terça-feira, 28 de agosto de 2018

Síria: O erro que cometemos | Syria: The mistake we made

Em Março de 2013 apresentámos uma falsa narrativa do que ocorria na Síria, numa altura em as principais fontes de informação ao nosso alcance defendiam a tese da revolução no âmbito da chamada «Primavera Árabe» veiculada por alguns grupos de «esquerda».

A partir dessa data fomos ficando cada vez melhor informados por repórteres internacionais que visitaram a Síria e observaram a situação no local, revelando o que efectivamente se passava. Tornou-se cada vez mais claro que quaisquer grupúsculos de esquerda que houvesse na Síria clamando por revolução eram manipulados pelos terroristas -- que desencadearam o conflito armado -- e pelos seus mentores imperialistas. A existência dessa pseudo-revolução democrata serviu de pretexto à intervenção dos imperialistas. O pretexto era ajudar os «democratas» para o que financiaram contra o governo de Assad os terroristas da Al-Qaeda, Al-Nusra, ISIS, etc.

Em suma, desde o princípio, a «revolução» Síria, tal como a da Líbia, foram operações planeadas nos think-tanks dos serviços secretos imperialistas. A própria ideia de «Primavera Árabe» está agora definitivamente desacreditada, tendo-se chegado à conclusão da falsidade da tese da revolução na maioria se não mesmo em todos os casos da «Primavera».

O que escrevemos em 2013 sobre a Síria, foi induzido pela única informação que obtivemos na altura: as mentiras dos imperialistas e as meias-verdades e mesmo informação errada veiculada de fontes trotskistas.

Deixamos abaixo a indicação de dois vídeos recentes de interesse sobre a Síria.
We presented a false narrative of what was happening in Syria in March 2013, at a time when the main sources of information within our reach endorsed the thesis of a revolution under the so-called "Arab Spring" conveyed by some "left" groups.

Since that time we were becoming better and better informed by international reporters who visited Syria and observed the situation on the spot, revealing what was actually happening. It became increasingly clear that any small left-wing groups in Syria clamoring for revolution were manipulated by the terrorists -- who unleashed the armed conflict -- and by their imperialist mentors. The existence of this democratic pseudo-revolution served as a pretext for the intervention of the imperialists. The pretext was to aid the "democrats" and with that goal they financed the terrorists of Al-Qaeda, Al-Nusra, ISIS, etc., against the government of Assad.

In short, from the outset, the Syrian “revolution”, like that of Libya, were operations planned by think tanks of the imperialist secret services. The very idea of ​​“Arab Spring” is now definitively discredited, and the falsity of the thesis of revolution in most if not in all cases of the “Spring” has been concluded.

What we wrote in 2013 about Syria was induced by the only information we got at the time: the lies of the imperialists and the half-truths and even misinformation conveyed from Trotskyist sources.

We have listed below two recent videos of interest on Syria.


Vanessa Beeley & Alison Banville Destroy Regime Change Promoter:

Eva Bartlett Exposes the Lies on Syria:

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O «Avante!» está bom e recomenda-se


Quem pense que o semanário Avante! é um mero veículo de propaganda facciosa que só interessa aos comunistas, está muito enganado.

Não se encontra no Avante! nada de propaganda facciosa. O seu conteúdo, os seus artigos de qualidade, de análise de questões nacionais e internacionais, baseados em dados objectivos e reveladores de uma postura de honestidade intelectual que preza a verdade e o rigor científico, são de molde a interessar não só os comunistas mas todos os que anseiam por uma compreensão liberta dos estereótipos e mentiras sistemáticas dos meios de (des)informação dominantes, em prol da construção de sociedades mais justas e de um futuro livre de exploração, miséria e guerras, filhas da ganância do lucro de uns poucos.

Tomemos com exemplo o Avante! do passado 16 de Agosto. O que encontramos nele? Encontramos:

-- Artigos informativos sobre lutas dos trabalhadores. Nestes artigos são explicadas as causas da luta e a justeza e realismo das reivindicações. Aliás o Avante! é insubstituível nestes esclarecimentos, já que o PCP é o partido de vanguarda dos trabalhadores. Na edição de 16 de Agosto são discutidas as greves na Barraqueiro (Grupo EVA), as lutas dos enfermeiros, a luta bem sucedida liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro que resultou na integração de 81 trabalhadores que estavam com vínculos precários, a greve dos trabalhadores do SUCH, a greve histórica na Ryanair, etc.

-- Artigos de análise de grandes questões do país que pedem resposta urgente. Salienta-se na edição de 16 de Agosto os artigos sobre as seguintes questões:
1 - A profunda degradação do transporte ferroviário, fruto de brutais desinvestimentos a que os governos anteriores e presente votaram a CP e também fruto de políticas da UE de favorecimento de grandes corporações.
2 - A perniciosa lei de transferência de competências e finanças locais, à qual o PCP se opôs, que resultou de um acordo entre PS e PSD. O artigo explica porque razão é perniciosa.
3 - A degradação das capacidades das nossas Forças Armadas, resultantes da sua conversão em mero apêndice e «pau para toda a obra» da NATO. O título do artigo refere que essa degradação «adensa motivos de preocupação» e o texto explica porquê.
4 – «Por mais e melhores cuidados no SNS e menos negócio na saúde». A degradação do SNS é bem conhecida. O artigo traz esclarecimentos actualizados.
5 - «As relações da grande distribuição com a produção nacional» Um artigo muito bem construído com dados precisos e grande rigor sobre um tema complexo. O autor, reconhecendo embora e enumerando aspectos positivos introduzidos pelo capitalismo nas cadeias de distribuição, analisa depois os aspectos negativos que se têm vindo a avolumar e esclarece convincentemente porque razão as grandes cadeias de distribuição têm vindo a afectar a produção nacional tornando-nos cada vez mais dependentes do estrangeiro em bens alimentares. Um artigo importantíssimo, a não perder.

-- Artigos de análise de acontecimentos e desenvolvimentos internacionais, frequentemente revelando factos e dados que são menorizados, omitidos ou distorcidos pelos meios de comunicação dominantes. Os artigos não se limitam a apresentar factos, antes enquadram-nos historicamente, clarificando tendências e objectivos perseguidos, como se exige de uma análise científica. A edição de 16 de Agosto analisa: os desenvolvimentos recentes da crise palestiniana com os ataques de Israel; a agressão do Iémen cometida pelo regime reaccionário da Arábia Saudita com o apoio dos EUA; as grandes manifestações na Roménia contra a corrupção e repressão do seu governo social-democrata (450 pessoas ficaram feridas); a guerra comercial UE-EUA; a ameaça dos EUA de guerra económica à Rússia; a ocupação do Mali pela França com apoio da NATO, onde os imperiais estabeleceram um governo fraudulentamente «eleito»; etc.

-- Vários artigos e apontamentos de índole cultural (apreciações de livros, os 70 anos do Congresso Mundial da Paz, os dez dias que abalaram o mundo, a destruição de Pompeia em 79 a.C., etc.) destacando-se a apresentação da Festa do Avante, o maior evento cultural do país, em título principal na primeira página do semanário: «Uma Festa para todos!»

Este ano, a Festa (7 a 9 de Setembro na Quinta da Atalaia, Seixal), para além das iniciativas usuais (cidade internacional, debates, espaço lúdico para as crianças, livraria, mostras, exposições, actuações de um grande número de conjuntos musicais nacionais e estrangeiros de vários géneros, etc., etc.), terá, comemorando o II centenário do nascimento de Karl Marx, uma grande exposição com visitas guiadas e um grande concerto da Orquestra Sinfonietta de Lisboa com o Coro Sinfónico Lisboa Cantat (sob o tema «Em louvor do Homem», serão interpretadas: Fanfarra para o Homem Comum de A. Copland, Danças Sinfónica de West Side Story de L. Bernstein, Abertura de A Midsummer de F. Mendelssohn, Francesca da Rimini de P.Tchaikovsky e Sinfonia n.º 9 de Beethoven).

O Avante! é insubstituível como veículo de esclarecimento e tomada de consciência dos «90% do fundo», em prol de um futuro melhor, em prol uma sociedade mais justa em que o homem e o trabalho sejam os valores mais altos, e não o lucro capitalista.