Acabámos de ler Brest-Litovsk, The Forgotten Peace (Brest-Litovsk, A Paz Esquecida) do historiador inglês John Wheeler-Bennett, publicado em
1938 [1]. O autor revela na interpretação dos factos a sua posição de
historiador burguês, anti-comunista. Isso leva-o a afirmações disparatadas e
mesmo ridículas (p. ex., de que Lenine era derrotista, seguidor de Blanqui
[2], etc.), subjectivistas – caindo, por isso mesmo, constantemente em
contradições – e, como era de esperar, nega a luta de classes. Neste aspecto,
aqui e além, a boca foge-lhe para a verdade, quando p. ex. admite que eram os
operários e camponeses que aderiam à revolução bolchevista, contra
capitalistas e latifundiários.
O livro, porém, é rico na menção de factos
históricos que merecem crédito. Escrito em 1938, os factos de 1917-18 ainda
estavam frescos na memória de muitas testemunhas oculares, permitindo uma
esclarecedora comparação de narrativas. Estavam também acessíveis memórias, jornais
da época, minutas de reuniões e documentos oficiais, alguns destes em
Apêndice no livro.
Em Brest-Litovsk encontraram-se, logo após a
revolução socialista de Outubro, delegações da Rússia soviética e do Império
Alemão («Alemanha» para simplificar) para celebrar um tratato de paz pondo
fim ao brutal conflito da 1ª GM entre ambos os países. De facto, tornou-se
não num tratado de paz livremente acordado, mas num ultimato alemão que a
Rússia se viu constrangida a aceitar, no final não de uma mas de várias
reuniões; para além de delegados alemães, participaram delegados dos outos
países que com a Alemanha formavam a Quádrupla Aliança: o Império
Austro-Húngaro («Áustria» para simplificar), Bulgária e Turquia; os
princípios soviéticos de «paz sem anexações e indemnizações» chocaram com as
condições predadoras avançadas pelas Potências Centrais (Alemanha e Áustria),
que envolviam várias nações, entre elas a ucraniana.
(Os princípios soviéticos de paz sem
anexações, de defesa de direitos nacionais e de livre auto-determinação das
nações, vieram mais tarde a ser adoptados internacionalmente.)
Neste artigo abordamos apenas a questão da Ucrânia, joguete da avidez
imperial alemã-austríaca, em aliança íntima com a burguesia local. O livro de
Wheeler-Bennett fornece óptimos esclarecimentos sobre este tema que evocaam
constantemente semelhanças com a história recente.
Antes de olharmos para o livro de Wheeler-Bennett,
importa dar alguns esclarecimentos [3]:
O território que
viria a constituir a República Socialista Soviética da Ucrânia (RSSU) – o
primeiro estado ucraniano estável da história – estava dividido no início da
1ª GM, de acordo com o Congresso de Viena de 1815, em onze províncias. Nove
pertenciam ao Império Russo: Taurida, Katerinoslav, Karkov, Kerson, Poltava,
Tcherniev, Podolia, Volínia, Kiev. A Galícia e o norte da Bucovina pertenciam
ao Império Austro-Húngaro. (Ver mapa abaixo.). As províncias mais ocidentais
sofreram historicamente a influência de migrações alemãs e austríacas.
Alemães, austríacos e seus descendentes constituíram nessas províncias parte
influente da burguesia e da aristocracia, explorando durante séculos os
camponeses ucranianos. Faziam parte da elite administrativa e intelectual.
Desde o final do séc. XIX a Áustria estimulou o nacionalismo ucraniano
burguês, apoiado nesses estratos sociais, como arma contra a influência
russa.
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We
have just read Brest-Litovsk, The
Forgotten Peace by the English historian John Wheeler-Bennett, published
in 1938 [1]. The author reveals in his interpretation of the facts his stand
of bourgeois, anti-communist, historian. This leads him to nonsensical and
even laughable assertions (e.g., that Lenin was a defeatist, a follower of
Blanqui, etc.), subjectivism – and for that reason constantly falling into
contradictions -- and, as was to be expected, he denies class struggle. In
this latter aspect, here and there, he has slips of the pen, e.g. when he
concedes that it was workers and peasants who adhered to the Bolshevik
revolution, against capitalists and landowners.
The
book, however, is rich in the mention of historical facts that deserve
credit. Written in 1938, the facts of 1917-18 were still fresh in the memory
of many eyewitnesses, allowing an illuminating comparison of narratives.
Memoirs, periodicals, minutes of meetings, and official documents were also
accessible, some of the latter given in Appendix in the book.
In
Brest-Litovsk, met shortly after the socialist revolution of October delegations
from the Soviet Russia and from the German Empire ("Germany" for short)
for the purpose of signing a peace treaty, putting an end to the brutal WWI conflict
between the two countries. In reality, it turned out to be not a freely
agreed peace treaty, but a German ultimatum which Russia was compelled to
accept, in the end of not one but of several meetings; in addition to the German
delegates, there were also delegates from the other countries which formed with
Germany the Quadruple Alliance: the Austro-Hungarian Empire (Austria for short),
Bulgaria and Turkey; the Soviet principles of "peace without annexations
and indemnities" clashed with the predatory conditions advanced by the
Central Powers (Germany and Austria), which involved several nations,
including the Ukraine.
(The
Soviet principles of peace without annexations, of defence of national rights
and of self-determination of nations, came later to be adopted
internationally.)
In
this article we only address the question of Ukraine, a plaything of
German-Austrian imperial greed, in close alliance with the local bourgeoisie.
Wheeler-Bennett's book provides excellent insights on this subject,
constantly bringing to mind similarities with the recent history.
Before
looking into Wheeler-Bennett's book, a few clarifications are of order [3]:
The territory that would
constitute the Ukrainian Soviet Socialist Republic (Ukr-SSR) -- the first historically
stable Ukrainian state -- was divided at the beginning of WWI,
according to the Vienna Congress of 1815, into eleven provinces. Nine
belonged to the Russian Empire: Taurida, Ekaterynoslav,
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Territórios ucranianos 1914-1919 | Ukrainian lands 1914-1919. Historical Atlas of Ukraine.
(Note-se que a Crimeia não fazia parte desses
territórios | Note that Crimea was not part of these
lands.)
Durante a 1ª GM 3,5 milhões de ucranianos lutaram no exército russo e
250 mil (da Galícia e Bucovina) no exército austro-húngaro. O exército
russo-ucraniano avançou em Agosto de 1914 na Galícia. A repressão austríaca,
contra prisioneiros de guerra e civis suspeitos de colaboração e simpatia com
os russos, foi brutal. Foram colocados em dois campos de concentração; um em
Terezin no que viria a ser o campo de concentração nazi de Theresienstadt; o outro, e principal, em Thalerhof, perto de Graz,
onde no total (de 4 de Setembro de 1914 a 10 de Maio de 1917) foram
internados 20.000 ucranianos. Até ao inverno de 1915 os prisioneiros dormiam
no chão sem abrigo expostos à chuva e geada. Segundo um congressista
americano (declarações ao NY Times, 16 de Dezembro de 1917 cuja
leitura se recomenda: [4]), os prisioneiros eram espancados e torturados.
Estima-se [4] que no total foram executados por razões políticas entre 2.000
e 3.000 prisioneiros; 1.200 nos primeiros 18 meses.
Em Março de 1917,
aproveitando a revolução de Fevereiro na Rússia e o enfraquecimento do
exército russo, dá-se um levantamento em Kiev encabeçado por partidos
burgueses (análogos aos partidos cadete e socialista-revolucionário da
Rússia). É constituído (sem eleições) um «parlamento» conhecido por Rada Central. Intelectuais das
províncias ocidentais da Ucrânia desempenharam papel proeminente na Rada. A
Rada nunca controlou todo o território da Ucrânia. Em muitas províncias,
particularmente no Leste, formaram-se governos soviéticos que vieram a obter
uma maioria de bolcheviques ucranianos. O mais importante deles foi em Karkov.
A Rada e seus sucessivos rebentos sempre teve uma posição anti-bolchevique e
de submissão às forças mais reaccionárias, internas e externas.
No final de 1917
as forças bolcheviques ucranianas venceram as forças da Rada apesar destas
terem tido o apoio das forças militares ultra-reaccionárias de Symon Peliura
e dos cossacos haidamaks, de aviadores franceses, e de oficiais ingleses e
romenos. Em Março de 1918 o exército alemão repeliu os bolcheviques que
tiveram de abandonar Kiev. A Rada é reinstalada. Este período de tempo é
silenciado pelos actuais historiadores burgueses ucranianos, empenhados em
reescrever a história procurando dar à Rada uma dignidade estatal que nunca
teve e apresentar os bolcheviques ucranianos como elementos estrangeiros.
Em Abril de 1918
os alemães, com o apoio dos elementos mais reaccionários da Rada, instalaram
como ditador o general cossaco czarista P. Skoropadsky. Em Novembro de 1918 o
ditador foi substituído por um Directório, um novo rebento da Rada que
incluía agora Petliura e outras figuras sinistras, como Yevhen Petrushevych, ditador
da República Popular da Ucrânia Ocidental (!). Durante todo este período
decorria em pleno a intervenção armada
estrangeira na Rússia soviética.
* *
*
Voltemos ao livro de Wheeler-Bennett:
A 2 de Dezembro de 1917 houve um primeiro
encontro em Brest-Litovsk – fortaleza em território bielo-russo ocupado pelos
alemães -- entre a delegação russa soviética com as delegações da Quádrupla
Aliança (hegemonizada pela Alemanha) para discutir os termos de um
armistício. Uma segunda reunião veio a concluir a assinatura do armistício em
Dezembro.
Em 20 de Dezembro teve início uma terceira
reunião para acordar termos de um tratado de paz. A delegação soviética
apresentou os termos leninistas de paz sem anexações e (para a 1ª GM
inter-imperialista) sem indemnizações. Os secretários dos negócios
estrangeiros alemão e austríaco concordaram primeiro com a fórmula soviética
(25 de Dezembro), mas dicordaram as forças mais de direita alemãs e
austríacas, nomeadamente Ludendorff (general influente do Estado-Maior do
Comando Supremo que veio a apoiar Hitler). Os alemães acabaram por colocar
objecções quanto à não participação da Entente (Inglaterra e França, com seus
aliados) e quanto à sua interpretação de anexações (Ludendorff queria
mantê-las) e auto-determinação. A Entente não respondeu aos apelos de paz.
Uma quarta reunião a 2 de Janeiro de 1918 confirmou a rejeição alemã da
declaração de 25 de Dezembro.
Na quarta reunião na segunda semana de
Janeiro de 1918, a delegação alemã, em apoio dos seus apetites predadores,
traz de surpresa uma delegação do governo da Rada! Diz Wheeler-Bennett: «uma
delegação de [três] moços, não há muito estudantes» [5]. A delegação da Rada
«tinham planos de grande alcance para uma Ucrânia alargada, que previa a
anexação das porções rutenianas [com etnias eslavas] da Galícia e da Bucovina
e a cedência pela Áustria do distrito de Cholm [a Leste da Volínia].»
Os austríacos ficaram incomodados com as
propostas dos ucranianos, nomeadamente com a perspectiva de ter de comprar
trigo à Ucrânia a troco da cedência de territórios. A Áustria estava sob
severa fome e os ucranianos sabiam disso. Os alemães, pelo contrário,
apoiaram e lisonjearam os ucranianos, dado considerarem a Rada como uma arma
contra a Rússia e um meio de pressionar a Áustria a manter-se alinhada com os
seus planos.
O General Max Hoffmann, chefe do
Estado-Maior do exército alemão no Leste, aliado de Ludendorff e porta-voz da
extrema-direita alemã em Brest-Litovsk, rapidamente viu as vantagens de
negociar com os ucranianos e «tomou-os sob sua protecção, embora uma
descrição mais adequada talvez seja a de um gato a protejer um canário». Os
ucranianos não se fizeram rogados. Juntou-se-lhes o primeiro-ministro
Wsewolod Holubowicz e declararam a 10 de Janeiro que a Rada desejava negociar
uma paz separada com as Potências Centrais e a sua «independência do regime
soviético de Petrogrado». A declaração foi aceite por ambas as delegações
alemã e russa, embora o reconhecimento formal da independência fosse
reservado para o tratado de paz.
Como as negociações se arrastassem, Hoffmann
acordou a 14 de Janeiro com o Conde Czernin, líder da delegação austríaca,
abrir negociações separadas com os ucranianos e prometeu-lhes satisfazer a reivindicação
do distrito de Cholm disputado pelos polacos. Czernin cedeu, tendo em conta a
urgência em obter o trigo ucraniano. Por outro lado, como representante da
extrema-direita alemã Hoffmann era contra a existência de uma Polónia
independente. Negou, porém, aos ucranianos a reivindicação quanto à Galícia e
Bucovina. Uma vez consultado o governo em Kiev os delegados da Rada
concordaram. Assistimos, portanto, aqui a tráfico de territórios sem qualquer
consulta dos respectivos povos. Entretento, Trotsky, nessa altura líder da
delegação russa, declarou que nada devia ser decidido sobre a Ucrânia sem o
acordo do governo soviético.
A 29 de Janeiro inicia-se a quinta reunião
em Brest-Litovsk. Com a delegação soviética vêm três representantes da
República Soviética da Ucrânia (RSU). Trotsky confirma a vitória bolchevique
ucraniana cujas forças estão às portas de Kiev e avisa que a paz separada
entre as Potências Centrais e a Rada não pode ser reconhecida. Os delegados
das Potências Centrais preparam então um confronto dos representantes da Rada
com os da Rússia e da RSU para 1 de Fevereiro. Nesse confronto «O líder da
Rada, Sevruk, começou por realçar a independência completa de seu Estado de
quaisquer laços, físicos, espirituais ou políticos, com a Rússia soviética.
Isto foi negado ferozmente tanto por Trotsky quanto pelo líder soviético
ucraniano, Medvjedev, que declarou que Kiev, na medida em que ainda
representava qualquer coisa, representava apenas os intelectuais e as classes
terratenentes, que buscavam separar-se da Rússia para melhor preservação de
seus privilégios. Então, o segundo porta-voz de Rada, Liubynski, retrucou com
um discurso de uma hora que, quanto a puro e vitrólico opróbrio, ultrapassou
de longe tudo o que foi ouvido nesta conferência, das mais estranhas
conferências de paz. Insultou os bolcheviques sem contenção, enumerando um
catálogo dos seus pecados...» No final Trotsky disse que, estando a delegação
da Rada sem governo, representava nenhum território maior que os quartos que
ocupavam em Brest-Litovsk.
As
Potências Centrais, contudo, já tinham decidido apoiar a Rada que lhes era
submissa. «Na conclusão da sessão, Czernin, apesar dos
protestos de Trotsky, declarou, em nome das Potências Centrais, que
reconheciam "imediatamente a República Popular da Ucrânia [a Rada] como
um Estado independente, livre e soberano, capacitado para independentemente
celebrar acordos internacionais".» Ludendorff exprimiu a sua satisfação com o tratado com a Rada, que
deveria ser apoiada pela força se necessário.
A sexta reunião em Brest-Litovsk inicia-se a
6 de Fevereiro de 1918. O tratado de paz separado das Potências Centrais com
a Rada foi ultimado – com inúmeras alíneas, conforme mostra o texto inserto
no livro de Wheeler-Bennett --, apesar dos protestos da delegação russa
soviética. Assinado a 9 de Fevereiro, em troca de Cholm (à custa dos polacos,
isto é, as Potências Centrais davam o que não lhes custava) a Rada teria de
entregar pelo menos um milhão de toneladas de trigo às Potências Centrais,
além de outros recursos. «O efeito disso [do tratado] foi tornar a Ucrânia
teoricamente um Estado neutro, embora se tornasse na verdade um celeiro
político e um armazém para as Potências Centrais. Dos ovos ao manganês, a
longa lista de bens requisitados parece-se com o inventário alargado de uma
casa de "venda por correspondência". Os alemães e austríacos iriam
considerá-la mais como um estabelecimento de "cash and carry".»
Quanto à paz entre Alemanha e Rússia, a
reunião de Fevereiro terminou num impasse. Os alemães consideraram então
denunciar o armistício e desencadear uma ofensiva contra a Rússia. Mas, «Sem
a ajuda da Ucrânia a Alemanha e Áustria-Hungria não poderiam sobreviver ao
inverno de 1918-1919... Logo, a Ucrânia tinha ser libertada do bolchevismo
para abastecer as Potências Centrais com alimentos.» Entretanto, a Áustria
recusou-se a continuar a guerra. Os polacos manifestaram-se contra a cedência
de Cholm. Houve greve geral em Varsóvia, Cracóvia e Lemberg a 14 de
Fevereiro. No Parlamento em Viena, a 19 de Fevereiro, polacos, checos e
eslovenos opuseram-se fortemente ao tratado com a Rada. O primeiro-ministro
austríaco «anunciou no final da sessão que a província de Cholm não
reverteria automaticamente para a Ucrânia, mas que seria celebrado um acordo
complementar segundo o qual uma Comissão seria nomeada, composta por
representantes da Quádrupla Aliança, Ucrânia e Polónia, que determinaria o
destino futuro da província de acordo com os desejos expressos de sua
população.»
Os alemães quebram unilateralmente o armistício
a 17 de Fevereiro. A 19 de Fevereiro a Rússia comunica a aceitação do tratado
de paz. Os alemães adiam a resposta e progridem na ofensiva, avançando até
Narva a cerca de 100 km de Petrogrado. No Sul, alemães e austríacos avançam
na Ucrânia. A 23 a Alemanha apresenta como ultimato um novo tratado com
condições mais duras para a Rússia, incluindo um artigo pelo qual a Rússia teria
de reconhecer o tratado das Potências Centrais com a Ucrânia. A Rússia foi
obrigada a aceitar o ultimato e a ofensiva alemã parou em Narva. Mas não
parou na Ucrânia, que «rapidamente se tornava uma província ocupada» pelos
alemães.
Em 29 de Março de 1918 foi finalmente
assinado o tratado entre o Império Alemão e a República Socialista Soviética
da Rússia. Nesse dia, Hoffmann escrevia no seu diário «Na Ucrânia,
continuamos a avançar». Wheeler-Bennett relata: «Vinte e quatro horas antes
do acordo com as Potências Centrais, o exército vermelho do general Muraviev
expulsou o governo da Rada de Kiev e estabeleceu uma República Soviética da
Ucrânia em comunhão com Moscovo. A Rada recuou para Jitomir e apelou em
termos lamentáveis ao governo alemão para ajudar a resistir a "esta
invasão bárbara de nossos vizinhos do norte". Ficou indiscutivelmente
claro que, se as Potências Centrais, que haviam feito a paz com a Ucrânia por
causa do pão, desejassem obtê-lo, teriam que ir buscá-lo.»
O avanço das tropas alemãs -- com papel
menor dos austríacos [7] -- na Ucrânia deparou com forte resistência das
tropas bolcheviques ucranianas. O campesinato ucraniano opunha-se à pilhagem
alemã. Apesar disso, Kiev caiu a 1 de Março e Odessa a 12 de Março. «Alguns
círculos em Viena conceberam a ideia de um Habsburgo como Rei da Ucrânia e
exortaram o Imperador Karl a enviar o Arquiduque Eugen ou o Arquiduque
Friedrich a Odessa, a fim de assegurar o comando principal para a monarquia».
Depois de trocas azedas de correspondência entre alemães e austríacos,
chegou-se a um acordo: a Áustria ficou com Odessa, Kerson e o sul da Ucrânia;
a Alemanha com Nikolaev, Sebastopol e o norte da Ucrânia. Nos meses
seguintes, porém, o «rei não coroado da Ucrânia» era o Marechal alemão von
Eichhorn que tinha substituído Hoffmann.
Mesmo com a Rada de novo no poder a pilhagem
da Ucrânia tornou-se difícil. «O país era abundantemente fornecido de tudo,
mas provou ser quase impossível colectar abastecimentos... [Os latifúndios]
tinham sido confiscados [pelos bolcheviques] e a terra distribuída pelos
camponeses, mas os novos proprietários recusavam-se a cultivar porque não
sabiam se ficariam na posse das terras e culturas... O camponês só trocava
cereais por bens; caso contrário, enterrava o excedente de alimentos e brandamente
recusava-se a revelar o seu paradeiro. Até 2 de Março, em vez dos 300 camiões
de cereais por dia prometidos à Áustria no âmbito do acordo, só um camião
tinha chegado a Viena e um outro a Budapeste, e as cargas destes tinham
provindo apenas de armazéns capturados e enviadas para as capitais "para
convencer as pessoas por demonstração ocular das vantagens da paz com a
Ucrânia".»
«As fronteiras da Ucrânia [segundo o acordo]
não abrangiam as minas de carvão, e foi então decidido que as minas da Bacia
do Donets deveriam ser incorporadas. Assim, os exércitos alemães e
austríacos, que haviam capturado o centro de cereais de Karkov a 8 de Abril,
foram atraídos ainda mais para Leste e em Maio penetraram a torto e a direito
no sudeste da Rússia».
A Rada em Kiev era totalmente inepta.
Hoffmann reconhecia que «A dificuldade na Ucrânia é simplesmente que a Rada
Central só tem as nossas espingardas atrás dela. No instante em que
retirarmos as nossas tropas a sua autoridade colapsa de imediato.» Wheeler-Bennett
relata: «Mas, apesar da natureza periclitante de sua criação fantoche, as
Potências Centrais continuaram a assinar novos acordos com ela. A Rada estava
tão ansiosa quanto as Potências Centrais em apreender cereais escondidos,
que, segundo as Potências Centrais, os camponeses tiravam ilegalmente dos
armazéns do governo e que propunham agora requisitar com a ajuda de armas
alemãs e austríacas. O comando militar alemão pouco se importava de onde
vinham os cereais, desde que aparecessem e acabassem por ir para Berlim,
Viena e Budapeste; e, nesse espírito amigável, um acordo foi finalmente
alcançado a 9 de Abril para o fornecimento de sessenta milhões de puds [983.000 toneladas] de cereais
para pão, cereais de forragem, sêmolas e sementes oleaginosas entre Abril e
Julho.»
O comando militar alemão encarregou-se da
tarefa criando a Organização de Comércio Germano-Ucraniano em Kiev, cujo
sucesso dependia de alguma cooperação do campesinato. Os resultados da
«Organização» foram muito pobres, porque, para além da oposição dos
camponeses, «os delegados da Rada, nos seus sonhos entusiásticos,
sobre-estimaram os stocks de cereais do país.» A resistência do campesinato
ucraniano manifestou-se também no planeamento da próxima plantação,
declarando à Rada que apenas plantariam para as suas próprias necessidades e,
nos distritos onde ainda havia latifundiários, impediriam plantações adicionais
Perante isto, o Marechal von Eichhorn, sem conhecimento da Rada, emitiu uma
ordem ao campesinato ucraniano para que a plantação fosse a maior possível,
devendo as infracções a esta ordem ser julgadas pelos tribunais militares do
exército de ocupação. «… o fato de a Rada permanecer ignorante da existência
desta ordem até quinze dias após a sua circulação pelas aldeias é, por si só,
indicativo da medida do seu contacto com o país.»
O comando militar só comunicava à Rada o que
«considerava adequado, e outras notícias apenas sabiam a pouco e pouco. Eles
[membros da Rada] eram os fantoches da ocupação alemã, cuja própria
existência dependia dos seus amos, que se estavam rapidamente a cansar da
tendência crescente deles em se afirmarem. Ainda havia na Rada um espírito de
independência nacional, especialmente nos Social-Democratas e nos
Social-Federalistas, partidos com representantes no governo. Esses Ministros,
incluindo o jovem ministro dos Negócios Estrangeiros, Liubinsky, que tinham
assinado o tratado de 9 de Janeiro, ressentidos com a crescente interferência
dos militares na administração interna, pediam continuamente uma política de
resistência ao invertebrado presidente da Rada, M Holubowicz.»
«Para esses elementos, a notícia da ordem de
Eichhorn foi a última gota e, incitando os seus colegas mais tímidos,
forçaram a Rada a declará-la ilegal e, portanto, inválida. Este desafio,
lançado a 26 de Abril, foi imediatamente respondido por Eichhorn com a
proclamação da lei marcial e a entrega de um ultimato que exigia a rescisão
da resolução Rada.» Os alemães davam-se conta de que a Rada era incapaz e
talvez não quisesse, cumprir as obrigações de fornecer alimentos às Potências
Centrais. Dos 9 milhões de puds que deveriam ser entregues em Abril, apenas 3
milhões tinham sido enviados até a terceira semana, com poucas perspectivas
de o resto ser completado.
Os alemães chegaram à conclusão que queriam
na Ucrânia um ditador pró-alemão que não hesitasse em cumprir as ordens de
seus amos, em vez da Rada. Escolheram o general Skoropadsky, ex-oficial
czarista de descendência ucraniana, que segundo Ludendorff era «um homem com
quem era possível trabalhar bem». Os alemães acordaram com Skoropadsky a
dissolução da Rada encarregando-o da tarefa de «restaurar a ordem». No âmbito
desse restauro o direito da propriedade privada da terra seria restabelecido
e, «no interesse da agricultura», as grandes propriedades restauradas. As
leis das Potências Centrais sobre o serviço militar obrigatório seriam
impostas na Ucrânia, «tendo esta que compensar as Potências pela assistência
militar que lhe era concedida». Além disso, Skoropadsky deveria libertar a
Áustria-Hungria do acordo de criação de uma província separada da Bukovina e
parte da Galícia predominantemente habitada por ucranianos. O momento para a
instalação de Skoropadsky como «o deus ucraniano da máquina alemã» não foi
especificado. O comando militar preferiu mantê-lo como um trunfo, mas sabendo
que o tempo para o jogar se aproximava rapidamente.
Entretanto, Holubowicz tentou apaziguar
Eichhorn, oferecendo-se para demitir os seus colegas recalcitrantes, mas
permaneceu evasivo quanto ao édito da terra. A resposta indefinida e
insatisfatória da Rada serviu de pretexto a Eichhorn para prender ministros
da Rada a 28 de Abril. «No dia seguinte, Skoropadsky foi proclamado Hetman da
Ucrânia perante o Congresso dos Latifundiários.» Terminava assim abjectamente
a anti-comunista Rada, povoada de intelectuais pequeno-burgueses
reaccionários, desligados do povo. O seu papel histórico de muleta dos
alemães e austríacos na pilhagem de recursos ucranianos e contenção do
bolchevismo tinha-se esgotado. Para os seus amos estrangeiros as hesitações e
inépcia da pequena burguesia já não eram compensadas pelas máscaras
«populares» com que enganavam o povo.
«Os primeiros meses do regime de Skoropadsky
foram marcados por uma substancial recuperação económica, com os
proprietários de terras, os industriais e a burguesia ansiosos por cooperar
com o novo governo e as agências da Alemanha e da Áustria-Hungria». As
entregas de mantimentos começaram a atingir as quotas programadas. «A Ucrânia
tornou-se por pouco tempo uma Meca burguesa, e ali se reuniram milhares de
refugiados da Ucrânia soviética, ansiosos por participar no alvoroço da
especulação que varria Kiev. Tendo-se recusado a emprestar dinheiro à Rada,
as Podtências Centrais concederam ao governo do Hetman um empréstimo de
400.000.000 karbovantsi (l mark = 1 karbovanets)»
Contudo, apesar da «substancial recuperação
económica» o regime de Skoropadsky inaugurou «um período de insurreições
violentas por parte dos camponeses, que se ressentiam e se opuseram à
restauração da terra aos grandes latifundiários e ao sistema intensificado de
requisição de stocks de alimentos. A resistência passiva em certos distritos
foi acompanhada de actos de sabotagem em outros. Em Odessa, uma fábrica de
aviões foi incendiada; inúmeros depósitos de munições foram explodidos e
trens destruídos; bandos de guerrilheiros emboscaram unidades isoladas de
soldados. Os levantamentos camponeses, sangrentos em si mesmos, depararam com
cruenta repressão às mãos dos latifundiários e das tropas alemãs e
austríacas… Os conflitos eram frequentes e o espírito de descontentamento
atingiu todo o país, onde logo se tornou visível que o governo de Skoropadsky
dependia ainda mais das baionetas estrangeiras do que a Rada.»
«Além disso, a política de Eichhorn na
Ucrânia estava a ter exactamente o efeito oposto ao que pretendia
originalmente. O objetivo do tratado em separado em Brest-Litovsk era manter
a Ucrânia permanentemente distanciada da Rússia soviética e criar nesse país
um protectorado económico das Potências Centrais, através do qual elas
poderiam ameaçar e influenciar o Governo em Moscovo. Agora, como resultado do
regime de Eichhorn-Skoropadsky, o terreno estava bem preparado para uma
aproximação entre a Ucrânia e a Grande Rússia. O campesinato, que
inicialmente evitava o bolchevismo, agora voltou-se para ele como protecção
contra a exploração e dominação repressiva das Potências Centrais…».
Com o fim da 1ªGM e a derrota das Potências
Centrais desapareceu o suporte de Skoropadsky. Um Directório com figuras da
anterior Rada tomou o poder, mas rapidamente o foi perdendo para os
bolcheviques ucranianos. Em 30 de Dezembro de 1922 era fundada a RSSU.
* *
*
No seu O
18 de Brumário de Luís Bonaparte, Marx escreve: «Hegel observa numa de suas obras que todos os
factos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por
assim dizer, duas vezes. Esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como
tragédia, a segunda como farsa.» Esta observação foi, no
entanto, aplicada a «grandes factos e personagens históricos». Marx
exemplifica com as revoluções francesas de 1789 e 1848, sendo a primeiro um
ponto de viragem progressivo da história mundial.
No que diz respeito à Rada ucraniana da 1.ª
GM, dominada pelas Potências Centrais germano-austríacas, e à Rada Maidan
ucraniana, dominada pelas Potências Centrais americano-alemãs, não se
observam «grandes personagens»», mas sim figuras desprezíveis, abjectos
lacaios burgueses de Poderes Centrais que traiem o seu próprio povo.
Episódios deste tipo não ocorrem apenas duas vezes; eles necessariamente
ocorrem repetidamente, já que é da natureza do imperialismo -- como da de
qualquer empresa de banditismo -- prosperar mantendo no seu rol pagamentos lacaios
locais prostituídos.
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During WWI 3.5 million Ukrainians fought in the
Russian army and 250,000 (from Galicia and Bucovina) in the Austro-Hungarian
army. The Russian-Ukrainian army advanced in August 1914 in Galicia. Austrian
repression against prisoners of war and civilians suspected of collaboration or
sympathy with the Russians was brutal. They were placed in two concentration
camps; one in Terezin in what later became the Nazi concentration camp of
Theresienstadt; the other, and main one, in Thalerhof, near Graz, where in
total (from September 4, 1914 to May 10, 1917) 20,000 Ukrainians were interned.
Until the winter of 1915 the prisoners slept on the ground in the open-air exposed
to rain and frost. According to one American congressman (the statements to
the NY Times, December 16, 1917, are
worth reading: [4]), the prisoners were beaten and tortured. It is estimated
[4] that in total were executed for political reasons between 2,000 and 3,000
prisoners; 1,200 during the first 18 months.
In March 1917, taking advantage of the February
revolution in Russia and the weakening of the Russian army, an uprising led
by bourgeois parties (similar to the cadet and socialist-revolutionary
parties of Russia) took place in Kiev. A "parliament" known as Central Rada was formed (without
elections). Intellectuals from the western provinces of Ukraine played a prominent
role in the Rada. The Rada never controlled the whole Ukrainian territory. In
many provinces, particularly in the East, Soviet governments were formed
which came to gain a majority of Ukrainian Bolsheviks. The most important of
them was in Karkov. The Rada and its successive offsprings have always had an
anti-Bolshevik position and submission to the most reactionary forces, both
internal and external.
By the end of 1917 the Ukrainian Bolshevik forces
defeated the Rada forces despite the fact that they had the support of the
ultra-reactionary military forces of Symon Peliura and the Haidamak Cossacks,
of French aviators, and English and Rumanian officers. In March 1918 the
German army repelled the Bolsheviks who had to leave Kiev. The Rada was
reinstated. This period of time is silenced by present-day Ukrainian
bourgeois historians, engaged on rewriting history, seeking to lend the Rada
a state dignity which it never had and to portray the Ukrainian Bolsheviks as
alien elements.
In April 1918 the Germans, with
the support of the most reactionary elements of the Rada, installed as
dictator a Tsarist Cossack General: P. Skoropadsky. In November 1918 the
dictator was replaced by a Directory, a new offspring of the Rada, which now
included Petliura and other sinister figures, such as Yevhen Petrushevych,
dictator of the West Ukrainian
People's Republic (!). Throughout this period a foreign
armed intervention was taking place in full swing in Soviet Russia.
* * *
Let's
go back to Wheeler-Bennett's book:
On December 2 1917 took place the first meeting at Brest-Litovsk -- a fortress on German-occupied territory of Belarus -- between the Soviet Russian delegation and the delegations of the Quadruple Alliance (hegemonized by Germany) to discuss the terms of an armistice. A second meeting ended in December witth the signing of the armistice. A third meeting was held on December 20 to agree on terms of a peace treaty. The Soviet delegation presented the Leninist terms of peace without annexations and (for the inter-imperialist WWI) without indemnities. The German and Austrian secretaries of foreign affairs first agreed to the Soviet formula (25 December), but the German and Austrian right-wing forces, notably Ludendorff (influential general of the Supreme Command General Staff who later came to support Hitler), did not agree. The Germans eventually raised objections regarding the non participation of the Entente (England and France, with their allies) and their interpretation of annexations (Ludendorff wanted to maintain them) and self-determination. The Entente remained silent to the peace appeals. A fourth meeting on 2 January 1918 confirmed the German rejection of the December 25 declaration.
At
the fourth meeting in the second week of January 1918, the German delegation,
in support of their predatory appetites, brought a delegation from the Rada
government by surprise! Wheeler-Bennett says: "a delegation of [three]
young men, hardly past their student
years" [5].
The Rada delegation "harboured
far-reaching plans for a greater Ukraine which envisaged the annexation of
the Ruthenian [Slavic ethnic groups] portions of Galicia and Bukovina, and
the surrender by Austria of the district of Cholm [East of Volynia]."
The
Austrians were disturbed by the proposals of the Ukrainians, especially with
the prospect of having to buy wheat from Ukraine in exchange for the surrender
of territories. Austria was under severe famine and the Ukrainians knew this.
The Germans, on the contrary, supported and flattered the Ukrainians,
considering the Rada as a weapon against Russia and a means of pressuring
Austria to keep her in step with their plans.
General
Max Hoffmann, chief of the General Staff of the German army in the East, an ally
of Ludendorff and spokesman of the German far right in Brest-Litovsk, quickly
saw the advantages of negotiating with the Ukrainians and
"had
taken them under his wing, though perhaps a cat protecting a canary would be
a more apt description." The Ukrainians didn’t have to be asked
twice. They were joined by Prime Minister Wsewolod Holubowicz and declared on January 10
that the Rada wanted to negotiate a separate peace with the Central Powers
and their “independence from the Soviet regime of Petrograd”. The declaration
was accepted by both the German and Russian delegations, although formal
recognition of independence was reserved for the peace treaty.
As
the negotiations dragged on, Hoffmann agreed on 14 January with Count
Czernin, leader of the Austrian delegation, to open separate talks with the
Ukrainians and vowed to satisfy their claim of the Cholm district disputed by
the Poles. Czernin conceded, taking into account the urgency on getting
Ukrainian grain. In addition to that, as a representative of the German far
right, Hoffmann was against the existence of an independent Poland. He
denied, however, to the Ukrainians the claim on Galicia and Bucovina. Once
their government was consulted in Kiev, the Rada delegates agreed. We thus see
here a trade of territories going on without any consultation of the
respective peoples. Meanwhile, Trotsky, then leader of the Russian
delegation, stated that nothing should be decided about Ukraine without the
agreement of the Soviet government.
The
fifth meeting at Brest-Litovsk took place on 29 January. Together with the
Soviet delegation came three representatives of the Soviet Republic of
Ukraine (SRU). Trotsky confirmed the Ukrainian Bolshevik victory whose forces
are at the gates of Kiev and warns that the separate peace between the
Central Powers and the Rada cannot be recognized. The delegates of the Central Powers
then prepare a confrontation between the representatives of the Rada with
those of Russia and the SRU for February 1. In this confrontation "The Rada leader, Sevruk, led off by re-emphasizing
the complete independence of his State from any ties, physical, spiritual, or
political, with Soviet Russia. This was fiercely denied both by Trotsky and
by the Ukrainian Soviet leader, Medvjedev, who declared that Kiev, in so far
as it still represented anything, represented only the intellectuals and the
landed classes, who sought separation from Russia for the better preservation
of their privileges. There-upon the second Rada spokesman, Liubynski,
retorted with an hour-long speech which for pure vitriolic opprobrium far
exceeded anything that had been heard at this strangest of peace conferences.
He reviled the Bolsheviks without restraint, recounting a catalogue of their
sins...
" In the end, Trotsky said that since the Rada delegation had no
government, it represented no greater territory than the rooms they occupied at
Brest-Litovsk.
The
Central Powers, however, had already decided to support the Rada that was
submissive to them. "At the
conclusion of the session Czernin, despite Trotsky's protests, declared on
behalf of the Central Powers that they recognized ‘immediately the Ukrainian
People's Republic [the Rada] as an independent, free and sovereign State,
which is able to enter into international agreements independently'". Ludendorff expressed
his satisfaction with the treaty with the Rada, which should be backed by
force if necessary.
The
sixth meeting in Brest-Litovsk opens on February 6, 1918. Despite the protests
from the Russian Soviet delegation the separate peace treaty between the
Central Powers and the Rada was then finalized -- with a large number of articles,
as the text included in Wheeler-Bennett's book shows. Signed on 9 February,
in exchange for the Cholm surrender (at the expense of the Poles, i.e., the
Central Powers gave what costed them almost nothing) the Rada would have to
deliver at least a million tons of wheat to the Central Powers, as well as
other supplies. "The effect of
it [the treaty] was to leave the Ukraine theoretically a neutral State in the
world, while actually it became a political granary and store-house for the
Central Powers. From eggs to manganese, the long list of supplies required
read like the inventory of a sublimated ‘mail order’ house. But the Germans
and Austrians were to find it more of a ‘cash and carry’ establishment."
As regards
the peace between Germany and Russia, the February meeting ended in a deadlock.
The Germans then considered denouncing the armistice and triggering an
offensive against Russia. But, "Without
assistance from the Ukraine, Germany and Austria-Hungary could not survive
the winter of 1918-1919… Therefore the Ukraine must be rescued from
Bolshevism in order to supply the Central Powers with food". At that time Austria
refused to continue the war. The Poles spoke out against the surrender of Cholm.
There was a general strike in Warsaw, Krakow and Lemberg on 14 February. At
the Parliament in Vienna on 19 February, Poles, Czechs and Slovenes fiercely
opposed the treaty with the Rada. The Austrian Prime Minister “announced at the close of the sitting that the
province of Cholm would not automatically revert to the Ukraine, but that a
supplementary agreement would be entered into, whereby a Commission should be
appointed consisting of representatives of the Quadruple Alliance, the
Ukraine, and Poland, which should determine the future destiny of the
province in accordance with the expressed wishes of its population."
The
Germans unilaterally broke the armistice on February 17. On 19 February,
Russia announced the acceptance of the peace treaty. The Germans postponed the
response and advanced on the offensive, progressing up to Narva about 100 km away
from Petrograd. In the South, Germans and Austrians advance in Ukraine. On the
23rd, Germany presents as an ultimatum to Russia a new treaty with tougher
conditions, including an article according to which Russia would have to
recognize the treaty of the Central Powers with Ukraine. Russia was compelled
to accept the ultimatum and the German offensive stopped at Narva. But it did
not stop in Ukraine, which "was
rapidly becoming an occupied province" by the Germans.
On
March 29 1918 a treaty was finally signed between the German Empire and the
Soviet Socialist Republic of Russia. On that day, Hoffmann wrote in his
diary, "In the
Ukraine we are still advancing." Wheeler-Bennett reports: "Twenty-four hours before the
treaty with the Central Powers had been signed, the Red army of General
Muravev expelled the Government of the Rada from
The
advance of the German troops -- with minor role of the Austrians [7] -- in
the Ukraine faced strong resistance of the Ukrainian Bolshevik troops. The
Ukrainian peasantry was opposed to the German plunder. In spite of that, Kiev
fell on March 1 and Odessa on March 12. "Some circles in Vienna, conceived the idea of a Habsburg
as King of the Ukraine, and urged the Emperor Karl to send either the
Archduke Eugen or the Archduke Friedrich to Odessa in order to secure the
chief command for the monarchy." After acrid exchanges of correspondence between
Germans and Austrians, an agreement was reached: Austria retained Odessa, Kherson
and southern Ukraine; Germany retained Nikolaev, Sevastopol and northern
Ukraine. In the following months, however, the "uncrowned king of the Ukraine"
was the German Marshal von Eichhorn who had replaced Hoffmann.
Though
the Rada was again in power the pillage of Ukraine became difficult. "The country was abundantly supplied with
everything, but it proved almost impossible to collect supplies... [the large
estates] had been confiscated [by the Bolsheviks] and the land distributed
among the peasants, but the new owners refused to cultivate because they did
not know whether they would be left in possession of either land or crops…
The peasant would only exchange grain for goods; otherwise he burried his
surplus stocks of food and blandly refused to disclose their whereabouts. Up
till March 2, instead of the 300 truck-loads of grain per day which had been
promised to Austria under the agreement, but one truck-load had reached
Vienna and one truck-load Budapest, and these had only been seized from
captured stores and sent off to the capitals ‘in order to convince the people
by ocular demonstration of the advantages of peace with the Ukraine’."
"The frontiers of the Ukraine [according to the
agreement] did not embrace coal-fields, and it was decided that those of the
Donets Basin must be incorporated therein. Thus the German and Austrian
armies, which had captured the grain centre of Kharkov on April 8, were drawn
even further eastward and by May had penetrated willy-nilly into
South-eastern Rússia."
In Kiev the Rada existed
in a welter of ineptitude. Hoffmann frankly admitted that "The
difficulty in the Ukraine is simply that the Central Rada has only our rifles
behind it. The moment we withdraw our troops their authority will collapse at
once." Wheeler-Bennett states: “But despite the ramshackle nature of
their puppet creation, the Central Powers proceeded to conclude further
agreements with it. The Rada was as anxious as they were to lay its hands on
the hidden grain, which, they claimed, the peasants had taken unlawfully from
the Government storehouses, and which it was now proposed to requisition with
the help of German and Austrian arms. The German military command cared
little whence the grain came so long as it was produced and eventually found
its way to Berlin, Vienna, and Budapest; and in this amicable spirit an
agreement was finally reached on April 9 for the furnishing of sixty million
poods [983,000 tons] of bread cereals, fodder grain, podded grain, and oil
seeds between April and July.”
The
German military command took charge of the task by creating the Germano-Ukrainian
Trade Organization in Kiev, whose success depended on some cooperation of the
peasantry. The results of the "Organization" were very poor,
because, in addition to the opposition of the peasants, "the delegates
of the Rada in their enthusiastic dreams had overestimated the stocks of grain in the country." The resistance of the
Ukrainian peasantry also manifested itself in the planning of the next
plantation, declaring to the Rada that they would plant only for their own
needs, and in the districts where there were still landlords, they would
prevent additional plantations. In response to that, Marshal von Eichhorn, without
knowledge of the Rada, issued an order to the Ukrainian peasantry that the
plantation should be as large as possible, and contravention of this order
would be judged by the military courts of the occupying army. “…the fact that the Rada remained ignorant of the
existence of this order until a fortnight after it had been circulated to the
villages is in itself indicative of the extent of their contact with the
country.”
The
military command communicated to the Rada only what it "considered fit, and further news
only leaked in to them by degrees. They
[the Rada members] were the puppets of the German occupation, dependent for
their very existence on their masters, who were rapidly becoming tired of
their growing tendency to assert themselves. There was still in the Rada a
spirit of national independence, especially in the Social Democrats and the
Social Federalists, parties which had their representatives in the
Government. These Ministers, including the youthful Minister for Foreign
Affairs, Liubinsky, who had signed the treaty of January 9, resentful of the
increasing interference of the military with internal administration, were
continually urging a policy of resistance upon the invertebrate president of
the Rada, M. Holubowicz.”
“For these elements the
news of Eichhorn's order was the last straw, and, stampeding their more timid
colleagues, they forced the Rada to declare it illegal and therefore invalid.
This challenge, thrown down on April 26, was immediately answered by Eichhorn
with the proclamation of martial law and the delivery of an ultimatum which
demanded the rescinding of the Rada resolution.” The Germans realized that the Rada
was incapable and might not want to fulfill the obligations of providing food
to the Central Powers. Of the 9 million puds that were to be delivered in
April, only 3 million had been shipped by the third week, with little
prospect of the rest being completed.
The
Germans came to the conclusion that they wanted in the Ukraine a pro-German
dictator who would not hesitate to carry out the orders of their masters,
instead of the Rada. They chose General Skoropadsky, a former Tsarist officer
of Ukrainian descent, who, according to Ludendorff, was "a man with whom
it was possible to work well." The Germans agreed with Skoropadsky on
the dissolution of the Rada, entrusting him with the task of "restoring
order". In the context of this restoration, the right of private
ownership of land would be restored and, “in the interest of agriculture”,
the large estates would be restored. The laws of the Central Powers on
compulsory military service would be imposed in Ukraine, "which would
compensate the Powers for the military assistance accorded her". In addition,
Skoropadsky was to free Austria-Hungary from the agreement to create a
separate province of Bukovina and part of Galicia prepoderantly inhabited by
Ukrainians. The time for the installation of Skoropadsky as "the
Ukrainian god from the German machine" was not specified. The military
command preferred to keep it as a trump card, but knowing that the time to
play it was fast approaching.
In the meantime,
Holubowicz had tried to placate Eichhorn by offering to dismiss his
recalcitrant colleagues, but remained evasive on the land edict. The indefinite
and unsactisfactory reply of the Rada was the pretext for Eichhorn arresting
ministers of the Rada on April 28. “On the following day Skoropadsky was
proclaimed Hetman of the Ukraine before the Congress of Landowners.” The anti-communist Rada,
peopled by reactionary petty-bourgeois intellectuals disconnected from the
people, had thus abjectly ended its days. Its historical role as crutch of
the Germans and Austrians in the plundering of the Ukrainian resources and
containment of bolshevism was exhausted. To their foreign masters the wavering
and ineptitude of the petty bourgeoisie were no longer compensated by the
"popular" masks with which they deceived the people.
“The early months of Skoropadsky's regime were marked by a
substantial economic revival, the land-owners, industrialists, and
bourgeoisie being only too anxious to co-operate with the new Government and
the agencies of Germany and Austria-Hungary.” The deliveries of commodities
began to attain almost the planned quotas. “The Ukraine became for a short
time a bourgeois Mecca, and thither flocked thousands of refugees from Soviet
Russia, eager to join in the riot of speculation which was sweeping Kiev.
Having refused to lend money to the Rada, the Central Powers at once gave the
Hetman's Government a loan of 400,000,000 karbovantsi (l mark = 1
karbovanets)”
However, in spite of the "substantial
economic revival", the Skoropadsky regime inaugurated "a period of violent insurrections on the part of
the peasants, who resented and opposed the restoration of the land to the
great estate-owners and the intensified system of requisitioning food stocks.
Passive resistance in certain districts was coupled with acts of sabotage in
others. In Odessa an aeroplane factory was set on fire; numerous munition dumps
were exploded and trains wrecked; and bands of partisans ambushed isolated
units of soldiers. The peasant risings, bloody in themselves, were met with
bitter repression at the hands of the land-owners and the German and Austrian
troops... Conflicts were frequent and the spirit of discontent seethed
throughout the country, where it soon became apparent that the Skoropadsky
Government was even more dependent upon the foreign bayonets than the Rada
had been."
“Moreover, the policy of Eichhorn in the Ukraine was
having exactly the opposite effect to that which had been originally
intended. The object of the separate treaty at Brest-Litovsk had been to keep
the Ukraine permanently estranged from Soviet Russia, and to create in that
country an economic protectorate of the Central Powers through which they
might threaten and influence the Government at Moscow. Now, as a result of
the Eichhorn-Skoropadsky regime, the ground had been well prepared for a
rapprochement between the
With the end of WWI and the defeat of the Central
Powers the support of Skoropadsky disappeared. A Directory with figures from
the previous Rada took power, but quickly lost it to the Ukrainian
Bolsheviks. The Ukr-SSR was founded on December 30 1922.
* *
*
In his The Eighteenth Brumaire of Louis Bonaparte,
Marx writes: “Hegel remarks somewhere that all great, world-historical facts
and personages occur, as it were, twice. He has forgotten to add: the first
time as tragedy, the second as farce.” This observation was, however, applied
to “great, world-historical facts and personages”. Marx exemplifies wirh the
French Revolutions of 1789 and 1848, the first one being a progressive
turning point of world history.
As
regards the WWI Ukrainian Rada mastered by the German-Austrian Central Powers,
and the Ukrainian Maidan Rada mastered by the American-German Central Powers,
one does not observe “great personages”, but rather contemptible figures,
abject bourgeois lackeys of Central Powers who betray their own people. Episodes
of this sort of do not occur only twice; they are bound to occur repeatedly,
since it is of
the nature of imperialism – as of any brigandage enterprise -- to thrive by
keeping local prostituted minions on its payrol.
|
Notas e
Referências | Notes and References
[1] Macmillan & Co., Ltd., London;
disponível em | available at Internet Archive.
[2] Blanqui, Louis-Auguste (1805-1881),
revolucionário francês que advogava a tomada de poder por um pequeno grupo de
revolucionários | French revolutionary who defended
the taking of power by a small group of revolutionaries.
[3] Muitos destes esclarecimentos encontram-se
na wikipedia | Many of these clarifications can be
found in Wikipedia.
TERRORISMO NA BOÉMIA.
Medill McCormick Obtém Detalhes da Crueldade
Austríaca Aí Exercida.
Numa carta a J.F. Stepins, director do American State Bank de Chicago, o
congressista Medill McCormick, de Chicago, recentemente regressado da Europa,
descreveu as condições na Boémia. Entre outras coisas, declarou:
"A situação da Boémia difere da da
Polónia, na medida em que não foi exaurida por exércitos em confronto nem
redividida. A imprensa da Boémia é ainda mais amordaçada do que a imprensa de
Viena. Proibiram tocar a música nacional. Houve prisões aos magotes pelo menor
pretexto, e acho que se pode afirmar com justeza que houve entre 2.000 e 3.000
execuções políticas. Citando uma comunicação privada que me foi enviada em
resposta a um pedido de informações:
"O número de civis que se admite
oficialmente terem sido executados na Boémia por motivos políticas, durante os
primeiros dezoito meses de guerra, foi 1.200, e este número é certamente apenas
uma parte da verdade. Entretanto, milhares de intelectuais foram colocados em
campos de internamento sem condições sanitárias e sujeitos a todo tipo de
privação; a mortalidade tem sido muito elevada. No Parlamento austríaco, o
deputado socialista checo Stribrny, da República Checa, deu uma descrição
terrível do tratamento das vítimas internadas -- entre elas mulheres, raparigas
e velhos, que foram enviados muitas vezes agrilhoados, e geralmente amontoados
conjuntamente em camiões de gado imundos.
"Num dos casos, um grupo de quarenta e
três pessoas foram mortas na estrada por um destacamento da milícia húngara. No
campo de Talerhof na Estíria, muitos foram espancados até sangrarem e até
torturados. Durante os três primeiros dias e noites de Outubro, pessoas de
todas idades e sexos tiveram de acampar ao ar livre sem nenhum tipo de abrigo.
Depois de desinfectadas, as mulheres e raparigas tiveram que se despir, e
muitas vezes ficavam nuas ao frio por mais de uma hora até terem de volta as
roupas. As epidemias foram galopantes. Não houve pretensões de saneamento. Os
guardas brutais obrigaram-nos a avançar penosamente de joelhos para as latrinas
através da imundície. Os horrores de Talerhof lançam o acampamento de
Wittenherg na sombra.
"Até mesmo o mais simpatizante dos
austríacos dos líderes checos, o socialista Smeral, declarou corajosamente já
no mês passado que a política deplorável destes três anos de guerra, a sua
arrogância e injustiça, se enraizou tão profundamente na alma das pessoas que,
para a vasta maioria dos checos, o Estado checo aparece como a única saída para
um caos intolerável.
"Os planos do governo para o
‘reconhecimento dos direitos das nacionalidades’ prevêem o auto-governo
nacional local numa escala tal que, se for realizado, os checoslovacos, em vez
de se unirem num único Estado nacional, serão discriminados racial e
administrativamente pelo estabelecimento de governos locais alemães e húngaros,
de tal modo que a Eslováquia, a Morávia e a Boémia se parecerão com um
tabuleiro de xadrez político e étnico".
TERRORISM IN BOHEMIA .
Medill
McCormick Gets Details of Austrian Cruelty There.
In
a letter to J. F. Stepins, President of the American State Bank of Chicago,
Congressman Medill McCormick of Chicago, who recently returned from Europe,
describes conditions in Bohemia. He says in part:
“The
situation of Bohemia
differs from that of Poland in that it has neither been wasted by contending
armies nor redivided. The Bohemian press is even more closely muzzled than the
Viennese press.
The playing of national music was prohibited. There were
wholesale arrests upon the slightest provocation, and 1 think it may be fair to
say that the political executions have numbered between 2,000 and 3,000. I quote from a private
communication which was sent me in answer to a request for information:
“The
number of civilians officially admitted to have been executed for political
offenses in Bohemia during the first eighteen months of war was 1.200, and this
is certainly only a part of the truth. Meanwhile thousands of intellectuals
were placed in insanitary internment camps and subjected to every kind of privation; the
mortality has been very great. In the Austrian Parliament the Czech National
Socialist Deputy Stribrny has given a terrible account of the treatment of
interned victims — among them women,
girls and old men, who were sent off often in chains, and who were usually crowded
together in filthy cattle
trucks.
“In
one case a batch of forty-three persons were killed on the road by a Magyar militia detachment. In the Styrian camp of Talerhof many were
beaten till they bled and were even
tortured. For the first three day and nights of October all sexes
and ages were camped in the open without any kind of accommodation. When
disinfected the women and girls had to undress, and were often waiting naked in
the cold for over an hour until they got their clothes again. Epidemics were
rampant. There was no pretense at sanitation, and brutal guards forced them to wade up to the knees through
filth on their way
to the latrines. The
horrors of Talerhof throw the camp of Wittenherg into the shade.
“Even
the most Austrophile of the Czech leaders, the Socialist Smeral, boldly
declared only last month that the deplorable policy of these three years of
war, its arrogance and injustice, have cut so deep into the soul of the people
that to the vast
majority of the Czcchs the Czech State appears as the only way out of an intolerable chaos.
“The
Government’s plans for ‘recognition of the rights of nationalities’ provide for
local national self-government on such a scale that if it is carried out the
Czechoslovaks, instead of being united in a single national State, will be
racially and administratively broken up by the establishment of local German
and Hungarian Governments, so that Slovakia, Moravia, and Bohemia will look
like a political ethnological checkerboard.”
[5] Os três jovens da Rada | The three young men of the Rada: Levitsky, Liubinsky,
Sevruk.
[6] No início da 1.ª GM o território polaco
estava dividido entre a Alemanha e a Rússia. O exército alemão veio a ocupar
toda a Polónia. Essa ocupação era ferozmente defendida pelos sectores
dominantes Império Alemão (alta burguesia e Junkers).
At the
beginning of WWI the Polish territory was divided between Germany and Russia.
The German army came to occupy all of Poland. This occupation was fiercely
defended by the dominant sectors of the German Empire (high bourgeoisie and
Junkers).
[7] O governo austríaco tinha declarado sair
da guerra, de acordo com os desejos de largas camadas da população, incluindo a
burguesia. Negou-se a uma operação conjunta com a Alemanha na Ucrânia. A
resposta do Comando Supremo alemão foi simples e eficaz. Se os austríacos não
cooperassem militarmente na Ucrânia, a Alemanha recusaria partilhar com a
Áustria produtos alimentares ucranianos. A Áustria cedeu. A cedência tornou-se
ainda mais abjecta quando o governo austríaco aceitou um novo tratado militar
com a Alemanha que reconhecia o completo domínio alemão na Ucrânia.
The
Austrian government had declared that it would go out of the war, according to
the desires of broad strata of the population, including the bourgeoisie. He
refused a joint operation with Germany in Ukraine. The response of the German
Supreme Command was simple and effective. If the Austrians did not cooperate
militarily in Ukraine, Germany would refuse to share Ukrainian food products
with them. Austria gave in. The ceding became even more abject when the
Austrian government accepted a new military treaty with Germany that recognized
complete German rule over Ukraine.