Severe symptoms. Traditional therapy unviable
A humanidade
sob o sistema capitalista é como um doente com sintomas cada vez mais graves.
Muitos dos sinais sintomáticos – investimento produtivo, emprego, especula-ção
financeira, exploração e super-exploração do trabalho, desigualdade social,
serviços sociais, violência sobre as populações, guerras e conflitos
imperiais, etc. --, podem ser objectivamente avaliados com bastante rigor. Essas avaliações são todas de agravamento da
doença desde há décadas: investimento produtivo em declínio, baixa
acentuada de emprego, elevada especulação financeira, forte exploração do
trabalho, degradação de serviços sociais, aumento continuado de conflitos e
guerras devido à ganância imperial, etc.
Quando falamos em
«agravamento» é da esmagadora maioria da população que se trata, englobando
trabalhadores assalariados, trabalhadores independentes e os pequenos e
médios produtores e empreendedores. Para o grande capital e seus penduras,
para os 1% do topo, o referido agravamento é a condição sine qua non do seu enorme florescimento.
Muito do
agravamento sintomático do capitalismo é disfarçado e negado pelos defensores
do sistema e seus media. Assim, a
especulação financeira é retratada como benéfica para o dinamismo dos
negócios, a exploração do trabalho como inexistente, antes como o «salário
justo» dadas as condições actuais de concorrência, a super-exploração da
terceirização laboral é vista como ajuda aos países menos desenvolvidos para
aprenderem a trabalhar como deve ser, os conflitos imperiais são ajudas
humanitárias do «mundo livre» para instalar democracia e liberdade onde não
existe, etc.
Há, contudo, um
sintoma que os defensores do capitalismo não conseguem negar e disfarçar, porque
está à vista de todos diariamente: a desigualdade social.
Estudos
recentes da Oxfam, que se apresenta como uma «confederação internacional de
20 ONGs trabalhando com parceiros em mais de 90 países para acabar com as
injustiças que causam a pobreza», revelaram:
-- «Nos últimos 25 anos, os 1% do topo ganharam mais rendimento do que o
conjunto dos 50% do fundo».
-- «Desde 2015 os 1% do topo possuem mais riqueza do que o resto do mundo.»
-- «82% do rendimento criado [em 2017] foi para os 1% do topo, enquanto a
metade mais pobre da humanidade não obteve nada».
-- «Oito homens possuem tanta riqueza quanto a metade mais pobre do mundo».
-- «A riqueza dos bilionários [património superior a mil milhões de US$] aumentou
em média 13% ao ano entre 2006 e 2015, seis vezes mais rapidamente que os
salários dos trabalhadores comuns».
-- «Nos 12 meses até Março de 2017 os 2.043 bilionários aumentaram a sua fortuna
nuns impressionantes 762 mil milhões de US$ -- o suficiente para acabar sete
vezes com a pobreza extrema».
-- «Se o crescimento tivesse sido pró-pobre entre 1990 e 2010, mais de 700
milhões de pessoas, a maioria mulheres, não viveriam hoje na pobreza».
-- «Três quartos da pobreza extrema poderiam, de facto, ser hoje eliminados
usando recursos existentes, aumentando a tributação dos mais ricos e
reduzindo gastos militares e outros».
-- «Longe de escorrerem para baixo [*], o rendimento e riqueza estão a ser
sugados para cima a uma taxa alarmante».
(*) Alusão ao velho e ridículo argumento de que a existência de ricos é
benéfica, dado que quanto mais ricos forem mais «escorre» da sua farta mesa
para baixo.
A desigualdade
social tem aumentado desde meados dos anos 70. Esse aumento acelerou desde
1990, com o colapso dos regimes da URSS e países do Leste Europeu aliados no
âmbito do COMECON. Esse colapso – apresentado abusivamente como o «colapso do
socialismo» ou «colapso do comunismo» -- não
demonstrou a impraticabilidade do socialismo como os defensores da «economia
de mercado» na altura afirmaram e continuam a afirmar. Bem pelo contrário, o colapso teve como
causa principal as infracções às leis de construção do socialismo.
Violações consciente e premeditadamente introduzidas desde os anos 60. Na
verdade, enquanto o socialismo vigorou nesses países, mostrou a sua superioridade
face ao capitalismo: havia um grande igualitarismo social, pleno emprego,
bons serviços sociais, grandes conquistas na ciência e cultura, etc.
Com o apregoado
«colapso do socialismo» o capitalismo sentiu-se livre como nunca para
explorar os trabalhadores e oprimir e saquear nações mais fracas, invertendo
processos de independência nacional.
À questão «Quem
causa isto [desigualdade social]?» a Oxfam reconhece: «As corpora-ções e
indivíduos super-ricos desempenham o papel fundamental». E exemplificam:
-- «As grandes empresas tiveram êxito em 2015/16: os lucros foram altos e
as 10 maiores corporações do mundo tiveram uma receita global maior que a dos
governos de 180 países em conjunto».
-- «Mercados bolsistas globais em alta considerados o principal motor da
escala-da de riqueza dos detentores de activos financeiros no ano passado
[2017]. A riqueza do fundador da Amazon, Jeff Bezos, dilatou em 6 mil milhões
de US$ logo nos primeiros 10 dias de 2017».
-- «Nos próximos 20 anos, 500 pessoas doarão 2,1 biliões de US$ aos
herdeiros, um valor maior que o PIB da Índia, país de 1,3 mil milhões de
pessoas».
-- «Um CEO da FTSE-100 ganha tanto num ano como 10 mil pessoas a trabalhar
nas fábricas de vestuário do Bangladesh».
Os porta-vozes da Oxfam vão por vezes bem longe na sua
crítica da «economia»:
-- «Há algo de muito errado numa economia global que permite que 1% goze da
maior parte do aumento de riqueza, enquanto a metade mais pobre do mundo fica
de fora» [CEO da Oxfam Irlanda]
-- «Para que o trabalho seja de facto a via para sair da pobreza, há que
garantir um salário digno para os trabalhadores comuns; que possam exigir
condições decentes, sem discriminação das mulheres. Se isso significa menos
para os ricos, então é um preço que nós -- e eles -- deveríamos estar
dispostos a pagar.» [idem]
-- «A concentração da riqueza extrema no topo não é um sinal de uma
economia próspera, mas sintoma de um sistema que está a falhar aos milhões que
trabalham duramente, que confeccionam as nossas roupas e cultivam os nossos
alimentos, vivendo com salários de miséria». [CEO da Oxfam Inglaterra]
-- «É tempo de construir uma economia humana que beneficie todos, não
apenas os poucos privilegiados». [Ibid]
-- «Falsos pressupostos subjacentes à economia dos 1%»: «…o mercado tem
sempre razão; o papel dos governos deveria ser minimizado…»; «…as corpo-rações
precisam de maximizar os lucros e dividendos aos accionistas custe o que
custar…»; etc. [Oxfam report, 2017]
Será que estes
senhores são comunistas? Claro que não. Tal como não o são os autores de um relatório
do FMI de Junho de 2016 que identificaram o neoliberalismo como causa
fundamental da desigualdade crescente.
E, obviamente,
o ex-presidente Obama também é insuspeito de comunismo, apesar de ter dito na
Assembleia-Geral da ONU em Setembro de 2016 que «Um mundo onde 1% da
humanidade controla tanta riqueza quanto os 99% do fundo nunca será estável».
Na realidade,
todos estes senhores defendem o capitalismo com unhas e dentes. Qual é, por
exemplo, a terapia recomendada ao doente e posta em prática pela Oxfam?
A tradicional,
que encontramos noutras instâncias «preocupadas» com os pobres: «ajudamos o
povo a reclamar os seus direi-tos», «ajudamos as mulheres a pedir justiça», «fornecemos
água, alimentos e serviços sanitários em zonas de desastre», «pressiona-mos
governos, organizações internacionais e corporações para políticas agrárias
mais justas e acção sobre mudança climática»; «trabalha-mos para assegurar
globalmente abasteci-mentos de alimentos para que as pessoas tenham sempre o
suficiente para comer»; «pressionamos para garantir fluxos financei-ros
adequados para apoiar serviços básicos às pessoas pobres».
Portanto,
depois de muitas afirmações sobre a gravidade dos sintomas, de diagnósticos claros
que a Esquerda subscreveria, a terapia recomendada pela Oxfam – e também por
outras instituições «preocupadas» com a «economia» -- é a única que os
defensores capitalistas podem oferecer: filantropia e apelos às boas almas
dos governos e das corporações para que contribuam para uma «economia
humana». Filantropia e apelos que se repetem há séculos sem curar o doente.
Pelo contrário, os sintomas agravam-se.
A Oxfam bem
clama: «levantemo-nos contra a desigualdade», «as corporações trabalham para
os do topo», «apertam os trabalhadores e produtores», «evadem pagamento de
impostos, compram políticos». Mas não passa pela cabeça da Oxfam e de outros tirar
as únicas conclusões possíveis das suas próprias afirmações: ajudar os
movimentos populares e dos trabalhadores que de facto se levantam contra as
desigualdades, e exigir o fim dos monopólios, o fim do domínio do grande
capital, através da socialização da economia.
Na realidade, as
pregações da Oxfam e de outros tem como objectivos:
-- Manter nas massas a ilusão de que, de
dentro do sistema, provém uma preocupação credível e crescente com a
desigualdade social e outros males do capitalismo. Desigualdade e males que
não seriam intrínsecos ao capitalismo, que não seriam consequências
inevitáveis das suas leis internas, mas antes excrescências que podem ser
extirpadas.
-- Esta ilusão é reforçada através da ideia de que a questão em causa é
uma questão moral e não material. De que o mal do capitalismo se deve apenas
ao facto de à frente das corporações se encontrarem indivíduos «maus», que se
forem devidamente convencidos pela Oxfam e outros, logo se tornarão «bons» e colaborarão
para uma «economia mais humana».
-- É assim, também mantida a ilusão de que, para curar o doente, basta
confiar na Oxfam e outras organizações pró-capitalistas. Os respectivos CEOs
e doutores são e serão as personalidades habilitadas ao exercício da
filantropia e à emissão de apelos.
-- As ilusões, as falsas ideias, procuram criar a apatia nas massas, a travar
a luta de classes. A frase acima de Obama, «Um mundo [assim] nunca será
estável», reflecte precisamente a preocupação de Obama com a luta de classes.
Luta pela qual passa a cura do doente e que atirará pela borda fora a
filantropia, os apelos, e a conversa fiada.
Há um aspecto
importante que ressalta dos relatórios da Oxfam, bem como de muitas
afirmações e textos de defensores do capitalismo. Nunca usam as palavras «capitalista»» ou «capitalismo». Só falam
numa abstracta «economia» ou, quando muito, em «economia de mercado». Má
consciência ou medo de chamar os bois pelo nome?
* * *
Não há terapia
que salve o doente no âmbito do capitalismo. A única terapia possível é o
socialismo
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Mankind
under the capitalist system is like a sick body with increasingly severe
symptoms. Many of the symptomatic signals -- productive investment,
employment, financial speculation, exploitation and super-exploitation of
labor, social inequality, social services, violence against populations, wars
and imperial conflicts, etc. -- can be objectively evaluated in a fairly
accurate way. All such evaluations show
a worsening of the disease for decades: declining productive investment,
marked decline in employment, high financial speculation, heavy exploitation
of labor, degradation of social services, continued escalation of conflicts
and wars due to imperial greed, and so on.
When we say “worsening” we mean worsening for the overwhelming majority of
the population, encompassing wage workers, self-employed workers and small
and medium producers and entrepreneurs. For the big capital and their
hangers-on, for the 1% of the top, the said worsening is the sine qua non condition of their thriving,
of their booming wealth.
Much
of the symptomatic worsening of capitalism is glossed over and even denied by
the proponents of the system and their media. They portray, for instance,
financial speculation as being beneficial to business dynamism, the
exploitation of labor as non-existent, but rather as a “fair wage” given the
current conditions of competition, over-exploitation of outsourced labor is described
as helping the less developed countries, teaching them how work should be
done, imperial conflicts are humanitarian aids of the "free world"
to install democracy and freedom where they do not exist, etc.
There
is, however, a symptom that the defenders of capitalism cannot deny and gloss
over, because it is in plain sight of everyone and on a daily basis: social
inequality.
Recent
studies of Oxfam, which introduces itself as an “international confederation of 20 NGOs
working with partners in over 90 countries to end the injustices that cause
poverty”, revealed:
-- “Over the last 25 years, the top 1% have gained more
income than the bottom 50% put together.”
-- “Since 2015, the richest 1% has owned more wealth than
the rest of the planet.”
-- “82% of the wealth created last year [2017] went to the
richest 1%, while the poorest half of humanity got nothing.”
-- “Eight men own
the same wealth as the poorest half of the world.”
-- “Billionaire wealth rose by an average of 13 percent a
year between 2006 and 2015 – six times faster than the wages of ordinary
workers.”
-- “In the 12 months to March 2017, [2,043] billionaires’
fortunes grew by a staggering $762 billion – enough to end extreme poverty
more than seven times over.”
-- “Had growth been pro-poor between 1990 and 2010, 700
million more people, most of them women, would not be living in poverty today.”
-- “Three-quarters of extreme poverty could in fact be
eliminated now using existing resources, by increasing taxation and cutting
down on military and other regressive spending.”
-- “Far from trickling down [*], income and wealth are
being sucked upwards at an alarming rate.”
[*] An allusion to an old and ridiculous argument, according to which
the existence of rich people is beneficial for the poor, since the richer
they are the most trickles down out of their bountifully supplied tables.
Social
inequality has increased since the mid-1970s. This increase has accelerated
since 1990, with the collapse of the regimes of the USSR and Eastern European
countries allied in the frame of the COMECON. This collapse – abusively
referred to as the "collapse of socialism" or "collapse of
communism" – did not demonstrate
the impracticability of socialism as the defenders of the "market
economy" at the time have claimed and continue to assert. On the contrary, the main cause of the collapse
was the violations of socialism-building laws. Violations which were
consciously and premeditatedly introduced since the 1960s. In truth, while
socialism was in force in those countries, it showed its superiority
vis-à-vis capitalism: there was great social egalitarianism, full employment,
good social services, great achievements is science and culture, and so on.
With
the proclaimed “collapse of socialism” capitalism felt free of any
constraints to exploit the workers and oppress and plunder the weaker
nations, reversing processes of national independence.
To
the question "What is causing
this [social
inequality]?" Oxfam acknowledges: "Corporations and super-rich
individuals both play a key role." And they exemplify:
-- “Big businesses did well in 2015/16: profits are high
and the world’s 10 biggest corporations together have revenue greater than
that of the government revenue of 180 countries combined.”
-- “Booming global stock markets were seen as the main
driver for a surge in wealth among those holding financial assets last year
[2017]. The founder of Amazon, Jeff Bezos, saw his wealth balloon by $6
billion in the first 10 days of 2017.”
-- “Over the next 20 years, 500 people will hand over $2.1
trillion to their heirs – a sum larger than the GDP of India, a country of
1.3 billion people.”
-- “A FTSE-100 CEO earns as much in a year as 10,000
people in working in garment factories in
Oxfam
spokesmen go often much farther in their critique of the "economy":
-- “Something is very wrong with a global economy that
allows the one percent to enjoy the lion’s share of increases in wealth while
the poorest half of humanity miss out.” [Oxfam Ireland’s CEO]
-- “For work to be a genuine route out of poverty we need
to ensure that ordinary workers receive a living wage and can insist on
decent conditions, and that women are not discriminated against. If that
means less for the already wealthy then that is a price that we – and they –
should be willing to pay.” [same]
-- "The concentration of extreme wealth at the top is
not a sign of a thriving economy but a symptom of a system that is failing
the millions of hard-working people on poverty wages who make our clothes and
grow our food." [Oxfam GB’s CEO]
-- “It’s time to build a human economy that benefits
everyone, not just the privileged few.” [same]
-- “The false assumptions driving the economy of the 1%”: “…
The market is always right, and the role of
governments should be minimized…”; “… corporations need to maximize profits
and returns to shareholders at all costs…”; etc. [Oxfam report 2017]
Are
these gentlemen communists? Surely not. As are not the authors of an IMF
report of June 2016 who identified neoliberalism as the cause playing the
key role of growing social inequality.
And
former President Obama is also, obviously, unsuspected of communism, despite having
said at the UN General Assembly in September 2016 that "A world where 1% of humanity controls as much
wealth as the bottom 99% will never be stable."
As a
matter of fact, all these gentlemen defend capitalism tooth and nail. What,
for example, is the therapy recommended to the sick body and put in practice by
Oxfam?
The traditional
one, also to be found in other organizations "concerned" with the poor
people: "we help people to claim rights for themselves", "we
help the women to seek justice", "we provide clean water, food and
sanitation in disaster zones”, “we
lobby governments, international organizations and corporations for fairer
land policies and action on climate change”; “we work to secure global food supplies so that people
always have enough to eat”; “We push to secure adequate
financial flows to sustain basic services for poor people.”
Thus,
after many statements about the severity of the symptoms, of outspoken
diagnoses that the Left would subscribe to, the therapy recommended by Oxfam --
and also by other organizations expressing “concern” about the “economy” --
is the only one that capitalist advocates can offer: philanthropy and appeals
to the good souls of governments and corporations to contribute to a
"humane economy". Philanthropy and appeals that have been repeated
for decades without healing the sick body. On the contrary, the symptoms
worsen.
Oxfam does indeed cry out: "Let’s
rise against inequality”, “Corporations,
working for those at the top", "Squeezing workers and producers", "avoiding taxes,
buying politics". But Oxfam and others never come to the point of drawing
up the only possible conclusions from their own statements: to help popular and
workers’ movements that actually rise up against inequalities and to demand
an end of monopolies, of the domination of big capital, through the socialization
of the economy.
In
fact, the preachings of Oxfam and of others have the following aims:
-- To keep the masses in the illusion that, from within the system, there arises a credible and growing
concern with social inequality and other evils of capitalism. Inequality and
evils that would not be intrinsic to capitalism -- would not be inevitable
consequences of their internal laws -- but rather excrescences that can be
extirpated.
-- This illusion is reinforced by the idea that the issue being addressed is
a moral one, rather than a material one. That the evils of capitalism are due
only to the fact that at the head of corporations stand "bad"
individuals who, if properly convinced by Oxfam and others, soon will become
"good" and will collaborate for a "more humane economy".
-- This way, an illusion is also maintained that in order to heal the sick
body, it is enough to rely on Oxfam and other pro-capitalist organizations.
The respective CEOs and PhDs are precisely what is needed, the personalities qualified
to exercise philanthropy and to issue appeals.
-- The illusions, the false ideas, are aimed at creating the apathy of the
masses, of hindering the class struggle. The above sentence of Obama, "A
world [like this] will never be stable," distinctly reflects Obama's concern
with class struggle. A struggle which is the only path towards healing the
sick body and which will throw overboard philanthropy, appeals, and small
talk.
There
is an important aspect that stands out from the Oxfam reports, as well as from
many statements and texts by proponents of capitalism. They never use the
words “capitalist” or “capitalism”. They only speak of an abstract “economy”
or, at most, of “market economy”. Bad conscience or fear of calling a spade a
spade?
*
* *
There
is no therapy, under capitalism, that will save the sick body. The only effective
therapy is socialism.
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