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(I)
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1 –
Introdução | Introduction
2 –
Preparativos | Preparations
3 –
Armistício | Armistice
4 –
Inauguração da Conferência de Paz | Inauguration of
the Peace Conference
5 – O
Primeiro Ultimato | First Ultimatum
Apêndice – As Posições Políticas de
Kamenev até Abril de 1918
Appendix – The Poltical Positions of Kamenev up to
April 1918
Notas e
Referências | Notes and References
|
Este artigo
This article
(II)
|
6 – As Teses Leninistas e seus
Opositores | The Leninist Theses and their Opponents
7 – «Nem
Paz, Nem Guerra» | "Neither Peace, Nor
War"
8 – O
Ultimato Final | Final Ultimatum
9 – «A
Fraseologia Revolucionária» | “Revolutionary
Phrase-Making”
Apêndice – As Posições Políticas de
Bukharin até Abril de 1918
Appendix – The Poltical Positions of Bukharin up to
April 1918
Notas e
Referências | Notes and References
|
Concluímos neste
artigo a análise do tratado de Brest-Litovsk que iniciámos num artigo anterior.
The present article concludes the analysis of the
Brest-Litovsk treaty that we started in a previous
article.
6 – As Teses Leninistas e seus Opositores
Em 21 de Janeiro de 1918, logo depois do regresso de Trotski de
Brest-Litovsk para Petrogrado, teve lugar uma reunião de membros do CC com
funcionários do partido (63 pessoas). Lenine leu as suas Teses sobre a Questão da Conclusão Imediata de uma Paz Separada e Anexionista. As Teses (incluídas em Para a História da Questão da Paz Infeliz)
são uma obra-prima de análise política marxista. Sintetizamo-las aqui em
quatro secções:
I) O governo alemão já apresentou um ultimato. Ou aceitamos a paz
anexionista ou travamos uma guerra revolucionária. Não há solução intermédia.
A decisão é inadiável. Já fizemos
todo o possível para arrastar as negociações (pontos 7 e 8 das Teses).
II) A revolução socialista precisa de um desafogo de vários meses para organizar-se e consolidar-se
(pontos de 1 a 5). Concluindo uma paz separada aproveitamos a hostilidade
entre os dois grupos imperialistas para durante certo tempo consolidar a
revolução (ponto 20).
III) Nas próximas semanas ou meses o nosso exército não está em condições
de repelir com êxito uma ofensiva alemã (ponto 1). O campesinato pobre da
Rússia não está em condições de empreender uma guerra revolucionária. Seria
um erro fatal ignorar a correlação das forças de classe quanto a isto (pontos
13 a 17). Seria inadmissível jogar-se numa cartada o destino da revolução
apenas na esperança de que num prazo muito próximo comece a revolução na
Alemanha. Seria uma aventura. (pontos 6, 18 e 19).
IV) Os argumentos a favor de uma
guerra revolucionária imediata são falsos (pontos 9 a 11):
i) Uma paz separada será um acordo com os imperialistas alemães, etc. É falso. Uma nação fraca que consente
em assinar condições de paz desvantajosas para si […] se nesse momento não
tem forças para travar a guerra, não comete a menor traição ao socialismo.
ii) Ao concluir a paz tornamo-nos agentes do imperialismo alemão, pois
lhe damos a possibilidade de libertar tropas da nossa frente, etc. É falso. A guerra revolucionária
também faria de nós agentes do imperialismo anglo-francês, dando-lhe força
para os seus fins. Em ambos os casos não nos livramos completamente de um ou
outro laço imperialista. O princípio que deve basear a nossa táctica não é o
de qual dos dois imperialismos é mais vantajoso ajudar, mas de como mais segura e firmemente garantir à revolução socialista
a possibilidade de se reforçar, ou pelo menos de se manter num país até que
outros países se lhe juntem. [itálicos nossos]
Na reunião alargada do CC havia 3 grupos de opinião:
1) O grupo leninista, que defendia a necessidade de assinar imediatamente
a paz separada e anexionista com os alemães. Lenine argumentava que a jovem
Rússia Soviética precisava de uma trégua para pôr a economia em ordem e
preparar um novo exército socialista capaz de proteger o país dos ataques do
imperialismo. O novo exército acabava apenas de nascer [19].
2) O dos «comunistas de esquerda» -- um grupo liderado por N. Bukharin
[20] -- que exigia romper as negociações defendendo a palavra de ordem de
«guerra revolucionária» com os alemães. Já no passado Bukharin tinha tomado
posições dúbias, conforme mostramos abaixo em Apêndice. Uns anos mais tarde o
«esquerdista» Bukharin irá passar a posições de direita.
3) O trotskista, que defendia a tese de «não firmamos a paz, não
continuaremos a guerra, desmobilizaremos o exército» («nem paz nem guerra»),
contando com «os alemães não atacarão» porque vem aí a revolução na Alemanha.
Nas Teses a política
aventureira dos «comunistas de esquerda» e trotskistas, que podia levar à
destruição do Estado soviético, era analisada em detalhe nos pontos
mencionados nas secções III e IV acima.
A oposição mais importante e perigosa era a dos
«comunistas de esquerda», que atacava furiosamente Lenine dizendo que este
era de direita. Estava espalhada em várias organizações do POSDR(b),
nomeadamente em Moscovo, Petrogrado, Urais, Ucrânia e Sibéria. Em 28 de
Dezembro de 1917 o plenário do Comité Regional de Moscovo, na altura dominado
pelos «comunistas de esquerda» Lomov, Maksimovsky, Osinsky, Sapronov, Stukov,
etc., adoptou uma resolução exigindo o fim das negociações de paz e uma
ruptura diplomática com todos os estados capitalistas. No mesmo dia, a
maioria do Comité de Petersburgo, que incluía Bokyi, S. Kosior, Fenigstein e
S. Ravich, pronunciou-se contra as condições de paz alemãs. A 10 de Janeiro
de 1918 o Comité Regional de Moscovo aprovou uma resolução que exigia romper
as negociações com a Alemanha. Mesmo bolcheviques honestos e experientes como
F. Djerjinsky, V, Kuibytchev e M. Frunze não discordaram de imediato com os
«comunistas de esquerda». A luta contra os «comunistas de esquerda» teve de
passar por um longo período de esclarecimento e persuasão de Lenine.
Na citada reunião de 21 de Janeiro Lenine mostrou que travar a guerra nas
condições de grave crise económica, de enorme fadiga do povo devido a mais de
três anos de guerra imperialista, de sabotagem e resistência da burguesia
russa, de ausência de um exército firme e desejoso de lutar contra interesses
estrangeiros, seria uma aventura. Insistiu em que era preciso iniciar de
imediato um período de trégua. Contra Lenine, pronunciaram-se Trotski,
Kamenev, Preobrajensky, Lomov, Osinsky, e Yakovleva. Na votação final as
teses de Lenine foram apoiadas por 15 participantes, 16 votaram a favor de
Trotski e 32 a favor dos «comunistas de esquerda». O historiador burguês Wheeler-Bennett
(ver artigo anterior) refere, sem citar a fonte, que nessa
reunião a tese de Trotski foi apoiada por Estaline e Kamenev, e que a
proposta de Bukharin foi apoiada por Alexandra Kollontai, Bela Kun, Pokrovsky,
Pyatakov, Radek, e Uritsky.
Trotski diz em A Minha Vida que a sua tese servia de «ponte» entre a de Lenine e
a dos «comunistas de esquerda» (o «unificador» Trotski outra vez como
«ponte») e que era esta «ponte» que iria ser atravessada depois da reunião de
21 de Janeiro. Descreve o seguinte diálogo entre ele e Lenine:
Lenine: «Muito bem, suponhamos que de facto nos
negámos a assinar a paz, e que os alemães respondem com um avanço. O que vai
você fazer então?»
Trotski: «Assinaremos a paz na ponta das
baionetas. A situação será clara para todo o mundo».
Lenine: «Mas nesse caso você não apoiará o slogan da guerra revolucionária, certo?»
Trotski: «Em nenhuma circunstância.»
Lenine: «Nesse caso, a [sua] experiência não
será provavelmente tão perigosa. Só arriscaremos perder a Estónia ou a
Letónia.», «Por causa de uma boa paz com Trotski, a Letónia e Estónia valem a
pena perder-se.»
Só temos a palavra de Trotski – repetida por
Wheeler-Bennett – sobre esta incredível cena. Incredível porque: Lenine em
reuniões e documentos posteriores continuou a lutar esforçadamente por
assinar imediatamente a paz e nunca
defendeu a «ponte»; Lenine era totalmente contra políticas aventureiras de
«fazer experiências»; Lenine preocupava-se com a Estónia e com o possível
avanço alemão sobre Petrogrado facilitado pela ocupação da Estónia; a
experiência de Trotski envolvia precisamente um risco acrescido de guerra
revolucionária (assinar a paz na ponta das baionetas) e em piores condições;
as votações na reunião seguinte do CC em 24 de Janeiro só são compreensíveis
com Lenine estando contra a «experiência» de Trotski.
O objetivo desta cena é claro: Trotsky
oferece-se uma desculpa da sua traição ao partido, como iremos ver.
Trotski diz, a seguir: «Foi nesta sessão
decisiva de 22 de Janeiro que o Comité Central adoptou as minhas propostas:
atrasar as negociações; no caso de um ultimato alemão, declarar a guerra
terminada mas com a recusa de assinar a paz». Em primeiro lugar, a «reunião
decisiva» não foi a 22 mas a 24 de Janeiro; um erro repetido por
Wheeler-Bennett. Em segundo lugar, dessa reunião existe uma Acta dos discursos de Lenine -- Discursos sobre a Guerra e a Paz numa
Reunião do CC do POSDR(b) -- publicada em 1922 em vida de Lenine; estes
discursos, que constam das obras completas de Lenine publicadas em espanhol e
francês, mas por qualquer razão não em inglês (MIA), desmentem Trotski.
Lenine diz nomeadamente: «O que propõe o camarada Trotsky [...] é uma
manifestação política internacional. Ao retirar as nossas tropas, o que
conseguimos fazer com isso é entregar a República Socialista da Estónia aos
alemães. [...] Se os alemães iniciarem a ofensiva, seremos obrigados a
assinar qualquer tratado de paz e então, como é natural, isso será pior». Eis
o que Lenine pensava da «ponte».
Seguiu-se uma votação sobre se seria de
empreender uma guerra revolucionária. Os «comunistas de esquerda» tiveram 2
votos contra 11. A seguir, uma parte dos «comunistas de esquerda» (Bukharin, Uritski e Lomov)
atravessou a «ponte»: juntou-se à proposta de Trotski, o que não é de
admirar. Esta venceu por 9 votos contra 7 a proposta de Lenine. Segundo a Acta, Lenine propôs atrasar por todos os meios as negociações «Considerando
a ausência de uma unidade sólida sobre a questão da paz entre os membros do Comité
Central», o que foi aprovado por 12
votos contra 1 [21]. Lenine também
insistiu com Trotski que se os alemães apresentassem um ultimato havia que
assinar a paz. Trotski em A Minha
Vida (tanto quanto sabemos o único trabalho de Trotski que menciona a reunião
de 24 de Janeiro) omite as votações e distorce o que se passou nessa reunião.
A questão da paz também foi discutida no
Terceiro Congresso de Toda a Rússia dos Sovietes. Em 14 de Janeiro de 1918,
por sugestão da facção bolchevique, o congresso aprovou uma resolução
expressando plena confiança no governo soviético e também aprovando todas as
suas actividades visando a paz. (Protokoly ... [21].)
As delegações russa e alemã voltaram a encontrar-se em Brest-Litovsk a 29
de Janeiro. As dicussões centraram-se em torno da Ucrânia. Neste tópico os
alemães propuseram a 4 de Fevereiro um adiamento das negociações para 7 de
Fevereiro; isto foi feito a fim de dar oportunidade a alemães e austríacos de
discutir em Berlim a melhor maneira de pillhar a Ucrânia.
Entretanto, Lenine continuava a defender a tese
de assinar a paz. A 1 de Fevereiro, numa reunião do CC [22], diz que a melhor
maneira de dissuadir os camaradas que defendem a guerra revolutionária é irem
à linha da frente e verem com os próprios olhos que é impossível travar a
guerra. Propõe uma conferência para o dia seguinte (veio a ser a 3 de Fevereiro),
onde, na questão da paz, cada grupo de opinião apresentaria os seus
argumentos. A proposta foi aprovada.
Não se conservou a Acta da reunião de 3 de
Fevereiro. Só se conservou o registo das votações em 10 questões relacionadas
com a paz [23]. Sobre a questão principal – É permissível assinar agora uma
paz anexionista dos alemães? -- 5 votaram sim (Lenine, Estaline, Muranov,
Sergeyev, Sokolnikov); 9 votaram não (Lomov, Krestinsky, Bubnov, Kosior,
Osinsky, Stukov, Preobrajensky, Spunde, Fenigstein). Zinoviev, Bukharin e
Uritsky abandonaram a reunião antes da votação.
Retomadas as negociações a 7 de Fevereiro, elas
incidiram no tratado de paz das Potências Centrais com a Rada. Foi assinado a
9 de Fevereiro, sob protesto da delegação russa. Voltou-se a discutir a
questão da autodeterminação, mantendo-se o diferendo entre as condições
democráticas avançadas pela delegação russa e as condições de controlo por
elementos sujeitos aos alemães, defendidas por estes. O Alto Comando alemão
insistiu com Kühlmann para apresentar um ultimato ao CCP. Kühlmann procurou a
8 de Fevereiro que Trotsky aceitasse um compromisso concedendo Riga e as ilhas
do golfo de Riga à RSFSR. Trotsky recusou e conferenciou telegraficamente com
Lenine e Estaline na noite de 9 de Fevereiro. O que Trotsky disse não é
conhecido. Mas é conhecido o telegrama resposta de Lenine e Estaline que
confirmava anteriores instruções: «Você conhece o nosso ponto de vista; foi
ultimamente confirmado, sobretudo depois da carta de Ioffe. […] Mantenha-nos
informados.» [24]
Na tarde de 10 de Fevereiro Trotsky fez uma
declaração em nome do CCP [25] às delegações da Quádrupla Aliança em Brest-Litovsk.
Incluía o seguinte trecho que violava as anteriores instruções:
[…] o governo da República Federal da Rússia informa os governos e os povos
unidos na guerra contra nós, os países aliados e neutros, que, ao recusar-se
a assinar uma paz de anexação, a Rússia declara pelo seu lado terminado o
estado de guerra com a Alemanha, a Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária. As
tropas russas estão a receber agora uma ordem de desmobilização geral […]
A Rússia Soviética não
assinava a paz, cessava a guerra e desmobilizava o exército! As delegações retiraram-se. Em Petrogrado, Moscovo, etc., a
contra-revolução exultava. Os bolcheviques tinham caído na armadilha da
«guerra revolucionária». Agora viriam aí os alemães que esmagariam o poder
soviético.
No dia 16 de Fevereiro Lenine recebeu o seguinte
telegrama do general Samoilo, que tinha ficado em Brest-Litovsk: «O general
Hoffmann anunciou hoje oficialmente que o armistício concluído com a
República Russa termina em 18 de Fevereiro às 12 horas e a guerra será
retomada nesse dia. Convidou-me, portanto, a deixar Brest-Litovsk».
O CC reuniu-se a 17 de Fevereiro. Pela moção de
Lenine, de iniciar imediatamente novas negociações com a Alemanha para
assinar a paz, votaram 5 membros do CC (Lenine, Estaline, Sverdlov,
Sokolnikov, Smilga) e 6 votaram contra (Trotski, Bukharin, Lomov, Uritski,
loffe, Krestinski). Mas quando a questão foi apresentada assim: «Se a ofensiva alemã acontecer sem que haja um ascenso revolucionário na
Alemanha e na Áustria, assinaremos a paz?», Trotski votou afirmativamente, Bukharin, Lomov, Uritski e Krestinski
abstiveram-se, e só Ioffe votou contra. Desta forma, a moção de Lenine foi
aprovada. (Protokoly ...
[21].)
A 18 de Fevereiro o CC
reuniu-se de manhã [26]. Lomov e Bukharin pretenderam atrasar a discussão da
questão da paz. Lenine opôs-se e a sua proposta de discutir o envio de um
telegrama aos alemães sobre a paz foi aceite. Na discussão, Lenine refere que
há boas razões para crer que as alemães querem uma ofensiva para derrubar o
governo soviético e que, se não se fizer nada e quando a ofensiva se declarar
se for explicar isso ao povo, só se criará mais confusão no povo. Trotski e Bukharin opõem-se ao envio de um
telegrama oferecendo a paz. Na votação a proposta de Lenine é rejeitada
por 7 votos contra 6.
A reunião do CC recomeçou ao fim da tarde em
situação tensa, quando já era conhecido que a ofensiva alemã tinha
efectivamente começado em toda a frente [27]. Os «comunistas de esquerda» continuaram
a manifestar-se contra a proposta de Lenine. Trotski propôs que se
perguntasse a Berlim e Viena que exigências impunha o governo alemão, sem
informar que se aceitava a paz. Sverdlov, Estaline e Zinoviev pronunciaram-se
a favor do envio de um telegrama ao governo alemão informando que se aceitava
retomar as negociações. Lenine conseguiu pela primeira vez obter a maioria
dos votos. A sua proposta sobre o envio de um telegrama ao governo alemão foi
aprovada por 7 votos contra 6.
O telegrama é escrito
por Lenine na noite de 18 de Fevereiro [28] e chega a Berlim na manhã de 19
de Fevereiro. No mesmo dia Lenine expôs aos grupos bolcheviques e
SR de esquerda do CEC as razões porque não havia outra saída senão assinar a
paz [29]. Os alemães atrasaram propositadamente a resposta para poderem
continuar a ofensiva, ocupando uma
série de cidades e ameaçando Petrogrado. O perigo que paira sobre a RSFSR é
tão grave que, em nome do CCP, Lenine manda publicar a 21 de Fevereiro a
famosa proclamação A Pátria Socialista
Está em Perigo! [30].
A resposta alemã só
chegou a Petrogrado na manhã de 23 de Fevereiro e continha condições mais
duras de paz, conforme previra Lenine. Exigia-se uma resposta do CCP em 48
horas. No mesmo dia reuniram-se os grupos bolchevique e SR de esquerda do CEC
[31]. Krilenko anunciou que o exército desmobilizava
espontaneamente. Apesar disso, os bolcheviques Radek e Ryazanov e o SR de
esquerda Steinberg falaram contra a conclusão da paz!
No mesmo dia houve uma reunião do CC [32] convocada por motivo das novas condições
de paz alemãs que exigiam resposta em 48 horas. Os
«comunistas de esquerda» (Bukharin, Uritski, Lomov) opuseram-se à proposta de
Lenin de aceitar imediatamente as condições alemãs. Trotski declarou que, por
estar em desacordo com Lenine, abandonava o cargo de Comissário do Povo das
Relações Externas. Com Lenine estavam Sverdlov, Zinoviev e Sokolnikov.
Estaline, na sua primeira intervenção, propôs iniciar as negociações de paz,
mas sem a assinar. Eis alguns extractos das intervenções de
Lenine: «Quando os nossos membros do
Comité Central falam daa guerra civil internacional, isso é uma burla. Há
guerra civil na Rússia, mas não na Alemanha.[…] Estaline equivoca-se quando
diz que pode não assinar-se [a paz]. Há que assinar essas condições. Se não
as assinamos, assinaremos a sentença de morte do poder soviético daqui a três
semanas»; «O camarada Lomov pergunta se Vladimir
Ilitch admite agitação surda e declarada contra a assinatura da paz. O camarada Lenine responde afirmativamente». No final, votaram pela aceitação imediata do ultimato alemão Lenine,
Stasova, Zinoviev, Sverdlov, Estaline e Smilga; votaram contra Bubnov,
Uritski, Bukharin e Lomov; abstiveram-se Trotski, Krestinski, Djerjinski e
Ioffe. Depois da votação, o grupo dos «comunistas de esquerda» -- Bukharin,
Lomov, Bubnov, Piatakov, Iakovleva, Uritski -- declararam que renunciavam a
todos os cargos de responsabilidade no partido e nos sovietes, reservando-se
completa liberdade de fazer agitação dentro e fora do partido.
As posições de
Trotski, «comunistas de esquerda», socialistas-revolucionários, etc., são
discutidas de novo por Lenine na reunião do CC a 24 de Fevereiro [33]. O CCP comunicou nesse dia aceitar o ultimato alemão. Krilenko perguntou a
Hoffmann por rádio se condições de armistício semelhantes às que existiam
antes do dia 18 entrariam em vigor. Hoffmann respondeu que o antigo
armistício estava morto e que de acordo com as condições alemãs a paz deveria
ser concluída dentro de três dias após a chegada dos russos a Brest-Litovsk.
Até então, a guerra teria de continuar para «protecção da Finlândia, Estónia,
Livónia e Ucrânia». Dois dias depois os alemães chegavam a Narva e os russos
foram informados de que poderiam enviar a Brest-Litovsk a delegação para
assinar a paz. No sul, alemães e austríacos ainda avançavam na Ucrânia.
A delegação russa chefiada por Sokolnikov chegou
a Brest-Litovsk na tarde de 28 de Fevereiro e insistiu em que a sua chegada
marcasse o fim das hostilidades. Hoffmann recusou. Os turcos aproveitaram
para adicionar territórios no Mar Negro, que ocupavam, aos termos do tratado.
As negociações de paz começaram a 1 de Março. Sokolnikov mostrou-se pronto a
assinar o «ultimato». Os alemães procuraram humilhar a delegação russa.
Replicaram que não era um ultimato pois os russos eram livres de assinar ou
não e que, para dar tempo de discutir os aspectos técnicos do tratado,
através de comissões, marcariam reunião para o dia seguinte. O suplício dos
russos durou até às 17H00 de 3 de Março quando foi assinado o ultimato (ver
mapa abaixo). A Rússia perdia 34% da sua população, 32% de terras aráveis,
85% da terra de beterraba sacarina, 54% de empresas industriais e 89% das
minas de carvão.
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6 - The Leninist Theses and their Opponents
On January 21, 1918, shortly after Trotsky's return from Brest-Litovsk to
Petrograd, a meeting of CC members with party officials (63 people) took
place. Lenin read his Theses on the
Question of the Immediate Conclusion of a Separate and Anexionist Peace.
The Theses (included in On the History of the Question of the
Unfortunate Peace) are a masterpiece of Marxist political analysis. We
synthesize them here in four sections:
I) The German government has already presented an
ultimatum. Either we accept the annexationist peace or wage a revolutionary
war. No middle course is possible. The decision is urgent. We have done
everything possible to protract the negotiations (points 7 and 8 of the Theses).
II) The socialist revolution needs a respite of several
months to organize and consolidate itself (points 1 through 5). By concluding
a separate peace, we take advantage of the hostility between the two
imperialist groups for a certain time to consolidate the revolution (point
20).
III) In the coming weeks or months our army is not in a
position to successfully repel a German offensive (point 1). The poor
peasantry of Russia is not in a position to wage a revolutionary war. It
would be a fatal mistake to ignore the correlation of class forces in this
matter (points 13 through 17). It would be unacceptable to gamble the fate of
the revolution only in the hope that the revolution in Germany will soon
begin. It would be an adventure. (points 6, 18 and 19).
IV) The arguments
in favor of an immediate revolutionary war are false (points 9 through
11):
i) A separate peace will be an agreement with the
German imperialists, etc. It is false.
A weak nation that agrees to sign disadvantageous peace conditions for itself
... if it does not have the strength to wage war at that moment, does not
commit the slightest betrayal of socialism.
ii) When we conclude peace we become agents of German
imperialism, because we give it the possibility of liberating troops from our
front, etc. It is false. The
revolutionary war would also make us agents of Anglo-French imperialism,
giving it strength for its ends. In both cases we are not completely free of
one or another imperialist bond. The underlying principle of our tactics must
not be which of the two imperialisms it
is more profitable to aid, but rather how
the socialist revolution can be most firmly and reliably ensured the
possibility of consolidating itself, or, at least, of maintaining itself in
one country until it is joined by other countries. [our emphasis]
There were 3 opinion groups at the
enlarged CC meeting:
1) The Leninist group, who defended the need of immediately signing the
separate and annexationist peace with the Germans. Lenin argued that the
young Soviet Russia needed a truce to put the economy in order and prepare a
new socialist army capable of protecting the country from the attacks of
imperialism. The new army had only just been born [19].
(2) That of the "Left
Communists" -- a group led by N. Bukharin [20] -- who demanded to break off
the negotiations and defended the slogan of "revolutionary war"
with the Germans. Already in the past Bukharin had taken dubious positions,
as shown below in Appendix. A few years later one will see the
"leftist" Bukharin moving to right-wing positions.
3) The Trotskyist, who defended the
thesis of "we do not sign the peace, we will not continue the war, we
will demobilize the army" ("neither peace, nor war"), counting
on "the Germans will not attack" because the revolution in Germany is
coming.
In the Theses the adventurous policy of the "Left Communists"
and Trotskyites, which could lead to the destruction of the
The most important and dangerous opposition was that of
the "Left Communists," who fiercely attacked Lenin saying that he
was a right-winger. It was spread in several organizations of the RSDLP(B),
namely in
At the aforementioned meeting on
January 21 Lenin showed that waging war in the conditions of a serious
economic crisis, of ancredible fatigue of the masses from more than three
years of imperialist war, of sabotage and resistance of the Russian
bourgeoisie, in the absence of a firm army, desirous of fighting against
foreign interests -- that it would be an adventure. Lenin insisted that a
period of truce should have to be started immediately. Trotsky, Kamenev,
Preobrazhensky, Lomov, Osinsky, and Yakovleva, spoke up against Lenin. In the
final vote Lenin's theses were supported by 15 participants, 16 voted in
favor of Trotsky and 32 in favor of the "left communists". The bourgeois
historian Wheeler-Bennett (see previous article) states, without citing the source, that at that
meeting Trotsky's thesis was supported by Stalin and Kamenev, and that
Bukharin's proposal was supported by Alexandra Kollontai, Bela Kun,
Pokrovsky, Pyatakov, Radek, and Uritsky.
Trotsky says in My Life that his thesis served as a "bridge" between
that of Lenin and that of the "Left Communists" (the
"unifier" Trotsky again as "bridge") and that this
"bridge" was to be crossed after the meeting on 21 January. He describes
the following dialogue between him and Lenin:
Lenin: -- “All right, let’s suppose that we have actually refused to sign a
peace, and that the Germans answer it by an advance. What are you going to do
then?”
Trotsky: -- “We will sign peace at the point of a bayonet. The situation will be
clear to all the world.”
Lenin: “But in that case, you won’t support the slogan of revolutionary war,
will you?”
Trotsky: ’’Under no circumstances.”
Lenin: “In that case, the [your] experiment will probably not be so
dangerous. We will only risk losing Esthonia or Latvia.”, “For the sake of a
good peace with
We only have the word of Trotsky -- repeated by Wheeler-Bennett -- on this incredible
scene. Incredible, because: Lenin in later documents snd meetings continued
to strive hard to sign peace immediately and he never defended Trotsky’s
"bridge"; Lenin was totally and absolutely against adventurous
policies of “making experiments”; Lenin did worry about Estonia and the
possible German advance on Petrograd facilitated by the occupation of
Estonia; Trotsky's experience involved an increased risk of revolutionary war
(peacemaking at the point of bayonets) and worse conditions; the voting
results of the following CC meeting of January 24 are understandable only
with Lenin being against Trotsky's “experiment”.
The purpose of this scene is clear: Trotsky
self-provides an excuse of his betrayal to the party, as we shall see.
Trotsky goes on to say: «It was at this decisive session of January 22,
that the Central Committee adopted my proposals: to delay negotiations; in
the event of a German ultimatum, to declare war at an end, but to refuse to
sign peace". Firstly, the “decisive
meeting” was not on 22 but on 24 January; a mistake repeated by
Wheeler-Bennett. Secondly, the Minutes
of this meeting with Lenin’s speeches exist -- Speeches on War and Peace at a Meeting of the Central Committee of
the RSDLP(B) -- published in 1922, in the life of Lenin; these speeches,
which appear in the complete works of Lenin published in Spanish and French,
but for some reason not in English (MIA), disprove Trotsky. Lenin says in
particular: “What comrade Trotsky proposes [...] is an international
political demonstration. By withdrawing our troops, what we are able to accomplish
with this is to hand over the Socialist Republic of Estonia to the Germans.
[...] If the Germans start the offensive, we will be forced to sign any peace
treaty and in such case, of course, it will be a worse one." Here it is
what Lenin thought of the "bridge."
There followed a vote on whether or
not to wage a revolutionary war. The “Left Communists” got 2 votes against
11. Following this, a section of the “Left Communists” (Bukharin, Uritsky and
Lomov) crossed over the “bridge”: they joined Trotsky's proposal, which was
not surprising. This proposal won by 9 votes against 7 Lenin's proposal.
According to the Minutes, Lenin then
-- "Taking into account the absence of solid unity on the question of
peace among the members of the Central Committee" -- motioned to delay
by all means the negotiations, which was adopted by 12 votes to 1 [21]. Lenin also insisted with Trotsky that if
the Germans presented an ultimatum they had to sign the peace. Trotsky in
My Life (as far as we know this is Trotsky's
single work mentioning the meeting of 24 January) omits the votes and
distorts what happened at that meeting.
The question of peace was also
discussed at the Third All-Russia Congress of of Soviets. On January 14,
1918, at the suggestion of the Bolshevik faction, the Congress passed a
resolution expressing full confidence in the Soviet government and also
approving all its activities aimed at peace. (Protokoly ... [21].)
7 - «Neither Peace, nor War»
The Russian and German delegations
met again in Brest-Litovsk on 29 January. The discussions centered on
Ukraine. On this topic, the Germans proposed on the 4th February an
adjournment of the negotiations for February 7; this was done for the purpose
of giving Germans and Austrians the opportunity to discuss in Berlin the best
way to plunder Ukraine.
In the meantime Lenin continued to defend his thesis of signing the peace. On
the 1st of February, at a meeting of
the CC, [22] he says that the best way to dissuade the comrades who defend
the revolutionary war is to go to the front line and see with their own eyes
that it is impossible to wage war. He proposed a conference for the next day
(it came to be February 3), where, in the matter of peace, each group of
opinion would present the respective arguments. The proposal was approved.
The Minutes of the meeting of
February 3 were not kept. There is
only a record of the vote on 10 questions connected with the conclusion of
peace [23]. On the main question -- Is it
permissible to sign a German annexationist peace now? -- 5 voted yes (Lenin,
Stalin, Muranov, Sergeyev, Sokolnikov); 9 voted no (Lomov, Krestinsky,
Bubnov, Kosior, Osinsky, Stukov, Preobrazhensky, Spunde, Fenigstein).
Zinoviev, Bukharin and Uritsky left the meeting before the vote.
When the negotiations resumed on
February 7, they focused on the peace treaty between the Central Powers and
the Rada. This treaty was signed onFebruary 9, under protest from the Russian
delegation. The issue of self-determination was again discussed, with the dispute
between the democratic conditions put forward by the Russian delegation and
the conditions of control by elements subject to the Germans being defended
by the latter. The German High Command insisted with Kühlmann to present an
ultimatum to the CPC. Kühlmann sought on 8 February that Trotsky should
accept a compromise by granting Riga and the islands of the Gulf of Riga to
the RSFSR. Trotsky refused and conferred telegraphically with Lenin and
Stalin on the evening of 9 February. What Trotsky said is not known. But the
reply telegram from Lenin and Stalin, which confirms previous instructions,
is known: "You know our
standpoint; it has lately been confirmed, especially after Joffe's letter.
[...] Keep us informed. "[24]
On the afternoon of 10 February Trotsky made a statement
on behalf of the CPC [25] to the delegations of the Quadruple Alliance in
Brest-Litovsk. It included the following passage that violated the above
instructions:
[…] the Government of the Russian Federal Republic informs the governments
and peoples united in war against us, the Allied and neutral countries, that,
in refusing to sign a peace of annexation, Russia declares, on its side, the
state of war with Germany, Austria-Hungary, Turkey, and Bulgaria as ended.
The Russian troops are receiving at the same time an order for a general
demobilization […].
Soviet Russia did not sign the peace and was ending the war and demobilizing
the army! The delegations parted ways. In Petrograd, Moscow, etc., the
counter-revolution was jubilant. The Bolsheviks had fallen into the trap of
"revolutionary war." Now the
Germans would come and would crush the Soviet power.
8 - The Final Ultimatum
On February 16, Lenin received a
telegram from general Samoilo, who was left behind at Brest-Litovsk: “General
Hoffmann today gave official notice that the armistice concluded with the
Russian Republic comes to an end on February 18 at 12 o'clock, and that war
will be renewed on that day. He therefore invites me to leave Brest-Litovsk.”
The CC met on 17 February. For
Lenin's motion to immediately start new negotiations with Germany to sign the
peace stood 5 members of the CC (Lenin, Stalin, Sverdlov, Sokolnikov, Smilga)
and 6 voted against (Trotsky, Bukharin, Lomov, Uritski, loffe, Krestinski ).
But when the question was put this way: "If the German offensive takes
place without there being a revolutionary ascent in
On 18 February the CC met in the morning [26]. Lomov and Bukharin sought to
delay discussing the peace issue. Lenin objected and his proposal to discuss
sending a telegram to the Germans on peace was accepted. In the discussion,
Lenin says there is good reason to believe that the Germans want an offensive
to overthrow the Soviet government, and if nothing is done and an explanation
is presented to the people when the offensive is unfolding, it will only
create more confusion in the people. Trotsky
and Bukharin oppose sending a telegram offering peace. Lenin's proposal is
rejected by 7 votes to 6.
The CC meeting resumed in the late afternoon in a tense
situation, when it was already known that the German offensive had indeed
begun on the whole front [27]. The "Left
Communists" continued speaking out against Lenin's proposal. Trotsky motioned
to ask Berlin and Vienna what demands did the German government impose,
without informing that peace would be accepted. Sverdlov, Stalin and Zinoviev
were in favor of sending a telegram to the German government stating that the
resumption of negotiations was accepted. Lenin managed to get the majority of
the votes for the first time. His proposal to send a telegram to the German
Government was adopted by 7 votes to 6.
The telegram is written by Lenin in the
night of February 18 [28] and arrives in Berlin on the morning of 19
February. On the same day Lenin explained to the Bolshevik and Left SR groups
of the CEC the reasons why there was no other way than to sign the peace
[29]. The Germans deliberately delayed the response in order to continue the
offensive, occupying a number of cities and threatening Petrograd. The danger
hanging over the RSFSR is so serious that, on behalf of the CPC, Lenin orders
to publish on 21 February the famous proclamation The Socialist Fatherland Is in Danger! [30].
The German answer only arrived to
Petrograd on the morning of February 23 and contained harsher conditions of
peace, as Lenin had foreseen. A CPC response was required within 48 hours. On
the same day the Bolshevik and Left SR groups of the CEC met [31]. Krilenko
announced that the army was demobilizing spontaneously. Despite this, the
Bolsheviks Radek and Ryazanov and the Left SR Steinberg spoke against the
conclusion of the peace!
On the same day was convened a
meeting of the CC [32] to discuss the new German peace conditions that
demanded a 48 hour response. The "Left Communists" (Bukharin,
Uritski, Lomov) opposed Lenin's proposal to accept German conditions
immediately. Trotsky stated that, because he was in disagreement with Lenin,
he left the position of People's Commissar of External Affairs. With Lenin
were Sverdlov, Zinoviev, and Sokolnikov. Stalin, in his first speech,
proposed to start peace negotiations, but without signing it. Here are
excerpts from Lenin's remarks: "When our members of the Central
Committee speak of the international civil war, this is a mockery. There is
civil war in Russia, but not in Germany [...] Stalin is mistaken when he says
that he cannot sign [the peace]. These conditions must be signed. If we do
not sign them, we will sign the death sentence of the Soviet power in three
weeks”; «Comrade Lomov asks if Vladimir Ilyich admits muffled and declared
agitation against the signing of peace. Comrade Lenin answers yes." In
the end, Lenin, Stasova, Zinoviev, Sverdlov, Stalin and Smilga voted for the
immediate acceptance of the German ultimatum; Bubnov, Uritsky, Bukharin and
Lomov voted against; Trotsky, Krestinski, Dzherzhinski and Joffe abstained.
After the vote, the “Left Communists” -- Bukharin, Lomov, Bubnov, Piatakov,
Iakovleva and Uritsky -- declared that they renounced all positions of
responsibility in the party and in the soviets, reserving for themselves complete
freedom of agitation inside and outside the party.
The positions of Trotsky, "Left
Communists," Socialist-Revolutionaries, etc., were discussed again by
Lenin at the CC meeting on 24 February. [33] The CPC announced on that day to
accept the German ultimatum. Krylenko asked Hoffmann by radio if armistice
conditions similar to those that existed before the 18th would take effect.
Hoffmann replied that the old armistice was dead and that according to German
conditions peace should be completed within three days after the Russians
arrived to Brest-Litovsk. Until then, the war would have to continue for “protection
of Finland, Estonia, Livonia and Ukraine”. Two days later the Germans arrived
in Narva and the Russians were informed that they could send the delegation
to Brest-Litovsk to sign the peace. In the South, Germans and Austrians were
still advancing in Ukraine.
The Russian delegation headed by
Sokolnikov arrived in Brest-Litovsk on the afternoon of 28 February and
insisted that his arrival would mark the end of hostilities. Hoffmann
refused. The Turks took advantage to add territories in the Black Sea, which
they occupied, to the terms of the treaty. The peace talks began on the 1st
of March. Sokolnikov declared to be ready to sign the «ultimatum». The
Germans sought to humiliate the Russian delegation. They replied that it was
not an ultimatum because the Russians were free to sign it or not and that,
in order to allow time for discussing the technical aspects of the treaty
through committees, they would arrange a meeting for the next day. The
Russians' torture lasted until 5:00 p.m. of
March 3, when the ultimatum was signed (see map below). Russia lost
34% of its population, 32% of arable land, 85% of sugar beet land, 54% of
industrial enterprises and 89% of coal mines.
|
Adaptado de | Adapted from: US
Military Academy, History WWI .
A
linha do primeiro ultimato era a linha do armistício (a tracejado): a Alemanha
ocupava a Polónia, a “Ober Ost” -- administrações fantoches na Lituânia e
partes da Letónia, Estónia e Bielorrússia --, e parte da Ucrânia. A linha do
tratado de Brest-Litovsk incorporou os territórios a magenta. Narva é o ponto
extreme da Estónia mais perto de Petrogrado (130 km).
The line of the first ultimatum was the armistice line (dotted): Germany occupied Poland ,
the "Ober Ost" -- the puppet administrations in Lithuania and parts of Latvia , Estonia
and Belarus -- and part of Ukraine . The
Treaty line of Brest-Litovsk incorporated the territories in magenta. Narva is the extreme point of Estonia, closest to
Petrograd (130 km).
9 - «A Fraseologia Revolucionária»
Lenine lutou
incansavelmente para explicar ao partido, e aos cidadãos em geral através da
imprensa, porque razão era necessário aceitar o ultimato alemão.
Em 21 de Fevereiro, quando ainda não era seguro
que a sua posição seria adoptada face às piores condições oferecidas pelos
alemães, publicava no Pravda o seu
artigo A Fraseologia Revolucionária
para desmontar o slogan de «guerra revolucionária» [34]. O artigo começa por
definir «fraseologia revolucionária»: «repetição de slogans revolucionários,
sem ter em conta as circunstâncias objectivas num dado momento, o estado de
coisas existente nesse momento. Os slogans são soberbos, atraentes,
intoxicantes, mas carecem de fundamento». Lenine reconhece que «a nossa
imprensa sempre falou da necessidade de nos preparamos para uma guerra
revolucionária em caso de vitória do socialismo num país e existência de
capitalismo nos países vizinhos». Por isso mesmo, se tinha iniciado a criação
do Exército Vermelho. A seguir, Lenine examina os argumentos avançados pelos
defensores da «guerra revolucionária». Salientam-se os seguintes:
-- Argumento: «A Alemanha “não pode
atacar”, a sua crescente revolução
não o permitirá».
Para além de referir que os factos
refutaram tais cálculos, Lenine diz ainda «A declaração "os alemães não
podem atacar" foi, portanto, equivalente a declarar "sabemos que o
governo alemão será derrubado nas
próximas semanas". Na verdade,
não sabíamos, e não podíamos saber isso, portanto a declaração era uma frase
oca». Sobre este tema Lenine acrescenta algo importante (que se pode
considerar uma lei da política marxista) e que, por isso mesmo, sublinhamos a
amarelo:
«Nós, marxistas, sempre nos orgulhámos de saber
determinar por meio de uma análise rigorosa da força das massas e das
relações de classe a adequação desta ou daquela forma de luta. Dissemos que
uma insurreição nem sempre é adequada; se não existirem nas massas as
condições requeridas, é uma aventura; condenámos muitas vezes as formas
heróicas de resistência individual como inadequadas e prejudiciais do ponto
de vista da revolução.
[…]
É claro para todos (excepto para os intoxicados pela fraseologia) que se
empreendemos um conflito de carácter insurrecional ou militar, sabendo que não temos forças, sabendo que não temos nenhum exército, é
uma aventura que não ajudará os trabalhadores alemães, mas entorpecerá sim a
sua luta e facilitará a tarefa dos seus e dos nossos inimigos».
-- Argumento: «Mas a Alemanha
estrangular-nos-á economicamente com um tratado de paz separado; tirar-nos-á
carvão e cereais e escravizar-nos-á».
Lenine, depois de fazer notar que com um
choque armado sem exército seria muito pior, diz assim: «Aceitamos um tratado
desvantajoso, uma paz separada, cientes de que ainda não estamos em condições de empreender a guerra revolucionária
[…] que devemos aguardar até sermos mais fortes. Por isso mesmo, se pudermos obter a paz separada mais
desvantajosa, devemos aceitá-la
forçosamente em benefício da revolução socialista ainda débil […]. Só se for absolutamente impossível obter uma paz separada teremos de lutar
imediatamente, não porque seja uma
táctica justa, mas sim porque não teremos outra saída».
-- Argumento: «Esta paz indecente é uma
vergonha, é uma traição à Letónia, Polónia, Curlândia [Letónia ocidental] e
Lituânia».
Lenine começa por notar que são
precisamente os burgueses russos e
seus lacaios, ligados aos jornais reaccionários, que usam com empenho tal
argumento, supostamente internacionalista, com o qual prentendem atrair os
bolcheviques para uma armadilha. A seguir, analisa-o teoricamente desta
forma:
«O que deve colocar-se primeiro: o direito das nações à
auto-determinação ou ao socialismo?
«O socialismo deve colocar-se primeiro.
«Será admissível que, para não vulnerar o
direito das nações à autodeterminação, se permita que a República Socialista
Soviética seja entregue, seja exposta aos golpes do imperialismo num momento
em que o imperialismo é obviamente mais forte e a República Soviética é
obviamente mais fraca?
«Não, não é admissível. Tal não seria uma
política socialista mas sim burguesa.
«Prossigamos. Seria menos vergonhosa, menos anexionista, uma paz cujas condições
estabelecessem que a Polónia, Lituânia e Curlândia fossem devolvidas “a nós”?
«Do ponto de vista dos burgueses russos, sim. De
um ponto de vista socialista internacionalista, não.»
Os danos causados pelos «comunistas de
esquerda» eram de tal monta que Lenine concluiu assim: «Temos de lutar contra a
fraseologia revolucionária, temos de lutar contra ela, é imprescindível que
lutemos contra ela, para que amanhã não nos digam a amarga verdade de que
“a fraseologia revolucionária sobre a guerra
revolucionária arruinou a revolução”».
Em 23 de
Fevereiro, a edição vespertina do Pravda
publicou o artigo de Lenine Paz ou
Guerra? Nele, volta a mencionar que «só a intoxicação
completa com a fraseologia revolucionária pode impelir alguns a recusar
assinar as [novas e piores] condições de paz». Refere também que a realidade
é ainda pior do que tinha previsto nas Teses
porque «[…] o nosso exército, que está a recuar e a desmobilizar, recusa-se
completamente a lutar» e que «Em tais condições, só uma fraesologia
desenfreada pode empurrar a Rússia para a guerra no momento presente e eu,
obviamente, não ficaria por um segundo no governo ou no Comitê Central do
nosso Partido se a política de fraseologia predominar». Dá exemplos concretos
da satisfação da burguesia: «Em Rejitsa, a burguesia acolheu exultantemente
os alemães. Em Petrogrado, na Nevsky Prospekt e nos jornais burgueses (Rech, Dyelo Naroda, Novy Luch, etc.), estão lambendo os
lábios com prazer com o derrube iminente do poder soviético pelos alemães».
Termina com uma poderosa afirmação que se confirmou: «Somos obrigados a
sofrer uma paz onerosa. Ela não deterá a revolução na Alemanha nem na Europa.
Dedicar-nos-emos a
preparar um exército revolucionário, porém não com frases nem exclamações
[…], mas sim com trabalho organizativo,
com feitos, com a formação de um autêntico e poderoso exército de todo o povo».
Em 24 de Fevereiro Lenine insiste, em várias
reuniões e escritos de que citamos extractos, na necessidade de assinar a
paz:
-- Onde Está o Erro? Discurso na Sessão Conjunta dos
Grupos Bolchevique e SR “de esquerda" do CEC de Toda a Rússia, Comunicado de Imprensa (de 23 ou 24 de Fevereiro). Em resposta a uma
declaração dos «comunistas de esquerda», Lenine assinala que estes «apresentam exclusivamente
raciocínios gerais, abstracções, que se transformam inevitavelmente em
fraseologia. Pois todo o raciocínio histórico geral aplicado a um
dado caso, sem analizar especificamente as condiçõees desse caso, converte-se
em fraseologia».
Dispomos de um interessante relato de uma testemunha ocular desta reunião
momentosa: [35].
-- Nota Sobre a Necessidade de Assinar a Paz. «Somos
prisioneiros do imperialismo alemão. Basta de frases sobre a insurreição armada contra os
alemães; sim ao trabalho sistemático, sério, regular, de preparar a guerra
revolucionária, de instaurar a disciplina, de formar um exército, de
reorganizar os caminhos de ferro e os abastecimentos. Tal é o ponto de
vista da maioria do CEC, incluindo Lenine (e a maioria do CC bolchevique) e
de Spiridonova e Malkin (minoria do CC dos SRs de esquerda)».
-- Posição
do CC do POSDR(b) quanto à Questão da Paz Separada e Anexionista (escrito
com Sverdlov): «Do ponto de vista da defesa da pátria, é inadmissível
deixar-se arrastar para um choque militar, quando não temos exército e o
inimigo está armado até aos dentes e magnificamente preparado», «[…] é
evidente que a enorme maioria das masas de operários, camponeses e soldados,
que elejeram os sovietes são contrários a ela [guerra].», «Fazer a guerra
agora significa, objectivamente, ceder à provocação da burguesia russa. […] A burguesia quer a guerra,
pois quer o derrrbe do poder soviético e o acordo com a burguesia alemã.
O júbilo dos burgueses de Dvinsk y Rejitsa, de Venden y Haapsalu, de Minsk e
Drissa, quando entraram os alemães, demonstra-o com toda a clareza».
-- Uma Paz
Infeliz, artigo publicado no Pravda: «Trotski tinha razão quando disse
que a paz pode ser triplamente infeliz, mas que não pode ser ignominiosa,
desgraçada e suja a paz que termina com esta guerra cem vezes obscena», «É
incrivelmente, inauditamente duro assinar uma paz infeliz […] É, porém,
inadmissível cair no desespero, inadmissível olvidar que a história oferece
humilhações ainda maiores, […] E, todavia, ainda assim os povos esmagados por
conquistadores ferozes e cruéis souberam superar e ressurgir», «Não estamos
sós no mundo. Temos amigos, partidários, colaboradores leais […] Trabalhemos para organizar, organizar
e ainda organizar! O futuro, apesar de todas as provas, é nosso».
Em 25 de Abril a edição vespertina do Pravda publicou o artigo de Lenine Uma Lição Doorosa Mas Necessária. A
certa altura, diz: «A semana de Fevereiro 18 a Fevereiro 24, 1918 desde a
tomada de Dvinsk à tomada de Pskov […] foi uma lição amarga, gravosa e
dolorosa, porém necessária, útil e benéfica.» Lenine refere depois a multidão
de comunicações telefónicas e telegráficas dessa semana que chegaram ao CCP;
umas, de «fraseologia revolucionária “resolutiva”», outras, «relatórios penosos
e humilhantes de regimentos recusando manter as suas posições, negando-se
mesmo a defender a linha do Narva, e de desobediência da ordem de destruir
tudo em caso de recuo, já para não falar da fuga, do caos, da inépcia, da
impotência, da incúria.» É de reter o que diz a seguir: «O trabalhador com consciência
de classe, que medite, tirará as seguintes três conclusões desta lição
histórica: sobre a nossa atitude quanto à defesa da pátria, à capacidade defensiva
do país, e à guerra revolucionária socialista; sobre as condições sob as
quais podemos entrar em colisão com o imperialismo mundial; sobre o modo
correcto de apresentar o problema da nossa atitude face ao movimento
socialista internacional». Sobre este último tópico acrescenta: «Não devemos converter em frase
oca a grande palavra de ordem “confiamos na vitória do socialismo na Europa”.
É uma palavra de ordem verdadeira se tivermos em conta o longo e difícil
caminho da vitória completa do socialismo. É uma verdade filosofico-histórica
inegável se se toma como um todo a “era da revolução socialista”. Porém, toda
a verdade abstracta converte-se em fraseologia quando aplicada a qualquer
situação concreta. É
indicutível que “toda a greve oculta a hidra da revolução social”. É, porém,
absurdo pensar que de uma greve se pode directamente passar à revolução».
O comportamento dos «comunistas de esquerda»
continuou a ser deplorável. O Comité Regional de Moscovo, onde na altura
dominavam os «comunistas de esquerda», adoptou em 24 de Fevereiro uma
resolução expressando falta de confiança no CC, recusando-se a obedecer a
decisões sobre o tratado de paz e que «No interesse da revolução mundial,
consideramos conveniente aceitar a possibilidade de perder o poder soviético
que se está agora a converter em algo puramente formal». Uma tirada retintamente «esquerdista»; isto é, de
«direitismo» com máscara de «esquerda». Neste caso, um «direitismo» que
equivalia a liquidar o poder soviético. Lenine analisa em detalhe este comportamento
no artigo Estranho e Monstruoso de
28 de Fevereiro.
Lenine prossegue na luta contra os «comunistas
de esquerda» -- a quem chama «pseudo-esquerdas» em outros artigos e reuniões:
Uma séria Lição e uma Séria Responsabilidade, a 5 de Março, onde rebate mentiras de Bukharin e Radek;
Sétimo Congresso Estraordinário do PCR(b), de 6 a 8 de Março, onde o relatório de Bukharin defendendo a guerra com
a Alemanha não é aprovado e alguns «comunistas de esquerda» revêem a sua
posição – mas não Bukharin, Lomov e Uritski que, apesar de eleitos para o CC,
declararam negar-se a trabalhar no CC;
Quarto Congresso Estraordinário dos Sovietes de Toda a Rússia, de 14 a 16 de Março, onde os SRs de esquerda se pronunciaram contra a
ratificação do tratado de paz e se retiraram do CCP, e os «comunistas de
esquerda» violaram decisões do partido ao recusarem-se a tomar parte na
votação que, após um longo debate, aprovou a resolução de Lenine (781 votos a
favor, 261 contra e 115 abstenções).
Lenine referiu as lições do tratado de
Brest-Litovsk em muitos outros trabalhos posteriores: O Infantilismo «de Esquerda» e a Mentalidade Pequeno Burguesa,
publicado no Pravda em 9, 10 e 11
de Maio de 1918; A Revolução Proletária
e o Renegado Kautsky, 10 de Outubro de 1918; As Valiosas Declarações de Pitirim Sorokin, 20 de Novembro de
1918; etc.
Como nota final, atentemos no facto de uma grande número de membros do CC
-- mais de metade, em certas questões e em dadas alturas – defenderem na
questão do tratado de Brest-Litovsk pontos de vista opostos aos de Lenine. Na
realidade, muitos deles vieram mais tarde a opor-se a Lenine em outras
questões o que, em princípio, não merece crítica. Num ou noutro caso Lenine
não tinha razão. O pior foi quando vários dos opositores, demonstrando fraqueza
ideológica e falta de firmeza, recusaram reconhcer que estavam errados e/ou
que os factos os desmentiam, e passaram a uma actividade fraccionista
causando sérias dificuldades à construção do socialismo. Que Lenine e os seus
partidários tenham conseguido vencer essas dificuldades e resolver enormes
tarefas nos primeiros anos da RSFSR atesta não só o mérito desses líderes mas
também o enorme apoio e confiança de que gozavam nas massas populares.
Líderes que não tinham outra opção senão levar a cabo a revolução com os
quadros disponíveis. Muitos deles com grandes divergências face ao que viria
a ser denominado marxismo-leninismo. Isto era então inevitável, porque --
verdade de La Palice – antes de Lenine não havia leninismo.
|
9 - « Revolutionary Phrase-Making»
Lenin fought tirelessly to explain to the party, and to citizens in general through the press, why it was necessary to accept the German ultimatum.
On 21 February, when it was not yet
certain that his position would be adopted in the face of the harsher
conditions offered by the Germans, Lenin published in Pravda his article The
Revolutionary Phrase in order to dismantle the slogan of
"revolutionary war" [34]. The article begins by defining
"revolutionary phrase-making": "repetition of revolutionary slogans irrespective of
objective circumstances at a given turn of events, in the given state of
affairs obtaining at the time. The slogans are superb, alluring,
intoxicating, but there are no grounds for them". Lenin acknowledges that "our press has
always spoken of the need to prepare for revolutionary war in the event of
the victory of socialism in one country and the existence of capitalism in
neighboring countries." That is why the creation of the Red Army had
begun. Next, Lenin examines the arguments advanced by the defenders of the
"revolutionary war." We highlight the following ones:
-- Argument: "
Lenin mentions that the facts
have refuted such calculations and then goes on: “The declaration ‘the Germans cannot attack’ was,
therefore, tantamount to declaring ‘we know that the German Government will
be overthrown within the next few weeks’. Actually we did not, and could
not, know this, and for this reason the declaration was an empty phrase." On this subject Lenin adds something important
(which can be considered a law of Marxist politics) that, for that very
reason, we underline in yellow:
"We Marxists have always been proud that we determined the expediency of any form of struggle by a precise calculation of the mass forces and class relationships. We have said that an insurrection is not always expedient; unless the prerequisites exist among the masses it is a gamble; we have often condemned the most heroic forms of resistance by individuals as inexpedient and harmful from the point of view of the revolution [...]
It is
clear to everyone (except those intoxicated with empty phrases) that to
undertake a serious insurrectionary or military clash knowing that
we have no forces, knowing that we have no army, is a gamble that will
not help the German workers but will make their struggle more difficult and
make matters easier for their enemy and for our enemy."
-- Argument: "But
Germany will strangle us economically with a separate peace treaty; she will
take away coal and grain, and will enslave us.”
Lenin, after pointing out
that with an armed clash without an army things would be much worse, he says:
"We are accepting a an unfavourable treaty and a separate peace knowing
that today we are not yet ready for
a revolutionary war that […] we must wait until we are stronger . Therefore, if there is a chance of obtaining the
most unfortunate separate peace, we
must absolutely accept it in the interests of the socialist revolution,
which is still weak [...]. Only if a separate peace is
absolutely impossible shall we have to fight immediately -- not because it
will be correct tactics, but because we shall have no choice.”
-- Argument: "This
indecent peace is a disgrace, it is betrayal of
Lenin begins by pointing out that it is precisely the Russian bourgeoisie and their lackeys, attached to the reactionary newspapers, who are the most zealous in using such a supposedly internationalist argument, with which they intend to lure the Bolsheviks into a trap. Lenin then analyzes the arguent theoretically in this way:
«Which should be put first, the right of nations to
self-determination, or socialism?
«Socialism should.
«Is it permissible, because of a
contravention of the right of nations to self-determination, to allow the
«No, it is
not permissible -- that is bourgeois
and not socialist politics.
«Further, would peace on the
condition that
From the
point of view of the Russian bourgeois, it would.
From the
point of view of the socialist-internationalist, it would not.
The damage caused by the
"Left Communists" was so great that Lenin concluded this way:
"We must fight against
the revolutionary phrase-making, we have to fight it, we absolutely must
fight it, so that at some future time people will not say of us the bitter
truth that ‘a revolutionary phrase about revolutionary war ruined the
revolution."
On February 23, the afternoon edition
of Pravda published Lenin’s article
Peace or War? In it he again
mentions that "only complete
intoxication by revolutionary phrase-making can impel some people to refuse
to sign these [new and worse peace] terms" Lenin
also points out that the reality is even worse than he had predicted in the Theses because "our army, which is retreating and demobilising,
is refusing to fight at all" and that "Under such conditions, only unrestrained
phrase-making is capable of pushing Russia into war at the present time and I
personally, of course, would not remain for a second either in the government
or in the Central Committee of our Party if the policy of phrase-making were
to gain the upper hand." He gives concrete
examples of the bourgeoisie's jubilation: "In Rezhitsa, the bourgeoisie exultantly welcomed the
Germans. In Petrograd, on Nevsky Prospekt, and in bourgeois newspapers (Rech,
Dyelo Naroda, Novy Luch, etc.), they are licking their lips with delight
at the impending overthrow of Soviet power by the Germans" He ends with a powerful assertion that has been
confirmed: "We are compelled to endure an onerous peace. It will
not halt the revolution in Germany and in Europe. We shall set about
preparing a revolutionary army, not by phrases and exclamations […], but
by organisational work, by deeds, by the creation of a proper, powerful
army of the whole people."
On 24 February Lenin insists on the
need to sign peace in several meetings and writings, from which we quote
excerpts:
-- Where is the Mistake? Speech at the Joint Session of the Bolshevik and
Left Socialist-Revolutionaries Groups of the All-Russia CEC, Press Release (23
or 24 February). Replying to a statement by the "Left Communists",
Lenin notes that “they put forward exclusively general
considerations, abstractions, which inevitably turn into empty phrases. For
every general historical statement applied to a particular case without a
special anal,ysis of the conditions of that particular case becomes an empty
phrase."
We have an interesting account of a
eye-witness of this momentous meeting: [35]
-- Note on the Necessity of Signing the Peace Treaty. "We are prisoners of German imperialism. Not empty phrases about an
immediate armed uprising against the Germans, but the systematie, serious,
steady work of preparing a revolutionary war, the creation of diseipline and
an army, the putting into order of the railways and food affairs. That
is the point of view of the majority of the CEC, including Lenin (and the
majority of the Bolshevik CC), and of Spiridonova and Malkin (the minority of
the Left Socialist-Revolutionaries CC).”
-- Position of the C.C. of the R.S.D.L.P.(B.) on the Question of the Separate
and Anexionist Peace (written with Sverdlov): "From the point of view of defending the
fatherland, it is impermissible for us to allow ourselves to be drawn into an
armed conflict when we have no army and the enemy is armed to the teeth and
excellently prepared.", "the obviously overwhelming majority of the
masses of workers, peasants and soldiers who elect deputies to the Soviets
are against the war", “To wage war today would amount objectively to
falling for the provocation of the Russian bourgeoisie. [...] The bourgeoisie wants war, because
they want the overthrow of Soviet power and an agreement with the German
bourgeoisie. The jubilation of the
bourgeoisie when the German troops arrived in Dvinsk and Rezhitsa, Venden and
Haapsalu, Minsk and Drissa confirms this as clearly as can be."
-- An Unfortunate Peace, an article published in Pravda: "Trotsky was right when he said: the peace may be a triply
unfortunate peace, but the peace ending this hundredfold obscene war cannot
be an obscene, disgraceful, dirty peace", "It is incredibly, unprecedentedly hard to sign
an unfortunate […] peace. But it is
impermissible to give way to despair, impermissible to forget that history
has examples of still greater humiliations […]. Yet even so, the peoples
crushed by bestially cruel conquerors were able to recover and rise again.”, "We are not alone in the world. We have friends,
supporters, very loyal helpers [...] Let us
work to organise, organise and yet again organise! The future, in spite of
all trials, is ours."
On April 25, the afternoon edition of
Pravda published Lenin's A Painful but Necessary Lesson. At one
paragraph Lenin says: "The
week from February 18 to February 24, 1918, from the capture of Dvinsk to the
capture of Pskov […] has been a bitter, distressing, and painful lessen, but
it has been a necessary, useful and beneficial one." Lenin then writes about the multitude of
telegraphic and telephonic communications that reached the CPC that week; some
of "’resolution-type’
revolutionary phrases", others, "painful and humiliating reports of regiments
refusing to retain their positions, of refusal to defend even the Narva Line,
and of disobedience to the order to destroy everything in the event of a
retreat, not to mention the running away, the chaos, ineptitude, helplessness
and slovenliness." What he says next is
worth minding: "The
thoughtful, class-conscious worker will draw three conclusions from this
historic lessen: on our attitude to the defence of the fatherland, its
defence potential and to socialist revolutionary war; on the conditions under
which we may come into collision with world imperialism; on the correct
presentation of the question of our attitude to the world socialist movement.". As regards this last topic Lenin adds: "We must
not turn into an empty phrase the great slogan ‘We bank on the victory of
socialism in Europe’. It is a true slogan if we have in mind the long and
difficult path to the full victory of socialism. It is an indisputable
philosophic-historical truth with respect to the entire ‘era of the socialist
revolution’. But any abstract truth becomes an empty phrase if it is applied
to any concrete situation. It is indisputable that ‘every strike conceals the
hydra of the social revolution’. But it is nonsense to think that we can
stride directly from a strike to the revolution."
The behavior of the “Left Communists”
continued to be deplorable. The Moscow Regional Committee, which at that time
was dominated by the "Left Communists", adopted on 24 February a
resolution expressing a lack of confidence in the Central Committee, refusing
to obey decisions on the peace treaty and that "In the
interests of the world revolution, we consider it expedient to accept the
possibility of losing Soviet power which is now becoming purely formal”. A tirade with all the "leftist" colors
through and through; that is, of “rightism” with a “left” mask. In this case,
a "rightism" that was equivalent to liquidating the Soviet power.
Lenin analyses this behavior in detail in his February 28 article Strange and Monstrous.
Lenin goes on in his struggle against
the "left communists" -- whom he calls "pseudo-lefts" -- in
other articles and meetings:
A Serious Lesson and a Serious Responsibility, on March 5, where he rebukes lies of Bukharin and
Radek;
Extraordinary Seventh Congress of the R.C.P. (B.) from 6 to 8 March, where Bukharin's report defending
the war with Germany is not approved and some "left communists"
review their position -- but not Bukharin, Lomov and Uritsky, who, although
elected to the CC, declare to refuse to work in the CC;
Extraordinary Fourth All-Russia Congress of Soviets, March 14-16, where the left SRs spoke out against
ratification of the peace treaty and withdrew from the CPC, and the
"left communists" violated party decisions by refusing to take part
in the vote which, after a long debate, adopted Lenin's resolution (781 votes
in favor, 261 against and 115 abstentions).
Lenin referred to the lessons of the
Brest-Litovsk treaty in many other later works: "Left-Wing" Childishness and the Petty Bourgeois Mentality,
published in Pravda on May 9, 10
and 11, 1918; The Proletarian
Revolution and the Renegade Kautsky, October 10, 1918; The Valuable Admissions of Pitirim Sorokin,
November 20, 1918; etc.
As a final remark, let us pay
attention to the fact that a substantial number of members of the Central
Committee -- more than half, on certain issues and at given moments -- defended
points of view opposed to those of Lenin on the question of the Brest-Litovsk
Peace Treaty. Actually, many of them would later oppose Lenin on other issues;
This, in principle, deserves no criticism. In one case or another, Lenin was
wrong. The worst thing was when several of the opponents, demonstrating
ideological weakness and lack of firmness, refused to acknowledge that they
were wrong and/or that the facts refuted their stances, and embarked onto a
fractional activity causing serious difficulties to the construction of
socialism. That Lenin and his supporters succeeded in overcoming these
difficulties and solving huge tasks in the early years of the RSFSR attest
not only to the merit of these leaders but also to the enormous support and
confidence they enjoyed in the masses. Leaders who had no choice but to carry
out the revolution with the available cadres. Many of these cadres were
largely at variance with regard to what would later be called Marxism-Leninism.
This was then unavoidable, since – a La Palice truth -- before Lenin there
was no Leninism.
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Notas e Referências | Notes
and References
[19] A
constituição do exército vermelho, baseado em voluntários operários e
camponeses, teve início em meados de Janeiro de 1918. Em 14 de Janeiro de 1918
Lenine pronunciava o seu Discurso de Despedida
aos Primeiros Destacamentos do Exército Socialista que eram enviados de
Petrogrado para a frente. A despedida teve lugar na Praça Mikhailovsky. No regresso Lenine foi objecto
de um atentado: uma bala perfurou o vidro do carro, passou-lhe acima da cabeça
e feriu levemente o comunista suíço Fritz Platten que o acompanhava.
The building up of the
Red Army, based on volunteer workers and peasants, began in mid-January 1918.
On January 14, 1918, Lenin pronounced his Speech
at the Send-Off of the Socialist Army’s First Troop Trains. The send-off
took place in Mikhailovsky Manège. In his return an attempt was made on Lenin:
a bullet went through the windscreen and passed over his head. The Swiss
Communist, Fritz Platten, who was with Lenin, was wounded.
[20] Os «comunistas
de esquerda» N. Bukharin, G. Piatakov e E. Bosh editavam a revista Kommunist. Relativamente à tese da
guerra revolucionária, tiveram o apoio de A. Lomov e A. Ioffe e de
figuras destacadas de bolcheviques como Djerjinski, Kuibitchev e Frunze. A tese
encontrou apoio em diversas organizações do partido, nomeadamente em Moscovo.
The “Left Communists” N. Bukharin, G. Pyatakov
and E. Bosh edited the magazine Kommunist.
Concerning the thesis of the revolutionary war, they had the support of A. Lomov
and A. Ioffe and of prominent figures of Bolsheviks such as Dzherzhinski,
Kuibychev and Frunze. The thesis found support in various party organizations,
notably in Moscow.
[21] As
votações constam de notas da Ed. Progresso, Moscovo, e dos Protokoly siezdov i
konferentsii vsesoiuznoi Kommunisticheskoi Partii, (v) Sedmoi siezd, Mart 1918
goda | The voting results are given in notes of
the Ed. Progress and in the Protokoly siezdov i
konferentsii vsesoiuznoi Kommunisticheskoi Partii, (v) Sedmoi siezd, Mart 1918
goda
[22] Lenine, Intervenções numa Reunião do CC do POSDR(b), Acta,
1-Fev-1918. Speeches at a Meeting of the Central Committee of the
RSDLP(B), Minutes, 1-Feb-1918.
[23] Actas do
Comité Central do POSDR(b), Agosto de l917-Fevereiro de 1918, em russo, 1958, pp. 190-91.
Minutes of the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B), August l917-February
1918, in Russian,
1958, pp. 190-91.
[24] Lenine. A Trotski. Delegação Russa de Paz. Brest-Litovsk,
Resposta, 10-Fev-1918, 18H30. A frase
«Mantenha-nos informados» é de Estaline. Esta informação não aparece na versão
inglesa.
Lenin, Trotsky. Russian Peace Delegation. Brest-Litovsk, Reply,
10-Feb-1918, 6:30 p.m. The phrase "keep us informed" is from Stalin.
This remark does not appear in the English version.
[25] Proceedings of the Brest-Litovsk
Peace Conference. The Peace Negotiations Between Russia And The Central Powers, 21 November, 1917-3 March, 1918, Washington
Government Printing Office, 1918; Mirnye
peregovory v Brest-Litovske s 22/9 dekabria 1917 g. po 3 marta (18 fevralia)
1918 g.
[26] Lenine, Intervenções na Sessão Matutina do CC do POSDR(b), 18-Fev-I918, Acta; Protokoly ... [21].
Lenin, Statements Made at the Morning Sitting of
the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B.), February 18, 1918, Minutes; Protokoly ... [21].
[27] Lenine, Discurso
na Sessão Vespertina do CC do POSDR(b), 18 de Fevereiro de 1918, Acta. Os pormenores sobre o avanço alemão são
dados em: Lenine, Conversação com o
Soviete de Moscovo por Linha Directa, 20 De Fevereiro de 1918.
Lenin, Speeches
at The Evening Sitting of the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B.), February 18, 1918. Details on the German
advance are given in: Lenin: Direct-Line
Conversation with the Moscow Soviet, February 20, 1918.
[28] Lenine, Projecto de Radiograma ao Governo do Império Alemão, escrito na
noite de 18 de Fevereiro de 1918. O radiograma protestava contra o movimento das tropas alemãs, tanto mais que não
tinha sido feito o anúncio antecipado de fim de armistício acordado em 15 de
Dezembro de 1917, e que o CCP se via obrigado, dada a situação criada, a
declarar estar pronto a concluir formalmente a paz nos termos exigidos pelo
governo alemão em Brest-Litovsk.
Lenin, Draft
Wireless Message to the Government of the German Reich, written in the
night of February 18, 1918. The radiogram protested against the movement of the
German troops, all the more so because the advance announcement of the end of
the armistice agreed on December 15, 1917 had not been made, and that the CCP
was obliged, given the situation created, to declare itself ready to formally
conclude peace on the terms demanded by the German government in Brest-Litovsk.
[29] Lenine, Discurso Pronunciado na Sessão Conjunta dos Grupos Bolchevique e
Socialista-Revolucionário de Esquerda do CEC de Toda a Rússia, 19 de Fevereiro de 1918, Breve Comunicado de Imprensa.
Lenin, Speech at the Joint Meeting of the Bolshevik
and “Left” Socialist-Revolutionary Groups of the All-Russia C.E.C.,
February 23, 1918 Newspaper Report.
[30] Wheeler-Bennett menciona as manobras
que Hoffmann usou para atrasar a resposta. Em 21 de Fevereiro é enviado às
12H20 o Telefonograma à Comissão
Executiva do Comité de Petrogrado e a Todos os Comités de Distrito do Partido
dos Bolcheviques assinado por Lenine e Estaline, dizendo «Aconselhamos
colocar todos os trabalhadores em pé de guerra, sem perder uma hora, para
organizar […] dezenas de milhares de trabalhadores e mobilizar todos os
burgueses sem excepção, sob o controlo desses trabalhadores, para cavar
trincheiras nas proximidades de Petersburgo. Só assim a revolução pode ser
salva. A revolução está em perigo.» No mesmo dia é escrita a proclamação do CCP
A Pátria Socialista Está em Perigo!; publicada no Pravda a 22 e afixada pelas cidades, explicava à população o que se
estava a passar, dizendo: «Os nossos enviados de paz partiram de Rejitsa para
Dvinsk na noite de 20 de Fevereiro e ainda
não há resposta. O governo alemão não tem, evidentemente, pressa em responder.
Não quer, obviamente, paz. Cumprindo a tarefa com que foi incumbido pelos
capitalistas de todos os países, o militarismo alemão quer estrangular os trabalhadores e camponeses russos e ucranianos,
devolver a terra aos latifundiários, as fábricas e empresas industriais aos
banqueiros, e o poder à monarquia. Os generais alemães querem estabelecer a sua
"ordem" em Petrogrado e Kiev. A República Socialista dos Sovietes corre gravíssimo
perigo».
Wheeler-Bennett mentions the
maneuvers that Hoffmann used to delay the response. On 21 February is sent at
12:20 p.m. the Telephonogram to the
Executive Committee of the Petrograd Committee and to all District Committees
of the Bolshevik Party, signed by Lenin and Stalin, saying: "It is
advisable to put all the workers on a stand to war without losing an hour, to
organize [...] tens of thousands of workers and to mobilize all bourgeois
without exception, under the control of these workers, to dig trenches in the
vicinity of Petersburg. Only then can revolution be saved. The revolution is in
danger." (This document does not appear in MIA.) On the same day is
written the CPC's proclamation The
Socialist Fatherland Is in Danger!; published by Pravda on the 22 and affixed in the cities, it explained to
the population what was happening, stating: "Our truce envoys left
Rezhitsa for Dvinsk in the evening on February 20, and still there is no
reply. The German Government is evidently in no hurry to reply. It obviously
does not want peace. Fulfilling the task with which it has been charged by the
capitalists of all countries, German militarism wants to strangle the
Russian and Ukrainian workers and peasants, to return the land to the
landowners, the mills and factories to the bankers, and power to the monarchy.
The German generals want to establish their “order” in Petrograd and Kiev. The
Socialist Republic of Soviets is in gravest danger. "
[31] Lenine, Discurso
na Reunião Conjunta dos Grupos Bolchevique e Socialista-Revolucionário de
«Esquerda» do CEC de Toda a Rússia, 23-Fev-1918, Comunicado de Imprensa.
Lenin, Speech
At the Joint Meeting of the Bolshevik and “Left” Socialist-Revolutionary Groups
of the All-Russia C.E.C., February 23, 1918 Newspaper Report.
[32] Lenine, Intervenções
na Reunião do CC do POSDR(b), 23 de Fevereiro de 1918, Acta.
Lenin, Speeches at the Meeting of the CC of the RSDLP(B),
February 23, 1918, Minutes. This work does not appear in the English (MIA)
version.
[33] Lenine, Intervenções na Reunião do CC do POSDR(b), 24
de Fevereiro de 1918, Acta.
Lenin, Speeches at the Meeting of
the CC of the RSDLP(B), February 24, 1918, Minutes.
[34] O título da versão da Ed. «Avante!» usa
«Frase» em vez de «Fraseologia» como na versão espanhola. No original russo
está fraza que, ao contrário do
português, tem muitos sinónimos em russo: expressão, proposição, palavreado,
fraseologia, diatribe, conversa fiada, etc. Parece-nos, portanto, mais
apropriado usar «fraseologia» que, aliás, concorda com a definição
expressamente dada por Lenine no artigo.
The title in English (MIA) uses
“Phrase” instead of “Phrase-Making”, though this is how it appears in the text.
The original in Russian uses fraza, which
has many synonyms in Russian: expression, proposition, verbiage, phraseology,
diatribe, small talk, etc. Therefore, it seems more appropriate to use 'Phraseology'
or “Phrase-Making”, which, moreover, agrees with the definition expressly given
by Lenin in the article.
[35] Morgan Phillips
Price, autor de My Reminiscences of the
Russian Revolution, escrito em 1918, esteve presente nesta reunião.
Escreve:
«Meia hora depois
da meia-noite de 23 de Fevereiro, [...] Krilenko [...] lê mensagens da frente,
mostrando que os restos do antigo exército do Noroeste estavam furtando-se a
lutar e a retirar-se face a colunas alemãs insignificantes. [...]
Levantou-se então
Lenine, calmo e composto como sempre. [...] A força de Lenine, neste momento,
como em momentos posteriores, residia na sua capacidade de interpretar a
psicologia, consciente e inconsciente, dos trabalhadores e massas camponesas
russas. Parecia saber o que os membros de milhares de sovietes provinciais e
distritais diziam neste momento [...]. "Não nos tornemos escravos de
frases", começou; "consideremos quais as condições práticas que
enfrenta a Revolução. O nosso impulso leva-nos a rebelar, a recusar assinar esta
paz de roubo. A nossa razão, nos nossos momentos mais calmos, diz-nos a verdade
nua e crua -- que a Rússia não pode oferecer resistência física, porque está materialmente
esgotada por três anos de guerra. É verdade que pode haver pessoas que estarão
dispostas a lutar e morrer por uma grande causa. Mas esses são românticos, que
se sacrificariam sem perspectivas de vantagem real. As guerras vencem-se hoje,
não apenas com entusiasmo, mas com capacidade técnica, ferrovias, abundância de
abastecimentos. Tem a Revolução Russa, qualquer um desses [recursos], diante de
um inimigo equipado com toda a técnica da "civilização burguesa"? A
Revolução Russa deverá assinar a paz para obter uma folga e recuperar para lutar.
O ponto central da luta mundial é agora a rivalidade entre o capital financeiro
inglês e alemão. Deixemos a Revolução utilizar essa luta para os seus próprios
fins".
O discurso de Lenine
teve de imediato um grande efeito. Ninguém tinha coragem para responder, porque
todos pareciam sentir interiormente que Lenine estava certo. [...] A sessão foi
encerrada até as duas da manhã [...]. Lenine falou novamente, usando os mesmos
argumentos. Falou então Kamkoff, o líder dos SRs de esquerda, [...]. Admitiu a
correção factual da tese de Lenine, mas recusou em nome de seu partido aceitar
a responsabilidade moral perante a Europa de assinar uma paz vergonhosa. [...].
Às cinco da manhã, decidiu-se votar livremente [...] as mãos foram contadas;
112 a favor de assinar a paz, 84 contra, 24 abstenções.
No dia seguinte, os Comissários e delegados bolcheviques que se opuseram a Lenine
na noite anterior fizeram um passeio pela cidade e as fábricas, para descobrir
o estado do sentimento popular. Voltaram para o Smolny à tarde, convencidos de
que a resistência era impossível.
Os melhores e
mais conscientes trabalhadores [...] teriam estado prontos para entrar na
Guarda Vermelha [...]. Mas declinaram assumir uma luta sem esperança contra os
exércitos bem equipados e disciplinados dos alemães sem o apoio dos camponeses,
que tinham sido a espinha dorsal do antigo exército.
Entretanto, Lenine
enviou telegramas a todos os sovietes provinciais [...] perguntando se, na sua
opinião, a paz deveria ser ou não ratificada. Explicou que, embora o executivo
central soviético tivesse aceitado o ultimato alemão [...], para travar um maior
avanço alemão, os sovietes provinciais podiam ainda anular essa decisão, já que
o tratado teria que ser ratificado por um Congresso especial dos sovietes, a
ser convocado o mais rápido possível.»
No dia 1 de
março, as respostas dos sovietes provinciais aos telegramas de Lenine começaram
a chegar, e lotes deles foram publicados no Izvestia
oficial. Confirmaram a justeza das teses de Lenine.
Morgan
Phillips Price, author of My
Reminiscences of the Russian Revolution, written in 1918, was present at
this meeting. He writes:
“Half an hour after
midnight 23rd February, […] Krylenko […] read messages from the front, showing
that the remnants of the old army of the north-west were declining to fight and
were retreating before insignificant German columns.[…]
Then up rose Lenin, calm
and cool as ever. […] Lenin's, strength at this time, as at every subsequent
time, lay in his ability to interpret the psychology, both conscious and
unconscious, of the Russian workmen and peasant masses. He seemed to know what
the members of the thousands of provincial and district Soviets were saying at
this moment […]. "Let us not become slaves to phrases," he began;
"let us consider what are the practical conditions confronting the
Revolution. Our impulse tells us to rebel, to refuse to sign this robber peace.
Our reason will in our calmer moments tell us the plain naked truth — that
Russia can offer no physical resistance, because she is materially exhausted by
a three-years' war. It is true there may be people who will be willing to fight
and die in a great cause. But they are romanticists, who would sacrifice
themselves without prospects of real advantage. Wars are won to-day, not by enthusiasm
alone, but by technical skill, railways, abundance of supplies. Has the Russian
Revolution any of these in the face of an enemy equipped with all the technique
of bourgeois ‘civilization'? The Russian Revolution must sign peace to obtain a
breathing-space and to recuperate for the struggle. The central point of the
world struggle now is the rivalry between English and German finance-capital.
Let the Revolution utilize this struggle for its own ends."
Lenin's speech at once
had a great effect. No one could summon up courage to reply, because everyone
seemed to feel in his heart that Lenin was right. […] The sitting was adjourned
till two o'clock in the morning […]. Lenin spoke again, using the same
arguments. Then Kamkoff, the leader of the Left S.R.'s, spoke […]. He admitted
the correctness in fact of Lenin's thesis, but declined on behalf of his party
to accept the moral responsibility before Europe of signing a disgraceful
peace. […]. At five o'clock in the morning it was decided to take a free vote
[…] the hands were counted; 112 for signing peace, 84 against, 24 abstentions.
On the following day
those Bolshevik Commissars and delegates who had opposed Lenin on the previous
night made a tour of the city and the factories, in order to find out the state
of popular feeling. They came back to the Smolny in the afternoon, convinced
that resistance was impossible.
The best and most
conscious workmen […] would have been ready to stream into the Red Guards […]. But
they declined to take on a hopeless fight against the well-equipped and
disciplined German armies without the support of the peasants, who had been the
backbone of the old army.
Meanwhile Lenin had sent
out telegrams to all the provincial Soviets […] asking them whether in their
opinion the peace should be ratified or not. He explained that, while the
Central Soviet Executive had accepted the German ultimatum […], in order to
stop a still further German advance, it was still open to the provincial
Soviets to annul this decision, since the treaty would have to be ratified by a
Special Congress of the Soviets, to be summoned as soon as possible.”
On March 1st the provincial
Soviets’ answers to Lenin's telegrams began coming in; batches of them were
published in the official Izvestia. It
was then clear that no successful resistance could be expected. They confirmed
the correctness of Lenin’s theses.