quarta-feira, 13 de março de 2019

Venezuela: Declaração do Governo Cubano


Venezuela: Declaration of the Cuban Government


Pelo seu interesse, divulgamos abaixo um artigo da AbrilAbril sobre um comunicado do governo de Cuba acerca do ataque dos EUA ao sistema de distribuição de energia eléctrica da Venezuela.
Given its interest, we divulge below an AbrilAbril article regarding a communiqué of the Cuban government concerning the US attack on Venezuela's electricity distribution system.

Cuba condena «sabotagem terrorista» contra a Venezuela e mentiras de Bolton

AbrilAbril,





O governo cubano condena veementemente o ataque, que visa «prejudicar a população indefesa de todo um país, para a utilizar como refém na guerra não convencional desencadeada pelos EUA».

Num comunicado emitido ontem, publicado no portal CubaDebate, as autoridades da maior das ilhas Antilhas lembram que se trata de «uma acção que priva a população de um serviço básico fundamental, deixa hospitais sem energia necessária para operar, interrompe outros serviços básicos indispensáveis à vida quotidiana, como a alimentação, o abastecimento de água, o transporte, as comunicações, a segurança pública, o comércio, as transacções bancárias e o pagamento com cartões; afecta o trabalho em geral e impede o funcionamento das escolas e universidades».

O ataque vem juntar-se «à implacável guerra económica e financeira à qual a Venezuela está sujeita, com o propósito claro de derrotar por carências e privações a vontade política e soberana de um povo que não se deixou vergar».

O texto nota ainda que se trata de «uma escalada na guerra não convencional liderada pela administração dos Estados Unidos» contra a Venezuela, que se desenvolve na sequência do «fracasso da provocação montada em 23 de Fevereiro último, com a tentativa de fazer entrar à força uma suposta ajuda humanitária na Venezuela, desafiando as autoridades legítimas do país, em violação do Direito Internacional e das normas e princípios da Carta das Nações Unidas, com o objectivo de provocar mortes e violência em grande escala, como pretexto para uma "intervenção humanitária"».

«A experiência da história de Cuba e de outros países da região mostra que estas acções são o prelúdio de acções violentas de maior envergadura, como a invasão armada pela Baía dos Porcos, em 1961. A comunidade internacional tem exemplos suficientes para estar de sobreaviso», alerta o governo cubano, lembrando que «o usurpador e autoproclamado "presidente" [Juan Guaidó]», na viagem que fez pela América do Sul, pediu a certos governos «apoio para uma intervenção militar no seu país».

Campanha de mentiras coordenada por Bolton, «mentiroso de longa data»

«A ofensiva contra a Venezuela é acompanhada por uma feroz campanha de propaganda macarthista e mentiras, coordenada pelo Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, […] activamente acompanhada pelo senador anticubano Marco Rubio, que, recorrendo freneticamente às redes sociais, evidencia a sua atenção e envolvimento pessoal e conspirativo nas manobras contra a Venezuela», denuncia o texto.

Entre as afirmações «mais persistentes e desavergonhadas está a calúnia de que Cuba tem "entre 20 e 25 mil militares na Venezuela"», uma «mentira» que o governo de Cuba rejeita de forma categórica, da mesma forma que rechaça qualquer insinuação de que «existe algum grau de subordinação política da Venezuela a Cuba ou de Cuba à Venezuela».

A este propósito, as autoridades cubanas denunciam que «John Bolton é um mentiroso reconhecido, com credenciais de longa data», lembrando que, em 2002, acusou o país caribenho de ter um programa de desenvolvimento de armas biológicas – uma «falácia» que foi negada pelo seu chefe, Colin Powell, e pelo ex-presidente norte-americano James Carter – e que, em 2003, foi um dos promotores da «mentira de que o governo do Iraque possuía armas de destruição em massa».

«Compromisso comum bolivariano e martiano, fidelista e chavista»

As relações bilaterais entre Cuba e a Venezuela assentam «no respeito mútuo, na verdadeira solidariedade, no compromisso comum bolivariano e martiano, fidelista e chavista com a integração da "Nossa América", independente e soberana», bem como no «desejo de praticar a cooperação complementar entre os povos do Sul e no esforço de aplicar e defender a Proclamação da América Latina e das Caraíbas como Zona de Paz», destaca o texto.

Quando Bolton, outros políticos e funcionários da administração dos EUA afirmam que Cuba participa nas operações da Força Armada Nacional Bolivariana ou nos serviços de segurança, «mentem deliberamente, pois têm dados e informações suficientes, e sabem a verdade», denuncia o governo cubano. «É totalmente falso», insiste, acrescentando que «Cuba não intervém nos assuntos internos da Venezuela, tal como a Venezuela não intervém nos de Cuba».

Nos projectos do Acordo Integral de Cooperação assinado entre os dois países, participam mais de 20 mil cubanos, na maioria mulheres, 96% dos quais envolvidos na prestação de serviços de saúde à população, enquanto outros trabalham em sectores como educação, cultura, desporto e agricultura e alimentação.

«Ao contrário dos Estados Unidos, que têm cerca de 80 bases militares na América Latina e nas Caraíbas – incluindo a que usurpa o território cubano em Guantánamo – e cerca de 800 no planeta, com mais de 250 mil soldados, Cuba não tem nenhuma em nenhum país, nem especialistas em tortura e repressão policial, nem prisões secretas, nem forças navais ou aéreas a rondar as costas e o espaço aéreo imediato de estados soberanos, nem satélites a observar cada detalhe», declara o governo de Cuba.
The Cuban government strongly condemns the attack, which aims to "harm the defenceless population of a whole country, using it as a hostage in the unconventional war unleashed by the United States."

In a communiqué issued on the site CubaDebate, the authorities of the largest island of the Antilles draw attention that it is "an action depriving the population of a basic and fundamental service, which leaves hospitals with no energy needed to operate, interrupts other essential services indispensable to daily life such as food supplies, water supply, transports, communications, public security, commerce, bank transaction and card payment; it affects work in general and impedes the functioning of schools and universities.”

The attack is a follow-up "to the relentless economic and financial warfare to which Venezuela is being subject, with the clear purpose of defeating by shortages and deprivation the political and sovereign will of a people who refused to bowing down."

The text also notes that it is "an escalation in the unconventional war led by the United States administration" against Venezuela, which is unfolding following the "failure of the provocation mounted on last February 23, with the attempt to force a supposed humanitarian aid in Venezuela, challenging the country's legitimate authorities in violation of international law and the norms and principles of the United Nations Charter, with the aim of provoking large-scale killings and violence as a pretext for a ‘humanitarian intervention‘."

"The experience of the history of Cuba and of other countries in the region shows that such actions are the prelude to violent actions of greater magnitude, such as the 1964 invasion of Pigs Bay. The international community has enough examples to be on the alert", warns the Cuban government, noting that "the usurper and self-proclaimed" president "[Juan Guaidó], in his trip to South America, asked certain governments "support for a military intervention in his country."

A campaign of lies coordinated by Bolton, a “long-standing liar”

"The offensive against Venezuela is accompanied by a ferocious campaign of mccarthyist propaganda and of lies, coordinated by US National Security Adviser John Bolton, [...] actively accompanied by anti-Cuba Senator Marco Rubio, who, frantically resorting to social networks, reveals his attention and personal and conspiratorial involvement in the manoeuvres against Venezuela", denounces the text.

Among the “most persistent and shameless” statements “is the slander that Cuba has ‘between 20,000 and 25,000 military personnel in Venezuela’," a "lie" that the Cuban government categorically rejects, just as it rejects any hint that "there is some degree of political subordination from Venezuela to Cuba or from Cuba to Venezuela."

In this regard, the Cuban authorities denounce that "John Bolton is a recognized liar with long standing credentials", recalling that in 2002 he accused the Caribbean country of having a development program of biological weapons -- a "fallacy" that was denied by his boss, Colin Powell, and former US President James Carter -- and that in 2003 he was one of the promoters of the "lie that the Iraqi government possessed weapons of mass destruction."

«A Bolivarian and Martian, Fidelist and Chavist common commitment»

The test underlines that the bilateral relations between Cuba and Venezuela are based on "mutual respect, true solidarity, in the common Bolivarian and Martian, Fidelist and Chavist commitment to the integration of ‘Our America’, independent and sovereign", as well as "the desire to practice complementary cooperation between the peoples of the South and in the effort to implement and defend the Proclamation of Latin America and the Caribbean as a Zone of Peace."

When Bolton, other politicians and officials of the US administration say that Cuba participates in the operations of the Bolivarian National Armed Forces or in the security services "they lie deliberately, because they have enough data and information, and they know the truth", denounces the Cuban government. "It is totally false," it insists, adding that "Cuba does not intervene in the internal affairs of Venezuela, just as Venezuela does not intervene in those of Cuba."

In the projects of the Comprehensive Cooperation Agreement signed between the two countries participate more than 20,000 Cubans, mostly women, 96% of whom are involved in providing health services to the population, while others work in sectors such as education, culture, sport, agriculture and food.

"Unlike the United States, which has about 80 military bases in Latin America and the Caribbean -- including the one that usurps the Cuban territory of Guantanamo -- and around 800 on the planet, with more than 250,000 soldiers, Cuba has none in no country, no specialists in torture and police repression, no secret prisons, no naval or air forces roaming the coasts and the immediate airspace of sovereign states, and no satellites to observing every detail," said the Cuban government.