O Relatório
Político do CC apresentado por Lenine na IX Conferência do PCR(b) é um documento muito pouco conhecido
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The Political Report of the CC presented
by Lenin at the 9th Conference of the RCP(B) is a scarcely
known document
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O próprio original em russo, bem como as Actas
dessa Conferência, não constam dos Arquivos do PCUS acessíveis na
Internet (consultados até Junho de 2018).
Trata-se, porém, de um
documento importante para compreender a posição do CC e em especial de Lenine
sobre a campanha de 1920 na Polónia. É, por isso, citado por autores que estudaram este tema. Tanto quanto
sabemos, até recentemente, as citações eram indirectas, remontando a relatos
de personalidades russas, de jornalistas anglo-saxónicos e de jornais russos (Pravda e Izvestia) da época. O curto e insuficiente relato do Pravda – devido a razões de
confidencialidade política da época --, publicado em 29 de Setembro de 1920,
apareceu em compilações das obras completas de Lenine (ver AMI).
Em 1992 o Relatório Político
completo foi publicado na revista Istoricheskiy
Arkhiv (Arquivo Histórico), n.º
1, pags. 12-22. A publicação assenta numa transcrição estenográfica
preservada no arquivo de Lenine. É este documento, acessível na Internet, que utilizámos no nosso
estudo da campanha de 1920 na Polónia.
Apresentamos abaixo a nossa tradução do documento, em português e inglês,
fazendo notar:
-- O leitor deverá ter em conta que a transcrição estenográfica só foi
revista por Lenine até ao meio do 3.o parágrafo, menos de 4% do texto. Podem,
portanto, subsistir erros e imprecisões no texto para além dos assinalados em
interpolações.
-- As interpolações do(s) editor(es) russo(s) entre parênteses rectos
foram mantidas. Acrescentámos algumas entre chavetas.
-- As notas do(s) editor(es) russo(s) são referidas por um número entre
parênteses rectos. Desconhecemos a que editor pertencem as notas cujo número
é precedido de asterisco.
-- Acrescentámos algumas notas e aditamentos a notas já existentes
assinaladas por chavetas.
-- Apesar dos nossos esforços para apresentar traduções fiéis, estamos
conscientes que seria conveniente a sua revisão por tradutores com maiores
capacidades linguísticas que nós.
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The Russian original itself, as well as the Minutes of
that Conference, are not available in the CPSU Archives accessible on the
Internet (consulted until June 2018).
This document is, however, an
important one to understand the position of the CC and especially of Lenin on
the 1920 campaign in Poland.
It is, for this reason, quoted by authors who have studied the topic. As far
as we know, until recently the citations were indirect, reaching back to
accounts of Russian personalities, Anglo-Saxon journalists, and Russian newspapers
(Pravda and Izvestia) of that time. The short and insufficient report of Pravda -- due to political
confidentiality reasons of the time --, published on September 29, 1920,
appeared in some compilations of Lenin's complete works (see MIA).
In 1992 the full Political Report
was published by the journal Istoricheskiy
Arkhiv (Historical Archive),
no. 1, pp. 14-27. The publication was prepared from a stenographic transcript
preserved in Lenin's archive. It is this document, accessible on the
Internet, which we used in our study of the 1920 campaign in Poland.
We present below our translation of the document, in
Portuguese and English, noting::
-- The reader
should take into account that the stenographic transcript was only reviewed
by Lenin until the middle of the 3rd paragraph, less than 4% of the text. Errors
and inaccuracies in the text besides those noted in interpolations may have remained.
-- The interpolations of the Russian editor(s), in square brackets,
were maintained. We added a few in curly brackets.
-- Russian editor(s)’ notes are referred to by a number in square
brackets. We do
not know to which editor belong the notes whose number is preceded by an
asterisk.
-- We added some notes and additions to existing notes flagged
with curly brackets.
-- Despite our efforts to present faithful
translations, we are aware that it would be convenient to review them by
translators with more language skills than we have.
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O Documento | The Document
V. I. Lenine
Relatório Político do Comité Central do PCR(b) à Nona Conferência Russa
do PCR(b) e Notas Finais sobre os Resultados da Discussão
22 de Setembro de 1920
Camaradas, é
natural que no relatório que deve ser apresentado neste momento o centro de
gravidade seja a guerra com a Polónia e todas as vicissitudes por que passámos
durante este período. Permitam-me que recue algum tempo atrás: a partir [1*] do
momento em que esta guerra com a Polónia ainda não se tinha tornado um facto.
Sabem que antes
da guerra com a Polónia tratámos estes assuntos com extrema cautela e
oferecemos a paz aos polacos, à burguesia polaca, da maneira mais solene -- inclusive
na declaração em nome do CEC [1] --, em termos altamente favoráveis para eles, polacos, uma paz desfavorável para
um número de nacionalidades, para trabalhadores e camponeses [2*] que
estavam sob o jugo de latifundiários e burguesia polacas. Oferecemos a paz
com base na linha Pilsudski, isto é, a linha em que os polacos se encontravam
antes do início da ofensiva de 26 de Abril deste ano; logo, uma linha em que
receberiam toda a Bielorrússia e uma parte bastante grande da Ucrânia, já que
receberiam a província de Volínia, bastante mais a leste [3*] de Rovno, de
onde agora nos repeliram. Concordámos em concluir a paz nessa linha, tendo em
conta que o trabalho económico pacífico, para o qual reverteria a vida do
exército e a vida de dezenas de milhares de trabalhadores e camponeses, era bem
mais valiosa do que a possibilidade de sucessos militares a libertar a
Bielorrússia e parte da Ucrânia ou a Galícia Oriental.
Nesta questão,
nas relações políticas e económicas internacionais, foi repetidamente
confirmado e confirmar-se-á, que a nossa nova diplomacia é absolutamente
incomum, não prevista na história dos estados monárquicos e burgueses. Não
pode de forma alguma ser aceite por outros países. Quando os bolcheviques
emitem uma declaração sincera ninguém em qualquer estado é capaz de
compreender que estamos realmente a conduzir diplomacia baseada em
declarações sinceras e métodos de diplomacia com princípios. Assim, quando os
bolcheviques dizem «Estamos prontos a reconhecer a linha Pilsudski», isso
significa [para a burguesia internacional] que os bolcheviques são demasiado
fracos, por isso a concessão é excessivamente grande. [4*] Nós suportámos o
mais raivoso chauvinismo da burguesia e latifundiários polacos, o chauvinismo
mais raivoso da França e de outros países imperialistas, e todos concluíram
que na diplomacia usual tal coisa não pode existir -- «Isso é assim? Isso é
fraqueza». A ofensiva foi por isso decidida não só pelos polacos, mas também
pela França, porque dissemos de forma bastante directa e incomum: para evitar
a guerra, estamos prontos a recuar. Nas negociações anteriores conduzidas por
Marchlevsky como representante formal da Cruz Vermelha polaca, nessas
negociações [2] tal linha como condição preliminar para a paz foi uma enorme
concessão. Essa concessão foi considerada fraqueza nossa e levou à guerra.
Lembram-se do
início da guerra, de êxito para os polacos. Detinham, segundo
estimativas preliminares, antes de conquistarem Kiev, um território com uma
população de até 4 milhões de pessoas. Lembram-se que, depois desse êxito, se
concluiu a concentração das {nossas} tropas que, tendo tomado a ofensiva,
rapidamente alcançaram a fronteira principal da Polónia.
Começa aqui uma
grande reviravolta na história da guerra polaca, que redundou de facto num virar
{da Polónia} para a paz. Temos de começar por aqui para analisar a história
subsequente e passar à coisa mais importante, que agora prende a atenção de
todos os membros do partido, a questão mais candente, isto é, a derrota
profunda, a derrota catastrófica que sofremos como resultado de todo o
desenvolvimento da operação.
Em 12 de Julho,
quando as nossas tropas, numa ofensiva ininterrupta e já depois de cobrir um
enorme território, se aproximaram da fronteira etnográfica da Polónia, o
governo inglês na pessoa de Curzon enviou-nos uma nota exigindo que
parássemos as nossas tropas numa linha a 50 verstas {53 km} da fronteira
etnográfica da Polónia como condição para concluir a paz. [3] A linha seguia
ao longo de Bialystok -- Brest-Litovsk e dava-nos a Galícia Oriental. Logo,
essa linha era muito favorável para nós. Foi chamada Linha Curzon. Surgiu
então a questão principal que se nos colocava. O CC teve de tomar a decisão
mais importante. Essa [decisão] é o ponto de partida a que o meu relatório
terá de voltar para avaliar a questão mais importante e fundamental. A
questão que se nos colocava era se aceitávamos essa proposta que nos dava uma
fronteira vantajosa e, portanto, adoptar em geral uma posição puramente
defensiva, ou, pelo contrário, usar o ascendente do nosso exército e a
vantagem de ajudar a sovietizar a Polónia. Tínhamos aqui uma questão fundamental
de guerra defensiva e ofensiva, e sabíamos no CC que se tratava de uma nova
questão de princípio, que estávamos num momento de viragem de toda a política
do poder soviético.
Até então,
estávamos a travar uma guerra com a Entente, pois sabíamos perfeitamente que
por trás de cada ofensiva parcial de Koltchak e Yudenich estava a Entente,
percebíamos que estávamos a travar uma guerra defensiva e estávamos a
derrotar a Entente, mas não podíamos derrotar completamente a Entente por ser
muito mais forte que nós. Só procurámos usar tanto quanto possível as fissuras
resultantes entre os diferentes estados da Entente, a fim de nos defendermos
em tempo útil. A história com Yudenich e Denikin mostrou algo inédito,
incrível, do ponto de vista do cálculo das forças. Nós destruímo-los por
partes. Os mais argutos políticos do mundo, não apenas os inchados do ponto
de vista colonial, como a Inglaterra ou a presunçosa França, preocupada com
os seus biliões da mansão do ex-czar (ainda há pessoas tão estranhas que
esperam o seu regresso), não apenas esses inchados políticos que pensam em
sacar algo da Rússia, não apenas esses grandes políticos interessados na Rússia,
mas também aqueles que não
estão directamente interessados – {todos eles} estão em estado de choque.
Eles, sendo cem vezes mais fortes que nós, tendo uma supremacia infinita em
comparação connosco não apenas ao nível de finanças, mas também ao nível da
frota e a outros níveis, não realizaram essa capacidade, já que se
desintegraram dentro de si mesmos, pois não puderam dar um único passo e não
puderam resolver a simples tarefa de unir três ou quatro elementos, unir e
coordenar três ou quatro grandes potências. Nós não tínhamos nada, mas eles
não puderam unir-se nem sequer financeiramente, o que nos deu uma vantagem. Isto,
numa altura em que toda a burguesia fervia de raiva e ódio contra o
bolchevismo; mas verificou-se que éramos mais fortes do que eles. Eles atacarm
o adversário por secções, gritando que não queriam repor o czar e não podiam
interferir nas políticas puramente monárquicas de Yudenich e Denikin, e assim
repeliram de si o elemento que deveria estar por trás deles (o elemento
camponês, kulak).
Ficámos, assim,
convictos de que, em geral, a ofensiva militar da Entente contra nós acabara,
que a guerra defensiva com o imperialismo acabara, tínhamos vencido. A Polónia
foi uma aposta. A Polónia pensava que como potência com tradições
imperialistas, seria capaz de mudar a natureza da guerra. Assim, a análise
foi a seguinte: o período da guerra defensiva acabou. (Peço-vos para escreverem
menos; não deve ir para a imprensa). Por outro lado, a ofensiva mostrou-nos
que, dada a impotência da Entente em nos esmagar por meios militares,
impotência para agir com os seus soldados, ela só poderia lançar contra nós
peque-nos estados individuais que não têm valor militar e que possuem a ordem
senhorial-burguesa apenas à custa das medidas de violência e terror que a
Entente lhes proporciona. Não há dúvida de que o capitalismo democrático-menchevique
que ainda existe em todos os estados que fazem fronteira com a Rússia, surgidos
da antiga composição do antigo Império Russo, a começar pela Estónia, a
Geórgia, etc., é sustentado pelo que a Inglaterra lhes fornece: armas,
soldados, uniformes e dinheiro para manter os trabalhadores sob seu controlo.
Enfrentávamos
um novo desafio. O período defensivo da guerra contra o imperialismo mundial
chegou ao fim, e podemos e devemos usar a situação militar para lançar uma
guerra ofensiva. Vencemo-los quando nos atacaram. Vamos tentar atacá-los
agora, para ajudar a sovietização da Polónia. «Ajudaremos a sovietização da
Lituânia e da Polónia», como foi afirmado na nossa resolução. [4] Quando esta
resolução foi submetida ao Comité Central, não nos escapou a natureza um
tanto estranha desta resolução, no sentido de que não po-deria ser votada
contra. Como se pode votar contra a ajuda à sovietização? Se compararmos a nossa
atitude face à Polónia com a atitude face à Geórgia e à Letónia, a diferença torna-se
absolutamente clara. Não adoptámos resoluções de ajudar a sovietização da
Geórgia ou da Estónia por meios militares. Retirámos a resolução, não iríamos
ajudar.
Sobre esta
questão houve disputas intensas com os revolucionários e comunistas desses
países. Fizeram discursos amargos contra nós, dizendo: como podem vocês fazer
as pazes com os carrascos letões da Guarda Branca que levaram à forca e
torturaram os melhores camaradas da Letónia, que derramaram o seu sangue pela
Rússia Soviética? Também ouvimos esses discursos de georgianos, mas não ajudámos
a sovietização da Geórgia e da Letónia. E agora não podemos fazer o que não
fizemos antes. Salvar e fortalecer a república é uma tarefa esmagadora. Em
relação à Polónia mudámos essa política. Decidimos usar as nossas forças
militares para ajudar a sovietizar a Polónia. Surgiu daí uma nova política
geral. Formulámo-la não numa resolução oficial, escrita nas Actas do CC, como
é regra para o partido antes de novo congresso. Mas dissemos entre nós que
deveríamos sondar com baionetas: está a Polónia madura para a revolução
social do proletariado? Com isto, levantamos uma questão prática que, como se
viu, não é teoricamente clara para os melhores elementos comunistas da
associação internacional, isto é, a Internacional Comunista. Decidimos essa
questão no CC quando o congresso do Comintern se realizou em Moscovo, em Julho
[5]. No congresso do Comintern não poderíamos levantar essa questão, porque o
congresso era realizado abertamente, residindo nisso o seu enorme e revolucionário
significado político geral para o mundo, que afectaria muitas vezes mais do
que já tinha feito.
No congresso,
havia elementos aos quais pertencem os independentes alemães, [6] que agora
lideram a política mais suja contra o poder soviético. Eles não poderiam ser postos
fora naquela altura. Era necessário mostrar ao partido comunista mundial que
não queremos deixá-los entrar nas nossas fileiras. Assim, no congresso da
Internacional Comunista, tivemos que falar abertamente. Portanto, aquela
questão foi deliberadamente não abordada no congresso.
A transição
para uma ofensiva contra aliados da Entente não poderia aí ser colocada, dado
não estarmos no mesmo patamar de desenvolvimento necessário para discutir tal
questão. Tivemos que tolerar o Rothe
Fane [7]; muitos outros nem imaginavam que ajudaríamos a sovietizar a Polónia
pelas nossas próprias mãos. Essas pessoas consideram-se comunistas, mas
algumas permanecem nacionalistas e pacifistas [8]. É claro que os comunistas
mais experientes quanto a isso são os camaradas finlandeses, e nenhuma sombra
desses preconceitos ficou neles. Eu digo «ficou», porque eles suportaram um
período mais longo da guerra. Quando me encontrei com uma delegação de
trabalhadores ingleses e conversei com eles que todo o trabalhador inglês
decente deveria desejar a derrota do governo britânico, não me entenderam [9].
Fizeram caras que, julgo eu, nem a melhor foto consegue captar. A verdade
que, no interesse da revolução internacional, os trabalhadores britânicos
devem desejar a derrota do seu governo não entrava de forma alguma nas suas
mentes.
O facto de
existir na Polónia uma população proletária bem desenvolvida e um
proletariado rural melhor educado, este facto diz- nos: deve-se ajudá-los a
serem sovietizados.
Este é o quadro
em que os eventos ocorreram e no qual se encontrava o nosso partido. Foi um
ponto de viragem importante não só na política da Rússia Soviética, mas
também na política mundial. Até agora agimos como a única força contra o
mundo inteiro, avaliando apenas como usar as fissuras entre eles para que o
inimigo não pudesse esmagar-nos. Agora, porém, dissemos: somos agora mais
fortes, e para cada uma das vossas tentativas de ofensiva, responderemos com
uma contra-ofensiva, para que saibam que se arriscam não só a desperdiçar
alguns milhões, como desperdiçaram com Yudenich, Koltchak e Denikin, mas que
arriscam em cada uma das vossas ofensivas a expandir a área da República
Soviética. Até agora, a Rússia tem sido apenas um objecto sobre o qual
trapacearam e planearam a melhor maneira de dividi-lo entre Yudenich, Koltchak
e Denikin. Mas a Rússia disse agora: vejamos quem é mais forte na guerra.
Surgiu assim a questão. É uma mudança de toda política, da política mundial.
O historiador terá de notar que começa aqui um novo período.
Quais foram os
resultados dessa política? O principal resultado foi, claro, que somos agora
vítimas de uma enorme derrota. Antes de a analisar devo descrever o que a
precedeu. Até que ponto fomos capazes de sondar com baionetas a preparação da
Polónia para a revolução social? Devemos dizer que essa preparação é pequena.
Sondar com baionetas significava ter acesso directo ao trabalhador rural e ao
proletário industrial polacos, tal como vivem na Polónia. O proletariado
industrial está em Varsóvia, em Lodz, em Dombrowic, que se situam muito longe
da fronteira. Por outro lado, a fim de realmente sondar o grau de preparação
do proletariado da Polónia, em primeiro lugar o proletariado industrial e em
segundo lugar os trabalhadores rurais oprimidos, tínhamos que remover as
tropas da Polónia burguesa e ocupar não só a região de Varsóvia, mas também
as áreas onde existe um proletariado industrial. Essas áreas começam ainda
antes de [5*] Varsóvia e não puderam ser tomadas. Logo, a preparação da Polónia
para a revolução socialista dificilmente pôde ser sondada. Enfrentámos um
grande surto nacional de elementos pequeno-burgueses que, ao aproximarmo-nos
de Varsóvia, ficaram aterrorizados pela sua existência nacional. Não fomos
capazes de sondar a disposição real das massas proletárias no trabalho rural
e nas fileiras do proletariado industrial da Polónia.
Uma imagem,
porém, emergiu na política internacional, que é algo altamente instrutivo e
foi o centro dos acontecimentos. Um lado da imagem será exposto mais
detalhadamente pelo camarada Kamenev, que observou em Londres algumas
reviravoltas [10]. Não fomos capazes de sondar o desenvolvimento e a
preparação para a revolução socialista do proletariado em Varsóvia. A nossa
ofensiva provou que a Polónia não nos pode vencer, mas nós estamos muito
perto disso. Ora, tudo isto está a mudar a política internacional. Nós, ao aproximar-nos
de Varsóvia, chegámos tão perto do centro da política imperialista mundial
que começámos a fazê-la {a revolução socialista}. Isto soa incompreensível,
mas a história do «Comité de Acção» [11] na Inglaterra provou, com absoluta
certeza, que nalgum lugar próximo de Varsóvia está localizado não o centro do
governo burguês polaco e capital da república; nalgum lugar próximo de
Varsóvia fica o centro de todo o actual sistema do imperialismo
internacional, e que estamos numa situação em que começamos a sacudir esse
sistema e a fazer política não na Polónia, mas na Alemanha e na Inglaterra.
Assim, na Alemanha e na Inglaterra criámos uma etapa inteiramente nova da
revolução proletária contra o imperialismo mundial, pois a Polónia, como
estado tampão entre a Rússia e a Alemanha, como último estado, permanecerá
totalmente nas mãos do imperialismo internacional contra a Rússia. É o esteio
de todo o Tratado de Versalhes [12].
O mundo
imperialista moderno assenta no Tratado de Versalhes. Tendo derrotado a
Alemanha, tendo resolvido a questão -- qual dos dois poderosos grupos,
ingleses ou alemães, controlará os destinos do mundo para os próximos anos --,
o imperialismo concluiu a paz de Versalhes. Eles não têm outra consolidação
das relações mundiais, políticas e económicas, excepto a paz de Versalhes. A
Polónia é um elemento tão poderoso nessa paz de Versalhes que, ao remover
esse elemento, estamos a derrubar todo o mundo de Versalhes. Nós definimos a
tarefa de Varsóvia, a tarefa mudou e descobriu-se que não era o destino de
Varsóvia a ser decidido, mas o destino do Tratado de Versalhes. A questão foi
colocada assim em toda a imprensa burguesa e «cem-negros» alemã e francesa. A
aproximação das nossas tropas às fronteiras da Prússia Oriental, que é
separada pelo corredor da Polónia, que vai até Danzig, mostrou que a Alemanha
estava em plena ebulição. Começaram a surgir notícias de que dezenas e
centenas de milhares de comunistas alemães estavam a atravessar as nossas
fronteiras, e telegramas de regimentos comunistas alemães que tinham fugido.
Tivemos que tomar decisões de não publicar sobre a ajuda e continuar a alegar
que estávamos em guerra.
Quando jornais que não partilham as opiniões bolcheviques descrevem agora a
situação na Prússia Oriental, obtém-se um quadro extremamente interessante
que me lembra alguns períodos da revolução russa de 1905, quando apareceu na
Alemanha um tipo médio de homem cem-negro-revolucionário [13].
Na época, a
revolução de 1905 na Rússia deu os primeiros grandes passos para desenterrar
e levantar as maiores massas dos mais atrasados elementos do campesinato. Os membros dos Cem Negros
ajudaram-nos nesse trabalho, quando, com a agitação deles contra nós, procuraram
revoltar o campesinato. Essa agitação foi então conduzida pelos Cem Negros,
padres e oficiais. Resultou que essa organização política dos Cem Negros,
recentemente surgida, uniu pela primeira vez os camponeses e atraiu-os para a
organização. Esses camponeses revoltados um dia apareceram com as exigências
dos Cem Negros e no dia seguinte exigiram todas as terras dos latifundiários.
A mesma coisa aconteceu
agora na Alemanha. Não trouxe comigo a correspondência de um jornal
antibolchevique alemão (claro, não a poderia aqui ler toda por falta de
tempo). Diz que todo o leste da Alemanha está em ebulição e todos os kappistas
[14] (os que seguiram Kapp -- o nosso Kornilov), todos esses kappistas são pelos
bolcheviques. Acontece que quando se fala com um alemão atrasado que não
entende nada de política, ele hesita e diz que se deveria reintegrar Wilhelm,
porque não há ordem. E diz a seguir, ao mesmo tempo, o contrário: que se deve
seguir os bolcheviques. Vemos a Alemanha Oriental em efervescência. Está-se a
formar um bloco antinatural, encabeçado por generais kornilovistas, que são
pessoas de mente militar com uma palavra de ordem: só a guerra com a França a
todo o custo, não importa com quem e não importa em que condições; esses
oficiais alemães, pessoas politicamente analfabetas que não sabem que a
guerra acarreta consigo certas consequências (como eles a entendem), esse
oficial alemão precisa de estudar por 10 anos as diferentes revoluções para
aprender alguma coisa. Ainda assim, têm a ideia de uma guerra com a França a
todo o custo.
Descobriu-se assim que tínhamos força, e força considerável contra a Entente. Naquela altura,
respondemos a Curzon: Você menciona a Liga das Nações [15]. Mas o que é a
Liga das Nações? Ela não vale um chavo. Outra questão: quem decide o destino
da Polónia? Esta questão não pode ser decidida pelo que a Liga das Nações
dirá, mas sim pelo que dirá o homem do Exército Vermelho. Foi assim que
respondemos a Curzon, traduzida a nossa nota para linguagem simples [16].
Isso foi compreendido na Alemanha e emergiu um bloco de características
antinaturais, um bloco que não foi estabelecido por acordo, nem registado nem
votado, um bloco em que os kappistas e kornilovistas, toda a massa dos
elementos patrióticos estava com os bolcheviques. Esse era o problema
existente nessa altura, e os comunistas alemães não conseguiam resolver esse
problema, não podiam decidir dado estarem sentados aqui em Moscovo; sentados a
resolver a questão mais básica sobre como criar elementos de um verdadeiro
Partido Comunista na Alemanha. Decidiram a questão principal da atitude em
relação aos independentes de direita, cujos líderes eram como o nosso Martov,
mas cujos trabalhadores tinham mentalidade bolchevique. Estavam ocupados a resolver
esse problema mundial, que surge em todos os países. Na época, os
acontecimentos na Alemanha pediam decisões urgentes sobre todas essas
questões. Surgiu um bloco de patriotas vermelhos progressistas e comunistas,
que conscientemente reconheceu um bloco com a Rússia soviética. O resultado
foi um bloco tal que há apenas duas forças na política mundial: uma é a Liga
das Nações, que produziu o Tratado de Versalhes; a outra é a República
Soviética que o Tratado de Versalhes extenuou. O bloco antinatural da
Alemanha é por nós.
Este foi um facto
gigantesco da política internacional, que observei em parte mais de uma vez e
sobre o qual tive que reflectir, quando resumi as campanhas de Yudenich, Koltchak,
Denikin e falei sobre as condições para concluir a paz com a Estónia, Geórgia
e Letônia. [17] À escala internacional, as coisas aconteceram de tal modo que
não só batemos Koltchak e Denikin e conquistámos o campesinato russo próspero
-- um campesinato anticomunista, que, entre outras coisas, decidiu o destino
de Koltchak e Denikin --, como ainda conquistámos a pequena burguesia e a
grande burguesia dos pequenos países formalmente independentes, esmagados
pela Entente. Isso decidiu que a Estónia concluísse a paz connosco [18]. O
primeiro país a concluir a paz connosco. Ela é inteiramente burguesa,
inteiramente nos bolsos dos bilionários britânicos e americanos,
completamente contra a paz connosco, mas concluiu a paz connosco, tão sombrio
lhe pareceu o imperialismo internacional.
Na Alemanha, os
comunistas mantiveram as suas palavras de ordem. Quando a esquerda alemã
concordou com o absurdo de que não há necessidade de uma guerra civil, mas,
pelo contrário, uma guerra nacional é necessária contra a França, isso foi de
uma estupidez inaudita. Pôr a questão nessa forma beira a traição. Sem guerra
civil, não conseguirão o poder soviético na Alemanha. Se concluirem um bloco
com os kornilovistas alemães, serão enganados. Na Alemanha há um pequeno e
fraco Partido Comunista [19] e um forte partido de scheidemanitas,
mencheviques de direita [20]. Um grande partido proletário liderado pelos
nossos Martoves. Uma política entre duas cadeiras.
Assim, o
primeiro resultado foi que vários pequenos Estados se uniram a nós, apesar de
todo o seu ódio aos bolcheviques, junto com represálias contra os seus
bolcheviques -- estonianos, finlandeses, letões. Tiveram de fazer a paz connosco,
e disseram que internacionalmente, nós, pequenos países, estamos mais
próximos da Rússia bolchevique soviética. De facto, mostrámos que na
Alemanha, onde quer que o clima das massas seja o mais subdesenvolvido e cem-negro,
são capazes de dizer: é melhor para Wilhelm que não exista para a Alemanha
outra força nas relações internacionais, a não ser a Rússia Soviética. Os
desejos nacionais da Alemanha consistem em dois valores, que, a não
distinguir politicamente, equivale a cometer um grande erro. Um, é deitar
fora o Tratado de Versalhes, que os sufoca. Por outro lado, os imperialistas
alemães, que se uniram, disseram: não queremos apenas descartar o Tratado de
Versalhes, na verdade desejamos a restauração da Alemanha imperialista. Nós
sondámos a situação internacional não só de países pequenos, mas também da
Alemanha.
No meu discurso
de abertura do congresso do Comintern [21] realizado em Petrogrado, tive de
falar sobre a situação internacional. Disse que a população da Terra é agora mil
milhões e três quartos [22], dos quais 1/4 de mil milhões nas colónias e três
quartos de mil milhões nos países que foram derrotados; isso significa 70 por
cento nas colónias. Disse que mesmo com um cálculo tão cru, se considerarmos
a política mundial, então sete décimos da população serão aqueles que, sob uma
política certa, estarão com a Rússia Soviética. Podem perguntar: como podem eles
defender a Rússia Soviética, quando não são comunistas? E como estavam
connosco a Estónia e a Geórgia, embora os comunistas estivessem lá a ser fuzilados?
Pela nossa política internacional inspiramos agora uma união de todos os
países que vivem sob o Tratado de Versalhes. E isso é 70 por cento da
população total da Terra.
Enquanto na
Alemanha se confinaram apenas aos que tremiam e esperavam, na Inglaterra a
situação era diferente. Na Inglaterra, Curzon apresentou-nos um ultimato: ou saiem
daí ou estamos em guerra. Acreditavam eles, que ao assinaram a paz de
Versalhes, podiam dispor do mundo inteiro. Quando respondemos que não
reconhecíamos a Liga das Nações, os jornais franceses escreveram: «uma
resposta ousada», uma expressão da terminologia de sala de aula, que o
professor diz aos meninos que se estão a portar insolentemente. Na política
mundial tais termos não devem ser usados. A verdade é que a Liga das Nações
não se mostrou como tal.
Verificou-se
que, para lutar contra nós, eles têm primeiro de perguntar ao trabalhador
inglês. Como resultado da nossa declaração, o proletariado inglês ascendeu a
uma estapa revolucionária completamente nova. Nós, estando perto de Varsóvia
e não sabendo como Varsóvia iria tomar e sentir isso, qual era a preparação
do trabalhador polaco para a acção revolucionária, nós sondámos os
trabalhadores britânicos e elevámo-los a uma nova etapa da acção
revolucionária. Quando nos foi apresentado um ultimato, os trabalhadores
britânicos, nove décimos dos quais eram os mais malévolos mencheviques,
responderam com a criação do Comité de Acção. A imprensa inglesa ficou preocupada,
gritou que isso era um poder dual. E tinha razão. No respeitante às relações
políticas, a Inglaterra estava naquele etapa em que a Rússia estava depois de
Fevereiro de 1917: junto com o governo havia os sovietes, que tinham um comité
de conciliação, e na verdade todos os passos do governo eram controlados,
quando a burguesia do mundo inteiro dizia que isso não podia existir. Agora o
Comité de Acção apareceu na Inglaterra, e este Comité de Acção impediu a
guerra da Inglaterra contra nós. Nenhuma das ameaças que Lord Curzon nos
apresentou pôde ser realizada. O movimento operário da Inglaterra subiu a um
nível incrivelmente alto. O Comité de Acção criou um órgão de todas as massas
trabalhadoras, o seu centro político, que se aproximou da burguesia, mas não
se uniu a ela. À frente deste Comité de Acção estão mencheviques brilhantes e
brilhantes socialistas-revolucionários de direita, as pessoas que em tempos
afastámos. Elas {as massas trabalhadoras} precisaram [a fim de romper com os
oportunistas] do II Congresso do Comintern em Moscovo, onde representantes de
todos os países se reuniram. Só agora temos o texto completo das resoluções
onde esta política é adoptada à escala internacional [23]. Qual foi a reacção?
Dizem que apresentámos condições inéditas. Existe agora uma divisão, pelo
menos uma divisão entre bolcheviques e mencheviques em todos os países, sem
excepção. Numa altura em que, com a ajuda do Comintern, fizemos o que não
pudemos fazer durante décadas, mesmo nas condições de cisão completa dentro
do imperialismo internacional, numa altura em que os mencheviques e bolcheviques
na Inglaterra juntaram forças no Comité de Acção, tivemos de resolver penosamente
tarefas de dificuldade incomum [no Congresso do Comintern]. O progresso do
movimento operário necessita disso, de romper ideologicamente com os
mencheviques, mas ao mesmo tempo agir junto com eles no Comité de Acção.
À primeira
vista, isto parece uma contradição e oportunismo, mas nós dizemos: tereis de
continuar a apoiar a revolução russa nas suas principais características. O
Comité de Acção na Inglaterra é bastante semelhante ao nosso CEC dos tempos
em que os negócios de Gotz, Dan e outros eram aí decididos. É a unidade de
todos os trabalhadores, sem distinção entre mencheviques e bolcheviques, uma
associação que compete com o governo burguês e na qual os mencheviques são
obrigados a agir como bolcheviques. Sabemos bem que o manifesto de 1917,
divulgado pelos mencheviques e SRs da primeira convocação [24], dizia que a
guerra era imperialista; vamos lá defender a minoria. Eles emaranharam-se e as
massas juntaram-se-nos e, assim, Plekhanov estava certo.
Dizem eles: nós
somos pela democracia constitucional, e vocês pela democracia parcial. Há
também um Comité de Acção, mas esse é um caso extremo. Isto é algo que esperávamos
ler, porque esta é a atitude de um país imperialista [com] as tradições
extraordinariamente fortes do menchevismo. Enquanto o nosso menchevismo tem
uma história de 15 a 20 anos, todas as organizações sindicais têm lá um
sistema democrático inteiramente encabeçado por mencheviques. Foi
completamente deteriorado pelos mencheviques ingleses, e eles tiveram que
atacar o método da ditadura do proletariado. Tivemos a oportunidade de dizer
aos trabalhadores ingleses e franceses que devem ensiná-los a ser comunistas.
O Comintern ensinou isso. A política inglesa começa a ensinar os franceses. Estes
devem aprender em conjunto com os bolcheviques ingleses como formar um bloco
com base em organizações de massa, quando forçados a agir constitucionalmente,
tal como as massas inglesas aprenderam isso na prática. Foi difícil para nós
decidirmos Nós na Rússia experimentámos dolorosamente quantas vezes os
trabalhadores russos foram enganados pelos mencheviques e SRs antes de
deixarem de acreditar neles. Enganaram os trabalhadores russos antes da
revolução de Fevereiro [25], enganaram de Maio até à ofensiva de Julho [26],
enganaram aí de novo, e finalmente em Outubro o trabalhador russo estava suficientemente
maduro para não permitir ser enganado de novo. Quantas vezes será necessário
enganar os trabalhadores britânicos pelos mencheviques ingleses não está
escrito em nenhum livro e não pode ser escrito. Veremos. Mas os bolcheviques
ingleses devem ser capazes de unir-se com as massas constantemente, educá-las,
mostrar-lhes e dizer-lhes: aqui vocês estão a ser de novo iludidos, aqui
vocês estão a ser de novo enganados. No processo dos actuais eventos na
Inglaterra vemos, e o camarada Kamenev resume as suas impressões [27], que os
mencheviques ingleses já se sentem como um governo, sabem que o governo
burguês na Inglaterra não fica para sempre, será derrubado. Eles vêem um
cargo do governo na frente deles. «Bem-vindo, mas você também vai voar desse
cargo do governo assim que o seu governo burguês tiver voado para longe, e
você voará de modo que nunca mais possa obtê-lo».
Este é o
resultado de nossa política internacional nas relações surgidas na Europa
Ocidental.
Devo agora
voltar à principal e triste conclusão que resultou de tudo isto. Fomos
expulsos da frente e voámos tanto que a luta está a ter lugar perto de
Grodno, e os polacos estão-se a aproximar da linha na qual Pilsudski se
gabava antes de que viria a Moscovo. Isso foi só para se gabar. Devo dizer
que, apesar de termos sido repelidos, ainda assim as nossas tropas fizeram
milagres. Foram empurradas para trás centenas de verstas, para leste e oeste,
mas não empurradas de volta ao ponto em que havíamos proposto anteriormente tolerar
Pilsudski. Pilsudski irá agora para a paz em piores condições para ele e melhor
para nós, do que nas primeiras condições que propusemos. De qualquer forma,
sofremos uma enorme derrota, um exército colossal de 100.000 no cativeiro ou
na Alemanha. Numa palavra, uma gigantesca, uma inaudita derrota.
Que significa
isto? Significa, sem dúvida, que foi cometido um erro, porque tivemos a
vitória nas nossas mãos e perdemo-la. Houve, portanto, um erro.
Antes de cada
um levantar essa questão, e antes de nós no CC encontrarmos a resposta: onde
está o erro? Onde está e onde procurá-lo? Talvez tenha sido um erro político,
talvez estratégico. Sabem, porém, que estratégia e política estão
inextricavelmente ligadas. Durante a Guerra Civil, o Politburo teve que
resolver questões puramente estratégicas, questões tão puramente estratégicas
que nos entreolhámos com um sorriso: como nos tornámos estrategas? Entre nós
havia até pessoas que, estando longe, não presenciaram a guerra. Apesar
disso, tivemos que lidar com a estratégia, porque a estratégia está
subordinada à política e estão inextricavelmente ligadas entre si. Hoje, como
no tempo da ofensiva Yudenich-Denikin, abordamos muitas vezes questões
puramente estratégicas e já não nos surpreendemos com isso. Mas devemos sempre
lembrar-nos que toda a estratégia não é nada mais que política.
Onde procurar
agora o erro? Talvez um erro político, talvez estratégico. Não pretendo de
todo que conheço muito da ciência militar; peço desculpa antecipadamente aos
camaradas que conhecem essa ciência teorica e praticamente. Examinarei do
ponto de vista de onde procurar um possível erro, político ou estratégico.
Direi desde já
que o CC examinou esta questão e a deixou em aberto. Para investigar esta
questão, e a resolver adequadamente, há que dedicar-lhe grandes energias, o
que não temos, porque o futuro nos ocupa inteiramente. Chegámos a este ponto:
erro -- na política, na estratégia ou em ambos. Talvez tenha sido um erro
responder à nota de Curzon de 12 de Junho, quando dissemos: nós simplesmente
não nos importamos com a Liga das Nações; avancem.
Escusado será
dizer que decidimos com base numa definição incorrecta. De revolucionários --
que estão sob condições políticas difíceis, que estão acostumados a resolver
problemas com sucesso, quando há heroísmo sem precedentes e ascensão das
massas – exige-se uma definição correcta. Nós, ao resolver esta questão,
predeterminámos uma linha ofensiva geral. No seu âmago a linha estava correcta
-- estamos convencidos disso. No seu âmago estava tudo bem e coincidia
realmente com um novo período da história mundial, quando a Rússia -- até
então objecto de resolução de tarefas (Yudenich ou Koltchak para esmagá-la e
depois comê-la) -- determinou a politica doméstica da Inglaterra.
Aqui, talvez,
devêssemos ter respondido de forma diferente. Dissemos que aceitávamos a
proposta de Curzon no essencial, mas que negociaríamos. Negociámos com base na
nossa decisão, até que Kamenev, em circunstâncias fora do seu controlo, teve de
negociar de tal forma que foi expulso [28]. Recebemos a ajuda do Comité de Acção,
e então Kamenev finalmente ganhou e não Lloyd George. Talvez devêssemos ter
respondido assim: nós aceitamos, como base, que pararemos a 50 verstas da
fronteira como você propõe. Isso é determinado pelas condições das frentes
militares. Ao receber a Galícia Oriental, teríamos uma base contra todos os
estados modernos. Sob tais condições, ficávamos vizinhos da Ruténia Cárpata,
que estava mais efervescente do que a Alemanha, e é um corredor directo para
a Hungria, onde um pequeno empurrão é suficiente para fazer irromper a
revolução. Teríamos preservado uma aura internacional de um país que é
invencível e uma grande potência. Este é um óptimo crédito.
Surgiu aqui,
porém, outra política. Não teríamos conseguido {com ela} a efervescência que
então resultou. Provavelmente, não teríamos ganho o Comité de Acção. Não
teríamos ganho a transição de toda a política britânica, proletária e
burguesa, para uma nova estapa. Mas teríamos conquistado uma base firme,
pacífica e durável para operações de oposição à Europa central ao longo das
fronteiras planeadas. Talvez, repito, tenha havido um erro político, pelo
qual o CC é responsável em geral, e pelo qual cada um de nós assume a
responsabilidade. Este é o principal erro. A estratégia é subordinada à
política.
Talvez outra
explicação seja a de que, tendo o CC definido a linha política, determinou por
isso a posição de todos os órgãos soviéticos, definiu o quadro que o nosso Comando
não poderia transgredir. O CC deu a missão de ajudar a sovietização, de
cruzar a fronteira etnográfica e de manter a fronteira com a Alemanha do
lugar onde estávamos, de Bialystok. A estratégia poderia mudar, modificando
as suas condições e tarefas estratégicas. Pode-se argumentar que os
estrategas devem precisamente produzir a solução de um problema. Mas uma
coisa é conversa, motivação e ânimo; outra coisa é decisões. Pode-se falar,
mas se alguém, um digno Comissário do Povo, não tomar decisões, será expulso
ou preso. Sem esta compreensão, todos nós nos teríamos desintegrado há muito
tempo. Aqui, talvez, a estratégia reconhecerá e dirá: não teremos forças para
avançar; depois de avançar 50 ou 100 verstas, parando aí, na Polónia
etnográfica, teremos uma vitória segura e firme. Estamos agora seguros de
que, se tivéssemos parado, teríamos então uma paz absolutamente vitoriosa e
preservaríamos toda aquela aura e impacto na política internacional. Talvez
tenha sido um erro estratégico.
É dentro destas balizas que se situam em grandes linhas todos os erros em torno dos quais naturalmente girava o pensamento do Comité Central. Vêem por que razão se formou a opinião prevalecente no Comité Central, a qual não era que não criaríamos uma comissão para estudar as condições da ofensiva e da retirada. Nós não temos forças para fazer isso. Temos agora vários outros problemas que exigem solução imediata. Não podemos emprestar nem uma única energia, nem sequer de segunda classe. Precisamos de abordar outras questões, as questões mais complicadas de política e estratégia, porque nos lembramos de como cessámos {operações} com Denikin, o levámos para a região de Donetsk, mas, não tendo conseguido acabar com ele, ele voltou para Orel. Vimos como lutámos contra Koltchak. Quando ele foi apanhado em Ufa e depois nos levou de volta para Samara. Naquela época, toda a imprensa europeia anunciou um novo prazo para a queda de Moscovo e Petrogrado.
Curiosamente,
vi ontem uma publicação americana, [29] onde algumas pessoas compilaram numa
pequena edição informações completas sobre o que os melhores jornais
americanos escreveram sobre a Rússia. É impossível imaginar uma melhor peça
de agitação para os bolcheviques. Eles estudam quantas vezes foi anunciada a
queda de Moscovo e Petrogrado. Essa pequena brochura descreve o que os
jornais americanos falaram de Outubro de 1917 a 1920, e em poucas palavras o
que aconteceu. Não há melhor descrição e mais bem-sucedida do que essa breve
história da ofensiva. Vamos tentar publicá-la em russo.
Lembram-se de
como o nosso Exército Vermelho, depois de cento e cinquenta verstas de
derrotas acabou com Koltchak. Estava a fazer o impossível, como me disse um
camarada do Exército Vermelho, antes de parar a 50 verstas fora de
Chelyabinsk, quando estava em estado de incapacidade. O camarada Smirnov
disse: «Olhe para o soldado russo. Se não avançássemos, [não] mobilizássemos [novos
homens], numa situação desesperada, em relação ao calçado, a transição teria
sido impossível; foi feita por heróis capazes deste tipo de milagres». O
soldado do Exército Vermelho começou a fazer milagres. Ele avançou 80 verstas,
e se iria avançar mais 100 [verstas], ou se teria de parar após 100 verstas,
porque não iria mais longe, é uma tarefa estratégica de dificuldade inédita,
de nova estratégia. Viram o que enfrentámos com Koltchak. Viram esses
elementos, essas tarefas, a partir das quais o CC tirou a sua conclusão. O
próprio CC, preocupando-se muito com o facto de que cometemos um erro e seríamos
derrotados, não nomeou uma comissão para corrigir esse erro.
Temos de
abordar as questões da política actual: as negociações em Riga [30]. Estamos a
enfrentar uma ofensiva em Grodno, e Wrangel tomou Aleksandrovsk e avança para
Ekaterinoslav. Devemos exercer todos os esforços para lidar com esta questão;
e seria bom duplicar a energia de todos. Abordámos esta questão e devo chamar
a vossa atenção para ela. É óbvio que as ofensivas polaca e de Wrangel são
uma ofensiva da Entente. Ela apostou em tudo. Chegou hoje uma carta de um
camarada [31] que trabalha na Inglaterra, e diz: o estado de espírito está a mudar
tanto que enquanto ontem os kornilovitas alemães [6*] eram pelos bolcheviques,
agora são pela Entente. Mas já vimos reviravoltas e maiores.
Devemos contar
com quais são as condições actuais. Com toda a probabilidade, a campanha de
inverno não oferece dúvidas. Toda uma série de sinais indica o que contam fazer
a Polónia e a Entente imperialistas. Os franceses apostam em Wrangel e dizem
aos polacos: estejam certos de que, se não conseguirem uma fronteira com os
bolcheviques que não vá além de Varsóvia, o vosso caso está perdido. Connosco
está Wrangel e nós somos os vossos únicos amigos. A política não é demasiado
importante. Os franceses, os polacos e Wrangel: não é assim tão fácil uma acção
unida destes três elementos. É quase impossível unir três governos, três
forças contra os bolcheviques. Parece que é bastante fácil fazer isso, porque
todos odeiam os bolcheviques. Podemos imaginar como Pilsudski, Wrangel e os
imperialistas franceses estão dispostos a usar todo o seu poder para suprimir
os bolcheviques. Todos os três proclamam ser contra os bolcheviques mas não
podem fazer nada, mesmo que fossem dez vezes mais inteligentes e tivessem com
eles dez vezes mais conselheiros astutos. Por um lado, os franceses estão a
aplicar os seus melhores esforços para apoiar Wrangel e ele está a progredir.
Foram-lhe enviados reforços. Por outro lado, os franceses têm de sustentar a
frente polaca e dizer: esperem, não façam a paz. A Polónia -- pequena
burguesia, patriótica e chauvinista; os representantes do partido PSP [32], do
partido dos latifundiários e do povo [33], o partido dos camponeses desafogados
e kulaks, dizem: preferimos a paz,
porque a guerra leva à ruína.
A Polónia já
estava em plena crise antes da guerra e os seus representantes disseram que ficariam
completamente arruinados financeiramente após a guerra. Isto é correcto,
porque sabem perfeitamente que terão de pagar esta guerra, já que a França
reconhece a «sagrada propriedade privada».
Mais uma vez,
há uma mensagem de que 60 navios a vapor foram para a Polónia. Não acho que
eles vão reforçar a posição deles com a ajuda destes 60 navios a vapor. O
camarada que nos reportou isto [35] disse que os polacos tinham mudado a
composição social do exército. Essa observação passou-lhe despercebida, e eu
noto-a, porque nela reside o ponto principal. Se derrotámos Koltchak e
Denikin, se os vencemos, foi apenas porque mudaram a composição social do
exército. Wrangel sente-se agora firme apenas porque tem um exército de
oficiais, e ele sabe que se começar a depender das massas, voará tão rápido
quanto Koltchak e Denikin voaram no seu tempo.
Os polacos
atacaram-nos com um exército inicialmente composto exclusivamente de jovens,
que poderiam ser completamente manipulados, e agora mobilizaram aquelas
idades que passaram por uma guerra muito mais cruel; agora têm um exército de
adultos, um exército que não consiste em rapazes que não podem aprender nada.
Os polacos cruzaram agora a linha que Koltchak e Denikin tinham cruzado no
seu tempo, a linha na qual havia no início máxima vitória, e na qual a
derrota máxima foi alcançada. Estas são as condições que existem actualmente
na Polónia. Sob tais condições, ainda dizemos que devemos evitar a campanha
de inverno, porque para nós, milhares de vidas de trabalhadores e camponeses
russos são muito mais valiosas do que qualquer outra coisa.
Percebemos
perfeitamente que as paradas são altas, que somos fortes, que ao tomar a
Galícia, onde o sistema soviético é garantido, ao tomar a Galícia, que tem
uma ligação com a Checoslováquia e a Hungria, que já está em efervescência,
estamos, desse modo, a desenvolver a via para a revolução. Por causa disso,
vale a pena lutar, é impossível negligenciar tal facto. Mas, ao mesmo tempo,
sabemos que a campanha de inverno exigirá muitas vidas e dizemos: devemos
evitar a campanha de inverno. As possibilidaes disso são pequenas, porque
Wrangel e a Polónia não se amaldiçoam e ainda têm uma frente internacional.
Mas vamos separá-los como sempre fizemos. Vamos contra todos as práticas
internacionais anteriores. Sabemos bem que os predadores internacionais não
vão acreditar em nós, mas sempre há um ou outro que vai acreditar em nós. Vamos
directo ao assunto propondo em nome da reunião do CEC que declaremos que não
queremos uma campanha de inverno, que queremos assinar a paz em 10 dias, e
então renunciamos à Galícia e oferecemos uma fronteira muito a leste da linha
Curzon [35]. Para nós estas concessões não são pesadas, para nós é mais
importante evitar a campanha de inverno e fortalecer-nos no campo da
construção pacífica. Propomos fazê-lo em 10 dias.
Dizemos, no
entanto, que, para fazer isso, é necessário que a vossa pequena burguesia
patriota, e os trabalhadores, derrotem a burguesia e larifundiários. Isso é
possível, porque eles são fortes, porque os camponeses sempre foram lacaios
patrióticos. Isto é inevitável devido à economia. É inevitável no sentido
político devido à propriedade privada. De qualquer forma há possibilidades e
uma reunião privada desses partidos connosco já teve lugar [7*]. Os
representantes desses partidos disseram: sabemos que não foi a Entente que
salvou Varsóvia e a Polónia, eles não puderam salvar-nos, fomos salvos por um
surto patriótico. Essas lições não são esquecidas. Queremos usar estas possibiliades.
Estabelecemos enormes concessões e pouco tempo para resolver a questão da
campanha de inverno. Queremos evitar a campanha de inverno, por isso propomos
aos polacos que façam a paz agora e colocamos a linha a leste de
Brest-Litovsk. Vamos ganhar militarmente garantindo uma rápida vitória sobre
Wrangel. Essa vitória é suficiente.
Regressemos às
consequências na política da Europa Ocidental da {nossa} primeira tentativa
de política activa. As conseqüências não são assim tão terríveis. As consequências
militares não implicam consequências [para] a Internacional Comunista. Sob o
barulho da guerra, o Comintern forjou uma arma e aperfeiçoou-a de tal maneira
que os senhores imperialistas não a quebrarão. O desenvolvimento de todos os
partidos segue ainda o nosso próprio caminho, conforme prescrito pelo
Comintern. Podemos dizer sem qualquer exagero que podemos estar calmos sobre
este assunto. A nossa causa resume-se ao ritmo do desenvolvimento, às
condições de desenvolvimento.
Fomos capazes
de alcançar uma vitória militar decisiva que teria quebrado a paz de
Versalhes. Fomos confrontados com o derrube do Tratado de Versalhes do
imperialismo global triunfante, mas não tivemos forças para fazê-lo. A nossa
política básica continua a mesma. Aproveitamos qualquer oportunidade para
passar da defesa à ofensiva. Já minámos o Tratado de Versalhes e vamos
quebrá-lo na primeira oportunidade. Agora, para evitar a campanha de inverno,
temos de fazer concessões. Não tenho comigo o texto da declaração, que é
proposta à conferência do partido para aprovação e encaminhamento para a reunião
[do CEC]. Esbocei o seu conteúdo político. Para evitar a campanha de inverno,
estabelecemos um curto período de dez dias aos polacos. As possibilidades não
são grandes, mas venceremos em ambas as condições. Mostramos às nossas tropas
que fizemos tudo para nos livrar das dificuldades da campanha de inverno. Para
nós, a questão das fronteiras territoriais é uma questão séria comparada com
a questão do fim rápido da guerra. Apresentámos uma condição e, por mais
difícil que seja uma campanha de inverno imposta contra a nossa proposta de
paz, ainda a encerraremos vitoriosamente.
Ultrapassei o
limite do meu tempo e mudo agora rapidamente para a situação interna.
Terminaremos a campanha de inverno vitoriosamente, apesar do enorme cansaço.
Conseguimos
grandes sucessos, e estamos num nível tal que, do ponto de vista económico,
claramente a base, a fundação, os fundamentos foram alcançados no que se
refere ao pão. De 1917 a 1918, foram obtidos 30 milhões de pudes [de pão]. No
ano seguinte, 110. Estamos agora fornecidos, [porque] temos mais de trezentos
milhões de pudes de pão e talvez até 360 milhões de pudes. Logo, 25 a 30
milhões de pudes por mês. Estes números excedem os números de fome com os
quais lutámos nos anos da fome. Esta é a base a partir da qual não olharemos
com tanto horror para os papéis coloridos {notas}, para milhões, centenas de
milhões, milhares de milhões que temos que assinar todos os dias e que
mostram que essa base é um brinquedo partido, restos, farrapos das velhas
vestes burguesas [8*].
Quando 250
milhões de pudes de pão por ano estiverem nas mãos do estado, que os tirou do
campesinato para o desenvolvimento e como uma condição definida das
exigências industriais, teremos então uma base de construção e resolveremos então
livremente o problema da correcta distribuição.
A nossa
situação económica melhorou significativamente. Sabemos que temos mais de 100
milhões de pudes de petróleo. Sabemos também que temos de 20 a 30 milhões de
pudes de carvão na bacia de Donetsk. Também sabemos que melhorámos o problema
da lenha, que tivemos que resolver no ano passado sem carvão e sem petróleo.
Isso mostra que, apesar das perdas sem precedentes, da fadiga incrível, da exaustão
nervosa, da burocratização, apesar da deterioração de todo o aparelho
partidário, apesar de tudo isso, apesar das dificuldades da campanha de
inverno, continuamos a manter a nossa base económica básica fornecida e
garantida. Temos o pão básico para o povo e o pão para a indústria, isto é,
combustível; há muito mais do que no ano passado. É por isso que,
considerando a difícil situação que sofremos, dizemos que se mais uma vez
reunirmos forças e as aplicarmos numa campanha de inverno, temos a certeza de
que seremos vitoriosos.
Tenho de falar
agora sobre concessões {económicas}. Nós conversámos muito sobre concessões. Discutimos
se elas são permissíveis em princípio. Chegámos à conclusão de que são
permissíveis se forem correctamente aplicadas. É claro que só daremos aos
imperialistas aquilo que nós próprios não podemos desenvolver. Na Inglaterra,
os nossos camaradas concluíram uma concessão para 10 mil acres de floresta.
No norte, do distrito de Arkhangelsk, somos nós próprios quem organiza esse
empreendimento, que é absolutamente vantajoso para nós. Foi-nos oferecida uma
aquisição em 15 anos. É um período perfeitamente aceitável. Não se deve ter medo
de concessões; elas são uma enorme vantagem.
Li recentemente
um livro do social-chauvinista americano Spargo [41], o nosso actual
Alexinsky, que escreve que sofreremos um colapso óbvio se concluirmos
concessões com a burguesia. Ataques deste tipo feitos pelo Alexinsky
americano são completamente irrelevantes, e devemos tratar esses ataques com
muita calma, pois qualquer trabalhador razoável percebe que estamos certos.
Estamos a esforçar-nos para ajudar a Rússia a implementar o sistema comunista, mas não podemos fazê-lo apenas com forças russas. Dizemos que uma revolução só pode ser estabelecida pelos esforços dos trabalhadores avançados em países avançados. Sobre este assunto nunca houve uma sombra de dúvida de qualquer comunista consciente. Neste período de transição, quando um lado é fraco contra todos os outros lados, será um período de relações complexas e intrincadas. Podemos ficar calmos pois não nos confundiremos; já provámos a nossa política internacional em relação às pequenas potências, mas outros confundir-se-ão. Afirmar-nos-emos então, é claro, como uma república socialista devastada pela guerra imperialista, e tendo riquezas incríveis que não podemos desenvolver em 10-15 anos. Atrair capital estrangeiro para esse fim, pagando apenas pelo facto de que não podemos alcançá-los, {quanto à} nossa riqueza, é proporcionar agora uma base para relações pacíficas.
A Inglaterra
expulsou a nossa delegação [9*] sindical. querelou com Kamenev, e expulsou-o.
Não é tão assustador. Os comunistas sabiam como não ter medo da exibição. Ao
mesmo tempo, assinámos um contrato para a entrega de um milhão de chulipas. Neste
contexto, não temos de lutar. Temos chulipas, que não consegíamos fazer, temos
florestas que não conseguíamos usar e eles podem. Tomem de nós as florestas
na Ucrânia, que não éramos capazes de usar, e tomando concessões de nós, vocês
criarão a base da paz política e económica. Vocês não nos podem atacar,
porque qualquer tentativa de ofensiva significa um «Comité de Acção» em
qualquer país. O Comintern tem dezenas de ligações e agentes em todos os
países. Representantes de diferentes países vêm a Moscovo. Manter-nos-emos de
pé independentemente de todas as outras condições de desenvolvimento [37].
Esta arma é
fundamentalmente permissível, embora seja de dois gumes. E não apenas estamos
convencidos de sua admissibilidade fundamental, mas também aprendemos na
prática como administrá-la. Políticos americanos escrevem longas notas nas
quais nos acusam de que somos maus democratas. Um conhecido bilionário americano
chega e diz: vamos colocar as mãos ... Provavelmente vamos ganhar com isso.
Teremos que nos limitar à posição defensiva em relação à Entente na situação internacional, mas apesar do completo fracasso do primeiro incidente, da nossa primeira derrota, passaremos de novo de uma política defensiva a uma política ofensiva, desde que não acabemos derrotados. Comentários Finais
Camaradas,
resta-me fazer alguns comentários. O camarada Trotsky, no seu discurso final,
tentou interpretar a sua expressão «semi-sonambulismo» de maneira mais
aceitável. No debate, foi dito ao camarada Trotsky que, se o exército se
encontrava num estado semi-sonambulístico, ou como ele disse mais tarde, num
estado semi-exausto, afinal o comando estratégico central não estava, ou pelo
menos não deveria ter estado exausto. Mas o erro certamente permanece. Assinalei
que este é o mesmo erro que é confirmado por todo o curso de desenvolvimento
das nossas operações militares. Daí a conclusão: se não aprendemos a determinar
essa barreira interna de cansaço depois de Denikin e Koltchak, se o estado de
espírito é um terço sonambúlico, então devemos dizer a todos os líderes
políticos: confirme, por favor, as nossas diretrizes e modifique-as. Ainda
não aprendemos [a fazer isso], embora tenhamos feito duas experiências com
Denikin, com Kolichak e com a Polónia.
Em relação a
Bukharin, devo dizer que ele exagerou a segunda questão fundamental, {38}
como também exagerou, por exemplo, o camarada Estaline. A Europa Ocidental {39}
estava num estado do maior entusiasmo. Dizer agora que fomos decepcionados, suscita
a defesa legítima do Exército Vermelho. Comecei o meu relatório com o facto
de que a comissão para estudar as condições da retirada estava a trabalhar; o
CC tinha rejeitado a retirada. Não é por isso para desculpar o propósito
especial da comissão. A questão não é essa, mas o principal esboço político.
Não vamos considerar este assunto, mas vamos aprender com isso. Bukharin
disse: não se pode contar nem com uma revolução nem com a guerra. Uma revolução
distingue-se pelo facto de que a taxa de lutas e o número de combatentes
aumentam em 10 e 100 vezes, como as greves na Rússia em 1905. Continuamos a
manter a confiança que merece a frente da Europa Ocidental e o comando
central, pois ela resistiu ao teste em várias campanhas difíceis que mais do
que compensam todos os erros individuais.
O camarada que
disse: você não analisa os erros -- estava errado [10*]. Nós começámos com
isso. Construí o meu relatório sobre isso. Houve um erro, vamos analisá-lo.
Isto significa que todos os membros do partido falaram sobre isso, que todas
as avaliações sobre este assunto foram submetidas. Talvez tenhamos cometido
um erro em relação a Denikin, mas não é inevitável que cometamos tal erro 4
vezes.
Quando o
camarada Bukharin falou contra Dzerzhinsky, de que ele só provoca uma
tristeza cinzenta, eu entendo a situação real da qual Dzerzhinsky falou [11*].
Mas como se pode chamar isso tristeza cinzenta, quando uma pessoa avalia os
factos? Que significa tristeza cinzenta? Apenas que esses factos são muito
tristes, que eles mostram que a tarefa é muito difícil, por isso ele repreende
Poluyan, [40] diz que ele provoca tristeza cinzenta.
BUKHARIN (do seu
lugar): Referi-me a Kon.
Kon e
Dzerzhinsky citaram factos e apontaram a incorrecção da avaliação táctica de
Poluyan, que a situação era complicada, que não se pode levar em conta a
situação num país em que é tão difícil operar, onde temos uma população
puramente proletária. Mas provou-se que Poluyan estava enganado. Dizer que
ele estava a causar tristeza cinzenta não significa nada. Isso estabelece uma
certa linha negativa, no sentido de que não se pega nos factos negativos,
para que não se chame tristeza cinzenta. Não, nós, pelo contrário,
aprenderemos como selecioná-los.
Posso agora
resumir alguns resultados que coincidem com a linha de resolução aqui
trabalhada. O camarada Trotsky estava certo quando comparou o que aconteceu
na Polónia com o discurso de Julho de 1917 sobre a escala do tempo
revolucionário internacional. Isso está correcto [12*]. Nós próprios, ao
longo das manifestações de Fevereiro, Março e Junho e da manifestação de 20
de Abril, que chamámos de semi-manifestações e semi-revoltas, dissemos: «Um
pouco mais que demonstrações e um pouco menos que revoltas», nós passámos por
essas «pouco mais do que revoltas», e por revoltas bem sucedidas para a meta
... E estamos realmente a ir assim numa escala internacional: da
semi-revolução, de uma surtida mal sucedida, ao assegurar de que não existe
erro de cálculo, e aprenderemos daí a guerra ofensiva.
Não vamos falar
sobre isso na resolução. Apresentaremos o que os comunistas polacos nos
propõem e diremos que esta é a única decisão verdadeira que pôde ser
adoptada. Nós passamos por uma série de etapas pelas quais as massas
proletárias oprimidas se desenvolvem, permitindo que cresçam, se desenvolvam
e se fortaleçam e evitem os erros que inevitavelmente pairam no caminho. Esta
conclusão não é de forma alguma dos membros do CC, mas a conclusão tirada por
camaradas e delegados que estavam na Frente. Portanto, não houve
absolutamente nenhuma menção de desconfiança. O princípio da validade da acção
ofensiva, no sentido de decisões revolucionárias, é reconhecido; a clareza da
contabilização de forças, o rigor da verificação de factos negativos e
positivos é necessário.
Recebi uma nota:
porque se disse pouco sobre a Itália? Porque, para além das informações
jornalísticas sobre a Itália, não temos nada. Talvez isso seja um bom
presságio, porque se tivesse havido uma vitória do lado da burguesia ela teria,
provavelmente, informado. Mas, talvez, isto seja vudu. Em geral, podemos
dizer que a situação internacional, independentemente dos nossos passos na
Polónia, alimenta uma nova revolução internacional e que a revolução italiana
ganhou novo espaço. Se além disso houvesse uma Polónia soviética, ou uma
Hungria soviética, seria ainda melhor. De forma alguma prometemos que amanhã
[não] correreremos riscos pela Hungria. Tenho a certeza de que a conferência
concordará connosco a esse respeito. Mas diremos que nos arriscaremos de tal forma
que a cada passo duplo nos lembraremos onde parar. Vamos assumir riscos, na
esperança de ajudar a Itália; infelizmente, agora é quase impossível.
Mas o que é
importante, afinal, o que o camarada Trotsky enfatizou com segurança é a
absoluta necessidade de esmagar Wrangel, de o esmagar completamente pelo Inverno,
porque damos grandes concessões territoriais à Polónia em duas frentes, mas
ainda assim não seremos ameaçados por isso, com o desenvolvimento da guerra
civil, da escassez de pão, petróleo, etc. Portanto, Wrangel é a nossa
primeira prioridade, e as concessões territoriais à Polónia não são tão
importantes. Não houve objecções à nossa declaração de princípio em relação à
Polónia, e isso é uma garantia de que reanimaremos as nossas forças.
Talvez façamos
uma conferência adicional inteiramente sobre fornecimentos militares, para
que os camaradas partilhem as suas impressões, como um camarada de Kharkov,
[13] e pudessem dizer o que disseram sobre as suas iniciativas de logística
militar, quando fizeram o que não era feito noutros lugares. Esses exemplos
poderiam então ser facilmente transferidos para outros locais.
Terminarei
lendo o texto da declaração, que já foi finalizada e irá ser proposta para
aprovação da conferência, para que a secção comunista a leve amanhã para a
sessão do CEC e a aprove lá para que amanhã à noite a declaração possa estar
nas mãos da nossa delegação [14*].
|
V. I. Lenin
Political
Report of the Central Committee of the RCP(B) at the Ninth All-Russian
Conference of the RCP(B) and Concluding Remarks on the Results of the
Discussion
September 22, 1920
Comrades, it is
natural that in the report, which has to be presented at this moment, the
center of gravity should be the war with Poland and all the vicissitudes that
we experienced during this period. Let me start from some time back: from
[1*] the time when this war with
You know that before
the war with Poland we treated these issues with extreme caution and we offered
peace to the Poles, to the Polish bourgeoisie, in the most solemn manner --
namely even in the declaration on behalf of the CEC –, [1] on terms highly
favourable to them, Poles, a peace unfavourable for a number of
nationalities, workers and peasants [2*] who were under the yoke of the
Polish landlords and the bourgeoisie. We offered peace on the basis of
the Pilsudski line, i.e. the line on which the Poles stood before the
beginning of the offensive on April 26 this year, i.e., a line according
which they received the whole Belarus and a rather big piece of Ukraine,
because they would then get the Volhynia province, quite farther East [3*] of
Rovno, from where they now repelled us. We agreed to conclude peace on
this line, taking into account that peaceful economic work, to which would
turn the life of the army and the lives of tens of thousands of workers and
peasants, was of much higher value than the possibility of military successes
to liberate Belarus and part of Ukraine or eastern Galicia.
In this matter, in the
international political and economic relations, it has been repeatedly
confirmed and will be confirmed, that our new diplomacy is absolutely
unusual, unforeseen in the history of monarchical and bourgeois states. In no
way can it be accepted in other countries. When the Bolsheviks come out with
a sincere declaration no one in any state is able to understand that we are
really conducting diplomacy on the basis of sincere statements and principled
methods of diplomacy. Thus, when the Bolsheviks say "We are
ready to recognize Pilsudski's line," [for the international
bourgeoisie] it means that the Bolsheviks are excessively weak, therefore the
concession is excessively large. [4*] We endured the most rabid
chauvinism of the Polish bourgeoisie and landlords, the most rabid chauvinism
of France and other imperialist countries, who all reasoned that in
ordinary diplomacy such a thing cannot exist -- "Is this so? This
is weakness." Thus, the offensive was decided not only by the
Poles, but also by France, because we said quite unusually and
straightforwardly: in order to avoid war, we are ready to retreat. In the
earlier negotiations that Marchlevsky conducted as a formal representative of
the Polish Red Cross, in those negotiations [2] such a line as preliminary
condition for peace was a huge concession. This concession was
considered as our weakness and led to war.
You remember the
beginning of the war, which was successful for the Poles. They mastered,
before the conquest of Kiev and according to preliminary estimates, a
territory with a population of up to 4 million people. You remember that
after that success, the concentration of {our} troops was achieved, and our
troops, having taken the offensive, quickly reached the main border of Poland.
Here begins a major
upheaval in the history of the war with Poland, which in fact turned out to
be a veering {of Poland} for the peace. We need to start from this in
order to analyze the subsequent history and move on to the most important
thing, which now draws the attention of every party member, the most burning
issue, that is, the deep defeat, the catastrophic defeat that we suffered as
a result of the entire development of the operation.
On July 12, when our
troops, in a non-stopping offensive and having already covered a huge
territory, approached the ethnographic border of Poland, the English
government in the person of Curzon addressed us a note requesting us to stop
our troops on a line 50 versts {53 km} from the ethnographic border of Poland
as a condition for concluding peace. [3] This line went along the
Bialystok -- Brest-Litovsk line and gave us Eastern Galicia. So this
line was very favourable for us. This line was called the Curzon Line. And here then arose the
main question before us. The CC had to make the most important
decision. And this [decision] is the starting point, which my report
will have to return to in order to assess the most important and fundamental
issue. The question before us was whether to accept this proposal, which gave
us an advantageous frontier, and therefore, generally speaking, to adopt a
purely defensive position, or else to use that upper hand of our army and the
advantage of helping the Sovietization of Poland. Here lay a fundamental
question of defensive and offensive war, and we knew in the CC that this was
a new principled question, that we were at a turning point of the whole
policy of Soviet power.
Until then, we were
waging war with the Entente, since we knew perfectly well that behind every
partial offensive of Kolchak and Yudenich stood the Entente, we realized that
we were waging a defensive war and we were defeating the Entente, but we
could not completely defeat the Entente since it is far stronger than
us. We only tried to use as widely as possible the resulting cracks
between the different states of the Entente, in order to timely defend
ourselves. The history with Yudenich and Denikin showed something
unprecedented, incredible, from the point of view of the calculation of
forces. We destroyed them by parts. The cleverest world
politicians, not only those bloated from the colonial point of view, like
England, or the presumptuous France, worrying of her billions of the former
Tsar's mansion (there are still such strange people who are hoping his return),
not only such bloated politicians who are thinking of seizing something out
of Russia, not only those major politicians interested in Russia, but also
those not directly interested -- {they all} were in a state of shock. They,
being a hundred times stronger than us, having an infinite supremacy in
comparison with us not only in the sense of finance, but also in the sense of
the fleet and in other senses, did not materialize this capacity, because
they disintegrated among them, because they could not take a single step and could
not solve the simple task of uniting three or four elements, unite and
coordinate three or four mighty powers. We had nothing, but they could not join
themselves even financially, and this gave us an advantage. And this was
at a time when the entire bourgeoisie was seething with rabies and hatred
against Bolshevism, but it turned out that we were stronger than
them. They striked at the adversary by sections, shouting that they did
not want to get back the Tsar, that they could not interfere with the purely
monarchical policies of Yudenich and Denikin, and thus repelled from
themselves the element that should have been behind them (the peasant, kulak element).
This way, we became
convinced that, in general, the military offensive of the Entente against us
was over, the defensive war with imperialism was over, we had won
it. Poland was a bet. Poland thought that, like a power with
imperialist traditions, it was able to change the nature of war. Hence,
the assessment was as follows: the period of the defensive war was
over. (I ask you to write less: it should not go to press). On the
other hand, the offensive showed us that given the impotence of the Entente
to crush us by military means, its impotence to act with its soldiers, it
could only launch upon us individual small states who aren’t of military
value and who hold the landlord-bourgeois order only at the cost of those
measures of violence and terror the Entente provides them. There is no
doubt that the Menshevik-democratic capitalism which still holds in all
the states bordering Russia, formed from the former composition of the former
Russian Empire, beginning with Estonia, Georgia, etc., is held by what
England delivers them: guns, soldiers, uniforms, and money to keep the
workers under their control.
We faced a new
challenge. The defensive period of the war against world imperialism has
come to an end, and we can and must use the military situation to launch an
offensive war. We have beaten them when they attacked us. We will try to
attack them now, to help the Sovietisation of Poland. "We will help
the Sovietisation of Lithuania and Poland," as stated in our resolution.
[4] When this resolution was submitted to the Central Committee, we
didn’t fail understanding the somewhat awkward nature of this resolution in
the sense that it could not be voted against. How can one vote against
helping Sovietization? If we compare our attitude to Poland with our attitude
towards Georgia and Latvia, the difference will become absolutely clear. We
did not adopt resolutions that we would help the Sovietization of Georgia or
Estonia by military means. We took the resolution back, that we wouldn’t
help.
On this issue, there
were vivid clashes with the revolutionaries and communists of these
countries. They held bitter speeches against us, saying: how can you
make peace with the White Guard Latvian executioners who took to the gallows
and tortured the best Latvian comrades who shed their blood for Soviet
Russia? We also heard these speeches from Georgians, but we didn’t help
the Sovietisation of Georgia and Latvia. And now we cannot do what we
haven’t done before. Saving and strengthening the republic is an
overwhelming task. In relation to Poland, we have changed this
policy. We decided to use our military forces to help Sovietise
Poland. This led to a further general policy. We formulated this not in
an official resolution written down in the minutes of the CC, which is a rule
for the party before the new congress. But we said among ourselves that
we should probe with bayonets: is Poland ripe for the social revolution of
the proletariat? With this we raise a practical question which, as it
turned out, is not theoretically clear for the best communist elements of the
international association, that is, the Communist International. We decided
this question in the CC when the congress of the Comintern was held in Moscow
in July [5]. At the congress of the Comintern we could not raise this
question, because this congress was to be held openly; in that resided its
huge, revolutionary, general political significance to the world, which would
affect many times more than it had done so far.
At the congress, there
were elements to which the German independents belong, [6] who now lead the
filthiest policy against Soviet power. They could not be thrown out at
that time. It was necessary to show before the world communist party
that we do not want to let them into our ranks. Thus, at the congress of
the Communist International we had to speak openly. Therefore, that question
was deliberately not touched upon at the congress.
The transition to an
offensive against allies of the Entente could not be put there, because we
were not the same stage of development that is needed to discuss that
issue. We had to tolerate the Rothe
Fane [7] and many others could not even imagine that we would help
Sovietization of Poland with our own hands. These people consider
themselves to be Communists, but some of them remain nationalists and
pacifists [8]. Of course, the Communists who are more experienced to
that are the Finnish comrades, and no shadows of those prejudices are left in
them. I say – are not left, because they endured a longer period of the
war. When I met a delegation of English workers and I talked with them
that every decent English worker should want the defeat of the British
government, they did not understand me at all [9]. They made faces that,
I think, can’t be caught even by the best photo. The truth that, in the
interest of international revolution, the British workers must desire to
defeat of their government did not enter at all into their minds.
The fact that there is
in Poland a well-developed proletarian population and a better educated rural
proletariat, this fact tells us: you must help them to be sovietised.
This is the framework in
which events took place and in which stood our party. This was an
important turning point not only in the policy of Soviet Russia, but also in
world politics. Until now, we have acted as the only force against the
whole world, calculating only on how to catch fissures among them so that the
enemy cannot crush us. But now we said: we are now stronger, and for
each of your attempts at an offensive we’ll respond with a counter-offensive,
so that you know that you are risking not only of squandering a few millions,
as you squandered on Yudenich, Kolchak and Denikin, but that you risk for
each of your offensives that the area of the Soviet Republic will expand. Russia
has so far been only an object over which they have cheated and planned how
best to divide it between Yudenich, Kolchak and Denikin. But Russia said now:
we'll see who is stronger in the war. That's how the question
arose. It is a change of all politics, of world politics. The
historian will have to notice here that this is the beginning of a new
period.
What were the results
of this policy? Of course, the main result was that now we are the
victims of a huge defeat. Before proceeding to this, I must describe
what preceded it. How far were we able to probe with bayonets Poland's
readiness for a social revolution? We must say that this readiness is
small. To probe with bayonets meant getting direct access to the Polish
rural labourer and to the Polish industrial proletarian, as they live in
Poland. The industrial proletariat lives in Warsaw, in Lodz, in
Dombrowic, which are located very far from the border. On the other
hand, in order to really probe the degree of readiness of the proletariat of
Poland, first of all the industrial proletariat and secondly the rural
labourers standing under oppression, we had to clear the Polish bourgeois
troops and occupy not only the region of Warsaw, but also those areas where
there is an industrial proletariat. And those areas begin even before
[5*] Warsaw, which could not be taken. Therefore, Poland's readiness for
socialist revolution was hardly possible to probe. We faced a great national
upsurge of petty bourgeois elements, who, as we approached Warsaw, became
terrified for their national existence. We have not been able to probe
the real mood of the proletarian masses in rural labouring and in the ranks
of the industrial proletariat of Poland.
But a picture turned
up in international politics, which is something highly instructive and which
was the center of the events. One side of the picture will be clarified
in more detail by Comrade Kamenev, who observed in London some twists and
turns [10]. We were not able to probe the development and preparation for the
socialist revolution of the proletariat in Warsaw. Our offensive has
proved that Poland cannot win against us, but we are very close to this. It
turned out that all this is changing the international policy. We,
approaching Warsaw, came so close to the center of the world imperialist
policy that we began to do it {the socialist revolution}. This sounds
incomprehensible, but the history of the "Action Committee" [11] in
England proved, with absolute certainty, that somewhere near Warsaw is
located not the center of the Polish bourgeois government and capital of the
republic; somewhere near Warsaw lies the center of the entire present system
of international imperialism, and that we are in a situation where we begin
to shake this system and make a policy not in Poland, but in Germany and
England. Thus, in Germany and England we created an entirely new stage
of the proletarian revolution against world imperialism, because Poland, as a
buffer state between Russia and Germany, Poland, as the last state, will
remain wholly in the hands of international imperialism against
Russia. It is the mainstay of the entire Treaty of Versailles [12].
The modern imperialist
world rests on the Treaty of Versailles. Having defeated Germany, having
solved the question -- which of the two world powerful groups English or
German will control the destinies of the world for the coming years --,
imperialism concluded the Versailles peace. They have no other consolidation
of world relations, both political and economic, except for the Versailles
peace. Poland is such a powerful element in this Versailles peace that by
tearing this element out, we are breaking down the entire Versailles world.
We set the task of Warsaw, the task changed and it turned out that it was not
the fate of Warsaw that was decided, but the fate of the Treaty of
Versailles. The question was posed as such in the entire bourgeois
Black-Hundred German and French press. The approach of our troops to the frontiers
of East Prussia, which is separated by the corridor of Poland, going farther
to Danzig, indicated that Germany was in full boil. News began to come out
that tens and hundreds of thousands of German Communists were crossing our
borders, and telegrams of German communist regiments that had flown away. We
had to take decisions of not publishing about help and continue claiming that
we were at war.
When newspapers that
do not share the views of the Bolsheviks describe now the situation in East
Prussia, one gets an extremely interesting picture that reminds me of some
periods of the Russian revolution of 1905, when an average type of Black-Hundred-Revolutionary-man
appeared in Germany [13].
At the time, the 1905
revolution in Russia had taken the first major steps to dig up and raise the
largest masses and also the most backward elements of the peasantry. The
Black Hundred members helped us in this work, when with their agitation
against us they tried to raise the peasantry. This agitation was then
conducted by the Black Hundred priests and officers, and as a result of this
newly emerging political organization of the Black Hundred the peasants became
united for the first time, and attracted to the organization. These
peasants in revolt came up one day with Black Hundred demands and the next
day they demanded all land from the landlords.
Now the same thing happened
in Germany. I did not take with me the correspondence of one German
anti-Bolshevik press (which, of course, I could not read here throughout for
lack of time), which says that all eastern Germany is boiling and all the
Kappists [14] (those who stood behind Kapp -- our Kornilov) all these Kappists
are for the Bolsheviks. It so happens that when one speaks with a
backward German guy who does not understand anything of politics, he
hesitates and says that one should have to reinstate Wilhelm, because there
is no order, and at the same time he says next, the contrary, that one should
follow the Bolsheviks. We see that East Germany is seething. An
unnatural bloc is being formed, headed by Kornilov generals, who are people
of military mind with a slogan: only a war with France at all costs, no matter
with whom and no matter in what conditions; these German officers,
politically illiterate people, who do not know that the war carries after
itself certain consequences (as they understand it), such German officer
needs to study for 10 years different revolutions in order to learn
something. Still they have the idea of a war with France, at all costs.
It was thus discovered
that we had strength, and considerable strength, against the Entente. At
that time we replied to Curzon: You mention the League of Nations [15]. But
what is the League of Nations? She's not worth a penny. Another
question: who decides the fate of Poland? This question cannot be
decided by what the League of Nations will say, but by what the Red Army man will
say. This is how we replied to Curzon, once we translate our note into
simple language [16]. This was understood in Germany and a bloc of
unnatural characteristics emerged, a bloc which was not established by an agreement,
not recorded anywhere or voted, a bloc in which the Kappists and
Kornilovites, the whole mass of the patriotically-minded elements was
together with the Bolsheviks. That's the problem existing at that time, and
the German communists could not then solve this problem, they could not
decide because they were sitting here in Moscow; they were sitting and
solving the most basic issue on how to create elements of an actual Communist
Party in Germany. They decided the main question of the attitude towards the
right-wing independents, whose leaders were like our Martov, but whose
workers were Bolshevik-minded. They were busy solving this worldwide
problem, which arises in all countries. At the time the events in
Germany begged decisions on all these issues. A bloc of progressive red
patriots and communists appeared which consciously acknowledged a bloc with
Soviet Russia. The result was a bloc such that there are only two forces
in world politics: one is the League of Nations, which produced the Treaty of
Versailles; the other is the Soviet Republic, which the Treaty of Versailles overstrained.
The unnatural bloc of Germany was for us.
This was a gigantic
fact of international politics, which I observed partly more than once and on
which I had to ponder, when I summed up the campaigns of Yudenich, Kolchak,
Denikin and spoke about the conditions for concluding peace with Estonia,
Georgia and Latvia [17]. On an international scale, things went such a way
that not only we had beaten Kolchak and Denikin and had won the Russian
prosperous peasantry -- an anti-communist one, which, among other things,
decided the fate of Kolchak and Denikin --, but we won the petty bourgeoisie
and the big bourgeoisie of the small countries formally independent but
crushed by the Entente. This decided Estonia to conclude peace with us
[18], the first country to conclude peace with us. She is entirely
bourgeois, entirely in the pockets of British and American billionaires,
completely against peace with us, but she concluded peace with us, so dreary
seemed to her the international imperialism.
In Germany, the
Communists remained with their slogans. When the German Left agreed to
such absurdity that there is no need for a civil war, but on the contrary, a
nationwide war is needed against France, it was an unheard-of
stupidity. To put the question on this way bordered on
betrayal. Without a civil war, you will not get Soviet power in
Germany. If you conclude a bloc with the German Kornilovites, they will
cheat you. In Germany there is a weak and small Communist Party [19] and
a strong party of Scheidemanites, right-wing Mensheviks [20]. A huge
proletarian party headed by our Martovs. A policy between two chairs.
Thus, the first result
was that a number of small states joined us, despite all their hatred of the
Bolsheviks, along with reprisals against their Bolsheviks -- Estonian,
Finnish, Latvian; they had to make peace with us, and said that
internationally, we, small countries, are closer to Soviet Bolshevik
Russia. We have in fact shown that in Germany, wherever the mood of the
masses is the most undeveloped and Black Hundred, they are able to say: it is
better for Wilhelm that there is no other force for Germany in the
international relations except Soviet Russia. The national wishes of Germany
consist of two values, which if not distinguished politically amounts to
making a huge mistake. One value is to throw off the Treaty of
Versailles, which chokes them. On the other hand, the German
imperialists, who joined in, said: we not only want to throw off the Treaty
of Versailles, but actually we wish the restoration of imperialist Germany.
We probed the international situation not only of small countries but also of
Germany.
In my speech at the
opening of the Comintern Congress [21] held in Petrograd, I had to talk about
the international situation. I said that the population of the Earth is now
one billion and three quarters [22], of which 1/4 billion in the colonies and
three quarters of a billion in those countries that were defeated; that means
70 percent in the colonies. I said that even with such a crude
calculation, if we consider the world policy, then seven-tenths of the
population will be those who, under the right policy, will stand for Soviet
Russia. They may ask: how can they stand for Soviet Russia, when they
are not Communists? And how did Estonia and Georgia stand with us, even
though the communists were being shot there? By our international policy
we have now inspired a union of all countries living under the Treaty of
Versailles. And this is 70 percent of the total population of the Earth.
Whereas in Germany
they confined themselves to only those which trembled and waited, in
England the situation was different. In England, Curzon presented us
with an ultimatum: either step aside or we are at war. They came to
believe that they, who signed the Versailles peace, can dispose of the whole
world. When we answered that we did not recognize the League of Nations,
the French newspapers wrote: "a daring answer", an expression from
the terminology of the school room that the teacher tells the boys who are
behaving defiantly. But in world politics such terms must not be voiced. The
fact is that the League of Nations, as such, did not show itself.
It was found out that
in order to fight against us they must first ask the English worker. As
a result of our statement the English proletariat arose to a completely new
revolutionary stage. We, standing near Warsaw and not knowing how Warsaw
would take and feel it, what was the readiness of the Polish worker for
revolutionary action, we have probed the British workers and raised them to a
new stage of revolutionary action. When we were presented with an
ultimatum, the British workers, nine-tenths of whom were the most malevolent
Mensheviks, responded with the creation of the Action Committee. The
English press became worried, cried out that this was a dual power. And
she was right. As regards the political relations England was at that
stage Russia was after February 1917: along with the government there were
Soviets, which had a conciliation committee and actually every step of
the government was checked when the bourgeoisie of the whole world said that
this could not exist. And now the Action Committee appeared in England,
and this Action Committee prevented the war of England against us. None
of the threats that Lord Curzon presented to us could be carried through. The
working-class movement of England rose to an incredibly high level. The Action Committee created an organ of
the entire working masses, their political center, which became close to the
bourgeoisie but which does not go in concert with it. At the head of
this Action Committee are bright Mensheviks and bright right-wing
Socialist-Revolutionaries, those people whom we once drove away. They {the
working masses} needed [in order to break up with the opportunists] the 2nd
Congress of the Comintern in Moscow, where representatives of all countries
gathered. Only now we have the full text of the resolutions, where this
policy is adopted on an international scale [23]. And what was the
reaction? They say that we put forward unheard-of conditions. There
is now a split, at least a split between the Bolsheviks and the Mensheviks in
all countries without exception. At a time when, with the help of the
Comintern, we did what we could not do for decades even in the conditions of
a complete split within international imperialism, at a time that the
Mensheviks and Bolsheviks in England joined forces in the Action
Committee, we had [at the Congress of the Comintern] to painfully solve
tasks of an exorbitant difficulty. The progress of the labour movement needs
it, to ideologically break with the Mensheviks but at the same time act
together with them in the Action Committee.
At first glance this
seems to be a contradiction and opportunism, but we say: you will have to
keep on backing the Russian revolution in its main features. The Action Committee
in England is quite similar to our CEC of the times when the affairs of Gotz,
Dan, and others were being decided there. It is the unification of all
workers, without distinction between Mensheviks and Bolsheviks, an
association that competes with the bourgeois government in which the
Mensheviks are compelled to act like Bolsheviks. We are aware that the
manifesto of 1917, released by the Mensheviks and the SRs of the first
convocation [24], said that the war was imperialistic; let us defend the minority. They
became entangled, and the mass was brought to us, and, thus, Plekhanov was
right.
They say: we are for
constitutional democracy, and you are for partial democracy. There is also an
Action Committee, but this is an extreme case. This is something we
expected to read, because this is the attitude of the imperialist country
itself [with] the unusually strong traditions of Menshevism. Whereas our
Menshevism has a history of 15-20 years, over there all the trade-union
organizations are entirely with a democratic system headed by
Mensheviks. It was completely damaged by the English Mensheviks, and
they had to attack the method of the dictatorship of the proletariat. We had
the opportunity to tell the English and French workers that you must teach
them how to be Communists. The Comintern taught this. English
politics begins teaching the French. Together, they must learn with the English Bolsheviks on how
to make a bloc on the basis of mass organizations, when they are forced to
act constitutionally, as the English masses had to learn this in practice. It
was difficult for us to decide, and we in Russia painfully experienced how
many times the Russian workers were duped by the Mensheviks and SRs before
they ceased to believe in them. They cheated the Russian workers before
the February revolution [25], they cheated them from May to the July
offensive [26], when they cheated again, and finally by October the Russian
worker was mature enough to not allow himself being cheated again. How many
times it will be necessary to cheat the British workers by the English
Mensheviks is not written in any book and cannot be written. We’ll
see. But the English Bolsheviks must be able to stand together with the
masses all the time, educate them, show them, and tell them: here again you
are being fooled, here again you are being cheated. And in the process
of the present events in
This is the result of
our international policy in the emerging relations in Western Europe.
Now I must go to the
main and sad conclusion, which resulted from all this. We were thrown
out from the front and we flew off so much that the fighting is going on near
Grodno, and the Poles are approaching the line on which Pilsudski boasted
before that he would come to Moscow. That was only bragging. I must say
that despite the fact that we were repelled our troops did miracles after
all. They were thrown back hundreds of versts to the east and to the
west, but they were not thrown back to the point where we had earlier
proposed to put up with Pilsudski. Pilsudski will go now to the peace
in worst conditions for him and better for us, than our first proposed
conditions. Anyway, we suffered a huge defeat, a colossal army of
100,000 either in captivity or in Germany. In a word, a gigantic, an
unheard-of defeat.
What does this mean? This means that, undoubtedly, a
mistake was made, because we had victory in our hands and lost
it. Therefore, there was a mistake.
Before everyone raised this question, and before we in the
CC found the answer: where is the mistake? Where is it and where should
it be found? The error, clearly, should be either in the politics or in the
strategy of war. But you know that strategy and politics are
inextricably linked. During the Civil War the Politburo had to solve
purely strategic issues, so purely strategic issues that we looked at each other
with a smile: how did we become strategists? Among us there were even
people who staying far away didn’t see the war. But, despite this, we
had to deal with strategy, because strategy is subordinated to politics and they
are inextricably linked with each other. Nowadays, since in the era of
the Yudenich-Denikin offensive we have often tackled purely strategic
issues, we are no longer surprised by this. But we must remember
that every strategy is nothing but politics.
Where to look now for the
mistake? Perhaps a political
error, perhaps a strategic one. I do not pretend in the slightest way
that I know a great deal of military science; I apologize in advance to
comrades who know this science theoretically and practically. I will
examine from the point of view of where to search for a possible error,
political or strategic.
I will say now that
the CC has examined this question and left it open. In order to research
this issue, in order to solve it properly, we must dedicate great forces to
it, which we do not have because the future occupies us entirely. We came
to this: Error -- either in politics, or in strategy, or both. Maybe
there was a mistake in replying to Curzon's note on June 12, when we said: we
simply do not care about the League of Nations, go ahead.
Needless to say, we decided
based on an incorrect definition. From revolutionaries -- who are under
difficult political conditions, who are accustomed to triumphantly solve issues,
when there is unprecedented heroism and rise of the masses -- a correct
definition is required. We, solving this question, predetermined a
general offensive line. At the heart of it, this line was correct -- we
are convinced of this. At the heart of it, it was all right and really
coincided with a new period of world history, when Russia -- which had
hitherto been the object of task solving (Yudenich or Kolchak to crush her
and than eat her) -- determined England's domestic policy.
And here, perhaps, we
should have responded differently. We said that we accepted Curzon's
proposal at the core, but that we would negotiate. We negotiated on the
basis of our decision, until Kamenev in circumstances beyond his control had
to negotiate in such a way that he was expelled [28]. We got help from
the Action Committee, so Kamenev finally won and not Lloyd George. Maybe we
should have responded like this: we accept, as a basis, that we will stop at
the 50th verst from the border that you propose. This is determined by
the conditions of the military fronts. By receiving eastern Galicia, we
had a base against all modern states. Under such conditions, we became
neighbours of the Carpathian Ruthenia, which was in more effervescence than
Germany, and is a direct corridor to Hungary, where a small push is enough to
make the revolution break out. We would have preserved an international
aura of a country that is invincible and a great power. This is a great credit.
But here another
policy loomed. We would not have gotten {with it} the effervescence as
it then resulted. We, probably, would not have gained the Action
Committee. We would not have gained the transition of all British
politics, proletarian and bourgeois, to a new stage. But we would have
won a durable, peaceful, firm base for operations versus central Europe
throughout the planned borders. Perhaps, I repeat, there was a political
mistake, for which the CC is responsible in general, and for which each of us
takes responsibility. This is the main mistake. Strategy is subordinated
to politics.
Perhaps another
explanation is that, since the CC defined the policy line, it therefore determined
the position of all Soviet organs, it defined the framework over which our Command
could not go. The CC gave the mission of helping Sovietization, of crossing
the ethnographic boundary and holding the border with Germany from that place
where we stood, from Bialystok. A strategy could change, by modifying its strategic
conditions and tasks. It is possible to argue that strategists must
precisely prodcuce the solution of a problem. But one thing is
conversation, motivation, and mood; another thing is decisions. One can
talk, but if someone, a respectable People's Commissar, does not take
decisions, he will be expelled or imprisoned. Without this understanding
we would all have disintegrated long ago. Here, perhaps, strategy will realize
and say: we shall not have the strength to advance; having passed 50 or 100
versts, by stopping there, we will stand in ethnographic Poland and we shall
have a sure and firm victory. We are now certain that if we had stopped then,
we would now have an absolutely victorious peace, and preserved all that aura
and impact on international politics. Perhaps it was a strategic
mistake.
It is within these
limits that stand in the main lines all misakes around which the thought of
the Central Committee naturally revolved. You see why a prevailing opinion was
formed in the Central Committee, which was not that we would not create a
commission to study the conditions of the offensive and retreat. We
don’t have the forces to do it. We now have a number of other issues
that require immediate solution. We cannot lend it a single, even
second-class energy. We need to address other issues, the most
complicated issues of politics and strategy, because we remember how we ended
{operations} with Denikin, drove him to the Donetsk region but, having failed
to finish him off, he came back to Orel. We saw how we fought
Kolchak. When he was caught up at Ufa and then drove us back to Samara.
At that time all European press announced a new deadline for the fall of Moscow
and Petrograd.
Curiously, I saw
yesterday an American publication, [29] where some people compiled in a small
edition full information on what the best American newspapers wrote about
You remember how our
Red Army, after a hundred and fifty versts of defeats finished off
Kolchak. It was doing the impossible, as a comrade from the Red Army told
me, before stopping 50 versts outside Chelyabinsk, when it was in a state of incapacity. Comrade
Smirnov said: "Look to the Russian soldier. If we did not go forward, [if
we did not] mobilize [new men], in a desperate situation, regarding
footwear, the transition would be impossible; it was done by heroes who can
do this kind of miracles." The Red Army soldier began to do
miracles. He advanced 80 versts, and whether he would advance
another 100 [versts], or he had to stop after 100 versts, because he will not
go any further, is a strategic task of an unheard-of difficulty, of new
strategy. You see what we have experienced with Kolchak. You see those
elements, those tasks, out of which the CC made its conclusion. The CC
itself, worrying a lot about the fact that we made a mistake and would be
defeated, did not appoint a commission to correct this mistake.
We must address the
issues of current policy: the negotiations at Riga [30]. We are facing
an offensive in Grodno, and Wrangel took Aleksandrovsk and advances to
Ekaterinoslav. We must exert every effort to handle this question; and we
have to double everyone’s energy. We tackled this issue and I must draw
your attention to it. It is clear that the Polish and Wrangel’s offensives
are one offensive by the Entente. She put everything at stake. A letter
came today from one comrade [31] working in England, who says: the mood is
changing so much that whereas yesterday the German Kornilovites [6*] were for
the Bolsheviks, they are now for the Entente. But we have seen overturns
and larger ones.
We must reckon with
what the conditions are now. In all likelihood the winter campaign is a
foregone conclusion. A whole series of signs indicate with what Poland and
the Entente imperialists count on. The French bet on Wrangel and tell the
Poles: rest assured that if you get a border from the Bolsheviks that would
go no farther than Warsaw, your case is lost. With us stands Wrangel and we
are your only friends. Politics is not too much important. The
French, the Poles, and Wrangel: it is not so easy to bring into a united
action these three elements. It is almost impossible to unite three
governments, three forces against the Bolsheviks. It would seem that it is
easy enough to do this, because they all hate the Bolsheviks. One should
imagine how Pilsudski, Wrangel and the French imperialists are ready to use
all their might to suppress the Bolsheviks. All three proclaim to be against
the Bolsheviks but cannot do anything, even if they were ten times smarter
and had with them ten times more clever counsellors. Now, on one hand,
the French are applyng their best efforts to support Wrangel, and he is
making progress. Reinforcements were sent to him. On the other
hand, the French shall keep hold of the Polish front and say: wait, do not
make peace. Poland -- petty bourgeoisie, patriotic and chauvinistic; the
representatives of the PSP party [32], the landowners' and people’s party [33],
the party of well-to-do peasants and kulaks, say: we prefer peace, because
war carries ruin.
Poland was already in
a complete crisis before the war and their representatives said that they would
be completely ruined financially after the war. This is correct, because
they know perfectly well that they will have to pay this war, since France
recognizes the "sacred private property".
Once again there is a
message that 60 steamers have gone to Poland. I do not think that they
will strengthen their position with the help of these 60 steamers. The
comrade who gave us this report, [34] said that the Poles had changed the
social composition of the army. This observation had passed unnoticed to
him, and I note it, because in it lies the whole point. If we defeated
Kolchak and Denikin, if we won over them, it was only because they changed
the social composition of the army. Wrangel now feels firm only because
he has an army of officers, and he knows that if he starts to rely on the
masses, he will fly off as quickly as Kolchak and Denikin flew in their time.
The Poles attacked us
with an army initially composed exclusively of young people, who could be
completely handled, and now they mobilized those ages that have gone through
a much more cruel war, they now have an army of grown-up people, an army that
does not consist of boys who cannot be taught anything. The Poles now
crossed the line that Kolchak and Denikin had crossed in their time, the line
in which there was at first a maximum victory, and in which the maximum
defeat was achieved. These are the conditions that presently exist in
Poland. Under such conditions, we still say that we must avoid the winter
campaign, because [for] us 10 thousands of lives of Russian workers and
peasants are much more valuable than anything else.
We perfectly
understand that the stakes are high, that we are strong, that by taking
Galicia where the Soviet system is assured, by taking Galicia which has a
connection with Czechoslovakia and Hungary, which is already in
effervescence, we are thereby developing the direct road to the
revolution. Because of this, it is worth fighting, it is impossible to
neglect such a fact. But at the same time, we are aware that the winter
campaign will require many lives, and we say: we must avoid the winter
campaign. The chances for this are slim, because Wrangel and Poland do not
curse each other and they still have one international front. But here
we will cut them off as we always did. We’ll go against all previous
international practices. We know well that international predators will
not believe us, but there is always one or another who will believe us. We'll
cut it straight by proposing on behalf of the the CEC meeting to declare that
we do not want a winter campaign, that we want to sign the peace in 10 days,
and then we renounce Galicia and offer a border much east to the Curzon line
[35]. For us these concessions are not heavy, for us is more important to
avoid the winter campaign and strengthen ourselves in the field of peaceful
construction. We propose to do it in 10 days.
We say, however, that
in order to do this, it is necessary that your patriotically minded petty
bourgeoisie, and the workers, defeat the bourgeoisie and landlords. This
possible, because they are strong, because the peasantry has always been
patriotic lackeys. This is inevitable because of economics. It is inevitable
in the political sense due to the private property. Anyway, there are
chances, and a private meeting of these parties with us already took place
[7*]. The representatives of these parties said: we know that it was not
the Entente that saved
We
must return to the consequences from {our} first attempt of active policy to
the West European policy. The
consequences are not that terrible. The military consequences do not
imply consequences [to] the Communist International. Under the noise of
war, the Comintern forged a weapon and honed it such that the imperialist
gentlemen will not break it. The development of all parties is still in
our own way, as prescribed by the Comintern. We can say without any
exaggeration that we can be calm on this matter. Our cause boils down to
the pace of development, to the conditions of development.
We were not able to
win a decisive military victory that would have broken the Versailles
peace. We were confronted with tearing down the Versailles Treaty of global
triumphant imperialism, but we have had not the forces to do it. Our
basic policy remains the same. We take every opportunity to move from
defense to offensive. We have already undermined the Treaty of
Versailles and we will break it down at the first opportunity. Now, in
order to avoid the winter campaign, we must make concessions. I do not have
at my fingertips the text of the declaration, which is proposed to the party
conference for approval and referral to the [CEC] meeting. I outlined
its political content. In order to avoid the winter campaign, we assign
a short ten-day period to the Poles. Chances are not great, but we will
win in both conditions. We showed our troops that we had done everything
to get rid of the difficulties of the winter campaign. For us, the question
of territorial borders is a serious one compared to the question of the
speedy end of the war. We have put forward a condition, and no matter
how difficult would be a winter campaign imposed against our peace proposal,
we will still end it victoriously.
I am over the limit of
my time and I will now very briefly move to the internal situation. We
will end the winter campaign victoriously, despite the enormous
fatigue.
We have achieved great
successes, and we are on such a level that, from the economic point of view
it is clear that the basis, the foundation, the fundaments were obtained regarding
bread. From 1917 to 1918, 30 million poods [of bread] were
procured. The next year, 110. We are now provided, [because] we have
over three hundred million poods of bread, and maybe up to 360 million
poods. Hence, 25 to 30 million poods per month. These figures
exceed those hungry figures with which we fought in the famine
years. This is the basis from which we will not look with such horror to
the colored papers {banknotes}, to the millions, hundreds of millions,
billions that we have to sign every day and which show that this basis is
a torn toy, the remains, the tatters of the old bourgeois vestments
[8*].
When 250 million poods
of bread per year are in the hands of the state, which took them from the
peasantry for development and as a definite condition of industrial
requirements, we then have a construction base, and we will then freely solve
the problem of correct distribution.
Our economic situation
has improved significantly. We know that we have more than 100 million
poods of oil. We also know that we have from 20 to 30 million poods of
coal in the Donetsk basin. We also know that we have improved the
problem of the firewood, which we had to solve last year without coal and
without oil. This shows that despite the unprecedented losses,
incredible fatigue, nervous exhaustion, bureaucratization, despite the
worsening of the entire party apparatus, despite all this, despite the
difficulties of the upcoming winter campaign, we continue to maintain our
basic economic base provided and secured. We have basic bread for the
people and bread for the industry, i.e. fuel; there is much more than
last year. That's why, considering the difficult situation that we have
suffered, we say that if we have once again to rally forces and put them on a
winter campaign, we are sure that we will be victorious.
I have to talk now
about {economic} concessions. We talked a lot about concessions. We
discussed whether they are permissible in principle. We came to the
conclusion that they are permissible if they are correctly placed. Of
course, we will give the imperialists only what we cannot work out
ourselves. In England, our comrades have concluded a concession for 10
thousand acres of forest. In the north, in the Arkhangelsk district, we
organize this undertaking ourselves, and this is absolutely advantageous to
us. We were offered a buyout in 15 years. This is a perfectly
acceptable period. One must not be afraid of concessions; they are a
huge plus.
I recently read a book
of the American social-chauvinist Spargo [41], our present Alexinsky, who
writes that we will suffer an obvious collapse if we conclude concessions
with the bourgeoisie. Attacks of this kind by the American Alexinsky are
completely irrelevant, and we must treat these attacks quite calmly, for any
reasonable worker realizes that we are right. We are striving to help Russia
implementing the communist system, but we cannot do it purely by Russian
forces. We say that a revolution can only be established by the efforts
of advanced workers in advanced countries. On this matter there was
never a shadow of a doubt of any conscious communist.
In this transitional
period, when one side is weak against all other sides, it will be a period of
complex and intricate relationships. We can stay calm that we will not
get confused because we have already proved our international policy towards
small powers, but others will get confused. We will then stand, of
course, as a socialist republic devastated by the imperialist war, and having
incredible riches that we cannot develop in 10-15 years. To attract
foreign capital for this, to pay only for the fact that we cannot catch up
with them, {regarding} our wealth, is to provide now the basis for peaceful
relations.
England expelled our
trade union delegation, [9*] quarrelled with Kamenev, expelled him. It's
not so scary. The Communists knew how not to be afraid of the
exhibition. At the same time, we signed a contract for the deliver of a
million sleepers. In this context we don’t have to fight. We have sleepers, which we were unable to
make ourselves, we have forests which we were unable to use, and they
can. Take from us forests in Ukraine, which we are unable to use, and by
taking concessions from us, you will create the basis of political and
economic peace. You cannot attack, because any attempt at an offensive
means an "Action Committee" in any country. The Comintern has
dozens of connections and agents in every country. Representatives of
different countries come to Moscow. We stand independently of all other
conditions of development [37].
This weapon is
fundamentally permissible, although it is double-edged. And not only are
we convinced of its fundamental admissibility, but we also learned in
practice how to manage it. American politicians write long notes in
which they accuse us that we are bad democrats. A well-known American
billionaire arrives and says: let's get our hands on... We probably will win
from this.
We will have to
confine ourselves in the international situation to the defensive position in
relation to the Entente, but in spite of the complete failure of the first
incident, our first defeat, we will time and again move from a defensive to
an offensive policy, as long as we are not defeated to the last.
Concluding
Remarks
Comrades, it remains
for me to make a few comments. Comrade Trotsky in his final speech tried to
interpret his expression "semi-somnambulism" in a more acceptable
form. In the debate Comrade Trotsky was told that if the army was in a
semi-somnambulistic state, or as he later said, in a semi-exhausted state,
then after all the central strategic
command was not, or at least should not have been semi-exhausted. But the
mistake certainly remains. I pointed out that this is the same mistake that
is confirmed by the entire course of development of our military operations.
Hence, the conclusion: if we have not learned to establish this inner barrier
of weariness after Denikin and Kolchak, if the state of mind is one-third
somnambulistic, then we must tell every political leader: kindly confirm our
directives and modify them. We have not yet learned [to do this], although we
did two experiments with Denikin, with Kolchak and with Poland.
Concerning Bukharin, I
must say that he took over the edge the second fundamental question [ 38],
just as took over the edge, for example, Comrade Stalin. Western Europe [39] was
in a state of the greatest enthusiasm. To say now about this that we were let
down raises the quite legitimate defense of the Red Army. I began my report with
the fact that the commission for studying the conditions of the retreat was working;
the CC {had} rejected the retreat. There is no need to justify the special
purpose of the commission. The point is not that, but the main political
outline. We will not consider this subject, but we'll take a lesson from it.
Bukharin said: one cannot count either on a revolution or on war. A
revolution is distinguished by the fact that the rate of struggle and the
number of fighters increase by 10 and 100 times, like the strikes in Russia
in 1905. We continue to maintain the trust that deserves the West European Front
and the central command, for it has withstood the test in a number of
difficult campaigns that more than compensate for all particular mistakes.
The comrade who said:
you do not analyze the mistakes -- was wrong [10*]. We started with it. I
built my report on this. There was a mistake, let's analyze it. This means
that all members of the party talked about this, that all assessments on this
matter were submitted. Perhaps, we made a mistake as regards Denikin, but it
is not inevitable that we make such a mistake 4 times.
When Comrade Bukharin
spoke against Dzerzhinsky, that he only provokes a blue sadness, I understand
the actual situation of which Dzerzhinsky spoke [11*]. But how can you call
it a blue sadness, when a person assesses the facts? What does blue sadness,
mean? Only that those facts are very sad, that they show that the task is too
difficult, for this he scolds Poluyan, [40] that he provokes blue sadness.
BUKHARIN (from his
place): I referred to Kon.
Both Kon and
Dzerzhinsky cited facts and pointed out the incorrectness of Poluyan's
tactical assessment, that the situation was complicated, that one cannot take
into account the situation in a country where it is so difficult to operate,
where we have a purely proletarian population. But it has been proven that
Poluyan was mistaken. And saying that he was causing blue sadness doesn’t
mean anything. This sets a certain negative line in the sense that one will
not pick up negative facts, lest it will be called blue sadness. No, we, on
the contrary, will learn how to select them.
I can now sum up some
results that coincide with the resolution line worked out here. Comrade
Trotsky was right when he compared what happened in Poland with the July 1917
statement on the scale of international revolutionary time. This is correct
[12*]. We, ourselves, through the February, March, June demonstrations and
the April 20 demonstration, which we called semi-demonstrations and
semi-uprisings, said: "A little more than demonstrations, and slightly
less than revolts," we went through these "little more than
revolts" through successful uprisings to the goal... And we are really
going on like that on an international scale, from the semi-revolution, from
an unsuccessful sortie, to ensuring that there is no miscalculation, and we
will learn the offensive war from this.
We will not talk about
this in the resolution. We will put forward what the Polish Communists are
proposng us, and we will say that this is the only true decision that could
be adopted. We go through a series of steps in which the oppressed
proletarian masses develop, enabling them to grow, develop and strengthen
themselves and avoid the mistakes that inevitably are on the way.
This conclusion is by
no means of the members of the CC, but the conclusion drawn by comrades and
delegates who were at the front. Therefore, there was absolutely no mention
of mistrust. The principle of the validity of offensive action, in the sense
of revolutionary decisions, is recognized; the clarity of the accounting of
forces, the thoroughness of checking negative and positive facts is
necessary.
I received a note: why
little was said about Italy? Because, apart from newspaper information about
Italy, we have nothing. Perhaps this is a good omen, because if there had
been a victory on the side of the bourgeoisie she would then have, probably,
informed But, maybe, this is voodoo. In general, we can say that the
international situation, irrespective of our steps in Poland, breeds a new
international revolution and that the Italian revolution has gained new
scope. If moreover there was a Soviet Poland, or a Soviet Hungary, it would
be even better.
By no means do we
promise that tomorrow we will [not] take a risk for Hungary. I am sure that
the conference will agree with us in this regard. But we will say that we
will risk in such a way that with every double step we will remember where to
stop. We will take risks, hoping to help Italy; unfortunately, now it is
almost impossible.
But
what is important, after all, what Comrade Trotsky has now emphasized with
assurance, is thes absolutely necessity of smashing Wrangel, smashing him by
winter completely, because we give large territorial concessions to Poland on
two fronts, but yet we will not be threaten from it with the development of
civil war, the shortage of bread, oil, etc. Therefore, Wrangel is our first
priority, and territorial concessions to Poland are not so important. There
were no objections to our principled declaration in relation to Poland, and
this is a guarantee that we will rally our forces.
Perhaps we will
arrange an additional conference entirely on military supples, so that the
comrades share their impressions, such as a comrade from Kharkov, [13*] and could
tell what they said about their military-logistics initiatives, when they did
what was not done elsewhere, and then such examples could easily be
transferred to other places.
I will finish by
reading the text of the declaration, which has now been finalized and is
being proposed for approval of the conference, so that the Communist section
will take it tomorrow to the session of the CEC and approve it there so that
tomorrow night this declaration can be in the hands of our delegation [14*].
|
Notas
1* Emenda de Lenine substituindo a palavra rasurada «primeiro».
2*. Corrigido por Lenine. Anteriormente estava «para um número de
trabalhadores e camponeses, de nacionalidades».
3*. Escrito em substituição duma palavra riscada e ilegível.
4*. Lenine deixou de rever a transcrição depois deste ponto. Foi entregue a um jornalista para preparar um relatório para o Pravda e Izveztia. 5*. Aparentemente, um erro; deveria ser: «mais longe que». 6*. Assim na transcrição. 7*. Assim na transcrição. 8*. Comparar: Lenine V.I., Collected Works, vol. 41, p. 285. {Este é o relatório Pravda do discurso} 9*. Na transcrição estava incorretamente «organização». 10*. Isto refere-se a S.K. Minin. 11*. Havia um erro na transcrição - deve ser D. Poluyan. 12*. Um erro na transcrição; deveria ser -- errado. {Não sabemos a que declaração Lenin se refere e se esta correcção está certa.} 13*. Uma referência a E. H. Evdokimov. 14*. Lenine leu mais tarde a declaração (ver o texto em: Nona Conferência do PCR(b)), Protocolos, Moscovo, 1972, pp. 79-81, Decretos do Poder Soviético, T. Kh. M., 1980, pp. 206-208). 1. Referência ao «Apelo do Comité Executivo Central de toda a Rússia ao povo polaco», emitido em 2 de fevereiro de 1920, no qual as propostas (paz, etc.) feitas pelo Conselho de Comissários do Povo da RSFSR em 28 de Janeiro de 1920, foram reiteradas (Foreign Policy Documents USSR, Moscovo, 1958, vol. 2, pp. 331-333, 355-357).
2. Referência às negociações dos representantes das sociedades da Cruz
Vermelha Russa e Polaca, realizada em Outubro-Novembro de 1919 na
Bielorrússia na estação de Mikashevichi. Culminaram na assinatura do «Acordo
sobre a Resolução Final da Questão dos Reféns Polacos na RSFSR» e no «Acordo
sobre a Transferência Mútua de Presos Civis».
3. Em 12 de Julho de 1920, o governo soviético recebeu uma nota do Secretário
de Relações Exteriores britânico, Lord Curzon, datada de 11 de Julho,
propondo o fim da ofensiva do Exército Vermelho na frente polaca com uma
descrição detalhada da linha divisória entre tropas soviéticas e polacas.
(ver: Documentos da Política Externa da URSS, Vol. III, M., 1959, pp. 54-55).
4. Não foram encontrados textos de resoluções sobre estas questões, nem estão
nos protocolos do Politburo e nos plenums do CC do PCR(b).
5. Uma referência ao Segundo Congresso do Komintern realizado em Petrogrado
(a abertura) e Moscovo, de 19 de julho a 7 de agosto de 1920. 218 delegados
de 67 organizações de trabalhadores de 37 países participaram do congresso.
6. Lenine refere-se ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (ISDP), fundado em Abril de 1917, com base na ala esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SDP). Após a fundação do Comintern, em Março de 1919, o ISDP retirou-se da Segunda Internacional e negociou para ser membro do Comintern, enviando os seus representantes ao Segundo Congresso do Comintern. Em Outubro de 1920, ocorreu uma divisão no congresso do partido em Halle; uma parte dela fundiu-se com o Partido Comunista da Alemanha em Dezembro de 1920; a outra parte, com o antigo nome, existiu até 1922. 7. Rote Fahne (Bandeira Vermelha) foi um jornal fundado em Novembro de 1918 por K. Liebknecht e R. Luxemburg como órgão da União Spartacus, mais tarde órgão central do Partido Comunista da Alemanha.
8. Ver o trabalho de Lenine «Esquerdismo»:
Doença Infantil do Comunismo, Abril-Maio de 1920.
9. Lenine fala sobre uma reunião com uma delegação dos sindicatos e trabalhistas britânicos em 26 de Maio de 1920 em Moscovo.
10. Em Julho de 1920, na altura dos maiores sucessos do Exército Vermelho na
frente polaca, L. Kamenev chegou a Londres para negociar. Em 4 de Agosto de
1920, reuniu-se com o primeiro-ministro britânico, D. Lloyd George, que
exigiu a cessação da ofensiva soviética. Após a derrota do Exército Vermelho
perto de Varsóvia, as negociações foram interrompidas e, em 1 de Setembro de
1920, Kamenev foi deportado da Inglaterra. A razão formal da expulsão foi a
acusação de Kamenev subsidiar as actividades do jornal Daily Herald, órgão do Partido Trabalhista. O discurso de
Kamenev, referido por Lenine, seguiu-se ao relatório político do CC do PCR
(B) na primeira reunião da conferência em 22 de Setembro de 1920. (Nona
Conferência do RCP(b), Protocolos, M., 1972, pp. 12-23.)
11. O «Comité de Acção» foi criado por trabalhadores britânicos para impedir
que o país entrasse na guerra contra a Rússia Soviética. Foi organizado em
Londres em uma conferência conjunta de representantes do Comité Parlamentar
de Sindicatos, do Comité Executivo e do Grupo Parlamentar do Partido
Trabalhista em 9 de Agosto de 1920.
12. O Tratado de Versalhes entre as Potências Aliadas e a Alemanha foi
assinado em 28 de Junho de 1919. Testemunhando o fim da Primeira Guerra
Mundial de 1914-1918, após o armistício assinado em 11 de Novembro de 1918, e
seis meses de negociações aliadas na Conferência de Paz de Paris, o tratado
foi registado pelo Secretariado da Liga das Nações no dia 21 de Outubro de
1919. Foi instrumental na construção de condições supremacistas do
imperialismo anglo-francês-americano.
{13. Os cem-negros eram gangues reacionários organizadas pela polícia
czarista para combater o movimento revolucionário. Estes gangues assassinaram
revolucionários, agrediram intelectuais progressistas e organizaram pogroms contra os judeus.}
{14. Os kappistas eram participantes e simpatizantes do Putsch de Kapp da extrema direita alemã (10 a 17 de Março de 1920). O nome provém de um dos seus líderes, V. Kapp. 15. A Liga das Nações foi uma organização internacional criada em 1919 na Conferência de Paz de Paris. O seu estatuo fazia parte do Tratado de Versalhes e foi assinado por representantes de 44 estados. A União Soviética aderiu à Liga das Nações em 1934. Foi dissolvida em 1946 em conexão com a formação das Nações Unidas.
Lenine disse, sobre a resposta do governo soviético em 17 de Julho de 1920 à
nota do governo da Grã-Bretanha de 11 de Julho: «Para o governo russo, a
chamada Liga das Nações nunca relatou a sua constituição e existência, e o
governo soviético nunca teve a oportunidade de aprovar resoluções sobre o
reconhecimento ou não reconhecimento desta comunidade por ele» (Documentos de
Política Externa da URSS, Vol. III, p. 50).
16. Lenine refere-se à nota do governo da Rússia ao governo britânico datada de 17 de Julho de 1920 (ver: Documentos de Política Externa da URSS, Vol. III, pp. 47-53). 17. Lenine refere-se, aparentemente, ao seu relatório sobre o trabalho do Comité Executivo Central de Toda a Rússia e do Conselho de Comissários do Povo da RSFSR na primeira sessão do Comité Executivo Central de Toda a Rússia da Sétima Convocação em 2 de Fevereiro de 1920. 18. O tratado de paz entre a Rússia e a Estónia foi assinado em 2 de Fevereiro de 1920. 19. O Partido Comunista da Alemanha foi criado por membros da União Spartacus» e outros elementos radicais da social-democracia alemã no congresso de fundação em 30 de Dezembro de 1918 - 1 de Janeiro de 1919. 20. Isto refere-se a uma ala de extrema direita da social-democracia alemã, de que um dos líderes era F. Sheydemann. 21. Lenine refere-se ao seu relatório na abertura do Segundo Congresso do Comintern, em 19 de Julho de 1920, em Petrogrado. {22. Em 1920 a população da terra era de 1.811 milhões de pessoas.} 23. Uma referência às «Condições de Admissão à Internacional Comunista» adoptadas pelo Segundo Congresso do Comintern em 6 de Agosto de 1920, compiladas com base nos princípios desenvolvidos por Lenine. 24. Lenine refere-se à declaração do Soviete de Petrogrado dos Deputados dos Trabalhadores e Soldados «Aos Povos do Mundo», datada de 14 de Março de 1917 (ver: Izvestia do Soviete de Petrogrado de Deputados Operários e Soldados, No. 15, 15 (28) de Março de 1917). 25. Uma referência à revolução democrático-burguesa de Fevereiro de 1917, que levou à formação do Governo Provisório. 26. De acordo com a ordem de A. F. Kerensky, foi lançada pelo exército russo uma ofensiva, que foi derrotado em 1 de Julho de 1917. Em 4 de Julho teve lugar em Petrogrado, uma manifestação contra o governo de mais de 500.000 pessoas. 27. L. B. Kamenev falou na conferência após Lenine (ver: Nona Conferência do PCR(b), Setembro de 1920. Protocolos, Moscovo, 1972, pp. 13-23). 28. L.B. Kamenev foi deportado da Inglaterra em 1 de Setembro de 1920 sob acusação de subsidiar o jornal The Daily Herald, órgão do Partido Trabalhista britânico.
29. Aparentemente refere-se à colecção de documentos «Relações
Russo-Americanas», publicada por iniciativa da organização americana «Liga da
Associação de Nações Livres», de Março de 1917 a Março de 1920. Documentos e
Artigos, N. Y., 1920.
30. Uma referência às negociações sobre a conclusão de um tratado de paz entre as delegações soviética e polaca, que se iniciou em 21 de Setembro de 1920, em Riga. 31. Não foi estabelecido qual a carta que Lenine recebeu da Inglaterra em 22 de Setembro de 1920. Nessa altura L. B. Krasin conduziu negociações comerciais em Londres, e pode ter informado Lenine sobre isso. {32. O PPS, Partido Socialista Polaco, era um partido reformista, cujos representantes repetidamente pertenceram ao governo da Polónia em 1918-1919 apoiando uma política de agressão contra a Rússia soviética.} 33. Lenine refere-se ao Partido Camponês polaco "Liberation" (Stronnitsvto Ludov), fundado em 1915. 34. V. Ulyanovsky, representante do Partido Comunista dos Trabalhadores da Polónia na IX Conferência Russa do PCR(b). 35. A declaração do governo da Rússia sobre as propostas de paz à Polónia foi adoptada numa reunião do Comitê Executivo Central de Toda a Rússia em 23 de Setembro de 1920. Lenine analisou duas versões do projecto de declaração e modificou-as. (Decretos do Poder Soviético, T. X, pp. 203-211). 36. Não foi possível estabelecer que livro de D. Spargo é aqui referido por Lenine. Nas obras completas de Lenine são mencionados quatro livros de Spargo: o bolchevismo. Bolshevism. The Enemy of Political and Industrial Democracy (1919); The Psychology of Bolshevism (1920); The Greatest Failure in All History (1920); Russia as an American Problem (1920). Para as menções de Spargo nas obras de Lenine, ver: ibid., Vol. 42, p. 24, 43; vol. 43, p. 189. 37. Lenine refere-se ao início das negociações com o representante dos círculos americanos de negócios, V. Vanderlip, que chegou a Moscovo em 17 de Setembro de 1920. Nesse dia, G. Chicherin informou Lenine sobre a chegada de Vanderlip, que propôs celebrar um acordo sobre concessões para a exploração de petróleo, carvão e pescas em Primorsky Krai e em Kamchatka. Lenine, em resposta a Chicherin, escreveu: «Sou completamente a favor das negociações. Acelere-as». (V.I. Lenin, Biographical Chronicle, vol. 9, pp. 284). {38. Ao dizer «segunda questão fundamental», Lenine deve estar a referir-se à questão militar-estratégica, sendo a «primeira questão fundamental» a questão política.} {39. Provavelmente um erro de transcrição. Lenine provavelmente estava a referir-se à «Frente Europeia Ocidental» do Exército Vermelho.} {40. Jan V. Poluyan era membro do Conselho Militar Revolucionário do Exército de Kuban (9.o), chefe do departamento político da Frente Sudoeste.} |
Notes
1*. Lenin’s amendment substituting the strikethrough word
"first".
2*. It was corrected by Lenin. Previously stood “for a number of
workers and peasants, of nationalities”.
3*. Written in place of an unclear crossed out word.
4*. Lenin ceased to review the transcript after this
point. It was handed over to a journalist to prepare a report for the Pravda and Izveztia.
5*. Apparently, a mistake; it should be: "farther
than".
6*. So in the transcript.
7*. So in the transcript.
8*. Compare: Lenin V.I., Collected Works, Vol. 41, p.
285. {This is the Pravda report of
the Speech}
9*. In the transcript stood incorrectly
"organization."
10*. This refers to S.K. Minin.
11*. There was a mistake in the transcript – should be D.
Poluyan.
12*. An error in the transcript, should be -- wrong.
{We do not know which statement Lenin is referring to an whether this
correction applies.}
14*. Lenin read out later the declaration (for its text
see: Ninth Conference of the RCP(B)), Protocols,
1. A reference to the "Appeal of the All-Russian
Central Executive Committee to the Polish people" issued on February 2,
1920, in which the proposals (peace, etc.) made by the Council of People's
Commissars of the RSFSR on January 28, 1920, were reiterated (Foreign Policy
Documents USSR, Moscow, 1958, vol. 2, pp. 331-333, 355-357.)
2. A reference to the negotiations of representatives
of the Russian and Polish Red Cross societies, held in October-November 1919
in Belarus at the Mikashevichi station. They culminated in the signing of the
"Agreement on the Final Resolution of the Question of Polish Hostages in
the RSFSR" and "Agreement on the Mutual Transfer of Civilian Prisoners".
3. On July 12, 1920, the Soviet government received a
note from the British Foreign Secretary, Lord Curzon, dated July 11, proposing
an end to the offensive by the Red Army on the Polish front with a detailed
description of the dividing line between Soviet and Polish troops. (see: Documents of Foreign Policy of the
4. Texts of resolutions on these issues have not been
found, nor are they in the protocols of the Politburo and the plenums of the
CC of the RCP(B).
5. A reference to the Second Congress of the Comintern
held in Petrograd (the opening) and Moscow from July 19 to August 7, 1920.
218 delegates from 67 workers' organizations from 37 countries attended the
congress.
6. Lenin refers to the Independent Social Democratic
Party of Germany (ISDP), founded in April 1917 on the basis of the left wing
of the Social Democratic Party of Germany (SDP). After the founding of the
Comintern in March 1919, the ISDP withdrew from the Second International and
negotiated for membership in the Comintern, sending its representatives to
the Second Congress of the Comintern. In October 1920, a split occurred at
the party congress in Halle; one part of it merged with the Communist Party
of Germany in December 1920; the other part, with its former name, existed
until 1922.
7. Rote Fahne
(Red Flag) was a newspaper founded in November 1918 by K. Liebknecht and R.
Luxemburg as the organ of the Spartacus Union, later the central organ of the
Communist Party of Germany.
8. See Lenin's work "Left-Wing”
Communism: An Infantile Disorder, April-May 1920.
9. Lenin talks about a meeting with a delegation of the
British trade unions and Laborites on May 26, 1920 in Moscow.
10. In July 1920, at the time of the greatest successes
of the Red Army on the Polish front, L. Kamenev arrived in London to
negotiate. On August 4, 1920, he met with British Prime Minister D. Lloyd
George who demanded the cessation of the Soviet offensive. After the defeat
of the Red Army near Warsaw, negotiations were interrupted, and on September
1 1920 Kamenev was deported from England. The formal reason for the expulsion
was accusations of Kamenev subsidizing the activities of the newspaper Daily Herald, organ of the Labour
Party. Kamenev's speech, referred to by Lenin, followed the political report
of the CC of the RCP(B) at the first meeting of the conference on September
22, 1920. (Ninth Conference of the RCP(B) Protocols, M., 1972, pp. 12-23.)
11. The "Action Committee" was a body created
by British workers to prevent the country from entering the war against
Soviet Russia. It was organized in London at a joint conference of
representatives of the Parliamentary Committee of Trade Unions, the Executive
Committee, and the Parliamentary Group of the Labour Party on August 9, 1920.
12. The Treaty of Versailles between the Allied Powers
and Germany was signed on June 28, 1919. Testifying to the end of the First
World War of 1914 -1918, following the
armistice signed on 11 November 1918, and six months of Allied negotiations
at the Paris Peace Conference, the treaty was registered by the Secretariat
of the League of Nations on 21 October 1919. It was instrumental on building
supremacist conditions for the Anglo-French-US imperialism.
{13. The Black Hundreds were reactionary gangs organised by the tsarist police to fight the
revolutionary movement. They assassinated revolutionaries, assaulted
progressive intellectuals, and organised pogroms
against the Jews.}
{14. Kappists were participants and sympathisers of the
far right Kapp Putsch in Germany (March 10-17, 1920), named after one of its
leaders, V. Kapp.}
15. The League of Nations was an international organization established in
1919 at the Paris Peace Conference. Its charter was part of the Versailles
Treaty and was signed by representatives of 44 states. The Soviet Union
joined the League of Nations in 1934. It was dissolved in 1946 in connection
with the formation of the United Nations.
Lenin said of the reply of the Soviet Government on
July 17, 1920 to the note of the Government of Great Britain of July 11:
"To the Russian government, the so-called League of Nations has never
reported its constitution and existence, and the Soviet government has never
had the occasion to pass resolutions on the recognition or non-recognition of
this community by him" (Documents of Foreign Policy of the USSR, Vol. III,
p. 50).
16. Lenin refers to the note of the Government of
Russia to the British Government dated July 17, 1920 (see: Documents of USSR
Foreign Policy, Vol. III, pp. 47-53).
17. Apparently, Lenin refers to his report on the work
of the All-Russian Central Executive Committee and the Council of People's
Commissars of the RSFSR at the first session of the All-Russian Central
Executive Committee of the Seventh Convocation on February 2, 1920.
18. The peace treaty between Russia and Estonia was
signed on February 2, 1920.
19. The Communist Party of Germany was created by
members of the "Spartacus Union" and other radical elements of
German Social Democracy at the founding congress on December 30, 1918 -
January 1, 1919.
20. This refers to an extremely right wing of German Social Democracy, one of
whose leaders was F. Sheydemann.
21. Lenin refers to his report at the opening of the
Second Congress of the Comintern on July 19, 1920, in Petrograd.
{22. In 1920 the population of the earth was 1,811
million people.}
23. A reference to the "Conditions for Admission
to the Communist International" adopted by the Second Congress of the
Comintern on August 6, 1920, compiled on the basis of principles developed by
Lenin.
24. Lenin refers to the declaration of the Petrograd
Soviet of Workers 'and Soldiers' Deputies "For the Peoples of the
World" dated March 14 (27), 1917 (see: Izvestia of the Petrograd Soviet
of Workers 'and Soldiers' Deputies, No. 15, 15 (28) March 1917).
25. A reference to the February 1917 bourgeois-democratic
revolution, which led to the formation of the Provisional Government.
26. Following the order of A. F. Kerensky, an offensive was launched by the
Russian army, which was defeated on July 1, 1917. On July 4 an
anti-government demonstration of more than 500,000 people took place in
Petrograd.
27. L. B. Kamenev spoke at the conference after Lenin
(see: Ninth Conference of the RCP(B), September 1920. Protocols, Moscow,
1972, pp. 13-23).
28. L.B. Kamenev was deported from England on September
1, 1920 on charges of subsidizing the newspaper The Daily Herald organ of the British Labour Party.
29. This apparently refers to the collection of
documents "Russian-American Relations” published on the initiative of
the American organization "League of the Association of Free Nations".
March 1917 - March 1920. Documents and Papers. N.Y., 1920.
30. A reference to the negotiations on the conclusion
of a peace treaty between the Soviet and Polish delegations, which began on
September 21, 1920, in Riga.
31. It has not been established whose letter Lenin
received from England on September 22, 1920. At that time, L. B. Krasin
conducted trade negotiations in London, and he may have informed Lenin about
this.
{32. The PPS, Polish Socialist Party, was a reformist
party, whose representatives repeatedly belonged to the government of Poland in 1918-1919 supporting
a policy of aggression against Soviet Russia.}
33. Lenin refers to the Polish Peasant Party
"Liberation" (Stronnitsvto Ludov), founded in 1915.
34. V. Ulyanovsky, representative of the Communist
Workers' Party of Poland at the 9th All-Russian Conference of the RCP(B).
35. The statement of the Government of Russia on peace
proposals to Poland was adopted at a meeting of the All-Russian Central Executive
Committee on September 23, 1920. Lenin analyzed two versions of the draft
statement and amended them. (Decrees of Soviet Power, T. X, pp. 203-211).
36. Which book by D. Spargo is here referred to by
Lenin, could not be established. In the Complete Works by Lenin four Spargo
books are mentioned: Bolshevism. The
Enemy of Political and Industrial Democracy (1919); The Psychology of Bolshevism (1920); The Greatest Failure in All History (1920); Russia as an American Problem (1920). For the mentions of Spargo
in Lenin's works, see: ibid., vol. 42, p. 24, 43; vol. 43, p. 189.
37. Lenin is referring to the beginning of negotiations
with the representative of the American business circles, V. Vanderlip, who
arrived in Moscow on September 17, 1920. On this day G. Chicherin informed
Lenin about the arrival of Vanderlip, who proposed to conclude an agreement
on concessions for the exploitation of oil, coal and fisheries in Primorsky
Krai and in Kamchatka. Lenin, in reply to Chicherin, wrote: "I am
completely in favor of negotiations. Accelerate them." (V.I. Lenin,
Biographical Chronicle, vol. 9, pp. 284).
{38. In saying "second fundamental question"
Lenin must be referring to the military-strategic question, the "first
fundamental question" being the political question.}
{39. Probably a transcript mistake. Lenin was probably
referring to the "Western European Front" of the Red Army.}
{40. Jan V. Poluyan was a member of the Revolutionary Military Council of the Kuban
(9th) army, chief of the political department of the South-Western Front.}
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