sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A conquista imperialista da Ucrânia

Aqui está!

O que dizíamos em
sobre a intervenção imperialista (Alemanha-EUA) na Ucrânia atingiu a sua conclusão.
  
A nossa TV, e outras da UE, sistematicamente omitem e distorcem factos e realidades, procurando inculcar a ideia de que se assistiu a uma luta e vitória pela/da democracia na Ucrânia. Os factos puros e duros são bem diferentes, conforme alguns canais estrangeiros relataram e figuras insuspeitas de simpatias pró-Ianukovitch (aliás, como nós) comentaram e escreveram.
  
Muitos desses meios de informação não são facilmente acessíveis ao cidadão comum. Vamos, por isso, limitar-nos a alguns vídeos e reportagens da Russia Today (RT), canal que é acessível a muitos portugueses (tem, inclusive, emissões em castelhano).
  
Eis os líderes dos fascistas, pagos e armados logisticamente (armamento, materiais de propaganda, rádio) por serviços secretos e instituições de direita da Alemanha e EUA, e seus propósitos:
   
Eis o calibre de um dos destacados dirigentes da «revolução democrática» na Ucrânia:
  
O americano Brian Becker, coordenador nacional da coligação americana pacifista, anti-racista e defensora de justiça social ANSWER, comenta assim o que denomina de «Clássica mudança de regime posta em prática pela UE e EUA na Ucrânia»:
 
Neste vídeo o mesmo Brian Becker discorre sobre a fantasia dos ucranianos comuns, manipulados pela propaganda ultra-nacionalista e fascista, quanto às «maravilhas» que vão decorrer da entrada da Ucrânia na UE:

William Mallinson, um historiador inglês, antigo diplomata e gestor de firmas multinacionais (um capitalista, portanto), a propósito dos problemas económicos da Ucrânia diz que a «UE não sabe o que está a fazer na Ucrânia», desta forma:
Diz também que «retirar o estatuto do russo como língua oficial é extremamente irresponsável» referindo-se a uma das primeiras medidas do actual regime banditesco constituído por fascistas ultra-nacionalistas.
   
Vale a pena ver também a «mesa redonda» Cross-Talk
onde assistimos às baboseiras de Amanda Paul, analista política da UE (isto é, porta-voz do imperialismo), que acha que Ianukovitch não tinha sido eleito democraticamente, quando dantes não achava isso. Aliás, nunca a UE disse que as anteriores eleições na Ucrânia tinham sido irregulares, quer as que elegeram Ianukovitch, quer as que elegeram os anteriores governos bem mais à direita que o de Ianukovitch, encabeçadas por figuras claramente pró-imperialistas (Yushenko, Timoshenko). E as leis e condições eleitorais foram as mesmas.
  
O amor da UE e EUA pela democracia confirma-se, finalmente, neste recente facto: apesar de a «oposição» ter escorraçado violentamente o governo e as instituições democraticamente eleitas, VIOLANDO O ACORDO QUE A PRÓPRIA UE APADRINHOU entre governo e «oposição», ninguém (oficial) na UE manifestou pesar pela violação do «seu» acordo. Ninguém (oficial) na UE mostrou incómodo com o actual «governo» fascista da Ucrânia perseguir e trucidar qualquer manifestante de simpatia pró-russa ou de oposição aos desígnios fascistas. Ninguém (oficial) na UE mostrou, inclusive, incómodo com as claras manifestações de perseguição aos judeus de personagens ligadas ao actual «governo» da Ucrânia.
  
Estamos inteiramente convictos que muitos dos ucranianos que se deixaram arrastar por ilusões pró-UE, que se deixaram manipular por forças da direita à extrema-direita, irão num prazo curto constatar que ajudaram a construir um pesadelo. O FMI já veio dizer que a Ucrânia vai entrar em «austeridade» e das fortes, porque a sua dívida está muito pior do que estava a da Grécia.
   
A Ucrânia constitui hoje um exemplo paradigmático dos extremos a que está disposto a ir o actual imperialismo -- que se sente impune por não haver contraponto de Estados socialistas -- na predação de povos  e países inteiros para satisfazer a sede de lucro dos «1% do topo».