sábado, 10 de março de 2018

O Tratado de Brest-Litovsk (II) | The Brest-Litovsk Treaty (II)

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(I)
1 – Introdução    | Introduction
2 – Preparativos | Preparations
3 – Armistício      | Armistice
4 – Inauguração da Conferência de Paz | Inauguration of the Peace Conference
5 – O Primeiro Ultimato | First Ultimatum
      Apêndice – As Posições Políticas de Kamenev até Abril de 1918
      Appendix – The Poltical Positions of Kamenev up to April 1918
       Notas e Referências | Notes and References
Este artigo
This article
(II)
6 – As Teses Leninistas e seus Opositores | The Leninist Theses and their Opponents
7 – «Nem Paz, Nem Guerra» | "Neither Peace, Nor War"
8 – O Ultimato Final               | Final Ultimatum
9 – «A Fraseologia Revolucionária» | “Revolutionary Phrase-Making”
      Apêndice – As Posições Políticas de Bukharin até Abril de 1918
      Appendix – The Poltical Positions of Bukharin up to April 1918
       Notas e Referências | Notes and References


Concluímos neste artigo a análise do tratado de Brest-Litovsk que iniciámos num artigo anterior.


6 – As Teses Leninistas e seus Opositores

Em 21 de Janeiro de 1918, logo depois do regresso de Trotski de Brest-Litovsk para Petrogrado, teve lugar uma reunião de membros do CC com funcionários do partido (63 pessoas). Lenine leu as suas Teses sobre a Questão da Conclusão Imediata de uma Paz Separada e Anexionista. As Teses (incluídas em Para a História da Questão da Paz Infeliz) são uma obra-prima de análise política marxista. Sintetizamo-las aqui em quatro secções:

I) O governo alemão já apresentou um ultimato. Ou aceitamos a paz anexionista ou travamos uma guerra revolucionária. Não há solução intermédia. A decisão é inadiável. fizemos todo o possível para arrastar as negociações (pontos 7 e 8 das Teses).
II) A revolução socialista precisa de um desafogo de vários meses para organizar-se e consolidar-se (pontos de 1 a 5). Concluindo uma paz separada aproveitamos a hostilidade entre os dois grupos imperialistas para durante certo tempo consolidar a revolução (ponto 20).
III) Nas próximas semanas ou meses o nosso exército não está em condições de repelir com êxito uma ofensiva alemã (ponto 1). O campesinato pobre da Rússia não está em condições de empreender uma guerra revolucionária. Seria um erro fatal ignorar a correlação das forças de classe quanto a isto (pontos 13 a 17). Seria inadmissível jogar-se numa cartada o destino da revolução apenas na esperança de que num prazo muito próximo comece a revolução na Alemanha. Seria uma aventura. (pontos 6, 18 e 19).
IV) Os argumentos a favor de uma guerra revolucionária imediata são falsos (pontos 9 a 11):
i) Uma paz separada será um acordo com os imperialistas alemães, etc. É falso. Uma nação fraca que consente em assinar condições de paz desvantajosas para si […] se nesse momento não tem forças para travar a guerra, não comete a menor traição ao socialismo.
ii) Ao concluir a paz tornamo-nos agentes do imperialismo alemão, pois lhe damos a possibilidade de libertar tropas da nossa frente, etc. É falso. A guerra revolucionária também faria de nós agentes do imperialismo anglo-francês, dando-lhe força para os seus fins. Em ambos os casos não nos livramos completamente de um ou outro laço imperialista. O princípio que deve basear a nossa táctica não é o de qual dos dois imperialismos é mais vantajoso ajudar, mas de como mais segura e firmemente garantir à revolução socialista a possibilidade de se reforçar, ou pelo menos de se manter num país até que outros países se lhe juntem. [itálicos nossos]

Na reunião alargada do CC havia 3 grupos de opinião:

1) O grupo leninista, que defendia a necessidade de assinar imediatamente a paz separada e anexionista com os alemães. Lenine argumentava que a jovem Rússia Soviética precisava de uma trégua para pôr a economia em ordem e preparar um novo exército socialista capaz de proteger o país dos ataques do imperialismo. O novo exército acabava apenas de nascer [19].
2) O dos «comunistas de esquerda» -- um grupo liderado por N. Bukharin [20] -- que exigia romper as negociações defendendo a palavra de ordem de «guerra revolucionária» com os alemães. Já no passado Bukharin tinha tomado posições dúbias, conforme mostramos abaixo em Apêndice. Uns anos mais tarde o «esquerdista» Bukharin irá passar a posições de direita.
3) O trotskista, que defendia a tese de «não firmamos a paz, não continuaremos a guerra, desmobilizaremos o exército» («nem paz nem guerra»), contando com «os alemães não atacarão» porque vem aí a revolução na Alemanha.
Nas Teses a política aventureira dos «comunistas de esquerda» e trotskistas, que podia levar à destruição do Estado soviético, era analisada em detalhe nos pontos mencionados nas secções III e IV acima.

A oposição mais importante e perigosa era a dos «comunistas de esquerda», que atacava furiosamente Lenine dizendo que este era de direita. Estava espalhada em várias organizações do POSDR(b), nomeadamente em Moscovo, Petrogrado, Urais, Ucrânia e Sibéria. Em 28 de Dezembro de 1917 o plenário do Comité Regional de Moscovo, na altura dominado pelos «comunistas de esquerda» Lomov, Maksimovsky, Osinsky, Sapronov, Stukov, etc., adoptou uma resolução exigindo o fim das negociações de paz e uma ruptura diplomática com todos os estados capitalistas. No mesmo dia, a maioria do Comité de Petersburgo, que incluía Bokyi, S. Kosior, Fenigstein e S. Ravich, pronunciou-se contra as condições de paz alemãs. A 10 de Janeiro de 1918 o Comité Regional de Moscovo aprovou uma resolução que exigia romper as negociações com a Alemanha. Mesmo bolcheviques honestos e experientes como F. Djerjinsky, V, Kuibytchev e M. Frunze não discordaram de imediato com os «comunistas de esquerda». A luta contra os «comunistas de esquerda» teve de passar por um longo período de esclarecimento e persuasão de Lenine.

Na citada reunião de 21 de Janeiro Lenine mostrou que travar a guerra nas condições de grave crise económica, de enorme fadiga do povo devido a mais de três anos de guerra imperialista, de sabotagem e resistência da burguesia russa, de ausência de um exército firme e desejoso de lutar contra interesses estrangeiros, seria uma aventura. Insistiu em que era preciso iniciar de imediato um período de trégua. Contra Lenine, pronunciaram-se Trotski, Kamenev, Preobrajensky, Lomov, Osinsky, e Yakovleva. Na votação final as teses de Lenine foram apoiadas por 15 participantes, 16 votaram a favor de Trotski e 32 a favor dos «comunistas de esquerda». O historiador burguês Wheeler-Bennett (ver artigo anterior) refere, sem citar a fonte, que nessa reunião a tese de Trotski foi apoiada por Estaline e Kamenev, e que a proposta de Bukharin foi apoiada por Alexandra Kollontai, Bela Kun, Pokrovsky, Pyatakov, Radek, e Uritsky.

Trotski diz em A Minha Vida que a sua tese servia de «ponte» entre a de Lenine e a dos «comunistas de esquerda» (o «unificador» Trotski outra vez como «ponte») e que era esta «ponte» que iria ser atravessada depois da reunião de 21 de Janeiro. Descreve o seguinte diálogo entre ele e Lenine:

Lenine: «Muito bem, suponhamos que de facto nos negámos a assinar a paz, e que os alemães respondem com um avanço. O que vai você fazer então?»
Trotski: «Assinaremos a paz na ponta das baionetas. A situação será clara para todo o mundo».

Lenine: «Mas nesse caso você não apoiará o slogan da guerra revolucionária, certo?»

Trotski: «Em nenhuma circunstância.»
Lenine: «Nesse caso, a [sua] experiência não será provavelmente tão perigosa. Só arriscaremos perder a Estónia ou a Letónia.», «Por causa de uma boa paz com Trotski, a Letónia e Estónia valem a pena perder-se.»

Só temos a palavra de Trotski – repetida por Wheeler-Bennett – sobre esta incredível cena. Incredível porque: Lenine em reuniões e documentos posteriores continuou a lutar esforçadamente por assinar imediatamente a paz e nunca defendeu a «ponte»; Lenine era totalmente contra políticas aventureiras de «fazer experiências»; Lenine preocupava-se com a Estónia e com o possível avanço alemão sobre Petrogrado facilitado pela ocupação da Estónia; a experiência de Trotski envolvia precisamente um risco acrescido de guerra revolucionária (assinar a paz na ponta das baionetas) e em piores condições; as votações na reunião seguinte do CC em 24 de Janeiro só são compreensíveis com Lenine estando contra a «experiência» de Trotski.
O objetivo desta cena é claro: Trotsky oferece-se uma desculpa da sua traição ao partido, como iremos ver.

Trotski diz, a seguir: «Foi nesta sessão decisiva de 22 de Janeiro que o Comité Central adoptou as minhas propostas: atrasar as negociações; no caso de um ultimato alemão, declarar a guerra terminada mas com a recusa de assinar a paz». Em primeiro lugar, a «reunião decisiva» não foi a 22 mas a 24 de Janeiro; um erro repetido por Wheeler-Bennett. Em segundo lugar, dessa reunião existe uma Acta dos discursos de Lenine -- Discursos sobre a Guerra e a Paz numa Reunião do CC do POSDR(b) -- publicada em 1922 em vida de Lenine; estes discursos, que constam das obras completas de Lenine publicadas em espanhol e francês, mas por qualquer razão não em inglês (MIA), desmentem Trotski. Lenine diz nomeadamente: «O que propõe o camarada Trotsky [...] é uma manifestação política internacional. Ao retirar as nossas tropas, o que conseguimos fazer com isso é entregar a República Socialista da Estónia aos alemães. [...] Se os alemães iniciarem a ofensiva, seremos obrigados a assinar qualquer tratado de paz e então, como é natural, isso será pior». Eis o que Lenine pensava da «ponte».

Seguiu-se uma votação sobre se seria de empreender uma guerra revolucionária. Os «comunistas de esquerda» tiveram 2 votos contra 11. A seguir, uma parte dos «comunistas de esquerda» (Bukharin, Uritski e Lomov) atravessou a «ponte»: juntou-se à proposta de Trotski, o que não é de admirar. Esta venceu por 9 votos contra 7 a proposta de Lenine. Segundo a Acta, Lenine propôs atrasar por todos os meios as negociações «Considerando a ausência de uma unidade sólida sobre a questão da paz entre os membros do Comité Central», o que foi aprovado por 12 votos contra 1 [21]. Lenine também insistiu com Trotski que se os alemães apresentassem um ultimato havia que assinar a paz. Trotski em A Minha Vida (tanto quanto sabemos o único trabalho de Trotski que menciona a reunião de 24 de Janeiro) omite as votações e distorce o que se passou nessa reunião.

A questão da paz também foi discutida no Terceiro Congresso de Toda a Rússia dos Sovietes. Em 14 de Janeiro de 1918, por sugestão da facção bolchevique, o congresso aprovou uma resolução expressando plena confiança no governo soviético e também aprovando todas as suas actividades visando a paz. (Protokoly ... [21].)


As delegações russa e alemã voltaram a encontrar-se em Brest-Litovsk a 29 de Janeiro. As dicussões centraram-se em torno da Ucrânia. Neste tópico os alemães propuseram a 4 de Fevereiro um adiamento das negociações para 7 de Fevereiro; isto foi feito a fim de dar oportunidade a alemães e austríacos de discutir em Berlim a melhor maneira de pillhar a Ucrânia.

Entretanto, Lenine continuava a defender a tese de assinar a paz. A 1 de Fevereiro, numa reunião do CC [22], diz que a melhor maneira de dissuadir os camaradas que defendem a guerra revolutionária é irem à linha da frente e verem com os próprios olhos que é impossível travar a guerra. Propõe uma conferência para o dia seguinte (veio a ser a 3 de Fevereiro), onde, na questão da paz, cada grupo de opinião apresentaria os seus argumentos. A proposta foi aprovada.

Não se conservou a Acta da reunião de 3 de Fevereiro. Só se conservou o registo das votações em 10 questões relacionadas com a paz [23]. Sobre a questão principal – É permissível assinar agora uma paz anexionista dos alemães? -- 5 votaram sim (Lenine, Estaline, Muranov, Sergeyev, Sokolnikov); 9 votaram não (Lomov, Krestinsky, Bubnov, Kosior, Osinsky, Stukov, Preobrajensky, Spunde, Fenigstein). Zinoviev, Bukharin e Uritsky abandonaram a reunião antes da votação.

Retomadas as negociações a 7 de Fevereiro, elas incidiram no tratado de paz das Potências Centrais com a Rada. Foi assinado a 9 de Fevereiro, sob protesto da delegação russa. Voltou-se a discutir a questão da autodeterminação, mantendo-se o diferendo entre as condições democráticas avançadas pela delegação russa e as condições de controlo por elementos sujeitos aos alemães, defendidas por estes. O Alto Comando alemão insistiu com Kühlmann para apresentar um ultimato ao CCP. Kühlmann procurou a 8 de Fevereiro que Trotsky aceitasse um compromisso concedendo Riga e as ilhas do golfo de Riga à RSFSR. Trotsky recusou e conferenciou telegraficamente com Lenine e Estaline na noite de 9 de Fevereiro. O que Trotsky disse não é conhecido. Mas é conhecido o telegrama resposta de Lenine e Estaline que confirmava anteriores instruções: «Você conhece o nosso ponto de vista; foi ultimamente confirmado, sobretudo depois da carta de Ioffe. […] Mantenha-nos informados.» [24]

Na tarde de 10 de Fevereiro Trotsky fez uma declaração em nome do CCP [25] às delegações da Quádrupla Aliança em Brest-Litovsk. Incluía o seguinte trecho que violava as anteriores instruções:

[…] o governo da República Federal da Rússia informa os governos e os povos unidos na guerra contra nós, os países aliados e neutros, que, ao recusar-se a assinar uma paz de anexação, a Rússia declara pelo seu lado terminado o estado de guerra com a Alemanha, a Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária. As tropas russas estão a receber agora uma ordem de desmobilização geral […]

A Rússia Soviética não assinava a paz, cessava a guerra e desmobilizava o exército! As delegações retiraram-se. Em Petrogrado, Moscovo, etc., a contra-revolução exultava. Os bolcheviques tinham caído na armadilha da «guerra revolucionária». Agora viriam aí os alemães que esmagariam o poder soviético.


No dia 16 de Fevereiro Lenine recebeu o seguinte telegrama do general Samoilo, que tinha ficado em Brest-Litovsk: «O general Hoffmann anunciou hoje oficialmente que o armistício concluído com a República Russa termina em 18 de Fevereiro às 12 horas e a guerra será retomada nesse dia. Convidou-me, portanto, a deixar Brest-Litovsk».

O CC reuniu-se a 17 de Fevereiro. Pela moção de Lenine, de iniciar imediatamente novas negociações com a Alemanha para assinar a paz, votaram 5 membros do CC (Lenine, Estaline, Sverdlov, Sokolnikov, Smilga) e 6 votaram contra (Trotski, Bukharin, Lomov, Uritski, loffe, Krestinski). Mas quando a questão foi apresentada assim: «Se a ofensiva alemã acontecer sem que haja um ascenso revolucionário na Alemanha e na Áustria, assinaremos a paz?», Trotski votou afirmativamente, Bukharin, Lomov, Uritski e Krestinski abstiveram-se, e só Ioffe votou contra. Desta forma, a moção de Lenine foi aprovada. (Protokoly ... [21].)

A 18 de Fevereiro o CC reuniu-se de manhã [26]. Lomov e Bukharin pretenderam atrasar a discussão da questão da paz. Lenine opôs-se e a sua proposta de discutir o envio de um telegrama aos alemães sobre a paz foi aceite. Na discussão, Lenine refere que há boas razões para crer que as alemães querem uma ofensiva para derrubar o governo soviético e que, se não se fizer nada e quando a ofensiva se declarar se for explicar isso ao povo, só se criará mais confusão no povo. Trotski e Bukharin opõem-se ao envio de um telegrama oferecendo a paz. Na votação a proposta de Lenine é rejeitada por 7 votos contra 6.

A reunião do CC recomeçou ao fim da tarde em situação tensa, quando já era conhecido que a ofensiva alemã tinha efectivamente começado em toda a frente [27]. Os «comunistas de esquerda» continuaram a manifestar-se contra a proposta de Lenine. Trotski propôs que se perguntasse a Berlim e Viena que exigências impunha o governo alemão, sem informar que se aceitava a paz. Sverdlov, Estaline e Zinoviev pronunciaram-se a favor do envio de um telegrama ao governo alemão informando que se aceitava retomar as negociações. Lenine conseguiu pela primeira vez obter a maioria dos votos. A sua proposta sobre o envio de um telegrama ao governo alemão foi aprovada por 7 votos contra 6.

O telegrama é escrito por Lenine na noite de 18 de Fevereiro [28] e chega a Berlim na manhã de 19 de Fevereiro. No mesmo dia Lenine expôs aos grupos bolcheviques e SR de esquerda do CEC as razões porque não havia outra saída senão assinar a paz [29]. Os alemães atrasaram propositadamente a resposta para poderem continuar a ofensiva, ocupando uma série de cidades e ameaçando Petrogrado. O perigo que paira sobre a RSFSR é tão grave que, em nome do CCP, Lenine manda publicar a 21 de Fevereiro a famosa proclamação A Pátria Socialista Está em Perigo! [30].

A resposta alemã só chegou a Petrogrado na manhã de 23 de Fevereiro e continha condições mais duras de paz, conforme previra Lenine. Exigia-se uma resposta do CCP em 48 horas. No mesmo dia reuniram-se os grupos bolchevique e SR de esquerda do CEC [31]. Krilenko anunciou que o exército desmobilizava espontaneamente. Apesar disso, os bolcheviques Radek e Ryazanov e o SR de esquerda Steinberg falaram contra a conclusão da paz!

No mesmo dia houve uma reunião do CC [32] convocada por motivo das novas condições de paz alemãs que exigiam resposta em 48 horas. Os «comunistas de esquerda» (Bukharin, Uritski, Lomov) opuseram-se à proposta de Lenin de aceitar imediatamente as condições alemãs. Trotski declarou que, por estar em desacordo com Lenine, abandonava o cargo de Comissário do Povo das Relações Externas. Com Lenine estavam Sverdlov, Zinoviev e Sokolnikov. Estaline, na sua primeira intervenção, propôs iniciar as negociações de paz, mas sem a assinar. Eis alguns extractos das intervenções de Lenine: «Quando os nossos membros do Comité Central falam daa guerra civil internacional, isso é uma burla. Há guerra civil na Rússia, mas não na Alemanha.[…] Estaline equivoca-se quando diz que pode não assinar-se [a paz]. Há que assinar essas condições. Se não as assinamos, assinaremos a sentença de morte do poder soviético daqui a três semanas»; «O camarada Lomov pergunta se Vladimir Ilitch admite agitação surda e declarada contra a assinatura da paz. O camarada Lenine responde afirmativamente». No final, votaram pela aceitação imediata do ultimato alemão Lenine, Stasova, Zinoviev, Sverdlov, Estaline e Smilga; votaram contra Bubnov, Uritski, Bukharin e Lomov; abstiveram-se Trotski, Krestinski, Djerjinski e Ioffe. Depois da votação, o grupo dos «comunistas de esquerda» -- Bukharin, Lomov, Bubnov, Piatakov, Iakovleva, Uritski -- declararam que renunciavam a todos os cargos de responsabilidade no partido e nos sovietes, reservando-se completa liberdade de fazer agitação dentro e fora do partido.

As posições de Trotski, «comunistas de esquerda», socialistas-revolucionários, etc., são discutidas de novo por Lenine na reunião do CC a 24 de Fevereiro [33]. O CCP comunicou nesse dia aceitar o ultimato alemão. Krilenko perguntou a Hoffmann por rádio se condições de armistício semelhantes às que existiam antes do dia 18 entrariam em vigor. Hoffmann respondeu que o antigo armistício estava morto e que de acordo com as condições alemãs a paz deveria ser concluída dentro de três dias após a chegada dos russos a Brest-Litovsk. Até então, a guerra teria de continuar para «protecção da Finlândia, Estónia, Livónia e Ucrânia». Dois dias depois os alemães chegavam a Narva e os russos foram informados de que poderiam enviar a Brest-Litovsk a delegação para assinar a paz. No sul, alemães e austríacos ainda avançavam na Ucrânia.

A delegação russa chefiada por Sokolnikov chegou a Brest-Litovsk na tarde de 28 de Fevereiro e insistiu em que a sua chegada marcasse o fim das hostilidades. Hoffmann recusou. Os turcos aproveitaram para adicionar territórios no Mar Negro, que ocupavam, aos termos do tratado. As negociações de paz começaram a 1 de Março. Sokolnikov mostrou-se pronto a assinar o «ultimato». Os alemães procuraram humilhar a delegação russa. Replicaram que não era um ultimato pois os russos eram livres de assinar ou não e que, para dar tempo de discutir os aspectos técnicos do tratado, através de comissões, marcariam reunião para o dia seguinte. O suplício dos russos durou até às 17H00 de 3 de Março quando foi assinado o ultimato (ver mapa abaixo). A Rússia perdia 34% da sua população, 32% de terras aráveis, 85% da terra de beterraba sacarina, 54% de empresas industriais e 89% das minas de carvão.
6 - The Leninist Theses and their Opponents


On January 21, 1918, shortly after Trotsky's return from Brest-Litovsk to Petrograd, a meeting of CC members with party officials (63 people) took place. Lenin read his Theses on the Question of the Immediate Conclusion of a Separate and Anexionist Peace. The Theses (included in On the History of the Question of the Unfortunate Peace) are a masterpiece of Marxist political analysis. We synthesize them here in four sections:


I) The German government has already presented an ultimatum. Either we accept the annexationist peace or wage a revolutionary war. No middle course is possible. The decision is urgent. We have done everything possible to protract the negotiations (points 7 and 8 of the Theses).
II) The socialist revolution needs a respite of several months to organize and consolidate itself (points 1 through 5). By concluding a separate peace, we take advantage of the hostility between the two imperialist groups for a certain time to consolidate the revolution (point 20).
III) In the coming weeks or months our army is not in a position to successfully repel a German offensive (point 1). The poor peasantry of Russia is not in a position to wage a revolutionary war. It would be a fatal mistake to ignore the correlation of class forces in this matter (points 13 through 17). It would be unacceptable to gamble the fate of the revolution only in the hope that the revolution in Germany will soon begin. It would be an adventure. (points 6, 18 and 19).
IV) The arguments in favor of an immediate revolutionary war are false (points 9 through 11):
i) A separate peace will be an agreement with the German imperialists, etc. It is false. A weak nation that agrees to sign disadvantageous peace conditions for itself ... if it does not have the strength to wage war at that moment, does not commit the slightest betrayal of socialism.
ii) When we conclude peace we become agents of German imperialism, because we give it the possibility of liberating troops from our front, etc. It is false. The revolutionary war would also make us agents of Anglo-French imperialism, giving it strength for its ends. In both cases we are not completely free of one or another imperialist bond. The underlying principle of our tactics must not be  which of the two imperialisms it is more profitable to aid, but rather how the socialist revolution can be most firmly and reliably ensured the possibility of consolidating itself, or, at least, of maintaining itself in one country until it is joined by other countries. [our emphasis]

There were 3 opinion groups at the enlarged CC meeting:


1) The Leninist group, who defended the need of immediately signing the separate and annexationist peace with the Germans. Lenin argued that the young Soviet Russia needed a truce to put the economy in order and prepare a new socialist army capable of protecting the country from the attacks of imperialism. The new army had only just been born [19].

(2) That of the "Left Communists" -- a group led by N. Bukharin [20] -- who demanded to break off the negotiations and defended the slogan of "revolutionary war" with the Germans. Already in the past Bukharin had taken dubious positions, as shown below in Appendix. A few years later one will see the "leftist" Bukharin moving to right-wing positions.
3) The Trotskyist, who defended the thesis of "we do not sign the peace, we will not continue the war, we will demobilize the army" ("neither peace, nor war"), counting on "the Germans will not attack" because the revolution in Germany is coming.
In the Theses the adventurous policy of the "Left Communists" and Trotskyites, which could lead to the destruction of the Soviet State, was analyzed in detail in the points mentioned in sections III and IV above.

The most important and dangerous opposition was that of the "Left Communists," who fiercely attacked Lenin saying that he was a right-winger. It was spread in several organizations of the RSDLP(B), namely in Moscow, Petrograd, Urals, Ukraine and Siberia. On December 28, 1917, the plenary of the Moscow Regional Committee, dominated at the time by the "Left Communists" Lomov, Maksimovsky, Osinsky, Sapronov, Stukov, etc., adopted a resolution calling for an end to the peace negotiations and a diplomatic break with all the capitalist states. On the same day, a majority of the Petersburg Committee, which included Bokyi, S. Kosior, Fenigstein and S. Ravich, spoke out against German peace conditions. On January 10, 1918, the Moscow Regional Committee passed a resolution calling for a break with the negotiations with Germany. Even honest and experienced Bolsheviks like F. Dzherzhinsky, V, Kuibychev and M. Frunze did not immediately disagree with the "Left Communists". The struggle against the "Left Communists" had to go through a long period of explanation and persuasion by Lenin.

At the aforementioned meeting on January 21 Lenin showed that waging war in the conditions of a serious economic crisis, of ancredible fatigue of the masses from more than three years of imperialist war, of sabotage and resistance of the Russian bourgeoisie, in the absence of a firm army, desirous of fighting against foreign interests -- that it would be an adventure. Lenin insisted that a period of truce should have to be started immediately. Trotsky, Kamenev, Preobrazhensky, Lomov, Osinsky, and Yakovleva, spoke up against Lenin. In the final vote Lenin's theses were supported by 15 participants, 16 voted in favor of Trotsky and 32 in favor of the "left communists". The bourgeois historian Wheeler-Bennett (see previous article) states, without citing the source, that at that meeting Trotsky's thesis was supported by Stalin and Kamenev, and that Bukharin's proposal was supported by Alexandra Kollontai, Bela Kun, Pokrovsky, Pyatakov, Radek, and Uritsky.

Trotsky says in My Life that his thesis served as a "bridge" between that of Lenin and that of the "Left Communists" (the "unifier" Trotsky again as "bridge") and that this "bridge" was to be crossed after the meeting on 21 January. He describes the following dialogue between him and Lenin:

Lenin: -- “All right, let’s suppose that we have actually refused to sign a peace, and that the Germans answer it by an advance. What are you going to do then?”
Trotsky: -- “We will sign peace at the point of a bayonet. The situation will be clear to all the world.”
Lenin: “But in that case, you won’t support the slogan of revolutionary war, will you?”
Trotsky: ’’Under no circumstances.”
Lenin: “In that case, the [your] experiment will probably not be so dangerous. We will only risk losing Esthonia or Latvia.”, “For the sake of a good peace with Trotsky, Latvia and Esthonia are worth losing.”


We only have the word of Trotsky -- repeated by Wheeler-Bennett -- on this incredible scene. Incredible, because: Lenin in later documents snd meetings continued to strive hard to sign peace immediately and he never defended Trotsky’s "bridge"; Lenin was totally and absolutely against adventurous policies of “making experiments”; Lenin did worry about Estonia and the possible German advance on Petrograd facilitated by the occupation of Estonia; Trotsky's experience involved an increased risk of revolutionary war (peacemaking at the point of bayonets) and worse conditions; the voting results of the following CC meeting of January 24 are understandable only with Lenin being against Trotsky's “experiment”.

The purpose of this scene is clear: Trotsky self-provides an excuse of his betrayal to the party, as we shall see.

Trotsky goes on to say: «It was at this decisive session of January 22, that the Central Committee adopted my proposals: to delay negotiations; in the event of a German ultimatum, to declare war at an end, but to refuse to sign peace". Firstly, the “decisive meeting” was not on 22 but on 24 January; a mistake repeated by Wheeler-Bennett. Secondly, the Minutes of this meeting with Lenin’s speeches exist -- Speeches on War and Peace at a Meeting of the Central Committee of the RSDLP(B) -- published in 1922, in the life of Lenin; these speeches, which appear in the complete works of Lenin published in Spanish and French, but for some reason not in English (MIA), disprove Trotsky. Lenin says in particular: “What comrade Trotsky proposes [...] is an international political demonstration. By withdrawing our troops, what we are able to accomplish with this is to hand over the Socialist Republic of Estonia to the Germans. [...] If the Germans start the offensive, we will be forced to sign any peace treaty and in such case, of course, it will be a worse one." Here it is what Lenin thought of the "bridge."

There followed a vote on whether or not to wage a revolutionary war. The “Left Communists” got 2 votes against 11. Following this, a section of the “Left Communists” (Bukharin, Uritsky and Lomov) crossed over the “bridge”: they joined Trotsky's proposal, which was not surprising. This proposal won by 9 votes against 7 Lenin's proposal. According to the Minutes, Lenin then -- "Taking into account the absence of solid unity on the question of peace among the members of the Central Committee" -- motioned to delay by all means the negotiations, which was adopted by 12 votes to 1 [21]. Lenin also insisted with Trotsky that if the Germans presented an ultimatum they had to sign the peace. Trotsky in My Life (as far as we know this is Trotsky's single work mentioning the meeting of 24 January) omits the votes and distorts what happened at that meeting.

The question of peace was also discussed at the Third All-Russia Congress of of Soviets. On January 14, 1918, at the suggestion of the Bolshevik faction, the Congress passed a resolution expressing full confidence in the Soviet government and also approving all its activities aimed at peace. (Protokoly ... [21].)

7 - «Neither Peace, nor War»


The Russian and German delegations met again in Brest-Litovsk on 29 January. The discussions centered on Ukraine. On this topic, the Germans proposed on the 4th February an adjournment of the negotiations for February 7; this was done for the purpose of giving Germans and Austrians the opportunity to discuss in Berlin the best way to plunder Ukraine.



In the meantime Lenin continued to defend his thesis of signing the peace. On the 1st  of February, at a meeting of the CC, [22] he says that the best way to dissuade the comrades who defend the revolutionary war is to go to the front line and see with their own eyes that it is impossible to wage war. He proposed a conference for the next day (it came to be February 3), where, in the matter of peace, each group of opinion would present the respective arguments. The proposal was approved.


The Minutes of the meeting of February 3 were not kept. There is only a record of the vote on 10 questions connected with the conclusion of peace [23]. On the main question -- Is it permissible to sign a German annexationist peace now? -- 5 voted yes (Lenin, Stalin, Muranov, Sergeyev, Sokolnikov); 9 voted no (Lomov, Krestinsky, Bubnov, Kosior, Osinsky, Stukov, Preobrazhensky, Spunde, Fenigstein). Zinoviev, Bukharin and Uritsky left the meeting before the vote.

When the negotiations resumed on February 7, they focused on the peace treaty between the Central Powers and the Rada. This treaty was signed onFebruary 9, under protest from the Russian delegation. The issue of self-determination was again discussed, with the dispute between the democratic conditions put forward by the Russian delegation and the conditions of control by elements subject to the Germans being defended by the latter. The German High Command insisted with Kühlmann to present an ultimatum to the CPC. Kühlmann sought on 8 February that Trotsky should accept a compromise by granting Riga and the islands of the Gulf of Riga to the RSFSR. Trotsky refused and conferred telegraphically with Lenin and Stalin on the evening of 9 February. What Trotsky said is not known. But the reply telegram from Lenin and Stalin, which confirms previous instructions, is known: "You know our standpoint; it has lately been confirmed, especially after Joffe's letter. [...] Keep us informed. "[24]

On the afternoon of 10 February Trotsky made a statement on behalf of the CPC [25] to the delegations of the Quadruple Alliance in Brest-Litovsk. It included the following passage that violated the above instructions:


[…] the Government of the Russian Federal Republic informs the governments and peoples united in war against us, the Allied and neutral countries, that, in refusing to sign a peace of annexation, Russia declares, on its side, the state of war with Germany, Austria-Hungary, Turkey, and Bulgaria as ended. The Russian troops are receiving at the same time an order for a general demobilization […].



Soviet Russia did not sign the peace and was ending the war and demobilizing the army! The delegations parted ways. In Petrograd, Moscow, etc., the counter-revolution was jubilant. The Bolsheviks had fallen into the trap of "revolutionary war." Now the  Germans would come and would crush the Soviet power.


8 - The Final Ultimatum


On February 16, Lenin received a telegram from general Samoilo, who was left behind at Brest-Litovsk: “General Hoffmann today gave official notice that the armistice concluded with the Russian Republic comes to an end on February 18 at 12 o'clock, and that war will be renewed on that day. He therefore invites me to leave Brest-Litovsk.”


The CC met on 17 February. For Lenin's motion to immediately start new negotiations with Germany to sign the peace stood 5 members of the CC (Lenin, Stalin, Sverdlov, Sokolnikov, Smilga) and 6 voted against (Trotsky, Bukharin, Lomov, Uritski, loffe, Krestinski ). But when the question was put this way: "If the German offensive takes place without there being a revolutionary ascent in Germany and Austria, will we sign the peace?", Trotsky voted affirmatively, Bukharin, Lomov, Uritski and Krestinski abstained, and only Joffe voted against. In this way, Lenin's motion was approved. (Protokoly ... [21].)


On 18 February the CC met in the morning [26]. Lomov and Bukharin sought to delay discussing the peace issue. Lenin objected and his proposal to discuss sending a telegram to the Germans on peace was accepted. In the discussion, Lenin says there is good reason to believe that the Germans want an offensive to overthrow the Soviet government, and if nothing is done and an explanation is presented to the people when the offensive is unfolding, it will only create more confusion in the people. Trotsky and Bukharin oppose sending a telegram offering peace. Lenin's proposal is rejected by 7 votes to 6.


The CC meeting resumed in the late afternoon in a tense situation, when it was already known that the German offensive had indeed begun on the whole front [27]. The "Left Communists" continued speaking out against Lenin's proposal. Trotsky motioned to ask Berlin and Vienna what demands did the German government impose, without informing that peace would be accepted. Sverdlov, Stalin and Zinoviev were in favor of sending a telegram to the German government stating that the resumption of negotiations was accepted. Lenin managed to get the majority of the votes for the first time. His proposal to send a telegram to the German Government was adopted by 7 votes to 6.

The telegram is written by Lenin in the night of February 18 [28] and arrives in Berlin on the morning of 19 February. On the same day Lenin explained to the Bolshevik and Left SR groups of the CEC the reasons why there was no other way than to sign the peace [29]. The Germans deliberately delayed the response in order to continue the offensive, occupying a number of cities and threatening Petrograd. The danger hanging over the RSFSR is so serious that, on behalf of the CPC, Lenin orders to publish on 21 February the famous proclamation The Socialist Fatherland Is in Danger! [30].

The German answer only arrived to Petrograd on the morning of February 23 and contained harsher conditions of peace, as Lenin had foreseen. A CPC response was required within 48 hours. On the same day the Bolshevik and Left SR groups of the CEC met [31]. Krilenko announced that the army was demobilizing spontaneously. Despite this, the Bolsheviks Radek and Ryazanov and the Left SR Steinberg spoke against the conclusion of the peace!

On the same day was convened a meeting of the CC [32] to discuss the new German peace conditions that demanded a 48 hour response. The "Left Communists" (Bukharin, Uritski, Lomov) opposed Lenin's proposal to accept German conditions immediately. Trotsky stated that, because he was in disagreement with Lenin, he left the position of People's Commissar of External Affairs. With Lenin were Sverdlov, Zinoviev, and Sokolnikov. Stalin, in his first speech, proposed to start peace negotiations, but without signing it. Here are excerpts from Lenin's remarks: "When our members of the Central Committee speak of the international civil war, this is a mockery. There is civil war in Russia, but not in Germany [...] Stalin is mistaken when he says that he cannot sign [the peace]. These conditions must be signed. If we do not sign them, we will sign the death sentence of the Soviet power in three weeks”; «Comrade Lomov asks if Vladimir Ilyich admits muffled and declared agitation against the signing of peace. Comrade Lenin answers yes." In the end, Lenin, Stasova, Zinoviev, Sverdlov, Stalin and Smilga voted for the immediate acceptance of the German ultimatum; Bubnov, Uritsky, Bukharin and Lomov voted against; Trotsky, Krestinski, Dzherzhinski and Joffe abstained. After the vote, the “Left Communists” -- Bukharin, Lomov, Bubnov, Piatakov, Iakovleva and Uritsky -- declared that they renounced all positions of responsibility in the party and in the soviets, reserving for themselves complete freedom of agitation inside and outside the party.

The positions of Trotsky, "Left Communists," Socialist-Revolutionaries, etc., were discussed again by Lenin at the CC meeting on 24 February. [33] The CPC announced on that day to accept the German ultimatum. Krylenko asked Hoffmann by radio if armistice conditions similar to those that existed before the 18th would take effect. Hoffmann replied that the old armistice was dead and that according to German conditions peace should be completed within three days after the Russians arrived to Brest-Litovsk. Until then, the war would have to continue for “protection of Finland, Estonia, Livonia and Ukraine”. Two days later the Germans arrived in Narva and the Russians were informed that they could send the delegation to Brest-Litovsk to sign the peace. In the South, Germans and Austrians were still advancing in Ukraine.

The Russian delegation headed by Sokolnikov arrived in Brest-Litovsk on the afternoon of 28 February and insisted that his arrival would mark the end of hostilities. Hoffmann refused. The Turks took advantage to add territories in the Black Sea, which they occupied, to the terms of the treaty. The peace talks began on the 1st of March. Sokolnikov declared to be ready to sign the «ultimatum». The Germans sought to humiliate the Russian delegation. They replied that it was not an ultimatum because the Russians were free to sign it or not and that, in order to allow time for discussing the technical aspects of the treaty through committees, they would arrange a meeting for the next day. The Russians' torture lasted until 5:00 p.m. of  March 3, when the ultimatum was signed (see map below). Russia lost 34% of its population, 32% of arable land, 85% of sugar beet land, 54% of industrial enterprises and 89% of coal mines.




Adaptado de | Adapted from: US Military Academy, History WWI .
A linha do primeiro ultimato era a linha do armistício (a tracejado): a Alemanha ocupava a Polónia, a “Ober Ost” -- administrações fantoches na Lituânia e partes da Letónia, Estónia e Bielorrússia --, e parte da Ucrânia. A linha do tratado de Brest-Litovsk incorporou os territórios a magenta. Narva é o ponto extreme da Estónia mais perto de Petrogrado (130 km).
The line of the first ultimatum was the armistice line (dotted): Germany occupied Poland, the "Ober Ost" -- the puppet administrations in Lithuania and parts of Latvia, Estonia and Belarus -- and part of Ukraine. The Treaty line of Brest-Litovsk incorporated the territories in magenta. Narva is the extreme point of Estonia, closest to Petrograd (130 km).


9 - «A Fraseologia Revolucionária»

Lenine lutou incansavelmente para explicar ao partido, e aos cidadãos em geral através da imprensa, porque razão era necessário aceitar o ultimato alemão.

Em 21 de Fevereiro, quando ainda não era seguro que a sua posição seria adoptada face às piores condições oferecidas pelos alemães, publicava no Pravda o seu artigo A Fraseologia Revolucionária para desmontar o slogan de «guerra revolucionária» [34]. O artigo começa por definir «fraseologia revolucionária»: «repetição de slogans revolucionários, sem ter em conta as circunstâncias objectivas num dado momento, o estado de coisas existente nesse momento. Os slogans são soberbos, atraentes, intoxicantes, mas carecem de fundamento». Lenine reconhece que «a nossa imprensa sempre falou da necessidade de nos preparamos para uma guerra revolucionária em caso de vitória do socialismo num país e existência de capitalismo nos países vizinhos». Por isso mesmo, se tinha iniciado a criação do Exército Vermelho. A seguir, Lenine examina os argumentos avançados pelos defensores da «guerra revolucionária». Salientam-se os seguintes:

-- Argumento: «A Alemanha “não pode atacar”, a sua crescente revolução não o permitirá».
Para além de referir que os factos refutaram tais cálculos, Lenine diz ainda «A declaração "os alemães não podem atacar" foi, portanto, equivalente a declarar "sabemos que o governo alemão será derrubado nas próximas semanas". Na verdade, não sabíamos, e não podíamos saber isso, portanto a declaração era uma frase oca». Sobre este tema Lenine acrescenta algo importante (que se pode considerar uma lei da política marxista) e que, por isso mesmo, sublinhamos a amarelo:
«Nós, marxistas, sempre nos orgulhámos de saber determinar por meio de uma análise rigorosa da força das massas e das relações de classe a adequação desta ou daquela forma de luta. Dissemos que uma insurreição nem sempre é adequada; se não existirem nas massas as condições requeridas, é uma aventura; condenámos muitas vezes as formas heróicas de resistência individual como inadequadas e prejudiciais do ponto de vista da revolução.
[…] É claro para todos (excepto para os intoxicados pela fraseologia) que se empreendemos um conflito de carácter insurrecional ou militar, sabendo que não temos forças, sabendo que não temos nenhum exército, é uma aventura que não ajudará os trabalhadores alemães, mas entorpecerá sim a sua luta e facilitará a tarefa dos seus e dos nossos inimigos».

-- Argumento: «Mas a Alemanha estrangular-nos-á economicamente com um tratado de paz separado; tirar-nos-á carvão e cereais e escravizar-nos-á».
Lenine, depois de fazer notar que com um choque armado sem exército seria muito pior, diz assim: «Aceitamos um tratado desvantajoso, uma paz separada, cientes de que ainda não estamos em condições de empreender a guerra revolucionária […] que devemos aguardar até sermos mais fortes. Por isso mesmo, se pudermos obter a paz separada mais desvantajosa, devemos aceitá-la forçosamente em benefício da revolução socialista ainda débil […]. Só se for absolutamente impossível obter uma paz separada teremos de lutar imediatamente, não porque seja uma táctica justa, mas sim porque não teremos outra saída».

-- Argumento: «Esta paz indecente é uma vergonha, é uma traição à Letónia, Polónia, Curlândia [Letónia ocidental] e Lituânia».
Lenine começa por notar que são precisamente os burgueses russos e seus lacaios, ligados aos jornais reaccionários, que usam com empenho tal argumento, supostamente internacionalista, com o qual prentendem atrair os bolcheviques para uma armadilha. A seguir, analisa-o teoricamente desta forma:
«O que deve colocar-se primeiro: o direito das nações à auto-determinação ou ao socialismo?
«O socialismo deve colocar-se primeiro.
«Será admissível que, para não vulnerar o direito das nações à autodeterminação, se permita que a República Socialista Soviética seja entregue, seja exposta aos golpes do imperialismo num momento em que o imperialismo é obviamente mais forte e a República Soviética é obviamente mais fraca?
«Não, não é admissível. Tal não seria uma política socialista mas sim burguesa.
«Prossigamos. Seria menos vergonhosa, menos anexionista, uma paz cujas condições estabelecessem que a Polónia, Lituânia e Curlândia fossem devolvidas “a nós”?
«Do ponto de vista dos burgueses russos, sim. De um ponto de vista socialista internacionalista, não

Os danos causados pelos «comunistas de esquerda» eram de tal monta que Lenine concluiu assim: «Temos de lutar contra a fraseologia revolucionária, temos de lutar contra ela, é imprescindível que lutemos contra ela, para que amanhã não nos digam a amarga verdade de que “a fraseologia  revolucionária sobre a guerra revolucionária arruinou a revolução”».

Em 23 de Fevereiro, a edição vespertina do Pravda publicou o artigo de Lenine Paz ou Guerra? Nele, volta a mencionar que «só a intoxicação completa com a fraseologia revolucionária pode impelir alguns a recusar assinar as [novas e piores] condições de paz». Refere também que a realidade é ainda pior do que tinha previsto nas Teses porque «[…] o nosso exército, que está a recuar e a desmobilizar, recusa-se completamente a lutar» e que «Em tais condições, só uma fraesologia desenfreada pode empurrar a Rússia para a guerra no momento presente e eu, obviamente, não ficaria por um segundo no governo ou no Comitê Central do nosso Partido se a política de fraseologia predominar». Dá exemplos concretos da satisfação da burguesia: «Em Rejitsa, a burguesia acolheu exultantemente os alemães. Em Petrogrado, na Nevsky Prospekt e nos jornais burgueses (Rech, Dyelo Naroda, Novy Luch, etc.), estão lambendo os lábios com prazer com o derrube iminente do poder soviético pelos alemães». Termina com uma poderosa afirmação que se confirmou: «Somos obrigados a sofrer uma paz onerosa. Ela não deterá a revolução na Alemanha nem na Europa. Dedicar-nos-emos a preparar um exército revolucionário, porém não com frases nem exclamações […], mas sim com trabalho organizativo, com feitos, com a formação de um autêntico e poderoso exército de todo o povo».

Em 24 de Fevereiro Lenine insiste, em várias reuniões e escritos de que citamos extractos, na necessidade de assinar a paz:
-- Onde Está o Erro? Discurso na Sessão Conjunta dos Grupos Bolchevique e SR “de esquerda" do CEC de Toda a Rússia, Comunicado de Imprensa (de 23 ou 24 de Fevereiro). Em resposta a uma declaração dos «comunistas de esquerda», Lenine assinala que estes «apresentam exclusivamente raciocínios gerais, abstracções, que se transformam inevitavelmente em fraseologia. Pois todo o raciocínio histórico geral aplicado a um dado caso, sem analizar especificamente as condiçõees desse caso, converte-se em fraseologia».
Dispomos de um interessante relato de uma testemunha ocular desta reunião momentosa: [35].
-- Nota Sobre a Necessidade de Assinar a Paz. «Somos prisioneiros do imperialismo alemão. Basta de frases sobre a insurreição armada contra os alemães; sim ao trabalho sistemático, sério, regular, de preparar a guerra revolucionária, de instaurar a disciplina, de formar um exército, de reorganizar os caminhos de ferro e os abastecimentos. Tal é o ponto de vista da maioria do CEC, incluindo Lenine (e a maioria do CC bolchevique) e de Spiridonova e Malkin (minoria do CC dos SRs de esquerda)».
-- Posição do CC do POSDR(b) quanto à Questão da Paz Separada e Anexionista (escrito com Sverdlov): «Do ponto de vista da defesa da pátria, é inadmissível deixar-se arrastar para um choque militar, quando não temos exército e o inimigo está armado até aos dentes e magnificamente preparado», «[…] é evidente que a enorme maioria das masas de operários, camponeses e soldados, que elejeram os sovietes são contrários a ela [guerra].», «Fazer a guerra agora significa, objectivamente, ceder à provocação da burguesia russa. […] A burguesia quer a guerra, pois quer o derrrbe do poder soviético e o acordo com a burguesia alemã. O júbilo dos burgueses de Dvinsk y Rejitsa, de Venden y Haapsalu, de Minsk e Drissa, quando entraram os alemães, demonstra-o com toda a clareza».
-- Uma Paz Infeliz, artigo publicado no Pravda: «Trotski tinha razão quando disse que a paz pode ser triplamente infeliz, mas que não pode ser ignominiosa, desgraçada e suja a paz que termina com esta guerra cem vezes obscena», «É incrivelmente, inauditamente duro assinar uma paz infeliz […] É, porém, inadmissível cair no desespero, inadmissível olvidar que a história oferece humilhações ainda maiores, […] E, todavia, ainda assim os povos esmagados por conquistadores ferozes e cruéis souberam superar e ressurgir», «Não estamos sós no mundo. Temos amigos, partidários, colaboradores leais […] Trabalhemos para organizar, organizar e ainda organizar! O futuro, apesar de todas as provas, é nosso».

Em 25 de Abril a edição vespertina do Pravda publicou o artigo de Lenine Uma Lição Doorosa Mas Necessária. A certa altura, diz: «A semana de Fevereiro 18 a Fevereiro 24, 1918 desde a tomada de Dvinsk à tomada de Pskov […] foi uma lição amarga, gravosa e dolorosa, porém necessária, útil e benéfica.» Lenine refere depois a multidão de comunicações telefónicas e telegráficas dessa semana que chegaram ao CCP; umas, de «fraseologia revolucionária “resolutiva”», outras, «relatórios penosos e humilhantes de regimentos recusando manter as suas posições, negando-se mesmo a defender a linha do Narva, e de desobediência da ordem de destruir tudo em caso de recuo, já para não falar da fuga, do caos, da inépcia, da impotência, da incúria.» É de reter o que diz a seguir: «O trabalhador com consciência de classe, que medite, tirará as seguintes três conclusões desta lição histórica: sobre a nossa atitude quanto à defesa da pátria, à capacidade defensiva do país, e à guerra revolucionária socialista; sobre as condições sob as quais podemos entrar em colisão com o imperialismo mundial; sobre o modo correcto de apresentar o problema da nossa atitude face ao movimento socialista internacional». Sobre este último tópico acrescenta: «Não devemos converter em frase oca a grande palavra de ordem “confiamos na vitória do socialismo na Europa”. É uma palavra de ordem verdadeira se tivermos em conta o longo e difícil caminho da vitória completa do socialismo. É uma verdade filosofico-histórica inegável se se toma como um todo a “era da revolução socialista”. Porém, toda a verdade abstracta converte-se em fraseologia quando aplicada a qualquer situação concreta. É indicutível que “toda a greve oculta a hidra da revolução social”. É, porém, absurdo pensar que de uma greve se pode directamente passar à revolução».

O comportamento dos «comunistas de esquerda» continuou a ser deplorável. O Comité Regional de Moscovo, onde na altura dominavam os «comunistas de esquerda», adoptou em 24 de Fevereiro uma resolução expressando falta de confiança no CC, recusando-se a obedecer a decisões sobre o tratado de paz e que «No interesse da revolução mundial, consideramos conveniente aceitar a possibilidade de perder o poder soviético que se está agora a converter em algo puramente formal». Uma tirada retintamente «esquerdista»; isto é, de «direitismo» com máscara de «esquerda». Neste caso, um «direitismo» que equivalia a liquidar o poder soviético. Lenine analisa em detalhe este comportamento no artigo Estranho e Monstruoso de 28 de Fevereiro.

Lenine prossegue na luta contra os «comunistas de esquerda» -- a quem chama «pseudo-esquerdas» em outros artigos e reuniões:
Uma séria Lição e uma Séria Responsabilidade, a 5 de Março, onde rebate mentiras de Bukharin e Radek;
Sétimo Congresso Estraordinário do PCR(b), de 6 a 8 de Março, onde o relatório de Bukharin defendendo a guerra com a Alemanha não é aprovado e alguns «comunistas de esquerda» revêem a sua posição – mas não Bukharin, Lomov e Uritski que, apesar de eleitos para o CC, declararam negar-se a trabalhar no CC;
Quarto Congresso Estraordinário dos Sovietes de Toda a Rússia, de 14 a 16 de Março, onde os SRs de esquerda se pronunciaram contra a ratificação do tratado de paz e se retiraram do CCP, e os «comunistas de esquerda» violaram decisões do partido ao recusarem-se a tomar parte na votação que, após um longo debate, aprovou a resolução de Lenine (781 votos a favor, 261 contra e 115 abstenções).

Lenine referiu as lições do tratado de Brest-Litovsk em muitos outros trabalhos posteriores: O Infantilismo «de Esquerda» e a Mentalidade Pequeno Burguesa, publicado no Pravda em 9, 10 e 11 de Maio de 1918; A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky, 10 de Outubro de 1918; As Valiosas Declarações de Pitirim Sorokin, 20 de Novembro de 1918; etc.

Como nota final, atentemos no facto de uma grande número de membros do CC -- mais de metade, em certas questões e em dadas alturas – defenderem na questão do tratado de Brest-Litovsk pontos de vista opostos aos de Lenine. Na realidade, muitos deles vieram mais tarde a opor-se a Lenine em outras questões o que, em princípio, não merece crítica. Num ou noutro caso Lenine não tinha razão. O pior foi quando vários dos opositores, demonstrando fraqueza ideológica e falta de firmeza, recusaram reconhcer que estavam errados e/ou que os factos os desmentiam, e passaram a uma actividade fraccionista causando sérias dificuldades à construção do socialismo. Que Lenine e os seus partidários tenham conseguido vencer essas dificuldades e resolver enormes tarefas nos primeiros anos da RSFSR atesta não só o mérito desses líderes mas também o enorme apoio e confiança de que gozavam nas massas populares. Líderes que não tinham outra opção senão levar a cabo a revolução com os quadros disponíveis. Muitos deles com grandes divergências face ao que viria a ser denominado marxismo-leninismo. Isto era então inevitável, porque -- verdade de La Palice – antes de Lenine não havia leninismo.
9 - « Revolutionary Phrase-Making»

Lenin fought tirelessly to explain to the party, and to citizens in general through the press, why it was necessary to accept the German ultimatum.

On 21 February, when it was not yet certain that his position would be adopted in the face of the harsher conditions offered by the Germans, Lenin published in Pravda his article The Revolutionary Phrase in order to dismantle the slogan of "revolutionary war" [34]. The article begins by defining "revolutionary phrase-making": "repetition of revolutionary slogans irrespective of objective circumstances at a given turn of events, in the given state of affairs obtaining at the time. The slogans are superb, alluring, intoxicating, but there are no grounds for them". Lenin acknowledges that "our press has always spoken of the need to prepare for revolutionary war in the event of the victory of socialism in one country and the existence of capitalism in neighboring countries." That is why the creation of the Red Army had begun. Next, Lenin examines the arguments advanced by the defenders of the "revolutionary war." We highlight the following ones:

-- Argument: "Germany "cannot attack", her growing revolution will not allow it".
Lenin mentions that the facts have refuted such calculations and then goes on: “The declaration ‘the Germans cannot attack’ was, therefore, tantamount to declaring ‘we know that the German Government will be overthrown within the next few weeks’. Actually we did not, and could not, know this, and for this reason the declaration was an empty phrase." On this subject Lenin adds something important (which can be considered a law of Marxist politics) that, for that very reason, we underline in yellow:
"
We Marxists have always been proud that we determined the expediency of any form of struggle by a precise calculation of the mass forces and class relationships. We have said that an insurrection is not always expedient; unless the prerequisites exist among the masses it is a gamble; we have often condemned the most heroic forms of resistance by individuals as inexpedient and harmful from the point of view of the revolution
[...]
It is clear to everyone (except those intoxicated with empty phrases) that to undertake a serious insurrectionary or military clash knowing that we have no forces, knowing that we have no army, is a gamble that will not help the German workers but will make their struggle more difficult and make matters easier for their enemy and for our enemy."

-- Argument: "But Germany will strangle us economically with a separate peace treaty; she will take away coal and grain, and will enslave us.”
Lenin, after pointing out that with an armed clash without an army things would be much worse, he says: "We are accepting a an unfavourable treaty and a separate peace knowing that today we are not yet ready for a revolutionary war that […] we must wait until we are stronger . Therefore, if there is a chance of obtaining the most unfortunate separate peace, we must absolutely accept it in the interests of the socialist revolution, which is still weak [...]. Only if a separate peace is absolutely impossible shall we have to fight immediately -- not because it will be correct tactics, but because we shall have no choice.

-- Argument: "This indecent peace is a disgrace, it is betrayal of Latvia, Poland, Courland [Western Latvia] and Lithuania."
Lenin begins by pointing out that it is precisely the Russian bourgeoisie and their lackeys, attached to the reactionary newspapers, who are the most zealous in using such a supposedly internationalist argument, with which they intend to lure the Bolsheviks into a trap. Lenin then analyzes the arguent theoretically in this way:
«Which should be put first, the right of nations to self-determination, or socialism?
«Socialism should.
«Is it permissible, because of a contravention of the right of nations to self-determination, to allow the Soviet Socialist Republic to be devoured, to expose it to the blows of imperialism at a time when imperialism is obviously stronger and the Soviet Republic obviously weaker?
«No, it is not permissible -- that is bourgeois and not socialist politics.
«Further, would peace on the condition that Poland, Lithuania and Courland are returned “to us” be less disgraceful, be any less an annexationist peace?
From the point of view of the Russian bourgeois, it would.
From the point of view of the socialist-internationalist, it would not.

The damage caused by the "Left Communists" was so great that Lenin concluded this way: "We must fight against the revolutionary phrase-making, we have to fight it, we absolutely must fight it, so that at some future time people will not say of us the bitter truth that ‘a revolutionary phrase about revolutionary war ruined the revolution."

On February 23, the afternoon edition of Pravda published Lenin’s article Peace or War? In it he again mentions that "only complete intoxication by revolutionary phrase-making can impel some people to refuse to sign these [new and worse peace] terms" Lenin also points out that the reality is even worse than he had predicted in the Theses because "our army, which is retreating and demobilising, is refusing to fight at all" and that "Under such conditions, only unrestrained phrase-making is capable of pushing Russia into war at the present time and I personally, of course, would not remain for a second either in the government or in the Central Committee of our Party if the policy of phrase-making were to gain the upper hand." He gives concrete examples of the bourgeoisie's jubilation: "In Rezhitsa, the bourgeoisie exultantly welcomed the Germans. In Petrograd, on Nevsky Prospekt, and in bourgeois newspapers (Rech, Dyelo Naroda, Novy Luch, etc.), they are licking their lips with delight at the impending overthrow of Soviet power by the Germans" He ends with a powerful assertion that has been confirmed: "We are compelled to endure an onerous peace. It will not halt the revolution in Germany and in Europe. We shall set about preparing a revolutionary army, not by phrases and exclamations […], but by organisational work, by deeds, by the creation of a proper, powerful army of the whole people."

On 24 February Lenin insists on the need to sign peace in several meetings and writings, from which we quote excerpts:
-- Where is the Mistake? Speech at the Joint Session of the Bolshevik and Left Socialist-Revolutionaries Groups of the All-Russia CEC, Press Release (23 or 24 February). Replying to a statement by the "Left Communists", Lenin notes that “they put forward exclusively general considerations, abstractions, which inevitably turn into empty phrases. For every general historical statement applied to a particular case without a special anal,ysis of the conditions of that particular case becomes an empty phrase."
We have an interesting account of a eye-witness of this momentous meeting: [35]
-- Note on the Necessity of Signing the Peace Treaty. "We are prisoners of German imperialism. Not empty phrases about an immediate armed uprising against the Germans, but the systematie, serious, steady work of preparing a revolutionary war, the creation of diseipline and an army, the putting into order of the railways and food affairs. That is the point of view of the majority of the CEC, including Lenin (and the majority of the Bolshevik CC), and of Spiridonova and Malkin (the minority of the Left Socialist-Revolutionaries CC).”
-- Position of the C.C. of the R.S.D.L.P.(B.) on the Question of the Separate and Anexionist Peace (written with Sverdlov): "From the point of view of defending the fatherland, it is impermissible for us to allow ourselves to be drawn into an armed conflict when we have no army and the enemy is armed to the teeth and excellently prepared.", "the obviously overwhelming majority of the masses of workers, peasants and soldiers who elect deputies to the Soviets are against the war", “To wage war today would amount objectively to falling for the provocation of the Russian bourgeoisie. [...] The bourgeoisie wants war, because they want the overthrow of Soviet power and an agreement with the German bourgeoisie. The jubilation of the bourgeoisie when the German troops arrived in Dvinsk and Rezhitsa, Venden and Haapsalu, Minsk and Drissa confirms this as clearly as can be."
-- An Unfortunate Peace, an article published in Pravda: "Trotsky was right when he said: the peace may be a triply unfortunate peace, but the peace ending this hundredfold obscene war cannot be an obscene, disgraceful, dirty peace", "It is incredibly, unprecedentedly hard to sign an unfortunate  […] peace. But it is impermissible to give way to despair, impermissible to forget that history has examples of still greater humiliations […]. Yet even so, the peoples crushed by bestially cruel conquerors were able to recover and rise again.”, "We are not alone in the world. We have friends, supporters, very loyal helpers [...] Let us work to organise, organise and yet again organise! The future, in spite of all trials, is ours."

On April 25, the afternoon edition of Pravda published Lenin's A Painful but Necessary Lesson. At one paragraph Lenin says: "The week from February 18 to February 24, 1918, from the capture of Dvinsk to the capture of Pskov […] has been a bitter, distressing, and painful lessen, but it has been a necessary, useful and beneficial one." Lenin then writes about the multitude of telegraphic and telephonic communications that reached the CPC that week; some of "’resolution-type’ revolutionary phrases", others, "painful and humiliating reports of regiments refusing to retain their positions, of refusal to defend even the Narva Line, and of disobedience to the order to destroy everything in the event of a retreat, not to mention the running away, the chaos, ineptitude, helplessness and slovenliness." What he says next is worth minding: "The thoughtful, class-conscious worker will draw three conclusions from this historic lessen: on our attitude to the defence of the fatherland, its defence potential and to socialist revolutionary war; on the conditions under which we may come into collision with world imperialism; on the correct presentation of the question of our attitude to the world socialist movement.". As regards this last topic Lenin adds: "We must not turn into an empty phrase the great slogan ‘We bank on the victory of socialism in Europe’. It is a true slogan if we have in mind the long and difficult path to the full victory of socialism. It is an indisputable philosophic-historical truth with respect to the entire ‘era of the socialist revolution’. But any abstract truth becomes an empty phrase if it is applied to any concrete situation. It is indisputable that ‘every strike conceals the hydra of the social revolution’. But it is nonsense to think that we can stride directly from a strike to the revolution."

The behavior of the “Left Communists” continued to be deplorable. The Moscow Regional Committee, which at that time was dominated by the "Left Communists", adopted on 24 February a resolution expressing a lack of confidence in the Central Committee, refusing to obey decisions on the peace treaty and that "In the interests of the world revolution, we consider it expedient to accept the possibility of losing Soviet power which is now becoming purely formal”. A tirade with all the "leftist" colors through and through; that is, of “rightism” with a “left” mask. In this case, a "rightism" that was equivalent to liquidating the Soviet power. Lenin analyses this behavior in detail in his February 28 article Strange and Monstrous.

Lenin goes on in his struggle against the "left communists" -- whom he calls "pseudo-lefts" -- in other articles and meetings:
A Serious Lesson and a Serious Responsibility, on March 5, where he rebukes lies of Bukharin and Radek;
Extraordinary Seventh Congress of the R.C.P. (B.) from 6 to 8 March, where Bukharin's report defending the war with Germany is not approved and some "left communists" review their position -- but not Bukharin, Lomov and Uritsky, who, although elected to the CC, declare to refuse to work in the CC;
Extraordinary Fourth All-Russia Congress of Soviets, March 14-16, where the left SRs spoke out against ratification of the peace treaty and withdrew from the CPC, and the "left communists" violated party decisions by refusing to take part in the vote which, after a long debate, adopted Lenin's resolution (781 votes in favor, 261 against and 115 abstentions).

Lenin referred to the lessons of the Brest-Litovsk treaty in many other later works: "Left-Wing" Childishness and the Petty Bourgeois Mentality, published in Pravda on May 9, 10 and 11, 1918; The Proletarian Revolution and the Renegade Kautsky, October 10, 1918; The Valuable Admissions of Pitirim Sorokin, November 20, 1918; etc.

As a final remark, let us pay attention to the fact that a substantial number of members of the Central Committee -- more than half, on certain issues and at given moments -- defended points of view opposed to those of Lenin on the question of the Brest-Litovsk Peace Treaty. Actually, many of them would later oppose Lenin on other issues; This, in principle, deserves no criticism. In one case or another, Lenin was wrong. The worst thing was when several of the opponents, demonstrating ideological weakness and lack of firmness, refused to acknowledge that they were wrong and/or that the facts refuted their stances, and embarked onto a fractional activity causing serious difficulties to the construction of socialism. That Lenin and his supporters succeeded in overcoming these difficulties and solving huge tasks in the early years of the RSFSR attest not only to the merit of these leaders but also to the enormous support and confidence they enjoyed in the masses. Leaders who had no choice but to carry out the revolution with the available cadres. Many of these cadres were largely at variance with regard to what would later be called Marxism-Leninism. This was then unavoidable, since – a La Palice truth -- before Lenin there was no Leninism.


Apêndice – As Posições Políticas de Bukharin até Abril de 1918

Prefácio ao Folheto de Bukharin, Imperialismo e Economia Mundial, Dez-1915
«O artigo de N.I. Bukharin tem um valor científico especialmente elevado porque examina os principais factos da economia mundial que se relacionam com o imperialismo como um todo, como um estádio específico do desenvolvimento do capitalismo mais desenvolvido»

A Tendência Nascente do Economismo Imperialista, Aug/Set-1916
Este artigo foi dirigido contra a atitude não marxista de Bukharin que, com Pyatakov e Bosh, formaram um grupo com a revista Kommunist. Em prol de objetivos facciosos o grupo tentou ditar condições aos editores de Sotsial-Demokrat e quis que o Bureau do CC no Estrangeiro os reconhecesse como grupo independente. Em cartas a Bukharin, Pyatakov, Zinoviev e Shlyapnikov, Lenine criticou severamente os pontos de vista do grupo e as suas ações anti-partido.
«[Bukharin] voltou ao seu velho erro... não consegue resolver o problema de como ligar a luta por reformas e democracia com o advento do imperialismo... Daí, completa confusão sobre a "inviabilidade" das reivindicações democráticas no imperialismo. Daí, o ignorar a luta política agora, no presente momento, imediatamente e em todos os momentos, o que é inadmissível para um marxista... Daí, a habilidade em persistentemente "deslizar" do reconhecimento do imperialismo à apologia do imperialismo...»

Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, 3-Jan-1918
O parágrafo que começa pelas palavras "Em essência, a Assembleia Constituinte considera ..." foi escrito por Bukharin e editado por Lenin.

Discursos Sobre a Guerra e a Paz numa Reunião do CC do POSDR(b). Acta, 24-Jan-1918
Na reunião Bukharin e Trotski pronunciaram-se contra Lenine. Uma parte dos «comunistas de esquerda» -- Bukharin, Uritski, Lomov -- interveio apoiando a proposta de Trotski.

Declarações Feitas na Sessão da Manhã do Comité Central do POSDR(b), 18-Fev-1918
A proposta de Lenine de enviar imediatamente um telegrama ao governo alemão foi contrariada por Trotski e Bukharin.

Uma Lição Séria e Uma Séria Responsabilidade, 05-Mar-1918
"Bukharin tenta agora negar o facto de que ele e os seus amigos afirmaram que era impossível os alemães atacarem. Mas muitas, muitas pessoas sabem que isso é um facto, que Bukharin e os seus amigos afirmaram isso, e que, ao semear uma tal ilusão, ajudaram o imperialismo alemão e impediram o crescimento da revolução alemã, que agora foi enfraquecida pelo facto que a Grande República Soviética Russa, durante a fuga em pânico do exército camponês, foi privada de milhares e milhares de armas de fogo e de bens no valor de centenas e centenas de milhões".

Sétimo Congresso Extraordinário do RCP(B), 6-8-Mar-1918
Após o relatório político de Lenine, o líder dos «comunistas da esquerda» Bukharin apresentou o segundo relatório, no qual apoiou a reivindicação aventureira de guerra com a Alemanha.

Comentário sobre o Comportamento dos "Comunistas de Esquerda", segunda metade de Março de 1918
«Desde a conclusão da paz de Brest, alguns camaradas que se chamam de "comunistas de esquerda" formaram uma "Oposição" dentro do Partido e, em conseqüência disso, a sua actividade está a resvalar cada vez mais para uma violação completamente desleal e não permissível da disciplina do Partido.
O camarada Bukharin recusou-se a aceitar o cargo de membro do CC para o qual foi nomeado pelo Congresso do Partido".»
Appendix – The Poltical Positions of Bukharin up to April 1918

Preface to N. Bukharin’s Pamphlet, Imperialism and the World Economy, Dec-1915
“N. I. Bukharin’s paper has especially high scientific value because he examines the main facts of the world economy relating to imperialism as a whole, as a definite stage of development of the most highly developed capitalism”

The Nascent Trend of Imperialist Economism, Aug/Sep-1916
This article was directed against the un-Marxist attitude of Bukharin who, with Pyatakov and Bosh, formed a group with the magazine Kommunist. The group in furtherance of its factional aims tried to dictate terms to the editors of Sotsial-Demokrat and insisted on the CC Bureau Abroad recognising them as a separate group. In letters to Bukharin, Pyatakov, Zinoviev and Shlyapnikov, Lenin trenchantly criticised the group’s views and anti-Party factional actions.
 “[Bukharin] returned to his old mistake… he cannot solve the problem of how to link the advent of imperialism with the struggle for reforms and democracyHence, complete confusion concerning the ‘unachievability’ of democratic demands under imperialism. Hence, ignoring of the political struggle now, at present, immediately, and at all times, which is impermissible for a Marxist... Hence, the knack of persistently ‘sliding’ from recognition of imperialism to apology for imperialism...”

Declaration of Rights of the Working and Exploited People, 3-Jan-1918
The paragraph beginning with the words “In essence the Constituent Assembly considers...“ was written by Bukharin and edited by Lenin.

Speeches on War and Peace at a Meeting of the CC of the RSDLP(B). Minutes, 24-Jan-1918
At the meeting Bukharin and Trotsky spoke against Lenin. Some of the "Left Communists" -- Bukharin, Uritsky, Lomov -- stepped in to support Trotsky's proposal.

Statements Made at the Morning Sitting of the Central Committee of the RSDLP(B), 18-Feb-1918
Lenin's proposal of immediately sending a telegram to the German Government was opposed by Trotsky and Bukharin.

A Serious Lesson and a Serious Responsibility, 05-Mar-1918
“Bukharin is now even attempting to deny the fact that he and his friends asserted that it was impossible for the Germans to attack. But very, very many people know that it is a fact, that Bukharin and his friends did assert this, and that by sowing such an illusion they helped German imperialism and hindered the growth of the German revolution, which has now been weakened by the fact that the Great Russian Soviet Republic, during the panic-stricken flight of the peasant army, has been deprived of thousands upon thousands of guns and of wealth to the value of hundreds upon hundreds of millions.”

Extraordinary Seventh Congress of the RCP(B), 6-8-Mar-1918
After Lenin’s political report the leader of the “Left Communists” Bukharin delivered the second report, in which he upheld the adventuristic demand for war with Germany.

Comment on the Behaviour of the “Left Communists”, second half of March, 1918
“Since the conclusion of the Brest peace, some comrades who call themselves “Left Communists” have formed an “Opposition” in the Party, and in consequence of this their activity is slipping further and further towards a completely disloyal and impermissible violation of Party discipline.
Comrade Bukharin has refused to accept the post of member of the C.C. to which he was appointed by the Party Congress.”

Notas e Referências | Notes and References

[19] A constituição do exército vermelho, baseado em voluntários operários e camponeses, teve início em meados de Janeiro de 1918. Em 14 de Janeiro de 1918 Lenine pronunciava o seu Discurso de Despedida aos Primeiros Destacamentos do Exército Socialista que eram enviados de Petrogrado para a frente. A despedida teve lugar na Praça Mikhailovsky. No regresso Lenine foi objecto de um atentado: uma bala perfurou o vidro do carro, passou-lhe acima da cabeça e feriu levemente o comunista suíço Fritz Platten que o acompanhava.
The building up of the Red Army, based on volunteer workers and peasants, began in mid-January 1918. On January 14, 1918, Lenin pronounced his Speech at the Send-Off of the Socialist Army’s First Troop Trains. The send-off took place in Mikhailovsky Manège. In his return an attempt was made on Lenin: a bullet went through the windscreen and passed over his head. The Swiss Communist, Fritz Platten, who was with Lenin, was wounded.

[20] Os «comunistas de esquerda» N. Bukharin, G. Piatakov e E. Bosh editavam a revista Kommunist. Relativamente à tese da guerra revolucionária, tiveram o apoio de A. Lomov e A. Ioffe e de figuras destacadas de bolcheviques como Djerjinski, Kuibitchev e Frunze. A tese encontrou apoio em diversas organizações do partido, nomeadamente em Moscovo.
The “Left Communists” N. Bukharin, G. Pyatakov and E. Bosh edited the magazine Kommunist. Concerning the thesis of the revolutionary war, they had the support of A. Lomov and A. Ioffe and of prominent figures of Bolsheviks such as Dzherzhinski, Kuibychev and Frunze. The thesis found support in various party organizations, notably in Moscow.

[21] As votações constam de notas da Ed. Progresso, Moscovo, e dos Protokoly siezdov i konferentsii vsesoiuznoi Kommunisticheskoi Partii, (v) Sedmoi siezd, Mart 1918 goda | The voting results are given in notes of the Ed. Progress and in the Protokoly siezdov i konferentsii vsesoiuznoi Kommunisticheskoi Partii, (v) Sedmoi siezd, Mart 1918 goda

[22] Lenine, Intervenções numa Reunião do CC do POSDR(b), Acta, 1-Fev-1918. Speeches at a Meeting of the Central Committee of the RSDLP(B), Minutes, 1-Feb-1918.

[23] Actas do Comité Central do POSDR(b), Agosto de l917-Fevereiro de 1918, em russo, 1958, pp. 190-91.
Minutes of the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B), August l917-February 1918, in Russian, 1958, pp. 190-91.

[24] Lenine. A Trotski. Delegação Russa de Paz. Brest-Litovsk, Resposta, 10-Fev-1918, 18H30. A frase «Mantenha-nos informados» é de Estaline. Esta informação não aparece na versão inglesa.
Lenin, Trotsky. Russian Peace Delegation. Brest-Litovsk, Reply, 10-Feb-1918, 6:30 p.m. The phrase "keep us informed" is from Stalin. This remark does not appear in the English version.

[25] Proceedings of the Brest-Litovsk Peace Conference. The Peace Negotiations Between Russia And The Central Powers, 21 November, 1917-3 March, 1918, Washington Government Printing Office, 1918; Mirnye peregovory v Brest-Litovske s 22/9 dekabria 1917 g. po 3 marta (18 fevralia) 1918 g.

[26] Lenine, Intervenções na Sessão Matutina do CC do POSDR(b), 18-Fev-I918, Acta; Protokoly ... [21].
Lenin, Statements Made at the Morning Sitting of the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B.), February 18, 1918, Minutes; Protokoly ... [21].

[27] Lenine, Discurso na Sessão Vespertina do CC do POSDR(b), 18 de Fevereiro de 1918, Acta. Os pormenores sobre o avanço alemão são dados em: Lenine, Conversação com o Soviete de Moscovo por Linha Directa, 20 De Fevereiro de 1918.
Lenin, Speeches at The Evening Sitting of the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B.), February 18, 1918. Details on the German advance are given in: Lenin: Direct-Line Conversation with the Moscow Soviet, February 20, 1918.

[28] Lenine, Projecto de Radiograma ao Governo do Império Alemão, escrito na noite de 18 de Fevereiro de 1918. O radiograma protestava contra o movimento das tropas alemãs, tanto mais que não tinha sido feito o anúncio antecipado de fim de armistício acordado em 15 de Dezembro de 1917, e que o CCP se via obrigado, dada a situação criada, a declarar estar pronto a concluir formalmente a paz nos termos exigidos pelo governo alemão em Brest-Litovsk.
Lenin, Draft Wireless Message to the Government of the German Reich, written in the night of February 18, 1918. The radiogram protested against the movement of the German troops, all the more so because the advance announcement of the end of the armistice agreed on December 15, 1917 had not been made, and that the CCP was obliged, given the situation created, to declare itself ready to formally conclude peace on the terms demanded by the German government in Brest-Litovsk.

[29] Lenine, Discurso Pronunciado na Sessão Conjunta dos Grupos Bolchevique e Socialista-Revolucionário de Esquerda do CEC de Toda a Rússia, 19 de Fevereiro de 1918, Breve Comunicado de Imprensa.
Lenin, Speech at the Joint Meeting of the Bolshevik and “Left” Socialist-Revolutionary Groups of the All-Russia C.E.C., February 23, 1918 Newspaper Report.

[30] Wheeler-Bennett menciona as manobras que Hoffmann usou para atrasar a resposta. Em 21 de Fevereiro é enviado às 12H20 o Telefonograma à Comissão Executiva do Comité de Petrogrado e a Todos os Comités de Distrito do Partido dos Bolcheviques assinado por Lenine e Estaline, dizendo «Aconselhamos colocar todos os trabalhadores em pé de guerra, sem perder uma hora, para organizar […] dezenas de milhares de trabalhadores e mobilizar todos os burgueses sem excepção, sob o controlo desses trabalhadores, para cavar trincheiras nas proximidades de Petersburgo. Só assim a revolução pode ser salva. A revolução está em perigo.» No mesmo dia é escrita a proclamação do CCP A Pátria Socialista Está em Perigo!;  publicada no Pravda a 22 e afixada pelas cidades, explicava à população o que se estava a passar, dizendo: «Os nossos enviados de paz partiram de Rejitsa para Dvinsk na noite de 20 de Fevereiro e ainda não há resposta. O governo alemão não tem, evidentemente, pressa em responder. Não quer, obviamente, paz. Cumprindo a tarefa com que foi incumbido pelos capitalistas de todos os países, o militarismo alemão quer estrangular os trabalhadores e camponeses russos e ucranianos, devolver a terra aos latifundiários, as fábricas e empresas industriais aos banqueiros, e o poder à monarquia. Os generais alemães querem estabelecer a sua "ordem" em Petrogrado e Kiev. A República Socialista dos Sovietes corre gravíssimo perigo».
Wheeler-Bennett mentions the maneuvers that Hoffmann used to delay the response. On 21 February is sent at 12:20 p.m. the Telephonogram to the Executive Committee of the Petrograd Committee and to all District Committees of the Bolshevik Party, signed by Lenin and Stalin, saying: "It is advisable to put all the workers on a stand to war without losing an hour, to organize [...] tens of thousands of workers and to mobilize all bourgeois without exception, under the control of these workers, to dig trenches in the vicinity of Petersburg. Only then can revolution be saved. The revolution is in danger." (This document does not appear in MIA.) On the same day is written the CPC's proclamation The Socialist Fatherland Is in Danger!; published by Pravda on the 22  and affixed in the cities, it explained to the population what was happening, stating: "Our truce envoys left Rezhitsa for Dvinsk in the evening on February 20, and still there is no reply. The German Government is evidently in no hurry to reply. It obviously does not want peace. Fulfilling the task with which it has been charged by the capitalists of all countries, German militarism wants to strangle the Russian and Ukrainian workers and peasants, to return the land to the landowners, the mills and factories to the bankers, and power to the monarchy. The German generals want to establish their “order” in Petrograd and Kiev. The Socialist Republic of Soviets is in gravest danger. "

[31] Lenine, Discurso na Reunião Conjunta dos Grupos Bolchevique e Socialista-Revolucionário de «Esquerda» do CEC de Toda a Rússia, 23-Fev-1918, Comunicado de Imprensa.
Lenin, Speech At the Joint Meeting of the Bolshevik and “Left” Socialist-Revolutionary Groups of the All-Russia C.E.C., February 23, 1918 Newspaper Report.

[32] Lenine, Intervenções na Reunião do CC do POSDR(b), 23 de Fevereiro de 1918, Acta.
Lenin, Speeches at the Meeting of the CC of the RSDLP(B), February 23, 1918, Minutes. This work does not appear in the English (MIA) version.

[33] Lenine, Intervenções na Reunião do CC do POSDR(b), 24 de Fevereiro de 1918, Acta.
Lenin, Speeches at the Meeting of the CC of the RSDLP(B), February 24, 1918, Minutes.

[34] O título da versão da Ed. «Avante!» usa «Frase» em vez de «Fraseologia» como na versão espanhola. No original russo está fraza que, ao contrário do português, tem muitos sinónimos em russo: expressão, proposição, palavreado, fraseologia, diatribe, conversa fiada, etc. Parece-nos, portanto, mais apropriado usar «fraseologia» que, aliás, concorda com a definição expressamente dada por Lenine no artigo.
The title in English (MIA) uses “Phrase” instead of “Phrase-Making”, though this is how it appears in the text. The original in Russian uses fraza, which has many synonyms in Russian: expression, proposition, verbiage, phraseology, diatribe, small talk, etc. Therefore, it seems more appropriate to use 'Phraseology' or “Phrase-Making”, which, moreover, agrees with the definition expressly given by Lenin in the article.

[35] Morgan Phillips Price, autor de My Reminiscences of the Russian Revolution, escrito em 1918, esteve presente nesta reunião. Escreve:
«Meia hora depois da meia-noite de 23 de Fevereiro, [...] Krilenko [...] lê mensagens da frente, mostrando que os restos do antigo exército do Noroeste estavam furtando-se a lutar e a retirar-se face a colunas alemãs insignificantes. [...]
Levantou-se então Lenine, calmo e composto como sempre. [...] A força de Lenine, neste momento, como em momentos posteriores, residia na sua capacidade de interpretar a psicologia, consciente e inconsciente, dos trabalhadores e massas camponesas russas. Parecia saber o que os membros de milhares de sovietes provinciais e distritais diziam neste momento [...]. "Não nos tornemos escravos de frases", começou; "consideremos quais as condições práticas que enfrenta a Revolução. O nosso impulso leva-nos a rebelar, a recusar assinar esta paz de roubo. A nossa razão, nos nossos momentos mais calmos, diz-nos a verdade nua e crua -- que a Rússia não pode oferecer resistência física, porque está materialmente esgotada por três anos de guerra. É verdade que pode haver pessoas que estarão dispostas a lutar e morrer por uma grande causa. Mas esses são românticos, que se sacrificariam sem perspectivas de vantagem real. As guerras vencem-se hoje, não apenas com entusiasmo, mas com capacidade técnica, ferrovias, abundância de abastecimentos. Tem a Revolução Russa, qualquer um desses [recursos], diante de um inimigo equipado com toda a técnica da "civilização burguesa"? A Revolução Russa deverá assinar a paz para obter uma folga e recuperar para lutar. O ponto central da luta mundial é agora a rivalidade entre o capital financeiro inglês e alemão. Deixemos a Revolução utilizar essa luta para os seus próprios fins".
O discurso de Lenine teve de imediato um grande efeito. Ninguém tinha coragem para responder, porque todos pareciam sentir interiormente que Lenine estava certo. [...] A sessão foi encerrada até as duas da manhã [...]. Lenine falou novamente, usando os mesmos argumentos. Falou então Kamkoff, o líder dos SRs de esquerda, [...]. Admitiu a correção factual da tese de Lenine, mas recusou em nome de seu partido aceitar a responsabilidade moral perante a Europa de assinar uma paz vergonhosa. [...]. Às cinco da manhã, decidiu-se votar livremente [...] as mãos foram contadas; 112 a favor de assinar a paz, 84 contra, 24 abstenções.

No dia seguinte, os Comissários e delegados bolcheviques que se opuseram a Lenine na noite anterior fizeram um passeio pela cidade e as fábricas, para descobrir o estado do sentimento popular. Voltaram para o Smolny à tarde, convencidos de que a resistência era impossível.

Os melhores e mais conscientes trabalhadores [...] teriam estado prontos para entrar na Guarda Vermelha [...]. Mas declinaram assumir uma luta sem esperança contra os exércitos bem equipados e disciplinados dos alemães sem o apoio dos camponeses, que tinham sido a espinha dorsal do antigo exército.
Entretanto, Lenine enviou telegramas a todos os sovietes provinciais [...] perguntando se, na sua opinião, a paz deveria ser ou não ratificada. Explicou que, embora o executivo central soviético tivesse aceitado o ultimato alemão [...], para travar um maior avanço alemão, os sovietes provinciais podiam ainda anular essa decisão, já que o tratado teria que ser ratificado por um Congresso especial dos sovietes, a ser convocado o mais rápido possível.»
No dia 1 de março, as respostas dos sovietes provinciais aos telegramas de Lenine começaram a chegar, e lotes deles foram publicados no Izvestia oficial. Confirmaram a justeza das teses de Lenine.
Morgan Phillips Price, author of My Reminiscences of the Russian Revolution, written in 1918, was present at this meeting. He writes:
“Half an hour after midnight 23rd February, […] Krylenko […] read messages from the front, showing that the remnants of the old army of the north-west were declining to fight and were retreating before insignificant German columns.[…]
Then up rose Lenin, calm and cool as ever. […] Lenin's, strength at this time, as at every subsequent time, lay in his ability to interpret the psychology, both conscious and unconscious, of the Russian workmen and peasant masses. He seemed to know what the members of the thousands of provincial and district Soviets were saying at this moment […]. "Let us not become slaves to phrases," he began; "let us consider what are the practical conditions confronting the Revolution. Our impulse tells us to rebel, to refuse to sign this robber peace. Our reason will in our calmer moments tell us the plain naked truth — that Russia can offer no physical resistance, because she is materially exhausted by a three-years' war. It is true there may be people who will be willing to fight and die in a great cause. But they are romanticists, who would sacrifice themselves without prospects of real advantage. Wars are won to-day, not by enthusiasm alone, but by technical skill, railways, abundance of supplies. Has the Russian Revolution any of these in the face of an enemy equipped with all the technique of bourgeois ‘civilization'? The Russian Revolution must sign peace to obtain a breathing-space and to recuperate for the struggle. The central point of the world struggle now is the rivalry between English and German finance-capital. Let the Revolution utilize this struggle for its own ends."
Lenin's speech at once had a great effect. No one could summon up courage to reply, because everyone seemed to feel in his heart that Lenin was right. […] The sitting was adjourned till two o'clock in the morning […]. Lenin spoke again, using the same arguments. Then Kamkoff, the leader of the Left S.R.'s, spoke […]. He admitted the correctness in fact of Lenin's thesis, but declined on behalf of his party to accept the moral responsibility before Europe of signing a disgraceful peace. […]. At five o'clock in the morning it was decided to take a free vote […] the hands were counted; 112 for signing peace, 84 against, 24 abstentions.
On the following day those Bolshevik Commissars and delegates who had opposed Lenin on the previous night made a tour of the city and the factories, in order to find out the state of popular feeling. They came back to the Smolny in the afternoon, convinced that resistance was impossible.
The best and most conscious workmen […] would have been ready to stream into the Red Guards […]. But they declined to take on a hopeless fight against the well-equipped and disciplined German armies without the support of the peasants, who had been the backbone of the old army.
Meanwhile Lenin had sent out telegrams to all the provincial Soviets […] asking them whether in their opinion the peace should be ratified or not. He explained that, while the Central Soviet Executive had accepted the German ultimatum […], in order to stop a still further German advance, it was still open to the provincial Soviets to annul this decision, since the treaty would have to be ratified by a Special Congress of the Soviets, to be summoned as soon as possible.”
On March 1st the provincial Soviets’ answers to Lenin's telegrams began coming in; batches of them were published in the official Izvestia. It was then clear that no successful resistance could be expected. They confirmed the correctness of Lenin’s theses.