunista de que uma condição indispensável para
estabelecer a ditadura do proletariado era a absoluta identificação do
partido com a classe trabalhadora, sendo esta a maioria da nação. Quanto à
segunda, Trotski defendia formulações muito gerais que não tinham em conta
importantes formas locais de subjugação do campesinato; Lenine referiu-se-lhe
assim:
«A observação de Trotsky de que
não podemos preocupar-nos com exigências locais é errada, na medida em que a
questão do khizani [camponês sem terra da Geórgia] e dos camponeses em servidão
temporária não é apenas local.» (Actas do II Congresso do POSDR, 21.ª Sessão)
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1903 - A Menshevik is born: Trotsky
In
the Second Congress of the RSDLP, Trotsky supported the main theses of the
opportunist wing of the Iskra-ists
[8], which would become a minority in the Congress, and for that reason being
called Menshevik thereafter [9].
Particular
importance was attached to the famous paragraph 1 of the Statutes of the
RSDLP, proposed by Lenin: " A member of the Russian Social-Democratic
Labour Party is one who accepts its programme and who supports the Party both
financially and by personal participation in one of the Party organisations." Lenin
and his supporters in the struggle for a revolutionary and combative party of
the working class, considered it absolutely necessary that the statutes made
it difficult for the unreliable and wavering elements to gain access to the party.
Therefore, in addition to accepting the program and material support, they
conditioned the affiliation to personal participation in one of the party organizations.
The leader of the opportunists, Martov, instead of “personal participation in
one of the party organizations” proposed the formulation “gives it his
regular personal support under the direction of one of its organizations.”
[10] This in effect opened the door to all sorts of "supporters."
Martov even said that "The more widespread the title of Party member the
better.” Trotsky and the other Mensheviks opposed Lenin [11]. Trotsky said:
“I fear that Lenin’s formula will
create a fictitious organisation, one which will merely give its members a
qualification but will not serve as a means for Party work.” (Minutes of the
Second Congress of the RSDLP, 22nd Session)
It
was just the opposite. As would be seen later, Trotsky, with Martov and the
other Mensheviks, advocated a loose organization without ideological
coherence, a patchwork of factions that enabled all kinds of opportunism.
Lenin criticized him as follows:
“[Trotsky] failed to notice one
basic question: does my formulation narrow or enlarge the concept of a Party
member? If he had asked himself that question, he would easily have seen that
my formulation narrows this concept, whereas Martov’s enlarges it, for what
distinguishes his concept is its ‘elasticity’ (to use Martov’s own, correct
expression). … it is just this ‘elasticity’ that most certainly opens the
door to all the elements of confusion, vacillation and opportunism. In order
to refute this simple and obvious conclusion it would be necessary to show
that such elements do not exist, but even Comrade Trotsky has not thought of
doing that. Nor can it be shown, for everyone knows that such elements exist
in plenty, and that they are to be found in the working class too.” (Minutes
of the Second Congress of the RSDLP, 23rd Session)
Trotsky
was also criticized by Lenin on the question of the dictatorship of the
proletariat and on the agrarian question. As regards the former, Trotsky
supported the opportunist position that an indispensable condition for
establishing the dictatorship of the proletariat was the absolute
identification of the party with the working class, and this being the
majority of the nation. As for the second, Trotsky advocated very general
formulations which did not take into account important local bondage forms of
the peasantry; Lenin referred to it thus:
“Trotsky’s remark that we cannot
concern ourselves with local demands is wrong, in that the question of the
khizani [Georgian landless peasant] and the peasants in temporary bondage is
not just a local one.” (Minutes of the Second Congress of the RSDLP, 21st
Session)
|
(Continua…) (To be continued)
Notas | Notes
[1] Citado
na apreciação do livro | Quoted in the Book Review: Contemporary Trotskyism by John Kelly,
Posted by MLToday, Sep 21, 2018.
[2] Citações compiladas por http://espressostalinist.com:
Ernesto Che Guevara
(Discurso no Ministério da Indústria, 05-11-1964) sobre Trotsky:
“O meu dever como comunista marxista-leninista é denunciar a
reacção oculta oculta por trás do revisionismo, do oportunismo e do trotskismo.
Consideramos que o partido trotskista age contra a
Revolução.
Acredito que nas principais questões em que se baseou,
Trotsky cometeu erros, e acho que o seu comportamento foi errado e estranho,
nos últimos tempos, até mesmo obscuro.
Acredito que os trotskistas não contribuíram em nada para o
movimento revolucionário, em qualquer país, e onde fizeram mais falharam porque
os métodos eram errados ”.
Ho Chi Minh
(Carta ao Partido Comunista da Indochina, 10-05-1939) sobre Trotsky:
Caros camaradas: No passado, na minha opinião e de um bom
número de camaradas, o trotskismo parecia uma questão de luta entre as
tendências do Partido Comunista Chinês. Assim, quase não prestavam atenção a
isso. Mas pouco antes do início da guerra, mais precisamente desde o final de
1936, e especialmente durante a guerra, a propaganda criminosa trotskista abriu-nos
olhos. Começámos a estudar o problema. E o estudo levou-nos às seguintes
conclusões:
1 – A questão do trotskismo não é uma luta entre tendências
do Partido Comunista Chinês. Porque entre comunistas e trotskistas não há ligação,
absolutamente nenhuma ligação. É uma questão que interessa a todo o povo: a
luta contra o [nosso] país.
2 - Os fascistas japoneses e estrangeiros sabem. Então,
tentam criar desentendimentos, enganar a opinião pública e minar a popularidade
dos comunistas, fazendo as pessoas acreditarem que comunistas e trotskistas estão
no mesmo campo.
3 - Os trotskistas chineses (como os de outros países) não
representam um grupo, muito menos um partido político. Não são mais que um bando
criminoso, os cães do fascismo japonês (e do fascismo internacional).
4 - Em todos os países, os trotskistas arranjaram boas
designações para mascarar o seu trabalho sujo de bandidos. Por exemplo, na
Espanha, chamam-se Partido Operário de Unificação Marxista (POUM). Sabiam que
eles são os ninhos de espiões em Madrid, Barcelona e noutros lugares ao serviço
de Franco? Foram eles que organizaram a famosa “quinta coluna”, agência da
inteligência militar dos fascistas italianos e alemães. No Japão, denominam-se
de Liga Marx-Engels-Lenin (MEL). Os trotskistas japoneses atraem os jovens para
a sua liga, depois denunciam-nos à polícia. Procuram penetrar no Partido
Comunista Japonês para destruí-lo por dentro. Na minha opinião, os trotskistas
franceses, agora organizados em torno do Grupo da Revolução Proletária,
estabeleceram como objectivo sabotar a Frente Popular. Sobre esse assunto, acho
que estais melhor informados que eu. No nosso país da China [referindo-se à
Indochina, N. E.], os trotskistas estão agrupados em formações como La Lutte,
Guerra contra os japoneses, Cultura e Bandeira Vermelha.
5 - Os trotskistas não são apenas inimigos do comunismo, mas
também inimigos da democracia e do progresso. São os traidores e espiões mais
infames. Talvez tenham lido as acusações dos processos na União Soviética
contra os trotskistas. Se não as leram, aconselho-o a fazê-lo e a lê-las aos
amigos. É uma leitura muito útil. Isso os ajudará a ver a verdadeira face
repugnante do trotskismo e dos trotskistas. Aqui, permitam-me citar algumas
passagens relacionadas directamente com a China. O verdadeiro rosto repugnante
do trotskismo.
No tribunal, o trotskista Rakovsky confessou que em 1934,
quando estava em Tóquio (como representante da Cruz Vermelha Soviética), um
alto personagem do governo japonês lhe disse: “Temos o direito de esperar dos
trotskistas um mudança de estratégia. Não vou entrar em detalhes. Só queria
dizer que esperamos dos trotskistas acções que favoreçam a nossa intervenção
nos assuntos da China.” Respondendo aos japoneses, Rakovsky disse: “Vou escrever
a Trotsky sobre isso.” Em dezembro de 1935, Trotski enviou aos seus apoiantes
na China, instruções que repetidamente enfatizavam a frase: “Não criem
obstáculos à invasão japonesa da China”. E como agiram os trotskistas na China?
Eles estão com pressa de saber, não é?..."
Mao Zedong sobre
Trotsky:
“Acredito que devemos fazer as coisas honestamente, pois,
sem uma atitude honesta, é absolutamente impossível realizar qualquer coisa
neste mundo. Quais são as pessoas honestas? Marx, Engels, Lenin e Stalin são
honestos, os homens de ciência são honestos. Quais são as pessoas desonestas?
Trotsky, Bukharin, Chen Tu-hsiu e Chang Kuo-tao são extremamente desonestos… ”
Quotations
compiled by http://espressostalinist.com:
Ernesto Che Guevara (Speech at the Ministry
of Industry, 1964-11-05) on Trotsky:
“My
duty as a Marxist-Leninist Communist is to expose the hidden reaction that lies
hidden behind revisionism, opportunism and Trotskyism.
We
consider that the Trotskyist party acts against the Revolution.
I
believe that the key issues on which it was based, Trotsky made mistakes, and I
think that his behavior was wrong and rare, in recent times, even obscure.
I
believe that the Trotskyists have not contributed anything to the revolutionary
movement, in any country, and where they did more have failed because the
methods were wrong.”
Ho Chi Minh (Letter to the Communist
Party of Indochina, May 10, 1939) on Trotsky:
Dear
comrades: In the past, in my opinion and that of a good number of comrades,
Trotskyism has seemed a matter of struggle between the trends within the
Chinese Communist Party. So they almost were not paying attention. But shortly
before the outbreak of the war, more precisely since the end of 1936, and
especially during the war, the criminal Trotskyist propaganda has opened our
eyes. Then we started to study the problem. And our study has led us to the
following conclusions:
1
– The problem of Trotskyism is not a struggle between the trends within the
Chinese Communist Party. Because between Communists and Trotskyists there is no
tie, absolutely no tie. It is a matter that concerns the whole people: the
fight against the country.
2
– The fascist Japanese and foreign fascists know. So, looking to try to create
disagreements, to mislead public opinion and undermine the popularity of the
Communists, making people believe they are communists and Trotskyists in the
same field.
3
– The Chinese Trotskyists (like the Trotskyists in other countries) do not represent
a group, much less a political party. They are nothing more then a criminal
gang, the hounds of Japanese fascism (and of international fascism).
4
– In all countries, the Trotskyists gave good nicknames to mask their dirty
work of bandits. For example, in Spain , their names are Workers’
Party of Marxist Unification (POUM). Did you know that it is they who are the
nests of spies in Madrid , Barcelona and elsewhere in the service of
Franco? It is they who organized the famous “fifth column,” agency of the army
intelligence of the fascist Italians and Germans. In Japan , they are called
Marx-Engels-Lenin League (MEL). The Japanese Trotskyists attract young people
to their league, then reported them to the police. They seek to penetrate the
Japanese Communist Party in order to destroy it from within. In my opinion, the
French Trotskyists, now organized around the Proletarian Revolution Group (1)
set a goal to sabotage the Popular Front. On this subject, I think you are
better informed than I am. In our country of China
[referring to Indochina , N. E.], Trotskyists
are grouped into formations like La Lutte, War against the Japanese, Culture
and Red Flag.
5
– The Trotskyists are not only enemies of communism, but also enemies of
democracy and progress. They are the most infamous traitors and spies. Maybe
you have read the indictments of the processes in the Soviet
Union against the Trotskyists. If you have not read them, I advise
you to do so and to read them to your friends. It is a very useful reading. It
will help them see the true disgusting face of Trotskyism and Trotskyists.
Here, allow me to extract some passages relating directly to China . The true
repugnant face of Trotskyism.
Before
the court, the Trotskyist Rakovsky (2) confessed that in 1934 when he was in Tokyo (as representative
of the Soviet Red Cross) a high character of the Japanese government had told
him: “We have the right to expect from the Trotskyists a change in strategy. I
will not go into details. I only wanted to say that we expect from the
Trotskyists, actions that favor our intervention in the affairs of China .”
Responding to the Japanese, Rakovsky said: “I will write to Trotsky about
this.” In December 1935, Trotsky sent to his supporters in China , instructions that repeatedly emphasized
that phrase: “Do not create obstacles to the Japanese invasion of China .” And how
have Trotskyists in China
acted? They are in a hurry to know, is it not true?...”
Mao Zedong on Trotsky:
“I
believe we should do things honestly, for without an honest attitude it is
absolutely impossible to accomplish anything in this world. Which are the
honest people? Marx, Engels, Lenin and Stalin are honest, men of science are
honest. Which are the dishonest people? Trotsky, Bukharin, Chen Tu-hsiu and
Chang Kuo-tao are extremely dishonest…”
[3] No livro de S. Dmitriev e V. Ivanov, História da Luta Contra o Trotskismo (Ed.
Estampa, Lisboa, 1975; orig. Novosti, Moscovo, 1974) é assinalado: «... [Trotski]
Conhecia muito superficialmente a literatura marxista. Uma das suas principais
«fontes de estudo», foram as obras de Ferdinand Lassale (1825-1864), inimigo
pequeno-burguês de Marx e um dos representantes mais prestigiosos do espírito
de conciliação oportunista, espalhado pela burguesia no movimento operário europeu.
Lassale seduzia tanto Trotski, que este lhe chamou "o clássico terceiro,
mais recente, do marxismo". Não é pois, por acaso, que a sua famosa teoria
da "revolução permanente" tivesse sido exposta, pela primeira vez, num
artigo dedicado à memória de Lassale. Trotski considerava essa teoria como sendo
o desenvolvimento directo das ideias de Lassale.»
Um artigo trotskista de
2011 -- Matthew,
Trotsky and permanent revolution
--, concorda com isto.
Trotski, portanto, já assumira posições oportunistas antes
de 1903. Mas só no II
Congresso do POSDR as «oficializou».
The
book A History of the Struggle Against
Trotskyism, by S. Dmitriev and V. Ivanov
(Novosti Press, Moscow, 1974) observes: “… Trotsky whose knowledge of Marxist
literature, besides, was only superficial. For example, his favourite books
included the works of Ferdinand Lassale (1825-64), a petty-bourgeois opponent
of Karl Marx and one of the best-known opportunists and collaborators with the
bourgeoisie which encouraged and promoted their activities in the European
working-class movement. Trotsky was so much taken with Lassale that he even
called him "the third, junior classic of Marxism". No wonder, then,
that he first formulated his notorious theory of "permanent
revolution" in an article dedicated to the memory of Lassale. In fact,
Trotsky described this theory as an extension of Lassale's ideas.”
A Trotskyite article of 2011 -- Matthew, Trotsky and permanent revolution --, agrees to this.
Thus,
Trotsky had already taken opportunist positions before 1903. But it was only at
the Second Congress of the RSDLP that he made them "official".
[4] V.I. Lénine,
Mais uma vez sobre os sindicatos, o
momento actual e os erros dos camaradas Trotsky e Buhkarin, 25-01-1921 | V.I. Lenin, Once Again
on The Trade Unions, The Current Situation and the Mistakes of Trotsky and
Buhkarin, 1921-01-25.
Ver também
| See also: V.I. Lénine, Os sindicatos, o momento actual e os erros de Trotski, 30-12-1920 |
V.I. Lenin, The
Trade Unions, The Present Situation And Trotsky’s Mistakes, 1920-12-30.
[5] Da bem documentada biografia do monarco-fascista e
mentiroso patológico A. Soljenitsine, que o desmascara completamente e
documenta em detalhe o apoio que recebeu dos revisionistas ao mais alto nível
do PCUS e também da CIA: Alexander V.
Ostrovsky, Solzhenitsyn – proshchaniye s
mifom (Soljenitsine – O Adeus ao Mito), Yauza Pubs, Moscovo, 2004.
From
the well-documented biography of the monarcho-fascist and pathological liar A.
Solzhenitsyn, which completely unmasks him, and documents in detail the support
he received from the revisionists at the highest level of the CPSU and also
from the CIA: Alexander V. Ostrovsky, Solzhenitsyn
– proshchaniye s mifom (Solzhenitsyn – Farewell to the Myth), Yauza Pubs, Moscow , 2004.
[6] Sobre a contestação de qualquer autoridade ver F. Engels,
Sobre a Autoridade, 1872. | On the contestation of any authority see F.
Engels, On Authority, 1872.
[7] Ver: Manuel Brotas, A
arrumação e correlação das forças de classe na sociedade portuguesa, O Militante, Novembro/Dezembro de 2004.
Disponível em http://resistir.info/
[8] O Congresso foi preparada pelo Iskra, jornal clandestino que sob a liderança de Lenine fez um
importante trabalho de unir os social-democratas russos com base nos princípios
do marxismo revolucionário. O Conselho Editorial Iskra preparou e submeteu à consideração do Congresso o projecto de
programa do partido (publicado em 1 de Junho de 1902). Lénine escreveu vários
documentos, incluindo o projecto de estatutos do POSDR. No Congresso estavam
representadas outras organizações, mas os os Iskra-istas tinham a maior representação (30 em 49 votos). Os Iskra-istas dividiram-se em duas
facções. A facção minoritária – menchevique –, liderada por Martov, defendeu
posições oportunistas, nomeadamente quanto ao parágrafo 1 dos estatutos. Trotski alinhou com os mencheviques.
The
Congress was prepared by Iskra, a
clandestine newspaper under Lenin's leadership, which did an important job of
uniting the Russian Social-Democrats based on principles of revolutionary
Marxism. The Iskra Editorial Board
prepared and submitted to the Congress for consideration the draft party
program (published on June 1, 1902). Lenin wrote several documents, including
the draft statutes of the RSDLP. Other organizations were represented in the Congress,
but the Iskra-ists had the largest
representation (30 in 49 votes). The Iskra-ists
became divided into two factions. The minority faction - Menshevik -, led by
Martov, defended opportunist positions, especially regarding paragraph 1 of the
statutes. Trotsky aligned with the Mensheviks.
Fontes | Sources: Minutes
of the 2nd Congress; Lenin, Account of the
Second Congress of the R.S.D.L.P , September 1903; Lénine, Um Passo em Frente Dois Passos Atrás | Lenin, One Step
Forward, Two Steps Back, 1904.
[9] Os partidários de Martov, apoiados por anti-Iskraistas e por «centristas»,
integraram a minoria, com 20 votos (9 dos partidários de Martov, 10 «centristas»
e 1 anti-Iskraista), contra 24 que
englobavam 20 Iskraistas consequentes
agrupados em torno de Lenine. Foi esta maioria – bolchevique -- que venceu
quase todas as votações em questões importantes, como os órgãos dirigentes, o
jornal central do partido e o programa
do partido (neste último caso,
conseguindo a adesão dos mencheviques e de outras correntes). Veio também a
formar a influente corrente bolchevique, com coerência ideológica, que veio a
grangear o apoio maioritário dos operários e dos trabalhadores em geral.
Martov's
followers, supported by anti-Iskraists
and "centrists", made up the minority, with 20 votes (9 of Martov's followers,
10 "centrists" and 1 anti-Iskraist) against 24 who included 20
consequent Iskraists grouped around
Lenin. It was this Bolshevik majority that won almost all votes on important
issues, such as the governing bodies, the central party newspaper and the party
program (in the latter case, securing the adherence of the Mensheviks and other
currents). It also developed into forming the influential Bolshevik current,
with ideological coherence, which came to garner the majority support of the industrial
workers and toilers.
[10] Deparámos com várias traduções
da proposta de Martov do §1, nomeadamente quanto à palavra fulcral «apoio». A
versão portuguesa, usada, é a das edições Avante!.
Na versão espanhola das bem documentas edições Akal, em vez de «dá o seu apoio pessoal» é usado «colabore
pessoalmente». Teríamos, portanto, colaboradores em vez de apoiantes. Na versão
inglesa do Marxists Internet Archive -- Account
of the Second Congress of the R.S.D.L.P., September, 2003, Publisher
unknown (editor desconhecido) -- consta «pessoalmente trabalhe» o que
praticamente não distingue a proposta de Martov da de Lenine. No original em
russo a palavra usada é sodeystviye
(содействие) com o significado de assistência, apoio, cooperação. Portanto, a
versão das edições Avante! é
correcta. A versão espanhola é aceitável. A citada versão inglesa é errada.
We came across several translations of Martov's
proposal of §1, namely as regards the keyword "support". The
Portuguese version, we use, is that of the Avante!
Editions. In the Spanish version of the well-documented Akal editions, instead of “gives his personal support” is written “personally
collaborates”. We would then have collaborators rather than supporters. In the
English version of the Marxists Internet Archive - Account of the Second Congress of the R.S.D.L.P., September, 2003, Publisher unknown [???] - it appears as "by
personal work" which practically does not distinguish the proposal of
Martov from the one of Lenin! In the Russian original the word used is sodeystviye (содействие) with the meaning of assistance, support,
cooperation. Therefore, the Avante! version
is correct. The Spanish version is acceptable. The
mentioned English version is wrong.
[11] Trotski, Martov
e restantes mencheviques, com o apoio de facções ainda mais à direita (Bund,
economistas, centristas) venceram a votação contra a formulação de Lenine por
28 votos contra 23.
Trotsky,
Martov and the other Mensheviks, with the support of factions to their right
(Bund, economists, centrists) won the vote against Lenin's formulation by 28
votes to 23.