Os programas
do PS e do PSD/CDS -- para o governo a sair das próximas eleições legislativas
– são praticamente iguais e representam a continuidade das políticas de
«austeridade» para os trabalhadores e povo comum, em favor do grande capital.
Ao contrário do que António Costa e outros do
PS têm anunciado, e tem sido martelado na cabeça dos portugueses pelos meios de
comunicação social, não há qualquer
diferença substantiva entre os programas do PS e do PSD/CDS.
Passemos à demonstração desta afirmação,
tomando como fonte os próprios programas do PSD/CDS -- «Programas Nacional de
Reformas e de Estabilidade 2015-2019» -- e do PS -- «Uma década para Portugal»,
cujo conteúdo económico é da autoria de um grupo de 12 economistas do PS.
Usaremos dados quantitativos das
previsões dos dois programas divulgados nos artigos [1-3], cuja leitura
recomendamos. (Note-se que para o cidadão comum estes dados quantitativos não
são fáceis de obter.)
a) Crescimento
económico
As previsões da variação anual real do PIB, dos programas do PSD/CDS e PS, são as
da tabela I. A diferença entre os dois programas é mínima e praticamente sem
significado na diminuição da dívida pública (ver http://revolucaoedemocracia.blogspot.pt/2015/05/portugal-ponto-da-situacao.html
).
Tabela I. Previsões da variação anual real do PIB.
2015
|
2016
|
2017
|
2018
|
2019
|
Média dos 5 anos
|
|
PSD/CDS
|
1,6%
|
2,0%
|
2,4%
|
2,5%
|
2,4%
|
2,2%
|
PS
|
1,6%
|
2,4%
|
3,1%
|
2,6%
|
2,3%
|
2,4%
|
b)
Investimento
Tabela II. Previsões da variação anual da formação
bruta de capital fixo (FBCF).
2015
|
2016
|
2017
|
2018
|
2019
|
Média dos 5 anos
|
|
FBCF Total
|
||||||
PSD/CDS
|
3,8%
|
4,4%
|
4,9%
|
4,9%
|
4,0%
|
4,4%
|
PS
|
2,9%
|
7,8%
|
8,4%
|
4,7%
|
4,4%
|
5,6%
|
FBCF do sector público
|
||||||
PSD/CDS
|
2,30%
|
2,20%
|
2,20%
|
2,30%
|
2,20%
|
2,2%
|
PS
|
1,90%
|
2,90%
|
3,00%
|
2,80%
|
2,60%
|
2,6%
|
As previsões do PS para 2016 e 2017 da FBCF total
parecem claramente inflacionadas, tendo em conta a revisão em baixa do
investimento empresarial para 2014 (1% e não, como se esperava, de 2,4%) e a
previsão de queda para 2015 com variação nominal de -2,2% [4]. Como
é que, de um decair sistemático da FBCF desde 2008 (ver http://revolucaoedemocracia.blogspot.pt/2014/10/capitalismo-de-mal-pior-ii.html
) e respectiva previsão negativa para 2015, se vai dar o salto para os níveis
de 4,4% do PSD/CDS ou os mais espantosos 7,8% do PS, é coisa difícil de entender.
As previsões da FBCF para o sector público do
PSD/CDS e PS são semelhantes. As médias dos últimos 5 anos pouco diferem e são bastante
baixas (conforme se refere em [1] a taxa média em 2009/20013 foi de 3,9% e a
taxa média da UE em 2014 foi de 2,9%).
c)
Remuneração do trabalho
Tabela IV. Previsões da variação anual da remuneração média do trabalhador.
2015
|
2016
|
2017
|
2018
|
2019
|
Média dos 5 anos
|
|
PSD/CDS
|
0,6%
|
1,0%
|
1,3%
|
1,5%
|
1,5%
|
1,2%
|
PS
|
0,7%
|
0,0%
|
-0,1%
|
-0,4%
|
0,6%
|
0,2%
|
Ambos os programas prevêem subidas sem
significado.
Além disso, o programa do PS prevê uma redução média dos custos unitários do
trabalho (CUT) de -0,8 %/ano. (O
programa do PSD-CDS não contém essa previsão.) Isto é, o PS permanece na lógica
de diminuir os custos do trabalho face aos custos do capital. Lógica que vem de
longe (ver o que dissemos sobre o assunto na secção V de http://revolucaoedemocracia.blogspot.pt/2014/03/belmiro-e-o-mito-dos-trabalhadores_30.html
).
Lembremos que os CUT incluem, para além do
salário, as contribuições destinadas à Segurança Social (pensões, subsídios de
desemprego, etc.) Uma dessas contribuições é a Taxa Social Única (TSU), paga
pelas empresas (está agora em 23,75% do salário) e pelos trabalhadores (11% do
salário). O PS defende a redução da TSU
das empresas e dos trabalhadores, com o argumento de que tal contribuiria,
respectivamente, para eliminar o trabalho precário e aumentar o rendimento dos
trabalhadores, logo o consumo. Contas feitas [1] o Regime Geral da
Segurança Social sofreria com isso um rombo de 420 M€ (M€=milhão de euros) em 2016 e de
1.800 M€ em 2018. Conforme é dito em [1], tal medida «aumentaria os lucros das
empresas à custa da descapitalização da Segurança Social».
Quanto à redução da TSU sobre o trabalho,
também em [1] é proposta uma muito melhor alternativa: a eliminação da
sobretaxa de IRS. Contudo, o PS defende a manutenção da sobretaxa de IRS e, de
uma forma geral, a injustiça fiscal sobre os trabalhadores.
d)
Consumo público
Ambos os programas concordam na estagnação com
tendência de decrescimento do consumo público, isto é no consumo de bens e
serviços necessários à actividade da Administração Pública.
Tabela V. Previsões da variação anual do consumo
público.
2015
|
2016
|
2017
|
2018
|
2019
|
Média dos 5 anos
|
|
PSD/CDS
|
-0,70%
|
0,10%
|
0,10%
|
0,20%
|
0,20%
|
-0,0%
|
PS
|
-0,30%
|
-0,40%
|
-0,10%
|
-0,10%
|
-0,20%
|
-0,2%
|
e)
Consumo privado
Ambas os programas concordam praticamente nos
mesmos valores de crescimento do consumo privado (famílias e empresas privadas).
Quanto ao consumo das famílias é difícil crer que mesmo estes baixos valores se
concretizem, dado o que vimos em c). O aumento de consumo das empresas está
dependente da FBCF.
Tabela VI. Previsões da variação anual do consumo privado.
2015
|
2016
|
2017
|
2018
|
2019
|
Média dos 5 anos
|
|
PSD/CDS
|
1,90%
|
1,90%
|
2,10%
|
2,10%
|
2,10%
|
2,0%
|
PS
|
1,80%
|
2,00%
|
3,10%
|
2,60%
|
2,30%
|
2,4%
|
f) Criação
de emprego e taxa de desemprego
Tabela VII. Previsões da taxa anual de desemprego.
2015
|
2016
|
2017
|
2018
|
2019
|
Média dos 5 anos
|
|
PSD/CDS
|
13,2%
|
12,7%
|
12,1%
|
11,6%
|
11,1%
|
12,1%
|
PS
|
13,6%
|
12,2%
|
10,2%
|
8,6%
|
7,4%
|
10,4%
|
Ambas as previsões parecem bastante
optimistas, tendo em conta os baixos valores da FBCF e do consumo. Além disso,
conforme é referido em [1], não se entende a previsão optimista do PS para a taxa de desemprego em 2019 (3,7% menor que a do PSD/CDS) – e também em 2018 (3% menor) – dado
que, quanto ao crescimento económico, a previsão do PS é apenas 0,2% maior.
Para além disso, há estudos que mostram que só
com uma taxa de crescimento anual do PIB acima de 2,7% (e os economistas do
PSD-CDS e do PS conhecem isso) seria possível não aumentar o desemprego[6].
Não é com taxas de crescimento médias do PIB de 2,2% ou 2,4% que a situação de
desemprego irá melhorar substantivamente.
g) Outros indicadores
As despesas
com prestações sociais são
semelhantes e diminuem nos dois programas (em percentagem do PIB, de 19,4%
para 18,3% no programa PSD/CDS e de 19,8% para 17,8% no programa do PS). Semelhança e diminuição também nas despesas
com pessoal (de 11,1% para 9,9% no programa PSD-CDS e de 11,1% para 9,8% no
programa PS) o que sugere o aumento de despedimentos na função pública.
Os valores também são semelhantes no que se refere
ao saldo orçamental (PPD/CDS mais optimista, 0,2% em 2019 contra -1% do PS) e à
dívida pública (PPD/CDS mais optimista, 107,1% em 2019 contra 117,6% do PS).
Ambos, PSD/CDS e PS, apostam num aumento
exportações para o aumento do crescimento económico, com máximos de taxa de
crescimento anual das exportações de 6% (PSD/CDS) e 6,3% (PS). (Em 2015, as previsões são, respectivamente, de
4,8% e 5%.) Já vimos em http://revolucaoedemocracia.blogspot.pt/2015/05/portugal-ponto-da-situacao.html
as grandes limitações de tal aposta.
Quanto às privatizações, o PS apenas diz ser
necessário reavaliar o método a seguir nas privatizações. Propõe-se, portanto,
manter e continuar com as privatizações; só coloca a questão do «método» a
seguir nas próximas.
h) Leis
laborais
Embora o PS proponha a redução da TSU das
empresas, alegadamente para eliminar o trabalho precário, não tem, por outro
lado, o menor escrúpulo em atacar essa mesma precariedade no que diz respeito à
contratação do trabalho. De facto, o grupo dos 12 do PS propôs «a
regulamentação do mercado de trabalho de forma a facilitar o ajustamento do
emprego às condições económicas das empresas». E que «regulamentação» é essa
que o PS acha necessária? É acabar com «as diferenças processuais entre
contratos a prazo e contratos permanentes», passando a haver um «contrato
único» com direitos reduzidos e que permita às entidades patronais despedir
trabalhadores alegando razões económicas.
Na actual proposta do PS o «contrato único» passou
a ser denominado «contrato para a equidade laboral» -- soa melhor, não soa? –
assim formulado: «Propõe-se ainda complementar a actual legislação de cessação
de contratos de trabalho [portanto, de despedimentos] com um novo regime
conciliatório e voluntário em que as empresas podem iniciar um procedimento
conciliatório, em condições equiparadas às do despedimento colectivo,
englobando ainda os motivos de razão económica (de mercado, estruturais e
tecnológicas) que tenham posto em causa a sobrevivência do emprego». Este texto
é incrível! É um exemplo acabado do jesuitismo do PS. No fundo, diz que os
patrões podem despedir quem quiserem e sempre que quiserem. Só que o PS tem de
mascarar as suas reais intenções para não perder a sua pose de «esquerda».
Assim, insinua que o despedimento só ocorrerá por via conciliatória ou
voluntária, como por exemplo se um trabalhador se quiser despedir «voluntariamente»
para aumentar a viabilidade económica do empresa, tipo sacrifício e altruísmo a
favor dos patrões, por constatar que a «sobrevivência» do seu emprego por
«motivos de razão económica» está posta em causa. «Motivos» que nada têm a ver
com os lucros. Não. São «motivos» que ocorrem como as pragas do Egipto, sem a
«motivação» dos patrões ter algo a ver com isso. O despedimento ocorrerá em
condições «equiparadas» às do despedimento colectivo. Vêem? O PS não está a
dizer nada que já não exista. Só que a equiparação, afinal, não é bem
equiparação, dado que engloba «ainda
os motivos de razão económica». Mas, fora os motivos delituosos, haverá outros
motivos para os patrões despedirem sempre que quiserem que não sejam «económicos»?
Aqui, porém, o capitalista é figura invisível, dado que – já vimos -- os
motivos do despedimento nada têm a ver com lucros; são simplesmente uns meros
motivos de mercado, estruturais e tecnológicos, que na óptica PS devem
preocupar da mesma forma patrões e trabalhadores.
Não contentes com a total submissão aos
interesses dos capitalistas, o PS ainda por cima advoga medidas que iriam
diminuir as indemnizações por despedimentos[1].
i)
Outras convergências PSD/CDS - PS
PSD/CDS e PS também convergem na abdicação da
produção nacional, na recusa de renegociar a dívida, e na submissão a todos os
ditames da UE, BCE, e instituições da troika.
* *
*
Um documento do PCP, lido por Jerónimo de
Sousa a 27/4 em conferência de imprensa [7], faz uma excelente
análise política dos programas do PSD/CDS e PS. Nele se diz, nomeadamente:
«Estes programas do
PS, PSD e CDS, são produtos das mesmas opções políticas e económicas
determinadas pela mesma subordinação aos interesses dos grupos económicos e dos
centros do capital financeiro, que têm justificado o saque dos recursos
nacionais que, de PEC em PEC até ao Pacto de Agressão, têm unido PS, PSD e CDS.
Estes programas,
são instrumentos desse mesmo objectivo, com esta ou aquela diferença de ritmo
ou intensidade, com esta ou aquela medida acessória para disfarçar o essencial,
de amarrar o País à dependência e condenar os trabalhadores e o povo ao
empobrecimento e ao retrocesso social.»
Sempre qualificámos o PS como um partido da
direita, expondo as razões de tal qualificação em inúmeros artigos deste blog
(ver definição de direita e esquerda em http://revolucaoedemocracia.blogspot.pt/2013/01/direita-e-esquerda.html
; ver também http://revolucaoedemocracia.blogspot.pt/2013/04/congresso-do-ps-o-mesmo-rumo.html)
e com montanhas de dados e factos. Dissemos ainda que o PS era o Plano B da
grande burguesia. O Plano A (PSD/CDS) e o Plano B têm-se alternado no Poder,
com casamentos de permeio, de acordo com os resultados eleitorais mostrados no
gráfico abaixo.
Resultados das eleições para a AR, de 1976 a 2011, do
PSD/CDS (soma dos votos ou votação na AD em 1979 e 1980) e do PS (FRS em 1980).
Em 1985, na véspera da entrada de Portugal na CEE, o PRD retirou aos partidos
do «arco da governação» cerca de 17% dos votos. Em 1987 a retirada de votos
pelo PRD foi menor, cerca de 4%. Isto é, com correcção dos votos retirados pelo
PRD, o total de votos PSD-CDS-PS (curva a preto) corresponderia aproximadamente
a interpolar entre os valores de 1983 e 1991. Notar a alternância no poder. O
PS constituiu governo 6 veses e o PSD/CDS 7 vezes [8]. O PS já
governou com o CDS (1978-79) e com o PSD (1983-85).
A máquina dos meios de comunicação social tem
estado devidamente oleada ao serviço do ludíbrio do PS como verdadeira
alternativa ao PSD/CDS.
Está também em curso uma inicativa de restrição
às liberdades democráticas, com a alteração da lei de cobertura jornalística das
televisões que, a pretexto de uma pretensa «liberdade editorial», as deixaria
fazerem o que quisessem[8]; isto é, serem apenas porta-vozes do
PSD/CDS e PS, como praticamente fazem na programação corrente, silenciando os
incómodos PCP e (em grau menor) BE. Esta «liberdade editorial» é de há muito um
objectivo da direita. Cavaco Silva, pronunciou-se sobre a lei de cobertura
jornalística desta forma: «Penso que em Portugal é a lei mais anacrónica que
existe. Quando fui primeiro-ministro, encontrei uma lei anacrónica, que era a
lei da reforma agrária, e mudei-a». Tudo que cheire a «25 de Abril» é
anacrónico para Cavaco. No reino do capital, liberdades só para o capital.
É muito provável que o Plano B ganhe as
eleições. Se não tiver maioria absoluta poder-se-á talvez assistir a um
casamento entre os dois Planos. Repetindo o que já dissemos em http://revolucaoedemocracia.blogspot.pt/2013/04/congresso-do-ps-o-mesmo-rumo.html,
uma coisa é certa: vão ser mais quatro anos perdidos.
Referências
[1] Eugénio Rosa, O Programa do Governo PSD/CDS e o Programa Grupo de Economistas do PS Não
São Tão Diferentes como os Media Pretendem Fazer Crer, 29/4/2015, http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2015/16-2015-ps-psd-cds.pdf
[2] Eugénio Rosa, O Mito da Redução da “TSU” para Eliminar o Trabalho Precário e um Novo
Contrato de Trabalho para Facilitar o Despedimento Individual, 16/5/2015, http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2015/19-2015-tsuprecarios.pdf
[3] Agostinho Lopes et al., Proposta do PS: Mais uma Década
de atraso para Portugal
ou mais!, “Avante!”,
30/4/2015.
[4] INE, Revisão em baixa do investimento
empresarial em 2014. Expetativas de redução do investimento em 2015, Destaque de 30/1/2015.
[5] INE, Quadro B.1.4 - Formação bruta de capital fixo (P.51G) por setor
institucional.
[6] Existe uma lei empírica do actual sistema
capitalista – lei de Okun -- que prevê que, para taxas de desemprego de 3% a
7,5%, o PIB deverá crescer da ordem de 3% para o desemprego cair 1%. Segundo um
estudo citado em [1] os cálculos para Portugal mostram que só para uma taxa de
crescimento do PIB acima de 2,7% é que não aumenta o desemprego.
[7] A
situação e as soluções para o País - Basta de exploração, empobrecimento e
declínio nacional, Conferência de Imprensa, 27/4/2015, http://www.pcp.pt/situacao-solucoes-para-pais-basta-de-exploracao-empobrecimento-declinio-nacional
[8] Resultados das eleições para a AR. A
verde, o partido vencedor (no caso PSD/CDS, um deles ou a AD).
1976
|
1979
|
1980
|
1983
|
1985
|
1987
|
1991
|
1995
|
1999
|
2002
|
2005
|
2009
|
2011
|
|
PS (*)
|
34.89%
|
27.33%
|
26.65%
|
36.11%
|
20.77%
|
22.24%
|
29.13%
|
43.76%
|
44.06%
|
37.79%
|
45.03%
|
36.56%
|
28.05%
|
PSD/CDS(**)
|
40.33%
|
42.52%
|
44.91%
|
39.80%
|
29.87%
|
50.22%
|
55.03%
|
43.17%
|
40.66%
|
46.51%
|
36.01%
|
39.54%
|
50.37%
|
PRD
|
17.92%
|
4.91%
|
(*) FRS-Frente Republicana e Socialista, em 1980
(**) AD em 1979 e 1980
[9] A polémica em torno da cobertura das
eleições surgiu nas autárquicas de 2013, quando a CNE impôs aos órgãos de
comunicação social a garantia de «um tratamento igual e não discriminatório a
todas as candidaturas», levando a um boicote das televisões à cobertura
tradicional da campanha por infracção à «liberdade editorial». Dos «editores»
do PSD/CDS e PS, naturalmente.