segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Um discurso pouco conhecido de Lenine | A little-known speech of Lenin


O Relatório Político do CC apresentado por Lenine na IX Conferência do PCR(b) é um documento muito pouco conhecido
The Political Report of the CC presented by Lenin at the 9th  Conference of the RCP(B) is a scarcely known document


O próprio original em russo, bem como as Actas dessa Conferência, não constam dos Arquivos do PCUS acessíveis na Internet (consultados até Junho de 2018).

Trata-se, porém, de um documento importante para compreender a posição do CC e em especial de Lenine sobre a campanha de 1920 na Polónia. É, por isso, citado por autores que estudaram este tema. Tanto quanto sabemos, até recentemente, as citações eram indirectas, remontando a relatos de personalidades russas, de jornalistas anglo-saxónicos e de jornais russos (Pravda e Izvestia) da época. O curto e insuficiente relato do Pravda – devido a razões de confidencialidade política da época --, publicado em 29 de Setembro de 1920, apareceu em compilações das obras completas de Lenine (ver AMI).

Em 1992 o Relatório Político completo foi publicado na revista Istoricheskiy Arkhiv (Arquivo Histórico), n.º 1, pags. 12-22. A publicação assenta numa transcrição estenográfica preservada no arquivo de Lenine. É este documento, acessível na Internet, que utilizámos no nosso estudo da campanha de 1920 na Polónia.

Apresentamos abaixo a nossa tradução do documento, em português e inglês, fazendo notar:

-- O leitor deverá ter em conta que a transcrição estenográfica só foi revista por Lenine até ao meio do 3.o parágrafo, menos de 4% do texto. Podem, portanto, subsistir erros e imprecisões no texto para além dos assinalados em interpolações.
-- As interpolações do(s) editor(es) russo(s) entre parênteses rectos foram mantidas. Acrescentámos algumas entre chavetas.
-- As notas do(s) editor(es) russo(s) são referidas por um número entre parênteses rectos. Desconhecemos a que editor pertencem as notas cujo número é precedido de asterisco.
-- Acrescentámos algumas notas e aditamentos a notas já existentes assinaladas por chavetas.
-- Apesar dos nossos esforços para apresentar traduções fiéis, estamos conscientes que seria conveniente a sua revisão por tradutores com maiores capacidades linguísticas que nós.
The Russian original itself, as well as the Minutes of that Conference, are not available in the CPSU Archives accessible on the Internet (consulted until June 2018).

This document is, however, an important one to understand the position of the CC and especially of Lenin on the 1920 campaign in Poland. It is, for this reason, quoted by authors who have studied the topic. As far as we know, until recently the citations were indirect, reaching back to accounts of Russian personalities, Anglo-Saxon journalists, and Russian newspapers (Pravda and Izvestia) of that time. The short and insufficient report of Pravda -- due to political confidentiality reasons of the time --, published on September 29, 1920, appeared in some compilations of Lenin's complete works (see MIA).

In 1992 the full Political Report was published by the journal Istoricheskiy Arkhiv (Historical Archive), no. 1, pp. 14-27. The publication was prepared from a stenographic transcript preserved in Lenin's archive. It is this document, accessible on the Internet, which we used in our study of the 1920 campaign in Poland.

We present below our translation of the document, in Portuguese and English, noting::


-- The reader should take into account that the stenographic transcript was only reviewed by Lenin until the middle of the 3rd paragraph, less than 4% of the text. Errors and inaccuracies in the text besides those noted in interpolations may have remained.

-- The interpolations of the Russian editor(s), in square brackets, were maintained. We added a few in curly brackets.
-- Russian editor(s)’ notes are referred to by a number in square brackets. We do not know to which editor belong the notes whose number is preceded by an asterisk.
-- We added some notes and additions to existing notes flagged with curly brackets.
-- Despite our efforts to present faithful translations, we are aware that it would be convenient to review them by translators with more language skills than we have.

O Documento  |  The Document

V. I. Lenine

Relatório Político do Comité Central do PCR(b) à Nona Conferência Russa do PCR(b) e Notas Finais sobre os Resultados da Discussão

22 de Setembro de 1920

   Camaradas, é natural que no relatório que deve ser apresentado neste momento o centro de gravidade seja a guerra com a Polónia e todas as vicissitudes por que passámos durante este período. Permitam-me que recue algum tempo atrás: a partir [1*] do momento em que esta guerra com a Polónia ainda não se tinha tornado um facto.
   Sabem que antes da guerra com a Polónia tratámos estes assuntos com extrema cautela e oferecemos a paz aos polacos, à burguesia polaca, da maneira mais solene -- inclusive na declaração em nome do CEC [1] --, em termos altamente favoráveis para eles, polacos, uma paz desfavorável para um número de nacionalidades, para trabalhadores e camponeses [2*] que estavam sob o jugo de latifundiários e burguesia polacas. Oferecemos a paz com base na linha Pilsudski, isto é, a linha em que os polacos se encontravam antes do início da ofensiva de 26 de Abril deste ano; logo, uma linha em que receberiam toda a Bielorrússia e uma parte bastante grande da Ucrânia, já que receberiam a província de Volínia, bastante mais a leste [3*] de Rovno, de onde agora nos repeliram. Concordámos em concluir a paz nessa linha, tendo em conta que o trabalho económico pacífico, para o qual reverteria a vida do exército e a vida de dezenas de milhares de trabalhadores e camponeses, era bem mais valiosa do que a possibilidade de sucessos militares a libertar a Bielorrússia e parte da Ucrânia ou a Galícia Oriental.
   Nesta questão, nas relações políticas e económicas internacionais, foi repetidamente confirmado e confirmar-se-á, que a nossa nova diplomacia é absolutamente incomum, não prevista na história dos estados monárquicos e burgueses. Não pode de forma alguma ser aceite por outros países. Quando os bolcheviques emitem uma declaração sincera ninguém em qualquer estado é capaz de compreender que estamos realmente a conduzir diplomacia baseada em declarações sinceras e métodos de diplomacia com princípios. Assim, quando os bolcheviques dizem «Estamos prontos a reconhecer a linha Pilsudski», isso significa [para a burguesia internacional] que os bolcheviques são demasiado fracos, por isso a concessão é excessivamente grande. [4*] Nós suportámos o mais raivoso chauvinismo da burguesia e latifundiários polacos, o chauvinismo mais raivoso da França e de outros países imperialistas, e todos concluíram que na diplomacia usual tal coisa não pode existir -- «Isso é assim? Isso é fraqueza». A ofensiva foi por isso decidida não só pelos polacos, mas também pela França, porque dissemos de forma bastante directa e incomum: para evitar a guerra, estamos prontos a recuar. Nas negociações anteriores conduzidas por Marchlevsky como representante formal da Cruz Vermelha polaca, nessas negociações [2] tal linha como condição preliminar para a paz foi uma enorme concessão. Essa concessão foi considerada fraqueza nossa e levou à guerra.
   Lembram-se do início da guerra, de êxito para os polacos. Detinham, segundo estimativas preliminares, antes de conquistarem Kiev, um território com uma população de até 4 milhões de pessoas. Lembram-se que, depois desse êxito, se concluiu a concentração das {nossas} tropas que, tendo tomado a ofensiva, rapidamente alcançaram a fronteira principal da Polónia.
   Começa aqui uma grande reviravolta na história da guerra polaca, que redundou de facto num virar {da Polónia} para a paz. Temos de começar por aqui para analisar a história subsequente e passar à coisa mais importante, que agora prende a atenção de todos os membros do partido, a questão mais candente, isto é, a derrota profunda, a derrota catastrófica que sofremos como resultado de todo o desenvolvimento da operação.
   Em 12 de Julho, quando as nossas tropas, numa ofensiva ininterrupta e já depois de cobrir um enorme território, se aproximaram da fronteira etnográfica da Polónia, o governo inglês na pessoa de Curzon enviou-nos uma nota exigindo que parássemos as nossas tropas numa linha a 50 verstas {53 km} da fronteira etnográfica da Polónia como condição para concluir a paz. [3] A linha seguia ao longo de Bialystok -- Brest-Litovsk e dava-nos a Galícia Oriental. Logo, essa linha era muito favorável para nós. Foi chamada Linha Curzon. Surgiu então a questão principal que se nos colocava. O CC teve de tomar a decisão mais importante. Essa [decisão] é o ponto de partida a que o meu relatório terá de voltar para avaliar a questão mais importante e fundamental. A questão que se nos colocava era se aceitávamos essa proposta que nos dava uma fronteira vantajosa e, portanto, adoptar em geral uma posição puramente defensiva, ou, pelo contrário, usar o ascendente do nosso exército e a vantagem de ajudar a sovietizar a Polónia. Tínhamos aqui uma questão fundamental de guerra defensiva e ofensiva, e sabíamos no CC que se tratava de uma nova questão de princípio, que estávamos num momento de viragem de toda a política do poder soviético.
   Até então, estávamos a travar uma guerra com a Entente, pois sabíamos perfeitamente que por trás de cada ofensiva parcial de Koltchak e Yudenich estava a Entente, percebíamos que estávamos a travar uma guerra defensiva e estávamos a derrotar a Entente, mas não podíamos derrotar completamente a Entente por ser muito mais forte que nós. Só procurámos usar tanto quanto possível as fissuras resultantes entre os diferentes estados da Entente, a fim de nos defendermos em tempo útil. A história com Yudenich e Denikin mostrou algo inédito, incrível, do ponto de vista do cálculo das forças. Nós destruímo-los por partes. Os mais argutos políticos do mundo, não apenas os inchados do ponto de vista colonial, como a Inglaterra ou a presunçosa França, preocupada com os seus biliões da mansão do ex-czar (ainda há pessoas tão estranhas que esperam o seu regresso), não apenas esses inchados políticos que pensam em sacar algo da Rússia, não apenas esses grandes políticos interessados ​​na Rússia, mas também aqueles que não estão directamente interessados – {todos eles} estão em estado de choque. Eles, sendo cem vezes mais fortes que nós, tendo uma supremacia infinita em comparação connosco não apenas ao nível de finanças, mas também ao nível da frota e a outros níveis, não realizaram essa capacidade, já que se desintegraram dentro de si mesmos, pois não puderam dar um único passo e não puderam resolver a simples tarefa de unir três ou quatro elementos, unir e coordenar três ou quatro grandes potências. Nós não tínhamos nada, mas eles não puderam unir-se nem sequer financeiramente, o que nos deu uma vantagem. Isto, numa altura em que toda a burguesia fervia de raiva e ódio contra o bolchevismo; mas verificou-se que éramos mais fortes do que eles. Eles atacarm o adversário por secções, gritando que não queriam repor o czar e não podiam interferir nas políticas puramente monárquicas de Yudenich e Denikin, e assim repeliram de si o elemento que deveria estar por trás deles (o elemento camponês, kulak).
   Ficámos, assim, convictos de que, em geral, a ofensiva militar da Entente contra nós acabara, que a guerra defensiva com o imperialismo acabara, tínhamos vencido. A Polónia foi uma aposta. A Polónia pensava que como potência com tradições imperialistas, seria capaz de mudar a natureza da guerra. Assim, a análise foi a seguinte: o período da guerra defensiva acabou. (Peço-vos para escreverem menos; não deve ir para a imprensa). Por outro lado, a ofensiva mostrou-nos que, dada a impotência da Entente em nos esmagar por meios militares, impotência para agir com os seus soldados, ela só poderia lançar contra nós peque-nos estados individuais que não têm valor militar e que possuem a ordem senhorial-burguesa apenas à custa das medidas de violência e terror que a Entente lhes proporciona. Não há dúvida de que o capitalismo democrático-menchevique que ainda existe em todos os estados que fazem fronteira com a Rússia, surgidos da antiga composição do antigo Império Russo, a começar pela Estónia, a Geórgia, etc., é sustentado pelo que a Inglaterra lhes fornece: armas, soldados, uniformes e dinheiro para manter os trabalhadores sob seu controlo.
   Enfrentávamos um novo desafio. O período defensivo da guerra contra o imperialismo mundial chegou ao fim, e podemos e devemos usar a situação militar para lançar uma guerra ofensiva. Vencemo-los quando nos atacaram. Vamos tentar atacá-los agora, para ajudar a sovietização da Polónia. «Ajudaremos a sovietização da Lituânia e da Polónia», como foi afirmado na nossa resolução. [4] Quando esta resolução foi submetida ao Comité Central, não nos escapou a natureza um tanto estranha desta resolução, no sentido de que não po-deria ser votada contra. Como se pode votar contra a ajuda à sovietização? Se compararmos a nossa atitude face à Polónia com a atitude face à Geórgia e à Letónia, a diferença torna-se absolutamente clara. Não adoptámos resoluções de ajudar a sovietização da Geórgia ou da Estónia por meios militares. Retirámos a resolução, não iríamos ajudar.
   Sobre esta questão houve disputas intensas com os revolucionários e comunistas desses países. Fizeram discursos amargos contra nós, dizendo: como podem vocês fazer as pazes com os carrascos letões da Guarda Branca que levaram à forca e torturaram os melhores camaradas da Letónia, que derramaram o seu sangue pela Rússia Soviética? Também ouvimos esses discursos de georgianos, mas não ajudámos a sovietização da Geórgia e da Letónia. E agora não podemos fazer o que não fizemos antes. Salvar e fortalecer a república é uma tarefa esmagadora. Em relação à Polónia mudámos essa política. Decidimos usar as nossas forças militares para ajudar a sovietizar a Polónia. Surgiu daí uma nova política geral. Formulámo-la não numa resolução oficial, escrita nas Actas do CC, como é regra para o partido antes de novo congresso. Mas dissemos entre nós que deveríamos sondar com baionetas: está a Polónia madura para a revolução social do proletariado? Com isto, levantamos uma questão prática que, como se viu, não é teoricamente clara para os melhores elementos comunistas da associação internacional, isto é, a Internacional Comunista. Decidimos essa questão no CC quando o congresso do Comintern se realizou em Moscovo, em Julho [5]. No congresso do Comintern não poderíamos levantar essa questão, porque o congresso era realizado abertamente, residindo nisso o seu enorme e revolucionário significado político geral para o mundo, que afectaria muitas vezes mais do que já tinha feito.
   No congresso, havia elementos aos quais pertencem os independentes alemães, [6] que agora lideram a política mais suja contra o poder soviético. Eles não poderiam ser postos fora naquela altura. Era necessário mostrar ao partido comunista mundial que não queremos deixá-los entrar nas nossas fileiras. Assim, no congresso da Internacional Comunista, tivemos que falar abertamente. Portanto, aquela questão foi deliberadamente não abordada no congresso.
    A transição para uma ofensiva contra aliados da Entente não poderia aí ser colocada, dado não estarmos no mesmo patamar de desenvolvimento necessário para discutir tal questão. Tivemos que tolerar o Rothe Fane [7]; muitos outros nem imaginavam que ajudaríamos a sovietizar a Polónia pelas nossas próprias mãos. Essas pessoas consideram-se comunistas, mas algumas permanecem nacionalistas e pacifistas [8]. É claro que os comunistas mais experientes quanto a isso são os camaradas finlandeses, e nenhuma sombra desses preconceitos ficou neles. Eu digo «ficou», porque eles suportaram um período mais longo da guerra. Quando me encontrei com uma delegação de trabalhadores ingleses e conversei com eles que todo o trabalhador inglês decente deveria desejar a derrota do governo britânico, não me entenderam [9]. Fizeram caras que, julgo eu, nem a melhor foto consegue captar. A verdade que, no interesse da revolução internacional, os trabalhadores britânicos devem desejar a derrota do seu governo não entrava de forma alguma nas suas mentes.
   O facto de existir na Polónia uma população proletária bem desenvolvida e um proletariado rural melhor educado, este facto diz- nos: deve-se ajudá-los a serem sovietizados.
   Este é o quadro em que os eventos ocorreram e no qual se encontrava o nosso partido. Foi um ponto de viragem importante não só na política da Rússia Soviética, mas também na política mundial. Até agora agimos como a única força contra o mundo inteiro, avaliando apenas como usar as fissuras entre eles para que o inimigo não pudesse esmagar-nos. Agora, porém, dissemos: somos agora mais fortes, e para cada uma das vossas tentativas de ofensiva, responderemos com uma contra-ofensiva, para que saibam que se arriscam não só a desperdiçar alguns milhões, como desperdiçaram com Yudenich, Koltchak e Denikin, mas que arriscam em cada uma das vossas ofensivas a expandir a área da República Soviética. Até agora, a Rússia tem sido apenas um objecto sobre o qual trapacearam e planearam a melhor maneira de dividi-lo entre Yudenich, Koltchak e Denikin. Mas a Rússia disse agora: vejamos quem é mais forte na guerra. Surgiu assim a questão. É uma mudança de toda política, da política mundial. O historiador terá de notar que começa aqui um novo período.
   Quais foram os resultados dessa política? O principal resultado foi, claro, que somos agora vítimas de uma enorme derrota. Antes de a analisar devo descrever o que a precedeu. Até que ponto fomos capazes de sondar com baionetas a preparação da Polónia para a revolução social? Devemos dizer que essa preparação é pequena. Sondar com baionetas significava ter acesso directo ao trabalhador rural e ao proletário industrial polacos, tal como vivem na Polónia. O proletariado industrial está em Varsóvia, em Lodz, em Dombrowic, que se situam muito longe da fronteira. Por outro lado, a fim de realmente sondar o grau de preparação do proletariado da Polónia, em primeiro lugar o proletariado industrial e em segundo lugar os trabalhadores rurais oprimidos, tínhamos que remover as tropas da Polónia burguesa e ocupar não só a região de Varsóvia, mas também as áreas onde existe um proletariado industrial. Essas áreas começam ainda antes de [5*] Varsóvia e não puderam ser tomadas. Logo, a preparação da Polónia para a revolução socialista dificilmente pôde ser sondada. Enfrentámos um grande surto nacional de elementos pequeno-burgueses que, ao aproximarmo-nos de Varsóvia, ficaram aterrorizados pela sua existência nacional. Não fomos capazes de sondar a disposição real das massas proletárias no trabalho rural e nas fileiras do proletariado industrial da Polónia.
  Uma imagem, porém, emergiu na política internacional, que é algo altamente instrutivo e foi o centro dos acontecimentos. Um lado da imagem será exposto mais detalhadamente pelo camarada Kamenev, que observou em Londres algumas reviravoltas [10]. Não fomos capazes de sondar o desenvolvimento e a preparação para a revolução socialista do proletariado em Varsóvia. A nossa ofensiva provou que a Polónia não nos pode vencer, mas nós estamos muito perto disso. Ora, tudo isto está a mudar a política internacional. Nós, ao aproximar-nos de Varsóvia, chegámos tão perto do centro da política imperialista mundial que começámos a fazê-la {a revolução socialista}. Isto soa incompreensível, mas a história do «Comité de Acção» [11] na Inglaterra provou, com absoluta certeza, que nalgum lugar próximo de Varsóvia está localizado não o centro do governo burguês polaco e capital da república; nalgum lugar próximo de Varsóvia fica o centro de todo o actual sistema do imperialismo internacional, e que estamos numa situação em que começamos a sacudir esse sistema e a fazer política não na Polónia, mas na Alemanha e na Inglaterra. Assim, na Alemanha e na Inglaterra criámos uma etapa inteiramente nova da revolução proletária contra o imperialismo mundial, pois a Polónia, como estado tampão entre a Rússia e a Alemanha, como último estado, permanecerá totalmente nas mãos do imperialismo internacional contra a Rússia. É o esteio de todo o Tratado de Versalhes [12].
   O mundo imperialista moderno assenta no Tratado de Versalhes. Tendo derrotado a Alemanha, tendo resolvido a questão -- qual dos dois poderosos grupos, ingleses ou alemães, controlará os destinos do mundo para os próximos anos --, o imperialismo concluiu a paz de Versalhes. Eles não têm outra consolidação das relações mundiais, políticas e económicas, excepto a paz de Versalhes. A Polónia é um elemento tão poderoso nessa paz de Versalhes que, ao remover esse elemento, estamos a derrubar todo o mundo de Versalhes. Nós definimos a tarefa de Varsóvia, a tarefa mudou e descobriu-se que não era o destino de Varsóvia a ser decidido, mas o destino do Tratado de Versalhes. A questão foi colocada assim em toda a imprensa burguesa e «cem-negros» alemã e francesa. A aproximação das nossas tropas às fronteiras da Prússia Oriental, que é separada pelo corredor da Polónia, que vai até Danzig, mostrou que a Alemanha estava em plena ebulição. Começaram a surgir notícias de que dezenas e centenas de milhares de comunistas alemães estavam a atravessar as nossas fronteiras, e telegramas de regimentos comunistas alemães que tinham fugido. Tivemos que tomar decisões de não publicar sobre a ajuda e continuar a alegar que estávamos em guerra.
   Quando jornais que não partilham as opiniões bolcheviques descrevem agora a situação na Prússia Oriental, obtém-se um quadro extremamente interessante que me lembra alguns períodos da revolução russa de 1905, quando apareceu na Alemanha um tipo médio de homem cem-negro-revolucionário [13].
   Na época, a revolução de 1905 na Rússia deu os primeiros grandes passos para desenterrar e levantar as maiores massas dos mais atrasados elementos do campesinato. Os membros dos Cem Negros ajudaram-nos nesse trabalho, quando, com a agitação deles contra nós, procuraram revoltar o campesinato. Essa agitação foi então conduzida pelos Cem Negros, padres e oficiais. Resultou que essa organização política dos Cem Negros, recentemente surgida, uniu pela primeira vez os camponeses e atraiu-os para a organização. Esses camponeses revoltados um dia apareceram com as exigências dos Cem Negros e no dia seguinte exigiram todas as terras dos latifundiários.
    A mesma coisa aconteceu agora na Alemanha. Não trouxe comigo a correspondência de um jornal antibolchevique alemão (claro, não a poderia aqui ler toda por falta de tempo). Diz que todo o leste da Alemanha está em ebulição e todos os kappistas [14] (os que seguiram Kapp -- o nosso Kornilov), todos esses kappistas são pelos bolcheviques. Acontece que quando se fala com um alemão atrasado que não entende nada de política, ele hesita e diz que se deveria reintegrar Wilhelm, porque não há ordem. E diz a seguir, ao mesmo tempo, o contrário: que se deve seguir os bolcheviques. Vemos a Alemanha Oriental em efervescência. Está-se a formar um bloco antinatural, encabeçado por generais kornilovistas, que são pessoas de mente militar com uma palavra de ordem: só a guerra com a França a todo o custo, não importa com quem e não importa em que condições; esses oficiais alemães, pessoas politicamente analfabetas que não sabem que a guerra acarreta consigo certas consequências (como eles a entendem), esse oficial alemão precisa de estudar por 10 anos as diferentes revoluções para aprender alguma coisa. Ainda assim, têm a ideia de uma guerra com a França a todo o custo.
    Descobriu-se assim   que tínhamos força, e força considerável contra a Entente. Naquela altura, respondemos a Curzon: Você menciona a Liga das Nações [15]. Mas o que é a Liga das Nações? Ela não vale um chavo. Outra questão: quem decide o destino da Polónia? Esta questão não pode ser decidida pelo que a Liga das Nações dirá, mas sim pelo que dirá o homem do Exército Vermelho. Foi assim que respondemos a Curzon, traduzida a nossa nota para linguagem simples [16]. Isso foi compreendido na Alemanha e emergiu um bloco de características antinaturais, um bloco que não foi estabelecido por acordo, nem registado nem votado, um bloco em que os kappistas e kornilovistas, toda a massa dos elementos patrióticos estava com os bolcheviques. Esse era o problema existente nessa altura, e os comunistas alemães não conseguiam resolver esse problema, não podiam decidir dado estarem sentados aqui em Moscovo; sentados a resolver a questão mais básica sobre como criar elementos de um verdadeiro Partido Comunista na Alemanha. Decidiram a questão principal da atitude em relação aos independentes de direita, cujos líderes eram como o nosso Martov, mas cujos trabalhadores tinham mentalidade bolchevique. Estavam ocupados a resolver esse problema mundial, que surge em todos os países. Na época, os acontecimentos na Alemanha pediam decisões urgentes sobre todas essas questões. Surgiu um bloco de patriotas vermelhos progressistas e comunistas, que conscientemente reconheceu um bloco com a Rússia soviética. O resultado foi um bloco tal que há apenas duas forças na política mundial: uma é a Liga das Nações, que produziu o Tratado de Versalhes; a outra é a República Soviética que o Tratado de Versalhes extenuou. O bloco antinatural da Alemanha é por nós.
   Este foi um facto gigantesco da política internacional, que observei em parte mais de uma vez e sobre o qual tive que reflectir, quando resumi as campanhas de Yudenich, Koltchak, Denikin e falei sobre as condições para concluir a paz com a Estónia, Geórgia e Letônia. [17] À escala internacional, as coisas aconteceram de tal modo que não só batemos Koltchak e Denikin e conquistámos o campesinato russo próspero -- um campesinato anticomunista, que, entre outras coisas, decidiu o destino de Koltchak e Denikin --, como ainda conquistámos a pequena burguesia e a grande burguesia dos pequenos países formalmente independentes, esmagados pela Entente. Isso decidiu que a Estónia concluísse a paz connosco [18]. O primeiro país a concluir a paz connosco. Ela é inteiramente burguesa, inteiramente nos bolsos dos bilionários britânicos e americanos, completamente contra a paz connosco, mas concluiu a paz connosco, tão sombrio lhe pareceu o imperialismo internacional.
   Na Alemanha, os comunistas mantiveram as suas palavras de ordem. Quando a esquerda alemã concordou com o absurdo de que não há necessidade de uma guerra civil, mas, pelo contrário, uma guerra nacional é necessária contra a França, isso foi de uma estupidez inaudita. Pôr a questão nessa forma beira a traição. Sem guerra civil, não conseguirão o poder soviético na Alemanha. Se concluirem um bloco com os kornilovistas alemães, serão enganados. Na Alemanha há um pequeno e fraco Partido Comunista [19] e um forte partido de scheidemanitas, mencheviques de direita [20]. Um grande partido proletário liderado pelos nossos Martoves. Uma política entre duas cadeiras.
   Assim, o primeiro resultado foi que vários pequenos Estados se uniram a nós, apesar de todo o seu ódio aos bolcheviques, junto com represálias contra os seus bolcheviques -- estonianos, finlandeses, letões. Tiveram de fazer a paz connosco, e disseram que internacionalmente, nós, pequenos países, estamos mais próximos da Rússia bolchevique soviética. De facto, mostrámos que na Alemanha, onde quer que o clima das massas seja o mais subdesenvolvido e cem-negro, são capazes de dizer: é melhor para Wilhelm que não exista para a Alemanha outra força nas relações internacionais, a não ser a Rússia Soviética. Os desejos nacionais da Alemanha consistem em dois valores, que, a não distinguir politicamente, equivale a cometer um grande erro. Um, é deitar fora o Tratado de Versalhes, que os sufoca. Por outro lado, os imperialistas alemães, que se uniram, disseram: não queremos apenas descartar o Tratado de Versalhes, na verdade desejamos a restauração da Alemanha imperialista. Nós sondámos a situação internacional não só de países pequenos, mas também da Alemanha.
   No meu discurso de abertura do congresso do Comintern [21] realizado em Petrogrado, tive de falar sobre a situação internacional. Disse que a população da Terra é agora mil milhões e três quartos [22], dos quais 1/4 de mil milhões nas colónias e três quartos de mil milhões nos países que foram derrotados; isso significa 70 por cento nas colónias. Disse que mesmo com um cálculo tão cru, se considerarmos a política mundial, então sete décimos da população serão aqueles que, sob uma política certa, estarão com a Rússia Soviética. Podem perguntar: como podem eles defender a Rússia Soviética, quando não são comunistas? E como estavam connosco a Estónia e a Geórgia, embora os comunistas estivessem lá a ser fuzilados? Pela nossa política internacional inspiramos agora uma união de todos os países que vivem sob o Tratado de Versalhes. E isso é 70 por cento da população total da Terra.
   Enquanto na Alemanha se confinaram apenas aos que tremiam e esperavam, na Inglaterra a situação era diferente. Na Inglaterra, Curzon apresentou-nos um ultimato: ou saiem daí ou estamos em guerra. Acreditavam eles, que ao assinaram a paz de Versalhes, podiam dispor do mundo inteiro. Quando respondemos que não reconhecíamos a Liga das Nações, os jornais franceses escreveram: «uma resposta ousada», uma expressão da terminologia de sala de aula, que o professor diz aos meninos que se estão a portar insolentemente. Na política mundial tais termos não devem ser usados. A verdade é que a Liga das Nações não se mostrou como tal.
   Verificou-se que, para lutar contra nós, eles têm primeiro de perguntar ao trabalhador inglês. Como resultado da nossa declaração, o proletariado inglês ascendeu a uma estapa revolucionária completamente nova. Nós, estando perto de Varsóvia e não sabendo como Varsóvia iria tomar e sentir isso, qual era a preparação do trabalhador polaco para a acção revolucionária, nós sondámos os trabalhadores britânicos e elevámo-los a uma nova etapa da acção revolucionária. Quando nos foi apresentado um ultimato, os trabalhadores britânicos, nove décimos dos quais eram os mais malévolos mencheviques, responderam com a criação do Comité de Acção. A imprensa inglesa ficou preocupada, gritou que isso era um poder dual. E tinha razão. No respeitante às relações políticas, a Inglaterra estava naquele etapa em que a Rússia estava depois de Fevereiro de 1917: junto com o governo havia os sovietes, que tinham um comité de conciliação, e na verdade todos os passos do governo eram controlados, quando a burguesia do mundo inteiro dizia que isso não podia existir. Agora o Comité de Acção apareceu na Inglaterra, e este Comité de Acção impediu a guerra da Inglaterra contra nós. Nenhuma das ameaças que Lord Curzon nos apresentou pôde ser realizada. O movimento operário da Inglaterra subiu a um nível incrivelmente alto. O Comité de Acção criou um órgão de todas as massas trabalhadoras, o seu centro político, que se aproximou da burguesia, mas não se uniu a ela. À frente deste Comité de Acção estão mencheviques brilhantes e brilhantes socialistas-revolucionários de direita, as pessoas que em tempos afastámos. Elas {as massas trabalhadoras} precisaram [a fim de romper com os oportunistas] do II Congresso do Comintern em Moscovo, onde representantes de todos os países se reuniram. Só agora temos o texto completo das resoluções onde esta política é adoptada à escala internacional [23]. Qual foi a reacção? Dizem que apresentámos condições inéditas. Existe agora uma divisão, pelo menos uma divisão entre bolcheviques e mencheviques em todos os países, sem excepção. Numa altura em que, com a ajuda do Comintern, fizemos o que não pudemos fazer durante décadas, mesmo nas condições de cisão completa dentro do imperialismo internacional, numa altura em que os mencheviques e bolcheviques na Inglaterra juntaram forças no Comité de Acção, tivemos de resolver penosamente tarefas de dificuldade incomum [no Congresso do Comintern]. O progresso do movimento operário necessita disso, de romper ideologicamente com os mencheviques, mas ao mesmo tempo agir junto com eles no Comité de Acção.
   À primeira vista, isto parece uma contradição e oportunismo, mas nós dizemos: tereis de continuar a apoiar a revolução russa nas suas principais características. O Comité de Acção na Inglaterra é bastante semelhante ao nosso CEC dos tempos em que os negócios de Gotz, Dan e outros eram aí decididos. É a unidade de todos os trabalhadores, sem distinção entre mencheviques e bolcheviques, uma associação que compete com o governo burguês e na qual os mencheviques são obrigados a agir como bolcheviques. Sabemos bem que o manifesto de 1917, divulgado pelos mencheviques e SRs da primeira convocação [24], dizia que a guerra era imperialista; vamos lá defender a minoria. Eles emaranharam-se e as massas juntaram-se-nos e, assim, Plekhanov estava certo.
  Dizem eles: nós somos pela democracia constitucional, e vocês pela democracia parcial. Há também um Comité de Acção, mas esse é um caso extremo. Isto é algo que esperávamos ler, porque esta é a atitude de um país imperialista [com] as tradições extraordinariamente fortes do menchevismo. Enquanto o nosso menchevismo tem uma história de 15 a 20 anos, todas as organizações sindicais têm lá um sistema democrático inteiramente encabeçado por mencheviques. Foi completamente deteriorado pelos mencheviques ingleses, e eles tiveram que atacar o método da ditadura do proletariado. Tivemos a oportunidade de dizer aos trabalhadores ingleses e franceses que devem ensiná-los a ser comunistas. O Comintern ensinou isso. A política inglesa começa a ensinar os franceses. Estes devem aprender em conjunto com os bolcheviques ingleses como formar um bloco com base em organizações de massa, quando forçados a agir constitucionalmente, tal como as massas inglesas aprenderam isso na prática. Foi difícil para nós decidirmos Nós na Rússia experimentámos dolorosamente quantas vezes os trabalhadores russos foram enganados pelos mencheviques e SRs antes de deixarem de acreditar neles. Enganaram os trabalhadores russos antes da revolução de Fevereiro [25], enganaram de Maio até à ofensiva de Julho [26], enganaram aí de novo, e finalmente em Outubro o trabalhador russo estava suficientemente maduro para não permitir ser enganado de novo. Quantas vezes será necessário enganar os trabalhadores britânicos pelos mencheviques ingleses não está escrito em nenhum livro e não pode ser escrito. Veremos. Mas os bolcheviques ingleses devem ser capazes de unir-se com as massas constantemente, educá-las, mostrar-lhes e dizer-lhes: aqui vocês estão a ser de novo iludidos, aqui vocês estão a ser de novo enganados. No processo dos actuais eventos na Inglaterra vemos, e o camarada Kamenev resume as suas impressões [27], que os mencheviques ingleses já se sentem como um governo, sabem que o governo burguês na Inglaterra não fica para sempre, será derrubado. Eles vêem um cargo do governo na frente deles. «Bem-vindo, mas você também vai voar desse cargo do governo assim que o seu governo burguês tiver voado para longe, e você voará de modo que nunca mais possa obtê-lo».
  Este é o resultado de nossa política internacional nas relações surgidas na Europa Ocidental.
   Devo agora voltar à principal e triste conclusão que resultou de tudo isto. Fomos expulsos da frente e voámos tanto que a luta está a ter lugar perto de Grodno, e os polacos estão-se a aproximar da linha na qual Pilsudski se gabava antes de que viria a Moscovo. Isso foi só para se gabar. Devo dizer que, apesar de termos sido repelidos, ainda assim as nossas tropas fizeram milagres. Foram empurradas para trás centenas de verstas, para leste e oeste, mas não empurradas de volta ao ponto em que havíamos proposto anteriormente tolerar Pilsudski. Pilsudski irá agora para a paz em piores condições para ele e melhor para nós, do que nas primeiras condições que propusemos. De qualquer forma, sofremos uma enorme derrota, um exército colossal de 100.000 no cativeiro ou na Alemanha. Numa palavra, uma gigantesca, uma inaudita derrota.
   Que significa isto? Significa, sem dúvida, que foi cometido um erro, porque tivemos a vitória nas nossas mãos e perdemo-la. Houve, portanto, um erro.
   Antes de cada um levantar essa questão, e antes de nós no CC encontrarmos a resposta: onde está o erro? Onde está e onde procurá-lo? Talvez tenha sido um erro político, talvez estratégico. Sabem, porém, que estratégia e política estão inextricavelmente ligadas. Durante a Guerra Civil, o Politburo teve que resolver questões puramente estratégicas, questões tão puramente estratégicas que nos entreolhámos com um sorriso: como nos tornámos estrategas? Entre nós havia até pessoas que, estando longe, não presenciaram a guerra. Apesar disso, tivemos que lidar com a estratégia, porque a estratégia está subordinada à política e estão inextricavelmente ligadas entre si. Hoje, como no tempo da ofensiva Yudenich-Denikin, abordamos muitas vezes questões puramente estratégicas e já não nos surpreendemos com isso. Mas devemos sempre lembrar-nos que toda a estratégia não é nada mais que política.
   Onde procurar agora o erro? Talvez um erro político, talvez estratégico. Não pretendo de todo que conheço muito da ciência militar; peço desculpa antecipadamente aos camaradas que conhecem essa ciência teorica e praticamente. Examinarei do ponto de vista de onde procurar um possível erro, político ou estratégico.
   Direi desde já que o CC examinou esta questão e a deixou em aberto. Para investigar esta questão, e a resolver adequadamente, há que dedicar-lhe grandes energias, o que não temos, porque o futuro nos ocupa inteiramente. Chegámos a este ponto: erro -- na política, na estratégia ou em ambos. Talvez tenha sido um erro responder à nota de Curzon de 12 de Junho, quando dissemos: nós simplesmente não nos importamos com a Liga das Nações; avancem.
   Escusado será dizer que decidimos com base numa definição incorrecta. De revolucionários -- que estão sob condições políticas difíceis, que estão acostumados a resolver problemas com sucesso, quando há heroísmo sem precedentes e ascensão das massas – exige-se uma definição correcta. Nós, ao resolver esta questão, predeterminámos uma linha ofensiva geral. No seu âmago a linha estava correcta -- estamos convencidos disso. No seu âmago estava tudo bem e coincidia realmente com um novo período da história mundial, quando a Rússia -- até então objecto de resolução de tarefas (Yudenich ou Koltchak para esmagá-la e depois comê-la) -- determinou a politica doméstica da Inglaterra.
   Aqui, talvez, devêssemos ter respondido de forma diferente. Dissemos que aceitávamos a proposta de Curzon no essencial, mas que negociaríamos. Negociámos com base na nossa decisão, até que Kamenev, em circunstâncias fora do seu controlo, teve de negociar de tal forma que foi expulso [28]. Recebemos a ajuda do Comité de Acção, e então Kamenev finalmente ganhou e não Lloyd George. Talvez devêssemos ter respondido assim: nós aceitamos, como base, que pararemos a 50 verstas da fronteira como você propõe. Isso é determinado pelas condições das frentes militares. Ao receber a Galícia Oriental, teríamos uma base contra todos os estados modernos. Sob tais condições, ficávamos vizinhos da Ruténia Cárpata, que estava mais efervescente do que a Alemanha, e é um corredor directo para a Hungria, onde um pequeno empurrão é suficiente para fazer irromper a revolução. Teríamos preservado uma aura internacional de um país que é invencível e uma grande potência. Este é um óptimo crédito.
   Surgiu aqui, porém, outra política. Não teríamos conseguido {com ela} a efervescência que então resultou. Provavelmente, não teríamos ganho o Comité de Acção. Não teríamos ganho a transição de toda a política britânica, proletária e burguesa, para uma nova estapa. Mas teríamos conquistado uma base firme, pacífica e durável para operações de oposição à Europa central ao longo das fronteiras planeadas. Talvez, repito, tenha havido um erro político, pelo qual o CC é responsável em geral, e pelo qual cada um de nós assume a responsabilidade. Este é o principal erro. A estratégia é subordinada à política.
    Talvez outra explicação seja a de que, tendo o CC definido a linha política, determinou por isso a posição de todos os órgãos soviéticos, definiu o quadro que o nosso Comando não poderia transgredir. O CC deu a missão de ajudar a sovietização, de cruzar a fronteira etnográfica e de manter a fronteira com a Alemanha do lugar onde estávamos, de Bialystok. A estratégia poderia mudar, modificando as suas condições e tarefas estratégicas. Pode-se argumentar que os estrategas devem precisamente produzir a solução de um problema. Mas uma coisa é conversa, motivação e ânimo; outra coisa é decisões. Pode-se falar, mas se alguém, um digno Comissário do Povo, não tomar decisões, será expulso ou preso. Sem esta compreensão, todos nós nos teríamos desintegrado há muito tempo. Aqui, talvez, a estratégia reconhecerá e dirá: não teremos forças para avançar; depois de avançar 50 ou 100 verstas, parando aí, na Polónia etnográfica, teremos uma vitória segura e firme. Estamos agora seguros de que, se tivéssemos parado, teríamos então uma paz absolutamente vitoriosa e preservaríamos toda aquela aura e impacto na política internacional. Talvez tenha sido um erro estratégico.
  É dentro destas balizas que se situam em grandes linhas todos os erros em torno dos quais naturalmente girava o pensamento do Comité Central. Vêem por que razão se formou a opinião prevalecente no Comité Central, a qual não era que não criaríamos uma comissão para estudar as condições da ofensiva e da retirada. Nós não temos forças para fazer isso. Temos agora vários outros problemas que exigem solução imediata. Não podemos emprestar nem uma única energia, nem sequer de segunda classe. Precisamos de abordar outras questões, as questões mais complicadas de política e estratégia, porque nos lembramos de como cessámos {operações} com Denikin, o levámos para a região de Donetsk, mas, não tendo conseguido acabar com ele, ele voltou para Orel. Vimos como lutámos contra Koltchak. Quando ele foi apanhado em Ufa e depois nos levou de volta para Samara. Naquela época, toda a imprensa europeia anunciou um novo prazo para a queda de Moscovo e Petrogrado.

   Curiosamente, vi ontem uma publicação americana, [29] onde algumas pessoas compilaram numa pequena edição informações completas sobre o que os melhores jornais americanos escreveram sobre a Rússia. É impossível imaginar uma melhor peça de agitação para os bolcheviques. Eles estudam quantas vezes foi anunciada a queda de Moscovo e Petrogrado. Essa pequena brochura descreve o que os jornais americanos falaram de Outubro de 1917 a 1920, e em poucas palavras o que aconteceu. Não há melhor descrição e mais bem-sucedida do que essa breve história da ofensiva. Vamos tentar publicá-la em russo.
   Lembram-se de como o nosso Exército Vermelho, depois de cento e cinquenta verstas de derrotas acabou com Koltchak. Estava a fazer o impossível, como me disse um camarada do Exército Vermelho, antes de parar a 50 verstas fora de Chelyabinsk, quando estava em estado de incapacidade. O camarada Smirnov disse: «Olhe para o soldado russo. Se não avançássemos, [não] mobilizássemos [novos homens], numa situação desesperada, em relação ao calçado, a transição teria sido impossível; foi feita por heróis capazes deste tipo de milagres». O soldado do Exército Vermelho começou a fazer milagres. Ele avançou 80 verstas, e se iria avançar mais 100 [verstas], ou se teria de parar após 100 verstas, porque não iria mais longe, é uma tarefa estratégica de dificuldade inédita, de nova estratégia. Viram o que enfrentámos com Koltchak. Viram esses elementos, essas tarefas, a partir das quais o CC tirou a sua conclusão. O próprio CC, preocupando-se muito com o facto de que cometemos um erro e seríamos derrotados, não nomeou uma comissão para corrigir esse erro.
   Temos de abordar as questões da política actual: as negociações em Riga [30]. Estamos a enfrentar uma ofensiva em Grodno, e Wrangel tomou Aleksandrovsk e avança para Ekaterinoslav. Devemos exercer todos os esforços para lidar com esta questão; e seria bom duplicar a energia de todos. Abordámos esta questão e devo chamar a vossa atenção para ela. É óbvio que as ofensivas polaca e de Wrangel são uma ofensiva da Entente. Ela apostou em tudo. Chegou hoje uma carta de um camarada [31] que trabalha na Inglaterra, e diz: o estado de espírito está a mudar tanto que enquanto ontem os kornilovitas alemães [6*] eram pelos bolcheviques, agora são pela Entente. Mas já vimos reviravoltas e maiores.
   Devemos contar com quais são as condições actuais. Com toda a probabilidade, a campanha de inverno não oferece dúvidas. Toda uma série de sinais indica o que contam fazer a Polónia e a Entente imperialistas. Os franceses apostam em Wrangel e dizem aos polacos: estejam certos de que, se não conseguirem uma fronteira com os bolcheviques que não vá além de Varsóvia, o vosso caso está perdido. Connosco está Wrangel e nós somos os vossos únicos amigos. A política não é demasiado importante. Os franceses, os polacos e Wrangel: não é assim tão fácil uma acção unida destes três elementos. É quase impossível unir três governos, três forças contra os bolcheviques. Parece que é bastante fácil fazer isso, porque todos odeiam os bolcheviques. Podemos imaginar como Pilsudski, Wrangel e os imperialistas franceses estão dispostos a usar todo o seu poder para suprimir os bolcheviques. Todos os três proclamam ser contra os bolcheviques mas não podem fazer nada, mesmo que fossem dez vezes mais inteligentes e tivessem com eles dez vezes mais conselheiros astutos. Por um lado, os franceses estão a aplicar os seus melhores esforços para apoiar Wrangel e ele está a progredir. Foram-lhe enviados reforços. Por outro lado, os franceses têm de sustentar a frente polaca e dizer: esperem, não façam a paz. A Polónia -- pequena burguesia, patriótica e chauvinista; os representantes do partido PSP [32], do partido dos latifundiários e do povo [33], o partido dos camponeses desafogados e kulaks, dizem: preferimos a paz, porque a guerra leva à ruína.
   A Polónia já estava em plena crise antes da guerra e os seus representantes disseram que ficariam completamente arruinados financeiramente após a guerra. Isto é correcto, porque sabem perfeitamente que terão de pagar esta guerra, já que a França reconhece a «sagrada propriedade privada».
   Mais uma vez, há uma mensagem de que 60 navios a vapor foram para a Polónia. Não acho que eles vão reforçar a posição deles com a ajuda destes 60 navios a vapor. O camarada que nos reportou isto [35] disse que os polacos tinham mudado a composição social do exército. Essa observação passou-lhe despercebida, e eu noto-a, porque nela reside o ponto principal. Se derrotámos Koltchak e Denikin, se os vencemos, foi apenas porque mudaram a composição social do exército. Wrangel sente-se agora firme apenas porque tem um exército de oficiais, e ele sabe que se começar a depender das massas, voará tão rápido quanto Koltchak e Denikin voaram no seu tempo.
   Os polacos atacaram-nos com um exército inicialmente composto exclusivamente de jovens, que poderiam ser completamente manipulados, e agora mobilizaram aquelas idades que passaram por uma guerra muito mais cruel; agora têm um exército de adultos, um exército que não consiste em rapazes que não podem aprender nada. Os polacos cruzaram agora a linha que Koltchak e Denikin tinham cruzado no seu tempo, a linha na qual havia no início máxima vitória, e na qual a derrota máxima foi alcançada. Estas são as condições que existem actualmente na Polónia. Sob tais condições, ainda dizemos que devemos evitar a campanha de inverno, porque para nós, milhares de vidas de trabalhadores e camponeses russos são muito mais valiosas do que qualquer outra coisa.
   Percebemos perfeitamente que as paradas são altas, que somos fortes, que ao tomar a Galícia, onde o sistema soviético é garantido, ao tomar a Galícia, que tem uma ligação com a Checoslováquia e a Hungria, que já está em efervescência, estamos, desse modo, a desenvolver a via para a revolução. Por causa disso, vale a pena lutar, é impossível negligenciar tal facto. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que a campanha de inverno exigirá muitas vidas e dizemos: devemos evitar a campanha de inverno. As possibilidaes disso são pequenas, porque Wrangel e a Polónia não se amaldiçoam e ainda têm uma frente internacional. Mas vamos separá-los como sempre fizemos. Vamos contra todos as práticas internacionais anteriores. Sabemos bem que os predadores internacionais não vão acreditar em nós, mas sempre há um ou outro que vai acreditar em nós. Vamos directo ao assunto propondo em nome da reunião do CEC que declaremos que não queremos uma campanha de inverno, que queremos assinar a paz em 10 dias, e então renunciamos à Galícia e oferecemos uma fronteira muito a leste da linha Curzon [35]. Para nós estas concessões não são pesadas, para nós é mais importante evitar a campanha de inverno e fortalecer-nos no campo da construção pacífica. Propomos fazê-lo em 10 dias.
   Dizemos, no entanto, que, para fazer isso, é necessário que a vossa pequena burguesia patriota, e os trabalhadores, derrotem a burguesia e larifundiários. Isso é possível, porque eles são fortes, porque os camponeses sempre foram lacaios patrióticos. Isto é inevitável devido à economia. É inevitável no sentido político devido à propriedade privada. De qualquer forma há possibilidades e uma reunião privada desses partidos connosco já teve lugar [7*]. Os representantes desses partidos disseram: sabemos que não foi a Entente que salvou Varsóvia e a Polónia, eles não puderam salvar-nos, fomos salvos por um surto patriótico. Essas lições não são esquecidas. Queremos usar estas possibiliades. Estabelecemos enormes concessões e pouco tempo para resolver a questão da campanha de inverno. Queremos evitar a campanha de inverno, por isso propomos aos polacos que façam a paz agora e colocamos a linha a leste de Brest-Litovsk. Vamos ganhar militarmente garantindo uma rápida vitória sobre Wrangel. Essa vitória é suficiente.
   Regressemos às consequências na política da Europa Ocidental da {nossa} primeira tentativa de política activa. As conseqüências não são assim tão terríveis. As consequências militares não implicam consequências [para] a Internacional Comunista. Sob o barulho da guerra, o Comintern forjou uma arma e aperfeiçoou-a de tal maneira que os senhores imperialistas não a quebrarão. O desenvolvimento de todos os partidos segue ainda o nosso próprio caminho, conforme prescrito pelo Comintern. Podemos dizer sem qualquer exagero que podemos estar calmos sobre este assunto. A nossa causa resume-se ao ritmo do desenvolvimento, às condições de desenvolvimento.
   Fomos capazes de alcançar uma vitória militar decisiva que teria quebrado a paz de Versalhes. Fomos confrontados com o derrube do Tratado de Versalhes do imperialismo global triunfante, mas não tivemos forças para fazê-lo. A nossa política básica continua a mesma. Aproveitamos qualquer oportunidade para passar da defesa à ofensiva. Já minámos o Tratado de Versalhes e vamos quebrá-lo na primeira oportunidade. Agora, para evitar a campanha de inverno, temos de fazer concessões. Não tenho comigo o texto da declaração, que é proposta à conferência do partido para aprovação e encaminhamento para a reunião [do CEC]. Esbocei o seu conteúdo político. Para evitar a campanha de inverno, estabelecemos um curto período de dez dias aos polacos. As possibilidades não são grandes, mas venceremos em ambas as condições. Mostramos às nossas tropas que fizemos tudo para nos livrar das dificuldades da campanha de inverno. Para nós, a questão das fronteiras territoriais é uma questão séria comparada com a questão do fim rápido da guerra. Apresentámos uma condição e, por mais difícil que seja uma campanha de inverno imposta contra a nossa proposta de paz, ainda a encerraremos vitoriosamente.
   Ultrapassei o limite do meu tempo e mudo agora rapidamente para a situação interna. Terminaremos a campanha de inverno vitoriosamente, apesar do enorme cansaço.
   Conseguimos grandes sucessos, e estamos num nível tal que, do ponto de vista económico, claramente a base, a fundação, os fundamentos foram alcançados no que se refere ao pão. De 1917 a 1918, foram obtidos 30 milhões de pudes [de pão]. No ano seguinte, 110. Estamos agora fornecidos, [porque] temos mais de trezentos milhões de pudes de pão e talvez até 360 milhões de pudes. Logo, 25 a 30 milhões de pudes por mês. Estes números excedem os números de fome com os quais lutámos nos anos da fome. Esta é a base a partir da qual não olharemos com tanto horror para os papéis coloridos {notas}, para milhões, centenas de milhões, milhares de milhões que temos que assinar todos os dias e que mostram que essa base é um brinquedo partido, restos, farrapos das velhas vestes burguesas [8*].
   Quando 250 milhões de pudes de pão por ano estiverem nas mãos do estado, que os tirou do campesinato para o desenvolvimento e como uma condição definida das exigências industriais, teremos então uma base de construção e resolveremos então livremente o problema da correcta distribuição.
 A nossa situação económica melhorou significativamente. Sabemos que temos mais de 100 milhões de pudes de petróleo. Sabemos também que temos de 20 a 30 milhões de pudes de carvão na bacia de Donetsk. Também sabemos que melhorámos o problema da lenha, que tivemos que resolver no ano passado sem carvão e sem petróleo. Isso mostra que, apesar das perdas sem precedentes, da fadiga incrível, da exaustão nervosa, da burocratização, apesar da deterioração de todo o aparelho partidário, apesar de tudo isso, apesar das dificuldades da campanha de inverno, continuamos a manter a nossa base económica básica fornecida e garantida. Temos o pão básico para o povo e o pão para a indústria, isto é, combustível; há muito mais do que no ano passado. É por isso que, considerando a difícil situação que sofremos, dizemos que se mais uma vez reunirmos forças e as aplicarmos numa campanha de inverno, temos a certeza de que seremos vitoriosos.
   Tenho de falar agora sobre concessões {económicas}. Nós conversámos muito sobre concessões. Discutimos se elas são permissíveis em princípio. Chegámos à conclusão de que são permissíveis se forem correctamente aplicadas. É claro que só daremos aos imperialistas aquilo que nós próprios não podemos desenvolver. Na Inglaterra, os nossos camaradas concluíram uma concessão para 10 mil acres de floresta. No norte, do distrito de Arkhangelsk, somos nós próprios quem organiza esse empreendimento, que é absolutamente vantajoso para nós. Foi-nos oferecida uma aquisição em 15 anos. É um período perfeitamente aceitável. Não se deve ter medo de concessões; elas são uma enorme vantagem.
   Li recentemente um livro do social-chauvinista americano Spargo [41], o nosso actual Alexinsky, que escreve que sofreremos um colapso óbvio se concluirmos concessões com a burguesia. Ataques deste tipo feitos pelo Alexinsky americano são completamente irrelevantes, e devemos tratar esses ataques com muita calma, pois qualquer trabalhador razoável percebe que estamos certos.
   Estamos a esforçar-nos para ajudar a Rússia a implementar o sistema comunista, mas não podemos fazê-lo apenas com forças russas. Dizemos que uma revolução só pode ser estabelecida pelos esforços dos trabalhadores avançados em países avançados. Sobre este assunto nunca houve uma sombra de dúvida de qualquer comunista consciente.
  Neste período de transição, quando um lado é fraco contra todos os outros lados, será um período de relações complexas e intrincadas. Podemos ficar calmos pois não nos confundiremos; já provámos a nossa política internacional em relação às pequenas potências, mas outros confundir-se-ão. Afirmar-nos-emos então, é claro, como uma república socialista devastada pela guerra imperialista, e tendo riquezas incríveis que não podemos desenvolver em 10-15 anos. Atrair capital estrangeiro para esse fim, pagando apenas pelo facto de que não podemos alcançá-los, {quanto à} nossa riqueza, é proporcionar agora uma base para relações pacíficas.
   A Inglaterra expulsou a nossa delegação [9*] sindical. querelou com Kamenev, e expulsou-o. Não é tão assustador. Os comunistas sabiam como não ter medo da exibição. Ao mesmo tempo, assinámos um contrato para a entrega de um milhão de chulipas. Neste contexto, não temos de lutar. Temos chulipas, que não consegíamos fazer, temos florestas que não conseguíamos usar e eles podem. Tomem de nós as florestas na Ucrânia, que não éramos capazes de usar, e tomando concessões de nós, vocês criarão a base da paz política e económica. Vocês não nos podem atacar, porque qualquer tentativa de ofensiva significa um «Comité de Acção» em qualquer país. O Comintern tem dezenas de ligações e agentes em todos os países. Representantes de diferentes países vêm a Moscovo. Manter-nos-emos de pé independentemente de todas as outras condições de desenvolvimento [37].
   Esta arma é fundamentalmente permissível, embora seja de dois gumes. E não apenas estamos convencidos de sua admissibilidade fundamental, mas também aprendemos na prática como administrá-la. Políticos americanos escrevem longas notas nas quais nos acusam de que somos maus democratas. Um conhecido bilionário americano chega e diz: vamos colocar as mãos ... Provavelmente vamos ganhar com isso.
   Teremos que nos limitar à posição defensiva em relação à Entente na situação internacional, mas apesar do completo fracasso do primeiro incidente, da nossa primeira derrota, passaremos de novo de uma política defensiva a uma política ofensiva, desde que não acabemos derrotados.


Comentários Finais

  Camaradas, resta-me fazer alguns comentários. O camarada Trotsky, no seu discurso final, tentou interpretar a sua expressão «semi-sonambulismo» de maneira mais aceitável. No debate, foi dito ao camarada Trotsky que, se o exército se encontrava num estado semi-sonambulístico, ou como ele disse mais tarde, num estado semi-exausto, afinal o comando estratégico central não estava, ou pelo menos não deveria ter estado exausto. Mas o erro certamente permanece. Assinalei que este é o mesmo erro que é confirmado por todo o curso de desenvolvimento das nossas operações militares. Daí a conclusão: se não aprendemos a determinar essa barreira interna de cansaço depois de Denikin e Koltchak, se o estado de espírito é um terço sonambúlico, então devemos dizer a todos os líderes políticos: confirme, por favor, as nossas diretrizes e modifique-as. Ainda não aprendemos [a fazer isso], embora tenhamos feito duas experiências com Denikin, com Kolichak e com a Polónia.
   Em relação a Bukharin, devo dizer que ele exagerou a segunda questão fundamental, {38} como também exagerou, por exemplo, o camarada Estaline. A Europa Ocidental {39} estava num estado do maior entusiasmo. Dizer agora que fomos decepcionados, suscita a defesa legítima do Exército Vermelho. Comecei o meu relatório com o facto de que a comissão para estudar as condições da retirada estava a trabalhar; o CC tinha rejeitado a retirada. Não é por isso para desculpar o propósito especial da comissão. A questão não é essa, mas o principal esboço político. Não vamos considerar este assunto, mas vamos aprender com isso. Bukharin disse: não se pode contar nem com uma revolução nem com a guerra. Uma revolução distingue-se pelo facto de que a taxa de lutas e o número de combatentes aumentam em 10 e 100 vezes, como as greves na Rússia em 1905. Continuamos a manter a confiança que merece a frente da Europa Ocidental e o comando central, pois ela resistiu ao teste em várias campanhas difíceis que mais do que compensam todos os erros individuais.
   O camarada que disse: você não analisa os erros -- estava errado [10*]. Nós começámos com isso. Construí o meu relatório sobre isso. Houve um erro, vamos analisá-lo. Isto significa que todos os membros do partido falaram sobre isso, que todas as avaliações sobre este assunto foram submetidas. Talvez tenhamos cometido um erro em relação a Denikin, mas não é inevitável que cometamos tal erro 4 vezes.
  Quando o camarada Bukharin falou contra Dzerzhinsky, de que ele só provoca uma tristeza cinzenta, eu entendo a situação real da qual Dzerzhinsky falou [11*]. Mas como se pode chamar isso tristeza cinzenta, quando uma pessoa avalia os factos? Que significa tristeza cinzenta? Apenas que esses factos são muito tristes, que eles mostram que a tarefa é muito difícil, por isso ele repreende Poluyan, [40] diz que ele provoca tristeza cinzenta.
  BUKHARIN (do seu lugar): Referi-me a Kon.
   Kon e Dzerzhinsky citaram factos e apontaram a incorrecção da avaliação táctica de Poluyan, que a situação era complicada, que não se pode levar em conta a situação num país em que é tão difícil operar, onde temos uma população puramente proletária. Mas provou-se que Poluyan estava enganado. Dizer que ele estava a causar tristeza cinzenta não significa nada. Isso estabelece uma certa linha negativa, no sentido de que não se pega nos factos negativos, para que não se chame tristeza cinzenta. Não, nós, pelo contrário, aprenderemos como selecioná-los.
   Posso agora resumir alguns resultados que coincidem com a linha de resolução aqui trabalhada. O camarada Trotsky estava certo quando comparou o que aconteceu na Polónia com o discurso de Julho de 1917 sobre a escala do tempo revolucionário internacional. Isso está correcto [12*]. Nós próprios, ao longo das manifestações de Fevereiro, Março e Junho e da manifestação de 20 de Abril, que chamámos de semi-manifestações e semi-revoltas, dissemos: «Um pouco mais que demonstrações e um pouco menos que revoltas», nós passámos por essas «pouco mais do que revoltas», e por revoltas bem sucedidas para a meta ... E estamos realmente a ir assim numa escala internacional: da semi-revolução, de uma surtida mal sucedida, ao assegurar de que não existe erro de cálculo, e aprenderemos daí a guerra ofensiva.
   Não vamos falar sobre isso na resolução. Apresentaremos o que os comunistas polacos nos propõem e diremos que esta é a única decisão verdadeira que pôde ser adoptada. Nós passamos por uma série de etapas pelas quais as massas proletárias oprimidas se desenvolvem, permitindo que cresçam, se desenvolvam e se fortaleçam e evitem os erros que inevitavelmente pairam no caminho. Esta conclusão não é de forma alguma dos membros do CC, mas a conclusão tirada por camaradas e delegados que estavam na Frente. Portanto, não houve absolutamente nenhuma menção de desconfiança. O princípio da validade da acção ofensiva, no sentido de decisões revolucionárias, é reconhecido; a clareza da contabilização de forças, o rigor da verificação de factos negativos e positivos é necessário.
   Recebi uma nota: porque se disse pouco sobre a Itália? Porque, para além das informações jornalísticas sobre a Itália, não temos nada. Talvez isso seja um bom presságio, porque se tivesse havido uma vitória do lado da burguesia ela teria, provavelmente, informado. Mas, talvez, isto seja vudu. Em geral, podemos dizer que a situação internacional, independentemente dos nossos passos na Polónia, alimenta uma nova revolução internacional e que a revolução italiana ganhou novo espaço. Se além disso houvesse uma Polónia soviética, ou uma Hungria soviética, seria ainda melhor. De forma alguma prometemos que amanhã [não] correreremos riscos pela Hungria. Tenho a certeza de que a conferência concordará connosco a esse respeito. Mas diremos que nos arriscaremos de tal forma que a cada passo duplo nos lembraremos onde parar. Vamos assumir riscos, na esperança de ajudar a Itália; infelizmente, agora é quase impossível.
   Mas o que é importante, afinal, o que o camarada Trotsky enfatizou com segurança é a absoluta necessidade de esmagar Wrangel, de o esmagar completamente pelo Inverno, porque damos grandes concessões territoriais à Polónia em duas frentes, mas ainda assim não seremos ameaçados por isso, com o desenvolvimento da guerra civil, da escassez de pão, petróleo, etc. Portanto, Wrangel é a nossa primeira prioridade, e as concessões territoriais à Polónia não são tão importantes. Não houve objecções à nossa declaração de princípio em relação à Polónia, e isso é uma garantia de que reanimaremos as nossas forças.
   Talvez façamos uma conferência adicional inteiramente sobre fornecimentos militares, para que os camaradas partilhem as suas impressões, como um camarada de Kharkov, [13] e pudessem dizer o que disseram sobre as suas iniciativas de logística militar, quando fizeram o que não era feito noutros lugares. Esses exemplos poderiam então ser facilmente transferidos para outros locais.
Terminarei lendo o texto da declaração, que já foi finalizada e irá ser proposta para aprovação da conferência, para que a secção comunista a leve amanhã para a sessão do CEC e a aprove lá para que amanhã à noite a declaração possa estar nas mãos da nossa delegação [14*].
V. I. Lenin

Political Report of the Central Committee of the RCP(B) at the Ninth All-Russian Conference of the RCP(B) and Concluding Remarks on the Results of the Discussion

September 22, 1920

   Comrades, it is natural that in the report, which has to be presented at this moment, the center of gravity should be the war with Poland and all the vicissitudes that we experienced during this period. Let me start from some time back: from [1*]  the time when this war with Poland had not yet become a fact.
   You know that before the war with Poland we treated these issues with extreme caution and we offered peace to the Poles, to the Polish bourgeoisie, in the most solemn manner -- namely even in the declaration on behalf of the CEC –, [1] on terms highly favourable to them, Poles, a peace unfavourable for a number of nationalities, workers and peasants [2*] who were under the yoke of the Polish landlords and the bourgeoisie. We offered peace on the basis of the Pilsudski line, i.e. the line on which the Poles stood before the beginning of the offensive on April 26 this year, i.e., a line according which they received the whole Belarus and a rather big piece of Ukraine, because they would then get the Volhynia province, quite farther East [3*] of Rovno, from where they now repelled us. We agreed to conclude peace on this line, taking into account that peaceful economic work, to which would turn the life of the army and the lives of tens of thousands of workers and peasants, was of much higher value than the possibility of military successes to liberate Belarus and part of Ukraine or eastern Galicia.
   In this matter, in the international political and economic relations, it has been repeatedly confirmed and will be confirmed, that our new diplomacy is absolutely unusual, unforeseen in the history of monarchical and bourgeois states. In no way can it be accepted in other countries. When the Bolsheviks come out with a sincere declaration no one in any state is able to understand that we are really conducting diplomacy on the basis of sincere statements and principled methods of diplomacy. Thus, when the Bolsheviks say "We are ready to recognize Pilsudski's line," [for the international bourgeoisie] it means that the Bolsheviks are excessively weak, therefore the concession is excessively large. [4*] We endured the most rabid chauvinism of the Polish bourgeoisie and landlords, the most rabid chauvinism of France and other imperialist countries, who all reasoned that in ordinary diplomacy such a thing cannot exist -- "Is this so? This is weakness." Thus, the offensive was decided not only by the Poles, but also by France, because we said quite unusually and straightforwardly: in order to avoid war, we are ready to retreat. In the earlier negotiations that Marchlevsky conducted as a formal representative of the Polish Red Cross, in those negotiations [2] such a line as preliminary condition for peace was a huge concession. This concession was considered as our weakness and led to war. 
   You remember the beginning of the war, which was successful for the Poles. They mastered, before the conquest of Kiev and according to preliminary estimates, a territory with a population of up to 4 million people. You remember that after that success, the concentration of {our} troops was achieved, and our troops, having taken the offensive, quickly reached the main border of Poland.
   Here begins a major upheaval in the history of the war with Poland, which in fact turned out to be a veering {of Poland} for the peace. We need to start from this in order to analyze the subsequent history and move on to the most important thing, which now draws the attention of every party member, the most burning issue, that is, the deep defeat, the catastrophic defeat that we suffered as a result of the entire development of the operation.
   On July 12, when our troops, in a non-stopping offensive and having already covered a huge territory, approached the ethnographic border of Poland, the English government in the person of Curzon addressed us a note requesting us to stop our troops on a line 50 versts {53 km} from the ethnographic border of Poland as a condition for concluding peace. [3] This line went along the Bialystok -- Brest-Litovsk line and gave us Eastern Galicia. So this line was very favourable for us. This line was called the Curzon Line. And here then arose the main question before us. The CC had to make the most important decision. And this [decision] is the starting point, which my report will have to return to in order to assess the most important and fundamental issue. The question before us was whether to accept this proposal, which gave us an advantageous frontier, and therefore, generally speaking, to adopt a purely defensive position, or else to use that upper hand of our army and the advantage of helping the Sovietization of Poland. Here lay a fundamental question of defensive and offensive war, and we knew in the CC that this was a new principled question, that we were at a turning point of the whole policy of Soviet power.
  Until then, we were waging war with the Entente, since we knew perfectly well that behind every partial offensive of Kolchak and Yudenich stood the Entente, we realized that we were waging a defensive war and we were defeating the Entente, but we could not completely defeat the Entente since it is far stronger than us. We only tried to use as widely as possible the resulting cracks between the different states of the Entente, in order to timely defend ourselves. The history with Yudenich and Denikin showed something unprecedented, incredible, from the point of view of the calculation of forces. We destroyed them by parts. The cleverest world politicians, not only those bloated from the colonial point of view, like England, or the presumptuous France, worrying of her billions of the former Tsar's mansion (there are still such strange people who are hoping his return), not only such bloated politicians who are thinking of seizing something out of Russia, not only those major politicians interested in Russia, but also those not directly interested -- {they all} were in a state of shock. They, being a hundred times stronger than us, having an infinite supremacy in comparison with us not only in the sense of finance, but also in the sense of the fleet and in other senses, did not materialize this capacity, because they disintegrated among them, because they could not take a single step and could not solve the simple task of uniting three or four elements, unite and coordinate three or four mighty powers. We had nothing, but they could not join themselves even financially, and this gave us an advantage. And this was at a time when the entire bourgeoisie was seething with rabies and hatred against Bolshevism, but it turned out that we were stronger than them. They striked at the adversary by sections, shouting that they did not want to get back the Tsar, that they could not interfere with the purely monarchical policies of Yudenich and Denikin, and thus repelled from themselves the element that should have been behind them (the peasant, kulak element).
   This way, we became convinced that, in general, the military offensive of the Entente against us was over, the defensive war with imperialism was over, we had won it. Poland was a bet. Poland thought that, like a power with imperialist traditions, it was able to change the nature of war. Hence, the assessment was as follows: the period of the defensive war was over. (I ask you to write less: it should not go to press). On the other hand, the offensive showed us that given the impotence of the Entente to crush us by military means, its impotence to act with its soldiers, it could only launch upon us individual small states who aren’t of military value and who hold the landlord-bourgeois order only at the cost of those measures of violence and terror the Entente provides them. There is no doubt that the Menshevik-democratic capitalism which still holds in all the states bordering Russia, formed from the former composition of the former Russian Empire, beginning with Estonia, Georgia, etc., is held by what England delivers them: guns, soldiers, uniforms, and money to keep the workers under their control.
   We faced a new challenge. The defensive period of the war against world imperialism has come to an end, and we can and must use the military situation to launch an offensive war. We have beaten them when they attacked us. We will try to attack them now, to help the Sovietisation of Poland. "We will help the Sovietisation of Lithuania and Poland," as stated in our resolution. [4] When this resolution was submitted to the Central Committee, we didn’t fail understanding the somewhat awkward nature of this resolution in the sense that it could not be voted against. How can one vote against helping Sovietization? If we compare our attitude to Poland with our attitude towards Georgia and Latvia, the difference will become absolutely clear. We did not adopt resolutions that we would help the Sovietization of Georgia or Estonia by military means. We took the resolution back, that we wouldn’t help.
   On this issue, there were vivid clashes with the revolutionaries and communists of these countries. They held bitter speeches against us, saying: how can you make peace with the White Guard Latvian executioners who took to the gallows and tortured the best Latvian comrades who shed their blood for Soviet Russia? We also heard these speeches from Georgians, but we didn’t help the Sovietisation of Georgia and Latvia. And now we cannot do what we haven’t done before. Saving and strengthening the republic is an overwhelming task. In relation to Poland, we have changed this policy. We decided to use our military forces to help Sovietise Poland. This led to a further general policy. We formulated this not in an official resolution written down in the minutes of the CC, which is a rule for the party before the new congress. But we said among ourselves that we should probe with bayonets: is Poland ripe for the social revolution of the proletariat? With this we raise a practical question which, as it turned out, is not theoretically clear for the best communist elements of the international association, that is, the Communist International. We decided this question in the CC when the congress of the Comintern was held in Moscow in July [5]. At the congress of the Comintern we could not raise this question, because this congress was to be held openly; in that resided its huge, revolutionary, general political significance to the world, which would affect many times more than it had done so far.
   At the congress, there were elements to which the German independents belong, [6] who now lead the filthiest policy against Soviet power. They could not be thrown out at that time. It was necessary to show before the world communist party that we do not want to let them into our ranks. Thus, at the congress of the Communist International we had to speak openly. Therefore, that question was deliberately not touched upon at the congress. 
   The transition to an offensive against allies of the Entente could not be put there, because we were not the same stage of development that is needed to discuss that issue. We had to tolerate the Rothe Fane [7] and many others could not even imagine that we would help Sovietization of Poland with our own hands. These people consider themselves to be Communists, but some of them remain nationalists and pacifists [8]. Of course, the Communists who are more experienced to that are the Finnish comrades, and no shadows of those prejudices are left in them. I say – are not left, because they endured a longer period of the war. When I met a delegation of English workers and I talked with them that every decent English worker should want the defeat of the British government, they did not understand me at all [9]. They made faces that, I think, can’t be caught even by the best photo. The truth that, in the interest of international revolution, the British workers must desire to defeat of their government did not enter at all into their minds.
   The fact that there is in Poland a well-developed proletarian population and a better educated rural proletariat, this fact tells us: you must help them to be sovietised.
   This is the framework in which events took place and in which stood our party. This was an important turning point not only in the policy of Soviet Russia, but also in world politics. Until now, we have acted as the only force against the whole world, calculating only on how to catch fissures among them so that the enemy cannot crush us. But now we said: we are now stronger, and for each of your attempts at an offensive we’ll respond with a counter-offensive, so that you know that you are risking not only of squandering a few millions, as you squandered on Yudenich, Kolchak and Denikin, but that you risk for each of your offensives that the area of ​​the Soviet Republic will expand. Russia has so far been only an object over which they have cheated and planned how best to divide it between Yudenich, Kolchak and Denikin. But Russia said now: we'll see who is stronger in the war. That's how the question arose. It is a change of all politics, of world politics. The historian will have to notice here that this is the beginning of a new period.
   What were the results of this policy? Of course, the main result was that now we are the victims of a huge defeat. Before proceeding to this, I must describe what preceded it. How far were we able to probe with bayonets Poland's readiness for a social revolution? We must say that this readiness is small. To probe with bayonets meant getting direct access to the Polish rural labourer and to the Polish industrial proletarian, as they live in Poland. The industrial proletariat lives in Warsaw, in Lodz, in Dombrowic, which are located very far from the border. On the other hand, in order to really probe the degree of readiness of the proletariat of Poland, first of all the industrial proletariat and secondly the rural labourers standing under oppression, we had to clear the Polish bourgeois troops and occupy not only the region of Warsaw, but also those areas where there is an industrial proletariat. And those areas begin even before [5*] Warsaw, which could not be taken. Therefore, Poland's readiness for socialist revolution was hardly possible to probe. We faced a great national upsurge of petty bourgeois elements, who, as we approached Warsaw, became terrified for their national existence. We have not been able to probe the real mood of the proletarian masses in rural labouring and in the ranks of the industrial proletariat of Poland.
   But a picture turned up in international politics, which is something highly instructive and which was the center of the events. One side of the picture will be clarified in more detail by Comrade Kamenev, who observed in London some twists and turns [10]. We were not able to probe the development and preparation for the socialist revolution of the proletariat in Warsaw. Our offensive has proved that Poland cannot win against us, but we are very close to this. It turned out that all this is changing the international policy. We, approaching Warsaw, came so close to the center of the world imperialist policy that we began to do it {the socialist revolution}. This sounds incomprehensible, but the history of the "Action Committee" [11] in England proved, with absolute certainty, that somewhere near Warsaw is located not the center of the Polish bourgeois government and capital of the republic; somewhere near Warsaw lies the center of the entire present system of international imperialism, and that we are in a situation where we begin to shake this system and make a policy not in Poland, but in Germany and England. Thus, in Germany and England we created an entirely new stage of the proletarian revolution against world imperialism, because Poland, as a buffer state between Russia and Germany, Poland, as the last state, will remain wholly in the hands of international imperialism against Russia. It is the mainstay of the entire Treaty of Versailles [12].
   The modern imperialist world rests on the Treaty of Versailles. Having defeated Germany, having solved the question -- which of the two world powerful groups English or German will control the destinies of the world for the coming years --, imperialism concluded the Versailles peace. They have no other consolidation of world relations, both political and economic, except for the Versailles peace. Poland is such a powerful element in this Versailles peace that by tearing this element out, we are breaking down the entire Versailles world. We set the task of Warsaw, the task changed and it turned out that it was not the fate of Warsaw that was decided, but the fate of the Treaty of Versailles. The question was posed as such in the entire bourgeois Black-Hundred German and French press. The approach of our troops to the frontiers of East Prussia, which is separated by the corridor of Poland, going farther to Danzig, indicated that Germany was in full boil. News began to come out that tens and hundreds of thousands of German Communists were crossing our borders, and telegrams of German communist regiments that had flown away. We had to take decisions of not publishing about help and continue claiming that we were at war.
   When newspapers that do not share the views of the Bolsheviks describe now the situation in East Prussia, one gets an extremely interesting picture that reminds me of some periods of the Russian revolution of 1905, when an average type of Black-Hundred-Revolutionary-man appeared in Germany [13].
   At the time, the 1905 revolution in Russia had taken the first major steps to dig up and raise the largest masses and also the most backward elements of the peasantry. The Black Hundred members helped us in this work, when with their agitation against us they tried to raise the peasantry. This agitation was then conducted by the Black Hundred priests and officers, and as a result of this newly emerging political organization of the Black Hundred the peasants became united for the first time, and attracted to the organization. These peasants in revolt came up one day with Black Hundred demands and the next day they demanded all land from the landlords.
   Now the same thing happened in Germany. I did not take with me the correspondence of one German anti-Bolshevik press (which, of course, I could not read here throughout for lack of time), which says that all eastern Germany is boiling and all the Kappists [14] (those who stood behind Kapp -- our Kornilov) all these Kappists are for the Bolsheviks. It so happens that when one speaks with a backward German guy who does not understand anything of politics, he hesitates and says that one should have to reinstate Wilhelm, because there is no order, and at the same time he says next, the contrary, that one should follow the Bolsheviks. We see that East Germany is seething. An unnatural bloc is being formed, headed by Kornilov generals, who are people of military mind with a slogan: only a war with France at all costs, no matter with whom and no matter in what conditions; these German officers, politically illiterate people, who do not know that the war carries after itself certain consequences (as they understand it), such German officer needs to study for 10 years different revolutions in order to learn something. Still they have the idea of ​​a war with France, at all costs.
   It was thus discovered that we had strength, and considerable strength, against the Entente. At that time we replied to Curzon: You mention the League of Nations [15]. But what is the League of Nations? She's not worth a penny. Another question: who decides the fate of Poland? This question cannot be decided by what the League of Nations will say, but by what the Red Army man will say. This is how we replied to Curzon, once we translate our note into simple language [16]. This was understood in Germany and a bloc of unnatural characteristics emerged, a bloc which was not established by an agreement, not recorded anywhere or voted, a bloc in which the Kappists and Kornilovites, the whole mass of the patriotically-minded elements was together with the Bolsheviks. That's the problem existing at that time, and the German communists could not then solve this problem, they could not decide because they were sitting here in Moscow; they were sitting and solving the most basic issue on how to create elements of an actual Communist Party in Germany. They decided the main question of the attitude towards the right-wing independents, whose leaders were like our Martov, but whose workers were Bolshevik-minded. They were busy solving this worldwide problem, which arises in all countries. At the time the events in Germany begged decisions on all these issues. A bloc of progressive red patriots and communists appeared which consciously acknowledged a bloc with Soviet Russia. The result was a bloc such that there are only two forces in world politics: one is the League of Nations, which produced the Treaty of Versailles; the other is the Soviet Republic, which the Treaty of Versailles overstrained. The unnatural bloc of Germany was for us.
   This was a gigantic fact of international politics, which I observed partly more than once and on which I had to ponder, when I summed up the campaigns of Yudenich, Kolchak, Denikin and spoke about the conditions for concluding peace with Estonia, Georgia and Latvia [17]. On an international scale, things went such a way that not only we had beaten Kolchak and Denikin and had won the Russian prosperous peasantry -- an anti-communist one, which, among other things, decided the fate of Kolchak and Denikin --, but we won the petty bourgeoisie and the big bourgeoisie of the small countries formally independent but crushed by the Entente. This decided Estonia to conclude peace with us [18], the first country to conclude peace with us. She is entirely bourgeois, entirely in the pockets of British and American billionaires, completely against peace with us, but she concluded peace with us, so dreary seemed to her the international imperialism.
   In Germany, the Communists remained with their slogans. When the German Left agreed to such absurdity that there is no need for a civil war, but on the contrary, a nationwide war is needed against France, it was an unheard-of stupidity. To put the question on this way bordered on betrayal. Without a civil war, you will not get Soviet power in Germany. If you conclude a bloc with the German Kornilovites, they will cheat you. In Germany there is a weak and small Communist Party [19] and a strong party of Scheidemanites, right-wing Mensheviks [20]. A huge proletarian party headed by our Martovs. A policy between two chairs.
   Thus, the first result was that a number of small states joined us, despite all their hatred of the Bolsheviks, along with reprisals against their Bolsheviks -- Estonian, Finnish, Latvian; they had to make peace with us, and said that internationally, we, small countries, are closer to Soviet Bolshevik Russia. We have in fact shown that in Germany, wherever the mood of the masses is the most undeveloped and Black Hundred, they are able to say: it is better for Wilhelm that there is no other force for Germany in the international relations except Soviet Russia. The national wishes of Germany consist of two values, which if not distinguished politically amounts to making a huge mistake. One value is to throw off the Treaty of Versailles, which chokes them. On the other hand, the German imperialists, who joined in, said: we not only want to throw off the Treaty of Versailles, but actually we wish the restoration of imperialist Germany. We probed the international situation not only of small countries but also of Germany.
   In my speech at the opening of the Comintern Congress [21] held in Petrograd, I had to talk about the international situation. I said that the population of the Earth is now one billion and three quarters [22], of which 1/4 billion in the colonies and three quarters of a billion in those countries that were defeated; that means 70 percent in the colonies. I said that even with such a crude calculation, if we consider the world policy, then seven-tenths of the population will be those who, under the right policy, will stand for Soviet Russia. They may ask: how can they stand for Soviet Russia, when they are not Communists? And how did Estonia and Georgia stand with us, even though the communists were being shot there? By our international policy we have now inspired a union of all countries living under the Treaty of Versailles. And this is 70 percent of the total population of the Earth.
   Whereas in Germany they confined themselves to only those which trembled and waited, in England the situation was different. In England, Curzon presented us with an ultimatum: either step aside or we are at war. They came to believe that they, who signed the Versailles peace, can dispose of the whole world. When we answered that we did not recognize the League of Nations, the French newspapers wrote: "a daring answer", an expression from the terminology of the school room that the teacher tells the boys who are behaving defiantly. But in world politics such terms must not be voiced. The fact is that the League of Nations, as such, did not show itself.
   It was found out that in order to fight against us they must first ask the English worker. As a result of our statement the English proletariat arose to a completely new revolutionary stage. We, standing near Warsaw and not knowing how Warsaw would take and feel it, what was the readiness of the Polish worker for revolutionary action, we have probed the British workers and raised them to a new stage of revolutionary action. When we were presented with an ultimatum, the British workers, nine-tenths of whom were the most malevolent Mensheviks, responded with the creation of the Action Committee. The English press became worried, cried out that this was a dual power. And she was right. As regards the political relations England was at that stage Russia was after February 1917: along with the government there were Soviets, which had a conciliation committee and actually every step of the government was checked when the bourgeoisie of the whole world said that this could not exist. And now the Action Committee appeared in England, and this Action Committee prevented the war of England against us. None of the threats that Lord Curzon presented to us could be carried through. The working-class movement of England rose to an incredibly high level. The Action Committee created an organ of the entire working masses, their political center, which became close to the bourgeoisie but which does not go in concert with it. At the head of this Action Committee are bright Mensheviks and bright right-wing Socialist-Revolutionaries, those people whom we once drove away. They {the working masses} needed [in order to break up with the opportunists] the 2nd Congress of the Comintern in Moscow, where representatives of all countries gathered. Only now we have the full text of the resolutions, where this policy is adopted on an international scale [23]. And what was the reaction? They say that we put forward unheard-of conditions. There is now a split, at least a split between the Bolsheviks and the Mensheviks in all countries without exception. At a time when, with the help of the Comintern, we did what we could not do for decades even in the conditions of a complete split within international imperialism, at a time that the Mensheviks and Bolsheviks in England joined forces in the Action Committee, we had [at the Congress of the Comintern] to painfully solve tasks of an exorbitant difficulty. The progress of the labour movement needs it, to ideologically break with the Mensheviks but at the same time act together with them in the Action Committee.
    At first glance this seems to be a contradiction and opportunism, but we say: you will have to keep on backing the Russian revolution in its main features. The Action Committee in England is quite similar to our CEC of the times when the affairs of Gotz, Dan, and others were being decided there. It is the unification of all workers, without distinction between Mensheviks and Bolsheviks, an association that competes with the bourgeois government in which the Mensheviks are compelled to act like Bolsheviks. We are aware that the manifesto of 1917, released by the Mensheviks and the SRs of the first convocation [24], said that the war was imperialistic; let us defend the minority. They became entangled, and the mass was brought to us, and, thus, Plekhanov was right.
    They say: we are for constitutional democracy, and you are for partial democracy. There is also an Action Committee, but this is an extreme case. This is something we expected to read, because this is the attitude of the imperialist country itself [with] the unusually strong traditions of Menshevism. Whereas our Menshevism has a history of 15-20 years, over there all the trade-union organizations are entirely with a democratic system headed by Mensheviks. It was completely damaged by the English Mensheviks, and they had to attack the method of the dictatorship of the proletariat. We had the opportunity to tell the English and French workers that you must teach them how to be Communists. The Comintern taught this. English politics begins teaching the French. Together, they must learn with the English Bolsheviks on how to make a bloc on the basis of mass organizations, when they are forced to act constitutionally, as the English masses had to learn this in practice. It was difficult for us to decide, and we in Russia painfully experienced how many times the Russian workers were duped by the Mensheviks and SRs before they ceased to believe in them. They cheated the Russian workers before the February revolution [25], they cheated them from May to the July offensive [26], when they cheated again, and finally by October the Russian worker was mature enough to not allow himself being cheated again. How many times it will be necessary to cheat the British workers by the English Mensheviks is not written in any book and cannot be written. We’ll see. But the English Bolsheviks must be able to stand together with the masses all the time, educate them, show them, and tell them: here again you are being fooled, here again you are being cheated. And in the process of the present events in England we see, and Comrade Kamenev summarizes his impressions [27], that the English Mensheviks already feel like a government, they know that the bourgeois government in England does not sit still, that it will be overthrown. They see a government post in front of them. "Welcome, but you will also fly away from this government post just as your bourgeois government has flown away, and you will fly so that you can’t get on it any more."
    This is the result of our international policy in the emerging relations in Western Europe.
   Now I must go to the main and sad conclusion, which resulted from all this. We were thrown out from the front and we flew off so much that the fighting is going on near Grodno, and the Poles are approaching the line on which Pilsudski boasted before that he would come to Moscow. That was only bragging. I must say that despite the fact that we were repelled our troops did miracles after all. They were thrown back hundreds of versts to the east and to the west, but they were not thrown back to the point where we had earlier proposed to put up with Pilsudski.  Pilsudski will go now to the peace in worst conditions for him and better for us, than our first proposed conditions. Anyway, we suffered a huge defeat, a colossal army of 100,000 either in captivity or in Germany. In a word, a gigantic, an unheard-of defeat.
   What does this mean? This means that, undoubtedly, a mistake was made, because we had victory in our hands and lost it. Therefore, there was a mistake. 
   Before everyone raised this question, and before we in the CC found the answer: where is the mistake? Where is it and where should it be found? The error, clearly, should be either in the politics or in the strategy of war. But you know that strategy and politics are inextricably linked. During the Civil War the Politburo had to solve purely strategic issues, so purely strategic issues that we looked at each other with a smile: how did we become strategists? Among us there were even people who staying far away didn’t see the war. But, despite this, we had to deal with strategy, because strategy is subordinated to politics and they are inextricably linked with each other. Nowadays, since in the era of the Yudenich-Denikin offensive we have often tackled purely strategic issues, we are no longer surprised by this. But we must remember that every strategy is nothing but politics.
   Where to look now for the mistake? Perhaps  a political error, perhaps a strategic one.  I do not pretend in the slightest way that I know a great deal of military science; I apologize in advance to comrades who know this science theoretically and practically. I will examine from the point of view of where to search for a possible error, political or strategic.
   I will say now that the CC has examined this question and left it open. In order to research this issue, in order to solve it properly, we must dedicate great forces to it, which we do not have because the future occupies us entirely. We came to this: Error -- either in politics, or in strategy, or both. Maybe there was a mistake in replying to Curzon's note on June 12, when we said: we simply do not care about the League of Nations, go ahead.
   Needless to say, we decided based on an incorrect definition. From revolutionaries -- who are under difficult political conditions, who are accustomed to triumphantly solve issues, when there is unprecedented heroism and rise of the masses -- a correct definition is required. We, solving this question, predetermined a general offensive line. At the heart of it, this line was correct -- we are convinced of this. At the heart of it, it was all right and really coincided with a new period of world history, when Russia -- which had hitherto been the object of task solving (Yudenich or Kolchak to crush her and than eat her) -- determined England's domestic policy.
   And here, perhaps, we should have responded differently. We said that we accepted Curzon's proposal at the core, but that we would negotiate. We negotiated on the basis of our decision, until Kamenev in circumstances beyond his control had to negotiate in such a way that he was expelled [28]. We got help from the Action Committee, so Kamenev finally won and not Lloyd George. Maybe we should have responded like this: we accept, as a basis, that we will stop at the 50th verst from the border that you propose. This is determined by the conditions of the military fronts. By receiving eastern Galicia, we had a base against all modern states. Under such conditions, we became neighbours of the Carpathian Ruthenia, which was in more effervescence than Germany, and is a direct corridor to Hungary, where a small push is enough to make the revolution break out. We would have preserved an international aura of a country that is invincible and a great power. This is a great credit.
    But here another policy loomed. We would not have gotten {with it} the effervescence as it then resulted. We, probably, would not have gained the Action Committee. We would not have gained the transition of all British politics, proletarian and bourgeois, to a new stage. But we would have won a durable, peaceful, firm base for operations versus central Europe throughout the planned borders. Perhaps, I repeat, there was a political mistake, for which the CC is responsible in general, and for which each of us takes responsibility. This is the main mistake. Strategy is subordinated to politics.
    Perhaps another explanation is that, since the CC defined the policy line, it therefore determined the position of all Soviet organs, it defined the framework over which our Command could not go. The CC gave the mission of helping Sovietization, of crossing the ethnographic boundary and holding the border with Germany from that place where we stood, from Bialystok. A strategy could change, by modifying its strategic conditions and tasks. It is possible to argue that strategists must precisely prodcuce the solution of a problem. But one thing is conversation, motivation, and mood; another thing is decisions. One can talk, but if someone, a respectable People's Commissar, does not take decisions, he will be expelled or imprisoned. Without this understanding we would all have disintegrated long ago. Here, perhaps, strategy will realize and say: we shall not have the strength to advance; having passed 50 or 100 versts, by stopping there, we will stand in ethnographic Poland and we shall have a sure and firm victory. We are now certain that if we had stopped then, we would now have an absolutely victorious peace, and preserved all that aura and impact on international politics. Perhaps it was a strategic mistake.
    It is within these limits that stand in the main lines all misakes around which the thought of the Central Committee naturally revolved. You see why a prevailing opinion was formed in the Central Committee, which was not that we would not create a commission to study the conditions of the offensive and retreat. We don’t have the forces to do it. We now have a number of other issues that require immediate solution. We cannot lend it a single, even second-class energy. We need to address other issues, the most complicated issues of politics and strategy, because we remember how we ended {operations} with Denikin, drove him to the Donetsk region but, having failed to finish him off, he came back to Orel. We saw how we fought Kolchak. When he was caught up at Ufa and then drove us back to Samara. At that time all European press announced a new deadline for the fall of Moscow and Petrograd.
   Curiously, I saw yesterday an American publication, [29] where some people compiled in a small edition full information on what the best American newspapers wrote about Russia. It is impossible to imagine a better piece of agitation for the Bolsheviks. They study how many times the fall of Moscow and Petrograd was announced. This little brochure describes what the American newspapers spoke from October 1917 to 1920, and in a nutshell what came of it. There is not a better and more successful description than this brief history of the offensive. We will try to publish it in Russian.
   You remember how our Red Army, after a hundred and fifty versts of defeats finished off Kolchak. It was doing the impossible, as a comrade from the Red Army told me, before stopping 50 versts outside Chelyabinsk, when it was in a state of incapacity. Comrade Smirnov said: "Look to the Russian soldier. If we did not go forward, [if we did not] mobilize [new men], in a desperate situation, regarding footwear, the transition would be impossible; it was done by heroes who can do this kind of miracles." The Red Army soldier began to do miracles. He advanced 80 versts, and whether he would advance another 100 [versts], or he had to stop after 100 versts, because he will not go any further, is a strategic task of an unheard-of difficulty, of new strategy. You see what we have experienced with Kolchak. You see those elements, those tasks, out of which the CC made its conclusion. The CC itself, worrying a lot about the fact that we made a mistake and would be defeated, did not appoint a commission to correct this mistake.
   We must address the issues of current policy: the negotiations at Riga [30]. We are facing an offensive in Grodno, and Wrangel took Aleksandrovsk and advances to Ekaterinoslav. We must exert every effort to handle this question; and we have to double everyone’s energy. We tackled this issue and I must draw your attention to it. It is clear that the Polish and Wrangel’s offensives are one offensive by the Entente. She put everything at stake. A letter came today from one comrade [31] working in England, who says: the mood is changing so much that whereas yesterday the German Kornilovites [6*] were for the Bolsheviks, they are now for the Entente. But we have seen overturns and larger ones.
   We must reckon with what the conditions are now. In all likelihood the winter campaign is a foregone conclusion. A whole series of signs indicate with what Poland and the Entente imperialists count on. The French bet on Wrangel and tell the Poles: rest assured that if you get a border from the Bolsheviks that would go no farther than Warsaw, your case is lost. With us stands Wrangel and we are your only friends. Politics is not too much important. The French, the Poles, and Wrangel: it is not so easy to bring into a united action these three elements. It is almost impossible to unite three governments, three forces against the Bolsheviks. It would seem that it is easy enough to do this, because they all hate the Bolsheviks. One should imagine how Pilsudski, Wrangel and the French imperialists are ready to use all their might to suppress the Bolsheviks. All three proclaim to be against the Bolsheviks but cannot do anything, even if they were ten times smarter and had with them ten times more clever counsellors. Now, on one hand, the French are applyng their best efforts to support Wrangel, and he is making progress.  Reinforcements were sent to him. On the other hand, the French shall keep hold of the Polish front and say: wait, do not make peace. Poland -- petty bourgeoisie, patriotic and chauvinistic; the representatives of the PSP party [32], the landowners' and people’s party [33], the party of well-to-do peasants and kulaks, say: we prefer peace, because war carries ruin.
    Poland was already in a complete crisis before the war and their representatives said that they would be completely ruined financially after the war. This is correct, because they know perfectly well that they will have to pay this war, since France recognizes the "sacred private property".
    Once again there is a message that 60 steamers have gone to Poland. I do not think that they will strengthen their position with the help of these 60 steamers. The comrade who gave us this report, [34] said that the Poles had changed the social composition of the army. This observation had passed unnoticed to him, and I note it, because in it lies the whole point. If we defeated Kolchak and Denikin, if we won over them, it was only because they changed the social composition of the army. Wrangel now feels firm only because he has an army of officers, and he knows that if he starts to rely on the masses, he will fly off as quickly as Kolchak and Denikin flew in their time.
   The Poles attacked us with an army initially composed exclusively of young people, who could be completely handled, and now they mobilized those ages that have gone through a much more cruel war, they now have an army of grown-up people, an army that does not consist of boys who cannot be taught anything. The Poles now crossed the line that Kolchak and Denikin had crossed in their time, the line in which there was at first a maximum victory, and in which the maximum defeat was achieved. These are the conditions that presently exist in Poland. Under such conditions, we still say that we must avoid the winter campaign, because [for] us 10 thousands of lives of Russian workers and peasants are much more valuable than anything else. 
   We perfectly understand that the stakes are high, that we are strong, that by taking Galicia where the Soviet system is assured, by taking Galicia which has a connection with Czechoslovakia and Hungary, which is already in effervescence, we are thereby developing the direct road to the revolution. Because of this, it is worth fighting, it is impossible to neglect such a fact. But at the same time, we are aware that the winter campaign will require many lives, and we say: we must avoid the winter campaign. The chances for this are slim, because Wrangel and Poland do not curse each other and they still have one international front. But here we will cut them off as we always did. We’ll go against all previous international practices. We know well that international predators will not believe us, but there is always one or another who will believe us. We'll cut it straight by proposing on behalf of the the CEC meeting to declare that we do not want a winter campaign, that we want to sign the peace in 10 days, and then we renounce Galicia and offer a border much east to the Curzon line [35]. For us these concessions are not heavy, for us is more important to avoid the winter campaign and strengthen ourselves in the field of peaceful construction. We propose to do it in 10 days. 
   We say, however, that in order to do this, it is necessary that your patriotically minded petty bourgeoisie, and the workers, defeat the bourgeoisie and landlords. This possible, because they are strong, because the peasantry has always been patriotic lackeys. This is inevitable because of economics. It is inevitable in the political sense due to the private property. Anyway, there are chances, and a private meeting of these parties with us already took place [7*]. The representatives of these parties said: we know that it was not the Entente that saved Warsaw and Poland, they could not save us, we were saved by a patriotic upheaval. These lessons are not forgotten. We want to use these chances. We set up huge concessions and a short time to resolve the issue of the winter campaign. We want to avoid the winter campaign, therefore we propose to the Poles to make peace right now and we put the line east of Brest-Litovsk. We will win militarily by ensuring a quick victory over Wrangel. This win is sufficient.
   We must return to the consequences from {our} first attempt of active policy to the West European policy. The consequences are not that terrible. The military consequences do not imply consequences [to] the Communist International. Under the noise of war, the Comintern forged a weapon and honed it such that the imperialist gentlemen will not break it. The development of all parties is still in our own way, as prescribed by the Comintern. We can say without any exaggeration that we can be calm on this matter. Our cause boils down to the pace of development, to the conditions of development. 
   We were not able to win a decisive military victory that would have broken the Versailles peace. We were confronted with tearing down the Versailles Treaty of global triumphant imperialism, but we have had not the forces to do it. Our basic policy remains the same. We take every opportunity to move from defense to offensive. We have already undermined the Treaty of Versailles and we will break it down at the first opportunity. Now, in order to avoid the winter campaign, we must make concessions. I do not have at my fingertips the text of the declaration, which is proposed to the party conference for approval and referral to the [CEC] meeting. I outlined its political content. In order to avoid the winter campaign, we assign a short ten-day period to the Poles. Chances are not great, but we will win in both conditions. We showed our troops that we had done everything to get rid of the difficulties of the winter campaign. For us, the question of territorial borders is a serious one compared to the question of the speedy end of the war. We have put forward a condition, and no matter how difficult would be a winter campaign imposed against our peace proposal, we will still end it victoriously.
   I am over the limit of my time and I will now very briefly move to the internal situation. We will end the winter campaign victoriously, despite the enormous fatigue. 
   We have achieved great successes, and we are on such a level that, from the economic point of view it is clear that the basis, the foundation, the fundaments were obtained regarding bread. From 1917 to 1918, 30 million poods [of bread] were procured. The next year, 110. We are now provided, [because] we have over three hundred million poods of bread, and maybe up to 360 million poods. Hence, 25 to 30 million poods per month. These figures exceed those hungry figures with which we fought in the famine years. This is the basis from which we will not look with such horror to the colored papers {banknotes}, to the millions, hundreds of millions, billions that we have to sign every day and which show that this basis is a torn toy, the remains, the tatters of the old bourgeois vestments [8*]. 
   When 250 million poods of bread per year are in the hands of the state, which took them from the peasantry for development and as a definite condition of industrial requirements, we then have a construction base, and we will then freely solve the problem of correct distribution.
 Our economic situation has improved significantly. We know that we have more than 100 million poods of oil. We also know that we have from 20 to 30 million poods of coal in the Donetsk basin. We also know that we have improved the problem of the firewood, which we had to solve last year without coal and without oil. This shows that despite the unprecedented losses, incredible fatigue, nervous exhaustion, bureaucratization, despite the worsening of the entire party apparatus, despite all this, despite the difficulties of the upcoming winter campaign, we continue to maintain our basic economic base provided and secured. We have basic bread for the people and bread for the industry, i.e. fuel; there is much more than last year. That's why, considering the difficult situation that we have suffered, we say that if we have once again to rally forces and put them on a winter campaign, we are sure that we will be victorious.
   I have to talk now about {economic} concessions. We talked a lot about concessions. We discussed whether they are permissible in principle. We came to the conclusion that they are permissible if they are correctly placed. Of course, we will give the imperialists only what we cannot work out ourselves. In England, our comrades have concluded a concession for 10 thousand acres of forest. In the north, in the Arkhangelsk district, we organize this undertaking ourselves, and this is absolutely advantageous to us. We were offered a buyout in 15 years. This is a perfectly acceptable period. One must not be afraid of concessions; they are a huge plus.
   I recently read a book of the American social-chauvinist Spargo [41], our present Alexinsky, who writes that we will suffer an obvious collapse if we conclude concessions with the bourgeoisie. Attacks of this kind by the American Alexinsky are completely irrelevant, and we must treat these attacks quite calmly, for any reasonable worker realizes that we are right. We are striving to help Russia implementing the communist system, but we cannot do it purely by Russian forces. We say that a revolution can only be established by the efforts of advanced workers in advanced countries. On this matter there was never a shadow of a doubt of any conscious communist.
   In this transitional period, when one side is weak against all other sides, it will be a period of complex and intricate relationships. We can stay calm that we will not get confused because we have already proved our international policy towards small powers, but others will get confused. We will then stand, of course, as a socialist republic devastated by the imperialist war, and having incredible riches that we cannot develop in 10-15 years. To attract foreign capital for this, to pay only for the fact that we cannot catch up with them, {regarding} our wealth, is to provide now the basis for peaceful relations.
   England expelled our trade union delegation, [9*] quarrelled with Kamenev, expelled him. It's not so scary. The Communists knew how not to be afraid of the exhibition. At the same time, we signed a contract for the deliver of a million sleepers.  In this context we don’t have to fight. We have sleepers, which we were unable to make ourselves, we have forests which we were unable to use, and they can. Take from us forests in Ukraine, which we are unable to use, and by taking concessions from us, you will create the basis of political and economic peace. You cannot attack, because any attempt at an offensive means an "Action Committee" in any country. The Comintern has dozens of connections and agents in every country. Representatives of different countries come to Moscow. We stand independently of all other conditions of development [37].
   This weapon is fundamentally permissible, although it is double-edged. And not only are we convinced of its fundamental admissibility, but we also learned in practice how to manage it. American politicians write long notes in which they accuse us that we are bad democrats. A well-known American billionaire arrives and says: let's get our hands on... We probably will win from this.
   We will have to confine ourselves in the international situation to the defensive position in relation to the Entente, but in spite of the complete failure of the first incident, our first defeat, we will time and again move from a defensive to an offensive policy, as long as we are not defeated to the last.





Concluding Remarks

   Comrades, it remains for me to make a few comments. Comrade Trotsky in his final speech tried to interpret his expression "semi-somnambulism" in a more acceptable form. In the debate Comrade Trotsky was told that if the army was in a semi-somnambulistic state, or as he later said, in a semi-exhausted state, then after all the  central strategic command was not, or at least should not have been semi-exhausted. But the mistake certainly remains. I pointed out that this is the same mistake that is confirmed by the entire course of development of our military operations. Hence, the conclusion: if we have not learned to establish this inner barrier of weariness after Denikin and Kolchak, if the state of mind is one-third somnambulistic, then we must tell every political leader: kindly confirm our directives and modify them. We have not yet learned [to do this], although we did two experiments with Denikin, with Kolchak and with Poland.
   Concerning Bukharin, I must say that he took over the edge the second fundamental question [ 38], just as took over the edge, for example, Comrade Stalin. Western Europe [39] was in a state of the greatest enthusiasm. To say now about this that we were let down raises the quite legitimate defense of the Red Army. I began my report with the fact that the commission for studying the conditions of the retreat was working; the CC {had} rejected the retreat. There is no need to justify the special purpose of the commission. The point is not that, but the main political outline. We will not consider this subject, but we'll take a lesson from it. Bukharin said: one cannot count either on a revolution or on war. A revolution is distinguished by the fact that the rate of struggle and the number of fighters increase by 10 and 100 times, like the strikes in Russia in 1905. We continue to maintain the trust that deserves the West European Front and the central command, for it has withstood the test in a number of difficult campaigns that more than compensate for all particular mistakes.
   The comrade who said: you do not analyze the mistakes -- was wrong [10*]. We started with it. I built my report on this. There was a mistake, let's analyze it. This means that all members of the party talked about this, that all assessments on this matter were submitted. Perhaps, we made a mistake as regards Denikin, but it is not inevitable that we make such a mistake 4 times.
When Comrade Bukharin spoke against Dzerzhinsky, that he only provokes a blue sadness, I understand the actual situation of which Dzerzhinsky spoke [11*]. But how can you call it a blue sadness, when a person assesses the facts? What does blue sadness, mean? Only that those facts are very sad, that they show that the task is too difficult, for this he scolds Poluyan, [40] that he provokes blue sadness.
  BUKHARIN (from his place): I referred to Kon.
   Both Kon and Dzerzhinsky cited facts and pointed out the incorrectness of Poluyan's tactical assessment, that the situation was complicated, that one cannot take into account the situation in a country where it is so difficult to operate, where we have a purely proletarian population. But it has been proven that Poluyan was mistaken. And saying that he was causing blue sadness doesn’t mean anything. This sets a certain negative line in the sense that one will not pick up negative facts, lest it will be called blue sadness. No, we, on the contrary, will learn how to select them.
   I can now sum up some results that coincide with the resolution line worked out here. Comrade Trotsky was right when he compared what happened in Poland with the July 1917 statement on the scale of international revolutionary time. This is correct [12*]. We, ourselves, through the February, March, June demonstrations and the April 20 demonstration, which we called semi-demonstrations and semi-uprisings, said: "A little more than demonstrations, and slightly less than revolts," we went through these "little more than revolts" through successful uprisings to the goal... And we are really going on like that on an international scale, from the semi-revolution, from an unsuccessful sortie, to ensuring that there is no miscalculation, and we will learn the offensive war from this.
   We will not talk about this in the resolution. We will put forward what the Polish Communists are proposng us, and we will say that this is the only true decision that could be adopted. We go through a series of steps in which the oppressed proletarian masses develop, enabling them to grow, develop and strengthen themselves and avoid the mistakes that inevitably are on the way.
   This conclusion is by no means of the members of the CC, but the conclusion drawn by comrades and delegates who were at the front. Therefore, there was absolutely no mention of mistrust. The principle of the validity of offensive action, in the sense of revolutionary decisions, is recognized; the clarity of the accounting of forces, the thoroughness of checking negative and positive facts is necessary.
   I received a note: why little was said about Italy? Because, apart from newspaper information about Italy, we have nothing. Perhaps this is a good omen, because if there had been a victory on the side of the bourgeoisie she would then have, probably, informed But, maybe, this is voodoo. In general, we can say that the international situation, irrespective of our steps in Poland, breeds a new international revolution and that the Italian revolution has gained new scope. If moreover there was a Soviet Poland, or a Soviet Hungary, it would be even better.
   By no means do we promise that tomorrow we will [not] take a risk for Hungary. I am sure that the conference will agree with us in this regard. But we will say that we will risk in such a way that with every double step we will remember where to stop. We will take risks, hoping to help Italy; unfortunately, now it is almost impossible.
But what is important, after all, what Comrade Trotsky has now emphasized with assurance, is thes absolutely necessity of smashing Wrangel, smashing him by winter completely, because we give large territorial concessions to Poland on two fronts, but yet we will not be threaten from it with the development of civil war, the shortage of bread, oil, etc. Therefore, Wrangel is our first priority, and territorial concessions to Poland are not so important. There were no objections to our principled declaration in relation to Poland, and this is a guarantee that we will rally our forces.
   Perhaps we will arrange an additional conference entirely on military supples, so that the comrades share their impressions, such as a comrade from Kharkov, [13*] and could tell what they said about their military-logistics initiatives, when they did what was not done elsewhere, and then such examples could easily be transferred to other places.
   I will finish by reading the text of the declaration, which has now been finalized and is being proposed for approval of the conference, so that the Communist section will take it tomorrow to the session of the CEC and approve it there so that tomorrow night this declaration can be in the hands of our delegation [14*].


Notas

1* Emenda de Lenine substituindo a palavra rasurada «primeiro».

2*. Corrigido por Lenine. Anteriormente estava «para um número de trabalhadores e camponeses, de nacionalidades».

3*. Escrito em substituição duma palavra riscada e ilegível. 

4*. Lenine deixou de rever a transcrição depois deste ponto. Foi entregue a um jornalista para preparar um relatório para o Pravda e Izveztia.

5*. Aparentemente, um erro; deveria ser: «mais longe que». 

6*. Assim na transcrição.

7*. Assim na transcrição.

8*. Comparar: Lenine V.I., Collected Works, vol. 41, p. 285. {Este é o relatório Pravda do discurso}

9*. Na transcrição estava incorretamente «organização».

10*. Isto refere-se a S.K. Minin.

11*. Havia um erro na transcrição - deve ser D. Poluyan.

12*. Um erro na transcrição; deveria ser -- errado. {Não sabemos a que declaração Lenin se refere e se esta correcção está certa.}

13*. Uma referência a E. H. Evdokimov. 14*. Lenine leu mais tarde a declaração (ver o texto em: Nona Conferência do PCR(b)), Protocolos, Moscovo, 1972, pp. 79-81, Decretos do Poder Soviético, T. Kh. M., 1980, pp. 206-208).

1. Referência ao «Apelo do Comité Executivo Central de toda a Rússia ao povo polaco», emitido em 2 de fevereiro de 1920, no qual as propostas (paz, etc.) feitas pelo Conselho de Comissários do Povo da RSFSR em 28 de Janeiro de 1920, foram reiteradas (Foreign Policy Documents USSR, Moscovo, 1958, vol. 2, pp. 331-333, 355-357).


2. Referência às negociações dos representantes das sociedades da Cruz Vermelha Russa e Polaca, realizada em Outubro-Novembro de 1919 na Bielorrússia na estação de Mikashevichi. Culminaram na assinatura do «Acordo sobre a Resolução Final da Questão dos Reféns Polacos na RSFSR» e no «Acordo sobre a Transferência Mútua de Presos Civis».


3. Em 12 de Julho de 1920, o governo soviético recebeu uma nota do Secretário de Relações Exteriores britânico, Lord Curzon, datada de 11 de Julho, propondo o fim da ofensiva do Exército Vermelho na frente polaca com uma descrição detalhada da linha divisória entre tropas soviéticas e polacas. (ver: Documentos da Política Externa da URSS, Vol. III, M., 1959, pp. 54-55).


4. Não foram encontrados textos de resoluções sobre estas questões, nem estão nos protocolos do Politburo e nos plenums do CC do PCR(b).


5. Uma referência ao Segundo Congresso do Komintern realizado em Petrogrado (a abertura) e Moscovo, de 19 de julho a 7 de agosto de 1920. 218 delegados de 67 organizações de trabalhadores de 37 países participaram do congresso. 

6. Lenine refere-se ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (ISDP), fundado em Abril de 1917, com base na ala esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SDP). Após a fundação do Comintern, em Março de 1919, o ISDP retirou-se da Segunda Internacional e negociou para ser membro do Comintern, enviando os seus representantes ao Segundo Congresso do Comintern. Em Outubro de 1920, ocorreu uma divisão no congresso do partido em Halle; uma parte dela fundiu-se com o Partido Comunista da Alemanha em Dezembro de 1920; a outra parte, com o antigo nome, existiu até 1922.

7. Rote Fahne (Bandeira Vermelha) foi um jornal fundado em Novembro de 1918 por K. Liebknecht e R. Luxemburg como órgão da União Spartacus, mais tarde órgão central do Partido Comunista da Alemanha.


8. Ver o trabalho de Lenine «Esquerdismo»: Doença Infantil do Comunismo, Abril-Maio ​​de 1920.

9. Lenine fala sobre uma reunião com uma delegação dos sindicatos e trabalhistas britânicos em 26 de Maio de 1920 em Moscovo.

10. Em Julho de 1920, na altura dos maiores sucessos do Exército Vermelho na frente polaca, L. Kamenev chegou a Londres para negociar. Em 4 de Agosto de 1920, reuniu-se com o primeiro-ministro britânico, D. Lloyd George, que exigiu a cessação da ofensiva soviética. Após a derrota do Exército Vermelho perto de Varsóvia, as negociações foram interrompidas e, em 1 de Setembro de 1920, Kamenev foi deportado da Inglaterra. A razão formal da expulsão foi a acusação de Kamenev subsidiar as actividades do jornal Daily Herald, órgão do Partido Trabalhista. O discurso de Kamenev, referido por Lenine, seguiu-se ao relatório político do CC do PCR (B) na primeira reunião da conferência em 22 de Setembro de 1920. (Nona Conferência do RCP(b), Protocolos, M., 1972, pp. 12-23.)


11. O «Comité de Acção» foi criado por trabalhadores britânicos para impedir que o país entrasse na guerra contra a Rússia Soviética. Foi organizado em Londres em uma conferência conjunta de representantes do Comité Parlamentar de Sindicatos, do Comité Executivo e do Grupo Parlamentar do Partido Trabalhista em 9 de Agosto de 1920.


12. O Tratado de Versalhes entre as Potências Aliadas e a Alemanha foi assinado em 28 de Junho de 1919. Testemunhando o fim da Primeira Guerra Mundial de 1914-1918, após o armistício assinado em 11 de Novembro de 1918, e seis meses de negociações aliadas na Conferência de Paz de Paris, o tratado foi registado pelo Secretariado da Liga das Nações no dia 21 de Outubro de 1919. Foi instrumental na construção de condições supremacistas do imperialismo anglo-francês-americano.


{13. Os cem-negros eram gangues reacionários organizadas pela polícia czarista para combater o movimento revolucionário. Estes gangues assassinaram revolucionários, agrediram intelectuais progressistas e organizaram pogroms contra os judeus.}


{14. Os kappistas eram participantes e simpatizantes do Putsch de Kapp da extrema direita alemã (10 a 17 de Março de 1920). O nome provém de um dos seus líderes, V. Kapp. 

15. A Liga das Nações foi uma organização internacional criada em 1919 na Conferência de Paz de Paris. O seu estatuo fazia parte do Tratado de Versalhes e foi assinado por representantes de 44 estados. A União Soviética aderiu à Liga das Nações em 1934. Foi dissolvida em 1946 em conexão com a formação das Nações Unidas.


Lenine disse, sobre a resposta do governo soviético em 17 de Julho de 1920 à nota do governo da Grã-Bretanha de 11 de Julho: «Para o governo russo, a chamada Liga das Nações nunca relatou a sua constituição e existência, e o governo soviético nunca teve a oportunidade de aprovar resoluções sobre o reconhecimento ou não reconhecimento desta comunidade por ele» (Documentos de Política Externa da URSS, Vol. III, p. 50). 

16. Lenine refere-se à nota do governo da Rússia ao governo britânico datada de 17 de Julho de 1920 (ver: Documentos de Política Externa da URSS, Vol. III, pp. 47-53).

17. Lenine refere-se, aparentemente, ao seu relatório sobre o trabalho do Comité Executivo Central de Toda a Rússia e do Conselho de Comissários do Povo da RSFSR na primeira sessão do Comité Executivo Central de Toda a Rússia da Sétima Convocação em 2 de Fevereiro de 1920. 

18. O tratado de paz entre a Rússia e a Estónia foi assinado em 2 de Fevereiro de 1920. 

19. O Partido Comunista da Alemanha foi criado por membros da União Spartacus» e outros elementos radicais da social-democracia alemã no congresso de fundação em 30 de Dezembro de 1918 - 1 de Janeiro de 1919. 

20. Isto refere-se a uma ala de extrema direita da social-democracia alemã, de que um dos líderes era F. Sheydemann. 

21. Lenine refere-se ao seu relatório na abertura do Segundo Congresso do Comintern, em 19 de Julho de 1920, em Petrogrado. 

{22. Em 1920 a população da terra era de 1.811 milhões de pessoas.} 

23. Uma referência às «Condições de Admissão à Internacional Comunista» adoptadas pelo Segundo Congresso do Comintern em 6 de Agosto de 1920, compiladas com base nos princípios desenvolvidos por Lenine. 

24. Lenine refere-se à declaração do Soviete de Petrogrado dos Deputados dos Trabalhadores e Soldados «Aos Povos do Mundo», datada de 14 de Março de 1917 (ver: Izvestia do Soviete de Petrogrado de Deputados Operários e Soldados, No. 15, 15 (28) de Março de 1917).

25. Uma referência à revolução democrático-burguesa de Fevereiro de 1917, que levou à formação do Governo Provisório.

26. De acordo com a ordem de A. F. Kerensky, foi lançada pelo exército russo uma ofensiva, que foi derrotado em 1 de Julho de 1917. Em 4 de Julho teve lugar em Petrogrado, uma manifestação contra o governo de mais de 500.000 pessoas.

27. L. B. Kamenev falou na conferência após Lenine (ver: Nona Conferência do PCR(b), Setembro de 1920. Protocolos, Moscovo, 1972, pp. 13-23).

28. L.B. Kamenev foi deportado da Inglaterra em 1 de Setembro de 1920 sob acusação de subsidiar o jornal The Daily Herald, órgão do Partido Trabalhista britânico.


29. Aparentemente refere-se à colecção de documentos «Relações Russo-Americanas», publicada por iniciativa da organização americana «Liga da Associação de Nações Livres», de Março de 1917 a Março de 1920. Documentos e Artigos, N. Y., 1920. 

30. Uma referência às negociações sobre a conclusão de um tratado de paz entre as delegações soviética e polaca, que se iniciou em 21 de Setembro de 1920, em Riga. 

31. Não foi estabelecido qual a carta que Lenine recebeu da Inglaterra em 22 de Setembro de 1920. Nessa altura L. B. Krasin conduziu negociações comerciais em Londres, e pode ter informado Lenine sobre isso. 

{32. O PPS, Partido Socialista Polaco, era um partido reformista, cujos representantes repetidamente pertenceram ao governo da Polónia em 1918-1919 apoiando uma política de agressão contra a Rússia soviética.} 

33. Lenine refere-se ao Partido Camponês polaco "Liberation" (Stronnitsvto Ludov), fundado em 1915.

34. V. Ulyanovsky, representante do Partido Comunista dos Trabalhadores da Polónia na IX Conferência Russa do PCR(b).

35. A declaração do governo da Rússia sobre as propostas de paz à Polónia foi adoptada numa reunião do Comitê Executivo Central de Toda a Rússia em 23 de Setembro de 1920. Lenine analisou duas versões do projecto de declaração e modificou-as. (Decretos do Poder Soviético, T. X, pp. 203-211).

36. Não foi possível estabelecer que livro de D. Spargo é aqui referido por Lenine. Nas obras completas de Lenine são mencionados quatro livros de Spargo: o bolchevismo. Bolshevism. The Enemy of Political and Industrial Democracy (1919); The Psychology of Bolshevism (1920); The Greatest Failure in All History (1920); Russia as an American Problem (1920). Para as menções de Spargo nas obras de Lenine, ver: ibid., Vol. 42, p. 24, 43; vol. 43, p. 189.

37. Lenine refere-se ao início das negociações com o representante dos círculos americanos de negócios, V. Vanderlip, que chegou a Moscovo em 17 de Setembro de 1920. Nesse dia, G. Chicherin informou Lenine sobre a chegada de Vanderlip, que propôs celebrar um acordo sobre concessões para a exploração de petróleo, carvão e pescas em Primorsky Krai e em Kamchatka. Lenine, em resposta a Chicherin, escreveu: «Sou completamente a favor das negociações. Acelere-as». (V.I. Lenin, Biographical Chronicle, vol. 9, pp. 284).

{38. Ao dizer «segunda questão fundamental», Lenine deve estar a referir-se à questão militar-estratégica, sendo a «primeira questão fundamental» a questão política.}

{39. Provavelmente um erro de transcrição. Lenine provavelmente estava a referir-se à «Frente Europeia Ocidental» do Exército Vermelho.}

{40. Jan V. Poluyan era membro do Conselho Militar Revolucionário do Exército de Kuban (9.o), chefe do departamento político da Frente Sudoeste.}
Notes

1*. Lenin’s amendment substituting the strikethrough word "first".

2*. It was corrected by Lenin. Previously stood “for a number of workers and peasants, of nationalities”.

3*. Written in place of an unclear crossed out word.

4*. Lenin ceased to review the transcript after this point. It was handed over to a journalist to prepare a report for the Pravda and Izveztia.

5*. Apparently, a mistake; it should be: "farther than".

6*. So in the transcript.

7*. So in the transcript.

8*. Compare: Lenin V.I., Collected Works, Vol. 41, p. 285. {This is the Pravda report of the Speech}

9*. In the transcript stood incorrectly "organization."

10*. This refers to S.K. Minin.

11*. There was a mistake in the transcript – should be D. Poluyan.

12*. An error in the transcript, should be -- wrong. {We do not know which statement Lenin is referring to an whether this correction applies.}


13*. A reference to E. H. Evdokimov.


14*. Lenin read out later the declaration (for its text see: Ninth Conference of the RCP(B)), Protocols, Moscow, 1972, pp. 79-81, Decrees of Soviet Power, T. Kh. M., 1980, pp. 206-208).



1. A reference to the "Appeal of the All-Russian Central Executive Committee to the Polish people" issued on February 2, 1920, in which the proposals (peace, etc.) made by the Council of People's Commissars of the RSFSR on January 28, 1920, were reiterated (Foreign Policy Documents USSR, Moscow, 1958, vol. 2, pp. 331-333, 355-357.)

2. A reference to the negotiations of representatives of the Russian and Polish Red Cross societies, held in October-November 1919 in Belarus at the Mikashevichi station. They culminated in the signing of the "Agreement on the Final Resolution of the Question of Polish Hostages in the RSFSR" and "Agreement on the Mutual Transfer of Civilian Prisoners".

3. On July 12, 1920, the Soviet government received a note from the British Foreign Secretary, Lord Curzon, dated July 11, proposing an end to the offensive by the Red Army on the Polish front with a detailed description of the dividing line between Soviet and Polish troops.  (see: Documents of Foreign Policy of the USSR, Vol. III, M., 1959, pp. 54-55).

4. Texts of resolutions on these issues have not been found, nor are they in the protocols of the Politburo and the plenums of the CC of the RCP(B).

5. A reference to the Second Congress of the Comintern held in Petrograd (the opening) and Moscow from July 19 to August 7, 1920. 218 delegates from 67 workers' organizations from 37 countries attended the congress.

6. Lenin refers to the Independent Social Democratic Party of Germany (ISDP), founded in April 1917 on the basis of the left wing of the Social Democratic Party of Germany (SDP). After the founding of the Comintern in March 1919, the ISDP withdrew from the Second International and negotiated for membership in the Comintern, sending its representatives to the Second Congress of the Comintern. In October 1920, a split occurred at the party congress in Halle; one part of it merged with the Communist Party of Germany in December 1920; the other part, with its former name, existed until 1922.

7. Rote Fahne (Red Flag) was a newspaper founded in November 1918 by K. Liebknecht and R. Luxemburg as the organ of the Spartacus Union, later the central organ of the Communist Party of Germany.

8. See Lenin's work "Left-Wing” Communism: An Infantile Disorder, April-May 1920.

9. Lenin talks about a meeting with a delegation of the British trade unions and Laborites on May 26, 1920 in Moscow.

10. In July 1920, at the time of the greatest successes of the Red Army on the Polish front, L. Kamenev arrived in London to negotiate. On August 4, 1920, he met with British Prime Minister D. Lloyd George who demanded the cessation of the Soviet offensive. After the defeat of the Red Army near Warsaw, negotiations were interrupted, and on September 1 1920 Kamenev was deported from England. The formal reason for the expulsion was accusations of Kamenev subsidizing the activities of the newspaper Daily Herald, organ of the Labour Party. Kamenev's speech, referred to by Lenin, followed the political report of the CC of the RCP(B) at the first meeting of the conference on September 22, 1920. (Ninth Conference of the RCP(B) Protocols, M., 1972, pp. 12-23.)

11. The "Action Committee" was a body created by British workers to prevent the country from entering the war against Soviet Russia. It was organized in London at a joint conference of representatives of the Parliamentary Committee of Trade Unions, the Executive Committee, and the Parliamentary Group of the Labour Party on August 9, 1920.

12. The Treaty of Versailles between the Allied Powers and Germany was signed on June 28, 1919. Testifying to the end of the First World War of 1914 -1918, following the armistice signed on 11 November 1918, and six months of Allied negotiations at the Paris Peace Conference, the treaty was registered by the Secretariat of the League of Nations on 21 October 1919. It was instrumental on building supremacist conditions for the Anglo-French-US imperialism.

{13. The Black Hundreds were reactionary gangs organised by the tsarist police to fight the revolutionary movement. They assassinated revolutionaries, assaulted progressive intellectuals, and organised pogroms against the Jews.}

{14. Kappists were participants and sympathisers of the far right Kapp Putsch in Germany (March 10-17, 1920), named after one of its leaders, V. Kapp.}

15. The League of Nations was an international organization established in 1919 at the Paris Peace Conference. Its charter was part of the Versailles Treaty and was signed by representatives of 44 states. The Soviet Union joined the League of Nations in 1934. It was dissolved in 1946 in connection with the formation of the United Nations.

Lenin said of the reply of the Soviet Government on July 17, 1920 to the note of the Government of Great Britain of July 11: "To the Russian government, the so-called League of Nations has never reported its constitution and existence, and the Soviet government has never had the occasion to pass resolutions on the recognition or non-recognition of this community by him" (Documents of Foreign Policy of the USSR, Vol. III, p. 50).

16. Lenin refers to the note of the Government of Russia to the British Government dated July 17, 1920 (see: Documents of USSR Foreign Policy, Vol. III, pp. 47-53).

17. Apparently, Lenin refers to his report on the work of the All-Russian Central Executive Committee and the Council of People's Commissars of the RSFSR at the first session of the All-Russian Central Executive Committee of the Seventh Convocation on February 2, 1920.

18. The peace treaty between Russia and Estonia was signed on February 2, 1920.

19. The Communist Party of Germany was created by members of the "Spartacus Union" and other radical elements of German Social Democracy at the founding congress on December 30, 1918 - January 1, 1919.


20. This refers to an extremely right wing of German Social Democracy, one of whose leaders was F. Sheydemann.


21. Lenin refers to his report at the opening of the Second Congress of the Comintern on July 19, 1920, in Petrograd.

{22. In 1920 the population of the earth was 1,811 million people.}

23. A reference to the "Conditions for Admission to the Communist International" adopted by the Second Congress of the Comintern on August 6, 1920, compiled on the basis of principles developed by Lenin.

24. Lenin refers to the declaration of the Petrograd Soviet of Workers 'and Soldiers' Deputies "For the Peoples of the World" dated March 14 (27), 1917 (see: Izvestia of the Petrograd Soviet of Workers 'and Soldiers' Deputies, No. 15, 15 (28) March 1917).

25. A reference to the February 1917 bourgeois-democratic revolution, which led to the formation of the Provisional Government.


26. Following the order of A. F. Kerensky, an offensive was launched by the Russian army, which was defeated on July 1, 1917. On July 4 an anti-government demonstration of more than 500,000 people took place in Petrograd.


27. L. B. Kamenev spoke at the conference after Lenin (see: Ninth Conference of the RCP(B), September 1920. Protocols, Moscow, 1972, pp. 13-23).

28. L.B. Kamenev was deported from England on September 1, 1920 on charges of subsidizing the newspaper The Daily Herald organ of the British Labour Party.

29. This apparently refers to the collection of documents "Russian-American Relations” published on the initiative of the American organization "League of the Association of Free Nations". March 1917 - March 1920. Documents and Papers. N.Y., 1920.

30. A reference to the negotiations on the conclusion of a peace treaty between the Soviet and Polish delegations, which began on September 21, 1920, in Riga.

31. It has not been established whose letter Lenin received from England on September 22, 1920. At that time, L. B. Krasin conducted trade negotiations in London, and he may have informed Lenin about this.

{32. The PPS, Polish Socialist Party, was a reformist party, whose representatives repeatedly belonged to the government of Poland in 1918-1919 supporting a policy of aggression against Soviet Russia.}

33. Lenin refers to the Polish Peasant Party "Liberation" (Stronnitsvto Ludov), founded in 1915.

34. V. Ulyanovsky, representative of the Communist Workers' Party of Poland at the 9th All-Russian Conference of the RCP(B).

35. The statement of the Government of Russia on peace proposals to Poland was adopted at a meeting of the All-Russian Central Executive Committee on September 23, 1920. Lenin analyzed two versions of the draft statement and amended them. (Decrees of Soviet Power, T. X, pp. 203-211).

36. Which book by D. Spargo is here referred to by Lenin, could not be established. In the Complete Works by Lenin four Spargo books are mentioned: Bolshevism. The Enemy of Political and Industrial Democracy (1919); The Psychology of Bolshevism (1920); The Greatest Failure in All History (1920); Russia as an American Problem (1920). For the mentions of Spargo in Lenin's works, see: ibid., vol. 42, p. 24, 43; vol. 43, p. 189.

37. Lenin is referring to the beginning of negotiations with the representative of the American business circles, V. Vanderlip, who arrived in Moscow on September 17, 1920. On this day G. Chicherin informed Lenin about the arrival of Vanderlip, who proposed to conclude an agreement on concessions for the exploitation of oil, coal and fisheries in Primorsky Krai and in Kamchatka. Lenin, in reply to Chicherin, wrote: "I am completely in favor of negotiations. Accelerate them." (V.I. Lenin, Biographical Chronicle, vol. 9, pp. 284).

{38. In saying "second fundamental question" Lenin must be referring to the military-strategic question, the "first fundamental question" being the political question.}

{39. Probably a transcript mistake. Lenin was probably referring to the "Western European Front" of the Red Army.}

{40. Jan V. Poluyan was a member of the Revolutionary Military Council of the Kuban (9th) army, chief of the political department of the South-Western Front.}