domingo, 12 de maio de 2019

Dois Marxismos? | Two Marxisms?

O artigo abaixo, de Greg Godels, é uma exposição esclarecedora e perspicaz de um fenómeno muito difundido: a trivialização e distorção do marxismo injectada num caldo eclético de ideologia burguesa, castrador da transformação do mundo e do papel da classe operária. Lenine comentou tal fenómeno nestes termos:
The article below, by Greg Godels, is an enlightening and insightful exposition of a widespread phenomenon: the trivialization and distortion of Marxism injected into an eclectic broth of bourgeois ideology, castrating world transformation and the role of the working class. Lenin commented such phenomenon in these terms:


«Os grandes revolucionários foram sempre perseguidos durante a vida; a sua doutrina foi sempre alvo do ódio mais feroz, das mais furiosas campanhas de mentiras e difamação por parte das classes dominantes. Mas, depois da sua morte, tenta-se convertê-los em ídolos inofensivos, canonizá-los por assim dizer, cercar o seu nome de uma auréola de glória, para "consolo" das classes oprimidas e para o seu ludíbrio, enquanto se castra a substância do seu ensinamento revolucionário, embotando-lhe o gume, aviltando-o. A burguesia e os oportunistas do movimento operário unem-se presentemente para infligir ao marxismo um tal "tratamento". Esquece-se, esbate-se, desvirtua-se o lado revolucionário, a essência revolucionária da doutrina, a sua alma revolucionária. Exalta-se e coloca-se em primeiro plano o que é ou parece aceitável para a burguesia» Lenine, O Estado e a Revolução, cap. 1, 1917.
During the lifetime of great revolutionaries, the oppressing classes constantly hounded them, received their theories with the most savage malice, the most furious hatred and the most unscrupulous campaigns of lies and slander. After their death, attempts are made to convert them into harmless icons, to canonize them, so to say, and to hallow their names to a certain extent for the “consolation” of the oppressed classes and with the object of duping the latter, while at the same time robbing the revolutionary theory of its substance, blunting its revolutionary edge and vulgarizing it. Today, the bourgeoisie and the opportunists within the labor movement concur in this doctoring of Marxism. They omit, obscure, or distort the revolutionary side of this theory, its revolutionary soul. They push to the foreground and extol what is or seems acceptable to the bourgeoisie.” Lenin, The State and Revolution, ch. 1, 1917

O leitor português encontra nas personagens e eventos citados por Godels equivalentes na realidade portuguesa que merecem reflexão.
The Portuguese reader finds in the characters and events cited by Godels equivalents in the Portuguese reality that deserve reflection.

Dois Marxismos?

por Greg Godels

http://zzs-blg.blogspot.com/
Two Marxisms?

By Greg Godels

http://zzs-blg.blogspot.com/

A Google sabe do meu interesse persistente pelo marxismo. Recebo, por isso, frequentes ligações para artigos que os algoritmos da Google seleccionam como populares ou influentes. Constantemente, no topo da lista, estão os artigos de ou sobre o irrefreável Slavoj Žižek. Žižek tornou-se mestre em truques para público intelectual - divertido, pomposo, chocante, calculadamente obscuro e rebuscado. A barba e pose desgrenhada contribuem para uma espécie de caricatura de professor europeu presenteando o mundo com grandes ideias profundamente incrustadas em camadas de obscurantismo, maneira infalível de parecer profundo e caminho seguro para promover o valor comercial do entretenimento.

Adeptos próximos do «mestre» até postam vídeos de Žižek devorando cachorros-quentes -- um em cada mão! Žižek está actualmente a facturar num debate público, com um balofo parceiro de direita, e dizem que cobra preços obscenos pelos bilhetes. O marxismo como empreendedorismo.

Žižek é uma das mais recentes iterações da longa linhagem de académicos, na maioria europeus, que constroem uma modesta celebridade pública a partir de uma identificação com o marxismo ou tradição marxista. De Sartre e existencialismo ao estruturalismo, pós-modernismo, pós-essencialismo, pós-fordismo e política identitária, os académicos apropriaram-se de partes da tradição marxista e reivindicaram repensar essa tradição, mantendo uma distância calculada e segura de qualquer movimento marxista. São marxistas quando isso traz audiência, mas raramente respondem a apelos à acção.

O curioso deste marxismo intelectual, deste marxismo diletante de salão, é que nunca o é por inteiro; é marxismo com sérias reservas. O marxismo é bom se for o «jovem» Marx, o Marx «humanista», o Marx «hegeliano», o Marx dos Grundrisse,1 o Marx sem Engels, o Marx sem classe operária, o Marx anterior ao bolchevismo, ao comunismo. Compreende-se; se se quer ser o próximo grande oráculo de Marx, há que separar-se do bando, há que repensar o marxismo, redescobrir o Marx «real», localizar onde Marx se enganou.

Gerações passadas de bem-intencionados estudantes universitários, mas confusos por razões de classe, foram seduzidas por pensadores «radicais» que ofereciam um gosto de rebeldia num embrulho académico sexy. Pacotes de livros de estudantes continham livros da moda por ler, de autores como Marcuse, Althusser, Lacan, Deleuze, Laclau, Mouffe, Foucault, Derrida, Negri e Hardt -- com características comuns: títulos exóticos, provocantes, e prosa impenetrável. Livros que prometiam muito mas ofereciam escuridão.

Com uma nova geração de jovens de mentalidade radical buscando alternativas ao capitalismo e curiosos sobre o socialismo, é inevitável que muitos estejam a olhar para Marx. E para onde se voltam?

Um professor de Yale, Samuel Moyn, oferece sem pudor um manual prático, apresentado na revista «fixe» Jacobin, intitulado How to be a Marxist2. Moyn é professor Henry R. Luce3 de Jurisprudência. Pelos vistos, Moyn, ao oferecer um guia para o marxismo, não se sente mal numa cátedra agraciada por um dos mais notórios editores anti-comunistas e anti-marxistas dos EUA.

A presunção do Como… de Moyn de guia do desconhecedor do marxismo não é justificada nem explicada. Mas ele sente-se confiante ao recomendar dois académicos recentemente falecidos, Moishe Postone e Erik Olin Wright (e o ainda vivo Perry Anderson), como representando os últimos de «... uma geração de grandes intelectuais cujas experiências da década de 1960 os levaram a escolher como obra de suas vidas recuperar e re-imaginar o marxismo».

Confesso que a escolha de Moishe Postone me espantou. Teria de ficar embaraçado ao dizer que nunca conheci o professor Postone ou o seu trabalho como marxistas? Quando deparei com uma entrevista do estimado Professor Postone no YouTube logo descobri que ele enfaticamente e sem reservas nega ser marxista. Mais: Postone afirma que a maior parte do que chamamos marxismo foi escrito por Frederick Engels. Postone admite que Engels era «um tipo realmente bom», mas que nunca entendeu devidamente Marx. Postone, pelo contrário, sim. E o seu Marx não «glorifica» a classe operária.

Estou, todavia, familiarizado com a alegada devoção ao marxismo do outro exemplo de «grande intelectual», Erik Olin Wright, que foi membro proeminente de longa data da chamada escola do «marxismo analítico». Como os outros membros desse movimento intelectual, tentou colocar o marxismo numa base «legítima»; a legitimidade era obtida submetendo o marxismo aos rigores da ciência social anglo-americana convencional. A presunção de que a ciência social anglo-americana não tem falhas ou que nada tem a aprender com o método de Marx nunca é questionada por essa clique. Mas, para mérito de Wright, ele lutou fortemente para perceber o conceito de classe social.

A fim de «salvar a esquerda de cair de novo em vários becos sem saída», o professor Moyn sugere o último livro do seu «brilhante colega” Martin Hägglund. Moyn assegura-nos que «This Life: Secular Faith and Spiritual Freedom4 é um início excelente para os que querem dar energia à teoria do socialismo, ou até construir a sua própria teoria de uma variante marxista dela».

Basta um breve instante para ver que Martin Hägglund e seu admirativo colega nos levam para outros becos sem saída, já trilhados por muitas gerações do passado. A via Hägglund revisitaria o existencialismo, Hegel e as tradições cristãs em busca do ilusório «sentido da vida». Embora muitos de nós pensassem que Marx oferecia uma análise profundamente fundamentada da mudança e da justiça social, Moyn/Hägglund, com Postone, colocam «as perguntas supremas que cada um deve fazer: que trabalho devo fazer? Como devo gastar o meu tempo finito?». Acumulando importantes contrastes, propõem «maximizando... o tempo livre de cada indivíduo para o gastar como quiser…»

Assim, a luta pela emancipação, neste repensar do marxismo, não é a emancipação da classe trabalhadora, mas o sacar tempo livremente descartável das garras do trabalho. Os professores admitem que esta luta é muito mais fácil para os académicos do que para os «miseráveis ​​da Terra».

«Por fim», conclui Moyn, «há a proposta de Hägglund de que os marxistas podem deitar fora o comunismo -- que, de qualquer forma, Marx descreveu vagamente -- em favor da democracia. Não é totalmente claro o que Hägglund quer dizer com democracia, algo que nem Marx nem muitos marxistas procuraram analisar teoricamente». Assim, Hägglund reduz o «marxismo» a uma rejeição do comunismo e abraço de uma vaga «democracia». Teria de concordar com Moyn: «É de facto notável como, do pouco que a maioria das pessoas têm pensado sobre a teoria marxista, Hägglund fez… uma tentativa de reiniciá-la para o nosso tempo». Aparentemente, o agora revelado segredo de se tornar marxista é descartar Marx.

Como muitos autoproclamados «marxistas», que antecederam Postone, Hägglund e Moyn, a intenção deles parece ser a de desarmar o marxismo mais do que promovê-lo.

Ideias Perigosas

A verdade nua e crua é que o marxismo -- desde a época da censura de Marx e suas múltiplas expulsões de vários países -- é uma ideia perigosa. A incapacidade de Marx de garantir nomeações académicas e a constante vigilância e assédio por parte das autoridades provaram ser um prenúncio do destino de quase todos os autênticos intelectuais marxistas. O capitalismo não concede honra académica ou celebridade aos que defendem a destruição do capitalismo. E esses «marxistas» que vêm a ser aclamados por académicos, que obtêm lucrativos negócios de livros, e desfrutam da visibilidade nos media, raramente representam uma grande ameaça ao sistema.

É revelador que, embora a história tenha produzido muitos marxistas «orgânicos», com raízes na classe operária e em movimentos que desafiam o capitalismo, as suas contribuições raramente povoam as bibliografias de professores universitários, a não ser para escarnecer. O emprego universitário raramente está disponível a fornecedores de ideias perigosas ou de defesa de uma versão de Marx que apela à mudança revolucionária.

Um historiador marxista, o falecido Herbert Aptheker que fez mais do que qualquer outro intelectual ao desafiar o retrato distorcido do Birth of a Nation/Gone With The Wind5 do Sul benigno e defesa heróica do seu nobre estilo de vida, não conseguiu encontrar trabalho em universidades dos EUA. Só com um movimento de liberdade de expressão pôde falar nos campi dos EUA. Os seus livros desapareceram da circulação e poucos estudantes da história afro-americana sabem das suas contribuições.

Ninguém criou uma história do movimento operário dos EUA que rivalize com os 10 volumes da História do Movimento Operário nos EUA do falecido marxista Phillip Foner. Os 5 volumes de Vida e Obras de Frederick Douglass, de Foner, restabeleceram Douglass como figura proeminente na abolição da escravatura nos EUA. Uma universidade historicamente negra, a Lincoln University, corajosamente contratou Foner após anos de listas negras. Hoje, infelizmente, as suas obras são largamente ignoradas nas áreas em que foi pioneiro.

As contribuições sérias de muitos outros intelectuais marxistas dos EUA podem ser encontradas em edições antigas de revistas como Science and Society, Political Affairs, Masses, Masses and Mainstream, e Freedomways que descansam em recônditas prateleiras a ganhar poeira, minadas por macartismo, listas negras, cobardia académica e anticomunismo flagrante.

As portas e o debate aberto da academia e meios de comunicação de massa também se fecharam aos marxistas da classe operária (a menos que renunciem aos seus pontos de vista!). Apesar de líder de movimentos da classe operária e da sua escrita prolífica, as obras do marxista William Z. Foster sobre organização, estratégia e tácticas dos trabalhadores, e economia política, estão em grande parte esquecidos, a menos que reapareçam como pensamento de outros. É negada entrada a outras importantes figuras marxistas, responsáveis por alguns dos melhores momentos dos trabalhadores, como Len De Caux e Wyndham Mortimer.

Também os pioneiros marxistas dos movimentos pela igualdade dos negros e das mulheres, Benjamin Davis, William Patterson e Claudia Jones, não são aclamados nem apresentados como exemplos do «Como ser Marxista».

O trabalho de economia política do marxista Victor Perlo que identificou as mais altas ligações do capital financeiro e da economia do racismo estão curiosamente ausentes de qualquer conversa académica relevante.

O que todos esses marxistas compartilham é uma vida política militante no Partido Comunista dos EUA, um distintivo orgulhoso mas denegrido pela maioria dos intelectuais americanos.

Os melhores artigos da venerável revista Monthly Review sofrem a mesma marginalização. Os seus fundadores ameaçavam o suficiente, tornando-se vítimas do medo do vermelho. O co-fundador Paul Sweezy, um sério economista político marxista, nunca foi entusiasticamente recebido nos círculos académicos.

Hoje, Michael Parenti é o mais perigoso intelectual marxista dos EUA. Eu sei disso porque apesar de inúmeros ​​livros, vídeos e palestras, apesar de um compromisso intransigente com uma interpretação marxista da história e dos eventos actuais, apesar de um profundo, mas raciocinado ódio ao capitalismo, e apesar de um estilo admiravelmente acessível e com grandes ideias, ele está desempregado por universidades e tem acesso negado em todas, com excepção da media mais de esquerda ou marginal.

Outro impressionante estudioso marxista dos EUA, Gerald Horne, embora desfrute de estabilidade académica, merece ser estudado por todo o «esquerdista» dos EUA pela integridade, acessibilidade e qualidade do seu trabalho.

O marxismo autêntico, em oposição ao marxismo chique, em voga ou da moda, é implacável, agressivo e inspirador de acção. Ele disseca diligentemente o funcionamento interno do sistema capitalista. É implacável e sem compaixão na sua rejeição do capitalismo. Desafia o pensamento convencional, fazendo poucos amigos na imprensa capitalista e abalando a gentileza e a colegialidade do liberalismo da academia. O marxismo não é um carreirismo, mas um compromisso sem agradecimentos.

Os marxistas reais são necessariamente anómalos. Até que as condições para mudanças revolucionárias amadureçam, são frequentemente sujeitos a cepticismo, desinteresse, e até escárnio e hostilidade. Os poseurs marxistas são alérgicos a organizações políticas, activismo e risco intelectual, enquanto marxistas empenhados são obrigados a buscar e unir-se a movimentos de mudança; são levados a cumprir a décima primeira tese de Marx sobre Feurbach, muito mencionada e raramente observada: «Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo».
Google knows that I have an abiding interest in Marxism. Consequently, I receive frequent links to articles that Google’s algorithms select as popular or influential. Consistently, at the top of the list, are articles by or about the irrepressible Slavoj Žižek. Žižek has mastered the tricks of a public intellectual-- entertaining, pompous, outrageous, calculatedly obscure, and mannered. The disheveled pose and the beard add to a near caricature of the European professor gifting the world with big ideas embedded deeply in layers of obscurantism-- a sure-fire way to appear profound. And a sure-fire way to advance one’s commercial entertainment value.

Close followers of the “master” even post videos of Žižek devouring hot dogs-- one in each hand! He is currently cashing in on a public debate with a right-wing gas-bag counterpart which reportedly brings in obscene prices for tickets. Marxism as entrepreneurship.

Žižek is one of the latest iterations of a long line of largely European academics who build modest public celebrity from an identification with Marxism or the Marxist tradition. From Sartre and existentialism through structuralism, postmodernism, post-essentialism, post-Fordism, and identitarian politics, academics have appropriated pieces of the Marxist tradition and claimed to rethink that tradition, while keeping a measured, safe distance from any Marxist movement. They are Marxists when it brings an audience, but seldom answer the call to action.

The curious thing about this intellectual Marxism, this parlor, dilettante Marxism is that it is never all in; it is Marxism with grave reservations. Marxism is fine if it’s the “early” Marx, the “humanist” Marx, the “Hegelian” Marx, the Marx of the Grundrisse, the Marx without Engels, the Marx without the working class, the Marx before Bolshevism, or before Communism. Understandably, if you want to be the next big Marx-whisperer, you must separate yourself from the pack, you must rethink Marxism, rediscover the “real” Marx, locate where Marx got it wrong.

Previous generations of well-meaning, but class-befuddled university students have been seduced by “radical” thinkers who offer a taste of rebellion in a sexy academic package. Student book packs carried unread, but fashionable books by authors like Marcuse, Althusser, Lacan, Deleuze, Laclau, Mouffe, Foucault, Derrida, Negri, and Hardt-- authors who shared common features of exotic, provocative book titles and impenetrable prose. Books that promised much, but delivered murk.

With a new generation of radically minded youth looking for alternatives to capitalism and curious about socialism, it is inevitable that many are looking toward Marx. And where do they turn?

A Yale professor unabashedly offers a handy primer, featured in the hip Jacobin Magazine, entitled How to be a Marxist. Professor Samuel Moyn is currently the Henry R. Luce Professor of Jurisprudence. Apparently, Moyn feels no unease with holding a chair endowed by one of the country’s most notorious anti-Communist, anti-Marxist publishers, while offering a guidebook to Marxism.

Moyn’s How to… presumption to guide the unknowing to Marxism is neither justified nor explained. Nonetheless, he feels confident to recommend two recently deceased academics, Moishe Postone and Erik Olin Wright (along with the still living Perry Anderson), as representing the last of “...the generation of great intellectuals whose 1960s experiences led them to adopt a lifework of recovering and reimagining Marxism.”

I confess that his choice of Moishe Postone had me baffled. Should I be embarrassed to say that I had never known Professor Postone’s work or known him to be a Marxist? When I found a YouTube interview with the esteemed Professor Postone, I quickly discovered that he emphatically and without reservation denies being a Marxist. Further, Postone contends that most of what we call Marxism was written by Frederick Engels. Postone concedes that Engels was “really a good guy,” but Engels never properly understood Marx. Postone, on the other hand, does. And his Marx does not “glorify” the industrial working class.

I am, however, familiar with the other alleged exemplar of a “great intellectual” devotion to Marxism, Erik Olin Wright. Wright was a long-standing, prominent member of the so-called “Analytic Marxism” school. Wright, like the other members of this intellectual movement, attempted to place Marxism on a “legitimate” foundation, where legitimacy was earned by subjecting Marxism to the rigors of conventional Anglo-American social science. The conceit that Anglo-American social science is without flaws or that it has nothing to learn from Marx’s method is never questioned with this clique. But to Wright’s credit, he struggled mightily to grasp the concept of social class.

In order “to save the Left from going down various cul-de-sacs again,” Professor Moyn offers the latest book of his “brilliant colleague,” Martin Hägglund. Moyn assures us that “This Life: Secular Faith and Spiritual Freedom is an excellent place to start for those who want to energize the theory of socialism, or even build their own theory of a Marxist variant of it.”

It takes only a brief moment to see that Martin Hägglund and his admiring colleague are taking us down other cul-de-sacs, ones trod by many earlier generations. Hägglund’s journey would revisit existentialism, Hegel, and Christian traditions in search of the elusive “meaning of life.” Though many of us thought that Marx offered a profoundly informed analysis of social change and social justice, Moyn/Hägglund, following Postone, bring forward “the ultimate questions anyone must ask: what work should I do? How should I spend my finite time?” Accumulating capital contrasts, they submit, with “maximizing... each individual’s free time to spend as she pleases…”

Thus, the struggle for emancipation, in this rethinking of Marxism, is not the emancipation of the working class, but the wresting of freely disposable time from the grip of work. The professors concede that this struggle is far easier for academics than for “the wretched of the earth.”

“And finally,” Moyn concludes, “there is Hägglund’s proposal that Marxists can ditch communism — which in any event Marx described vaguely — in favor of democracy. It is not totally clear what Hägglund means by democracy, something which neither Marx himself nor many Marxists have chosen to pursue theoretically.” So Hägglund distills “Marxism” into a rejection of Communism and an embrace of a vague “democracy.” I would have to agree with Moyn: “Indeed, it is remarkable how little of what most people have thought Marxist theory was about make it into Hägglund’s ...attempt to restart it for our time.” Apparently, the now revealed secret of becoming a Marxist is to discard Marx.

Like many self-proclaimed “Marxists” who came before Postone, Hägglund, and Moyn, their intent seems to be to defang Marxism more than it is promote it.

Dangerous Ideas

The naked truth is that Marxism-- from the time of Marx’s censorship and multiple expulsions from different countries-- is a dangerous idea. Marx’s inability to secure academic appointments and his constant surveillance and harassment by authorities proved to be a harbinger of the fate of nearly all authentic Marxist intellectuals. Capitalism does not endow those who advocate the undoing of capitalism with academic honor or celebrity. And those “Marxists” who do rise to academic acclaim, who get lucrative book deals, who enjoy media exposure, seldom present much of a threat to the system.

It is a telling fact that, though history has produced many “organic” Marxists, Marxists with roots in the working class and in movements challenging capitalism, their contributions seldom populate the bibliographies of university professors, unless to deride. University employment is rarely available to purveyors of dangerous ideas or the advocacy of a version of Marx that calls for revolutionary change.

A Marxist historian like the late Herbert Aptheker, who did more than any other intellectual to challenge the twisted Birth of a Nation/Gone With The Wind depiction of the benign South and its heroic defense of a noble way of life, could not find work in US universities. Indeed, it took a free speech movement to get him to be permitted to speak at all on US campuses. His books have disappeared from circulation and few students of African American history are exposed to his contributions.

No one has created a history of the US labor movement to rival the late Marxist Phillip Foner’s 10-volume History of the Labor Movement in the US. Foner’s 5-volume The Life and Writings of Frederick Douglass reestablished Douglass as a preeminent figure in the abolition of slavery in the US. A historically Black university, Lincoln University, courageously hired Foner after years of blacklisting. Sadly, today, his works are largely ignored in fields where he pioneered.

The serious contributions of many other US Marxist intellectuals can be found in back issues of publications like Science and Society, Political Affairs, Masses, Masses and Mainstream, and Freedomways resting on out-of-the-way library shelves gathering dust, diminished by McCarthyism, blacklists, scholarly cowardice, and blatant anti-Communism.

The doors and public discourse of the academy and the mass media have equally been shut to working class Marxists (unless they renounce their views!). Despite his leading of working class movements and his writing prolifically, Marxist William Z. Foster’s works on organizing, labor strategy and tactics, and political economy are largely forgotten, unless they reappear as someone else’s thinking. Other key Marxist figures responsible for and interpreting some of labor’s finest moments such as Len De Caux and Wyndham Mortimer are denied membership in the club.

Similarly, Marxist pioneers in the Black and women’s equality movements like Benjamin Davis, William Patterson, and Claudia Jones are neither hailed as such nor offered as examples of “How to be a Marxist.”

Marxist political economist Victor Perlo's work in identifying the highest reaches of finance capital and the economics of racism are curiously missing from any relevant academic conversation.

What these Marxists all share is an activist political life in the US Communist Party, a proud badge, but one denigrated by most US intellectuals.

The best writing of the venerable Monthly Review magazine suffers the same marginalization. Its founders were threatening enough to be victimized by the Red scare. And co-founder Paul Sweezy, a serious Marxist political economist, never was enthusiastically welcomed into academic circles

Today, Michael Parenti is the most dangerous Marxist intellectual in the US. I know this because despite countless books, videos, and speaking engagements, despite an uncompromising commitment to a Marxist interpretation of history and current events, despite a profound, but reasoned hatred of capitalism, and despite an admirably approachable style and manner with big ideas, he is otherwise unemployed by universities and denied access to all but the most left or marginal media.

Another impressive US Marxist scholar, Gerald Horne, though enjoying academic tenure, deserves to be studied by every “leftist” in the US for the integrity, accessibility, and quality of his work.

Authentic Marxism, as opposed to fashionable, trendy, or faddish Marxism, is relentless, aggressive, and inspiring of action. It diligently dissects the inner workings of the capitalist system. It is ruthless and unsparing in its rejection of capitalism. It challenges conventional thinking, making few friends in the capitalist press and rocking the gentility and collegiality of the staid liberalism of the academy. Marxism is not a career move, but a thankless commitment.

Real Marxists are necessarily outliers. Until the conditions for revolutionary changes ripen, they are often subjected to skepticism, disinterest, even derision and hostility. Marxist poseurs are allergic to political organizations, activism, and intellectual risk, while committed Marxists are compelled to seek and join movements for change; they are driven to serve Marx’s oft-quoted, seldom heeded eleventh thesis on Feurbach: “The philosophers have only interpreted the world, in various ways; the point, however, is to change it."


1 - Karl Marx, Fundamentos da Crítica da Economia Política, 1857-61.
2 - Como Ser Marxista.
3 - O título «Professor Henry R. Luce» segue uma prática americana de homenagear um pioneiro da cátedra, neste caso Henry R. Luce que o autor revela ser « um dos mais notórios editores anti-comunistas e anti-marxistas dos EUA».
4 - Esta Vida: Fé Secular e Liberdade Espiritual.
5 - Nascimento de uma nação/E tudo o vento levou.

domingo, 5 de maio de 2019

Algumas Notas sobre a Ciência e a Técnica na URSS no Tempo de Estaline

Algumas Notas sobre a Ciência e a Técnica na URSS no Tempo de Estaline
e o início do seu declínio com o revisionismo krutchevista

A Few Notes on Science and Technology in the USSR in Stalin’s Time
and the beginning of its decline with the Khrushchevist revisionism

I

A época que se estende desde 3 de Abril de 1922 – quando Estaline é eleito Secretário-Geral do PCR(b) pelo CC sob proposta de Lenine (siglas: ver “As Eleições na URSS”) – até 5 de Março de 1953 – data da morte de Estaline – é o período de construção do socialismo na Rússia e na URSS. Quando as hordas nazis em Junho de 1941 invadem a URSS, com exércitos de estados fascistas (Itália, Hungria, Roménia, etc.), a URSS é já uma união de estados de socialismo bastante desenvolvido, em especial a Rússia. Ao esmagar o nazismo na 2.ªGM a URSS venceu o maior teste da história alguma vez imposto a uma formação social, demonstrando a superioridade do socialismo.

Para além de muitos outros factores - a dedicação do povo na defesa do socialismo, a preparação militar, a qualidade dos órgãos governamentais e da liderança de Estaline, etc. -- uma contribuição não menor para passar o teste foi o alto nível alcançado pela ciência e tecnologia na URSS.

II

A Ciência e a Técnica – ao serviço das massas trabalhadoras -- são pedras chave na construção e defesa do socialismo. Estaline compreendia-o bem. Dedicou-lhes grande atenção, considerando correctamente o progresso científico e técnico como imprescindível ao rápido desenvlvimento de uma indústria e agricultura avançadas. Eis algumas das suas afirmações sobre isto:

«[…] porque é impossível dirigir o trabalho de construção de uma sociedade socialista sem dominar o conhecimento científico. Por isso, os estudantes comunistas e os estudantes soviéticos em geral, devem estabelecer clara e definitivamente como sua tarefa imediata dominar a ciência […]».
À Primeira Conferência dos Estudantes Proletários de Toda a Unão
16 de Abril de 1925

«Casos como os que ocorrem na América, onde darwinistas foram ​​recentemente processados, não podem ocorrer aqui, porque o Partido segue uma política de defender a ciência em todos os aspectos.»
Entrevista com a Primeira Delegação
Sindical Americana
9 de Setembro de 1927

«Para construir, precisamos de ter conhecimento, de dominar a ciência. Ora, conhecimento implica estudo. Devemos estudar com perseverança e paciência. Devemos aprender com todos, com os nossos inimigos e os nossos amigos [...] Perante nós, ergue-se uma fortaleza. Essa fortaleza chama-se ciência, com os seus numerosos ramos de conhecimento. Devemos a todo custo capturar essa fortaleza. É a nossa juventude que deve capturar essa fortaleza, se quer ser a construtora da nova vida [...] Precisamos agora de grupos inteiros, centenas e milhares de novos quadros bolcheviques capazes de se tornarem mestres no seu assunto nos mais diversos ramos do conhecimento. Sem isso, é inútil pensar em qualquer crescimento rápido de construção socialista no nosso país. […] Devemos estudar, estudar e estudar com muita perseverança. Essa é agora a tarefa.»
Discurso Proferido no VIII Congresso de Toda a União da Liga de Jovens Comunistas Leninistas, 16 de Maio de 1928

(O próprio Estaline era um estudante e leitor ávido. A sua biblioteca pessoal possuía milhares de livros, com cerca de 400 livros anotados, cobrindo desde literatura clássica russa, soviética e ocidental, a temas pelos quais nutria interesse sólido em história, filosofia, economia, linguística, ciência e assuntos militares [1])

«[...] máximo cuidado e consideração pela vasta maioria dos especialistas e técnicos que se dissociaram dos destruidores * (não estou a pensar nos fala-baratos e nos poseurs do tipo Ustryalov, mas sim nos genuínos trabalhadores científicos que trabalham honestamente, de mãos dadas com a classe trabalhadora)».
* “destruidores”: Estaline refere-se a alguns quadros técnicos teleguiados por serviços secretos estrangeiros que tinham cometido actos de sabotagem e destruição.
Relatório político do Comité Central ao XVI Congresso da PCUS(b)
27 de Junho de 1930

«Ciência é chamada ciência precisamente porque não reconhece fetiches, não tem medo de erguer a mão contra o obsoleto e antiquado, porque presta um ouvido atento à voz da experiência, da prática. Se fosse de outro modo, não teríamos ciência alguma; não teríamos astronomia, digamos, e teríamos ainda que andar com o sistema ultrapassado de Ptolomeu; não teríamos biologia e ainda estaríamos a confortar-nos com a lenda da criação do homem; não teríamos química e ainda teríamos que conviver com os augúrios dos alquimistas».
Discurso na I Conferência dos
Stakhanovistas de Toda a União
17 de Novembro de 1935

«Consequentemente, a garantia da satisfação máxima das necessidades materiais e culturais sempre crescentes de toda a sociedade constitui o objectivo da produção socialista; o crescimento ininterrupto e aperfeiçoamento da produção socialista na base de uma técnica superior constituem o meio para o alcance desse objectivo».
Sobre os erros do camarada
L.D. Iarochenko, 1952
I

The period extending from April 3, 1922 -- when Stalin was elected General Secretary of the RCP(b) by the CC on proposal of Lenin (acronyms: see "Elections in the USSR") - until March 5, 1953 - date of the death of Stalin -- is the period of the construction of socialism in Russia and USSR. When the Nazi hordes in June 1941 invaded the USSR, joined by armies of fascist states (Italy, Hungary, Romania, etc.) the Soviet Union was already a union of states of well-developed socialism, especially Russia. By crushing Nazism in WWII the USSR passed the greatest test in history ever imposed on a social formation, demonstrating the superiority of socialism.

Besides many other factors – dedication of the people to defending socialism, military preparation, quality of government bodies and Stalin´s leadership, etc. – a no lesser contribution to passing the test was the high level attained by science and technology in the USSR.

II

Science and technology – at the service of the toiling masses -- are keystones in the construction and defense of socialism. Stalin understood this very well. He devoted a lot of attention to them, since he rightly considered scientific and technological progress to be mandatory for the rapid development towards advanced industry and agriculture. Here are some of his statements about this:

“[…] for it is impossible to direct the work of building a socialist society without a mastery of scientific knowledge. Hence the Communist students, and Soviet students generally, must set themselves clearly and definitely the immediate task of mastering science […]”
To the First All-Union Conference of Proletarian Students
                                                    April 16, 1925

“Cases such as occur in America, where Darwinists were prosecuted recently, cannot occur here because the Party pursues a policy of defending science in every way.”
Interview with the First American
Labour Delegation
September 9, 1927

“In order to build, we must have knowledge, mastery of science. And knowledge entails study. We must study perseveringly and patiently. We must learn from everyone, both from our enemies and from our friends […] Before us stands a fortress. That fortress is called science, with its numerous branches of knowledge. We must capture that fortress at all costs. It is our youth who must capture that fortress, if they want to be builders of the new life […] We now need whole groups, hundreds and thousands of new Bolshevik cadres capable of becoming masters of their subject in the most diverse branches of knowledge. Failing this, it is useless to think of any swift rate of socialist construction in our country. […] we must study, study and study most perseveringly. That is the task now.”
Speech Delivered at the Eighth Congress of the All-Union Leninist
Young Communist League
May 16, 1928

(Stalin himself was an avid student and reader. His personal library had thousands of books, with about 400 annotated books, ranging from classical Russian, Soviet, and Western literature to subjects for which he had enduring interests in history, philosophy, economics, linguistics, science and military affairs [1])

“[…] maximum care and consideration for the vast majority of specialists and technicians who have dissociated themselves from the wreckers * (I have in mind not windbags and poseurs of the Ustryalov type, but the genuine scientific workers who are working honestly, hand in hand with the working class)”
* ‘wreckers’: Stalin is referring to a few technical cadres who, remote-controlled by foreign intelligence services, had committed acts of sabotage and wrecking.
Political Report of the Central Committee to the  16th Congress of the CPSU(B)
June 27, 1930

“Science is called science just because it does not recognise fetishes, just because it does not fear to raise its hand against the obsolete and antiquated, and because it lends an attentive ear to the voice of experience, of practice. If it were otherwise, we would have no science at all; we would have no astronomy, say, and would still have to get along with the outworn system of Ptolemy; we would have no biology, and would still be comforting ourselves with the legend of the creation of man; we would have no chemistry, and would still have to get along with the auguries of the alchemists.”
Speech at the 1st All-Union
Conference of Stakhanovites.
November 17, 1935

“Consequently, maximum satisfaction of the constantly rising material and cultural requirements of the whole of society is the aim of socialist production; continuous expansion and perfection of socialist production on the basis of higher techniques is the means for the achievement of the aim.”
Economic Problems of Socialism in the U.S.S.R.
Concerning the Errors of Comrade
L. D. Yaroshenko, 1952



III

O enorme desenvolvimento científico, educativo e cultural da URSS, enquadrado por medidas correctas de economia socialista --  nas quais Estaline também teve intervenção destacada --, determinaram um enorme salto em frente, económico e social, da URSS de Estaline. Logo depois da 2.ª GM, e apesar das enormes destruições causadas pelos nazi-fascistas, a URSS levou a cabo uma rápida reconstrução. Mais rápida que os países capitalistas europeus que não sofreram tais destruições. Foi o primeiro país a terminar com o racionamento alimentar e poucos anos depois era a segunda potência económica mundial.

Avultam na época de Estaline o rápido crescimento do número de universidades, de estudantes do ensino superior e de institutos de investigaçao científica. Quanto a universidades, no ano lectivo de 1922-23, havia na URSS 248 universidades com 216,7 mil estudantes. No ano letivo de 1931-32, o número de universidades na URSS atingiu 701, isto é, em 9 anos o número de universidades quase triplicou (2,83 vezes mais); o número de estudantes quase duplicou: 405,9 mil. [2] Estaline, citando estatísticas oficiais disponíveis no início de 1934, menciona no relatório apresentado ao 17.º Congresso do PCUS [3] um crescimento do número de instituições do ensino superior de 91 em 1914 para 600 em 1933, isto é, cita para 1933 um valor por defeito. No ano lectivo de 1940-41, havia 817 universidades com 812 mil estudantes. As estatísticas para os anos da guerra eram obviamente difíceis de estabelecer. Sabe-se, contudo, que a seguir à guerra, em 1950, havia 1,247 milhões de estudantes e em 1956, mais de 2 milhões. [4] Uma fonte [5] refere em 1970-71 4,6 milhões de estudantes em 805 universidades, o que corresponde a um decréscimo do número de universidades face a 1940-41.

IV

São escassas as fontes que encontrámos sobre o número de institutos de investigação científica. Estaline, no já citado relatório, fala de um crescimento de 400 institutos em 1929 para 840 em 1933. Também não encontrámos na Web dados sobre todos os institutos de investigação científica da URSS. Encontrámos, porém, na wikipedia em russo [2, 6] as listas dos institutos científicos, com o ano de fundação, nomeadamente os tutelados pela Academia de Ciências da URSS (ACU) e pela Academia de Ciências da Rússia (ACR). De acordo com estas listagens, que compilamos abaixo em Apêndice A numa lista única, foram fundados 175 Institutos no período de 1917 a 1984. A partir desta lista construímos a seguinte tabela:
III

The enormous scientific, educational and cultural development of the USSR, supported by correct measures of socialist economy -- in which Stalin also had outstanding intervention -- determined a great economic and social leap forward of Stalin's USSR. Soon after the Second World War, and despite the enormous destruction caused by the Nazi-fascists, the USSR carried out a rapid reconstruction -- faster than the European capitalist countries that hadn’t suffered such destruction. The USSR was the first country to end food rationing and in a few years rose to second economic power of the world.

Stalin’s time is marked by a rapid growth of the number of universities, of higher education students and of scientific research institutes. As regards universities, in the academic year 1922-23, there were in the USSR 248 universities with 216.7 thousand students. In the academic year 1931-32, the number of universities in the USSR reached 701, that is, in 9 years the number of universities almost tripled (2.83 times more); the number of students almost doubled: 405.9 thousand. [2] Stalin, citing official statistics available in early 1934, mentions in his report submitted to the 17th Congress of the CPSU [3] an increase in the number of higher education institutions from 91 in 1914 to 600 in 1933; that is, he cites for 1933 a value by default. In the academic year 1940-41, there were 817 universities with 812 thousand students. Statistics for the war years were obviously difficult to establish. It is known, however, that after the war, in 1950, there were 1.247 million students and in 1956 over 2 million. [4] One source [5] reports for 1970-71 4.6 million students in 805 universities; this corresponds to a decrease in the number of universities compared to the number in 1940-41.

IV

The sources we have found reporting on the number of scientific research institutes are scarce. Stalin, in the aforementioned report, speaks of a growth from 400 institutes in 1929 to 840 in 1933. We also did not find data on the Web about all the scientific research institutes of the USSR. We did find, however, in the wikipedia in Russian [2, 6] the lists of scientific institutes, with the year of foundation, namely those under the tutelage of the Academy of Sciences of the USSR (ASU) and the Academy of Sciences of Russia (ASR). In accordance with these lists, which we compiled below in Appendix A in a single list, 175 Institutes were founded in the period from 1917 to 1984. Using this list we built the following table (all tables use comma replacing the decimal point):


Número de institutos científicos fundados em três períodos
Number of scientific Institutes founded during three periods

Período
Period
Número
Number
% do total
% of total
Anos
Years
Média
Average
Rússia
Russia
Pré-Estaline (1917-1921)
Pre-Stalin (1917-1921)
13
7,4
5
2,6/ano year
URSS
USSR
Estaline (1922-1952)
Stalin (1922-1952)
83
47,4
31
2,7/ano year
Pós-Estaline (1953-1984)
Post-Stalin (1953-1984)
79
45,1
39
2,0/ano year


Esta tabela retrata o grande esforço da liderança soviética no desenvolvimento científico da URSS: na época de Estaline foi fundada a maior percentagem de Institutos científicos. Isto é tanto mais notável quanto há que ter em conta as tremendas dificuldades depois da guerra civil e a destruição de homens e recursos da 2.ªGM. Pensamos ser simplesmente espantoso que nos terríveis anos de 1941 a 1945, apesar de todas as dificuldades, tenham sido criados 17 Institutos! Muitos incidindo em investigação fundamental (química analítica, química do estado sólido, virologia, física teórica, etc.; ver abaixo). Mesmo durante a guerra o estado socialista demonstrava neste aspecto confiança no futuro.

Uma outra fonte [7] refere que em 1950 a rede de instituições de investigação científica se tinha expandido cerca de 1,5 vezes face ao período pré-guerra. De acordo com a listagem que temos vindo a analisar, havia 61 institutos até 1940 (inclusive) e 93 até 1950 (inclusive), o que se traduz num rácio de 1,52 que concorda com o indicado por essa fonte.

Alguns dos institutos criados na época de Estaline merecem atenção. Para além de institutos de matemática, física, biologia, etc., que se encontram noutros países, parecem-nos notáveis os seguintes institutos por serem avançados para a época: do Direito e Direito Comparado, da Actividade Nervosa Superior, dos Problemas Matemáticos da Biologia (Biologia Matemática), da Metalurgia dos Metais Raros, da Energia Atómica (em 1943), da Biofísica, dos Fertilizantes e Insectofungicidas, do Permafrost, da Engenharia de Computadores (em 1948), da Medicina Experimental, da Virologia, etc.

V

Um outro aspecto que merece atenção é o das invenções soviéticas notáveis. Socorremo-nos para isso do portal da wikipédia em inglês contendo uma lista de invenções da URSS.[8] É claro que o critério de escolha das invenções que a en.wikipedia considera notáveis é o da própria en.wikipedia, que não pode ser acusada de simpatia por Estaline, muito pelo contrário. A lista da en.wikipedia não inclui, p ex., o método da vernalização de Lysenko, apesar de ainda hoje a prestigiada revista Nature manter uma página sobre a vernalização nos Latest Research and Reviews. É que Lysenko, tal como Estaline, é a bête noire dos «ocidentais». Seja como for, com base na lista da en.wikipedia pudemos construir a seguinte tabela:
This table portrays the great effort of the Soviet leadership in the scientific development of the USSR: the largest percentage of scientific institutes was founded in Stalin’s time. This is all the more remarkable since one needs to take into account the tremendous difficulties after the civil war and the destruction of men and resources of WWII. In our view it is simply astonishing that in the terrible years of 1941 to 1945, despite all the difficulties, 17 Institutes were created! Many of them focusing on fundamental research (analytical chemistry, solid state chemistry, virology, theoretical physics, etc.; see below). Even during the war the socialist state demonstrated on this regard its confidence in the future.

Another source [7] mentions that in 1950 the network of scientific research institutions had expanded about 1.5 times over the prewar period. According to the list we have been analyzing, there were 61 institutes until 1940 (inclusive) and 93 until 1950 (inclusive), corresponding to a 1.52 ratio, thus agreeing with that source.

Some of the institutes created in Stalin's time deserve attention. In addition to institutes of mathematics, physics, biology, etc., which can be found in other countries, the following institutes are noteworthy because they were advanced for their time: of Law and Compared Law, of Higher Nervous Activity, of Mathematical Problems of Biology (Mathematical Biology), of Metallurgy of Rare Metals, of Atomic Energy (in 1943), of Biophysics, of Fertilizers and Insectofungicides, of Permafrost, of Computer Engineering (in 1948), of Experimental Medicine, of Virology, etc.

V

Another aspect worthy of attention is that of notable Soviet inventions. We resort for this purpose to the site of wikipedia in English showing a list of inventions of the USSR.[8] Clearly, the criterion of choice of inventions that en.wikipedia considers notable is that of en.wikipedia itself, which cannot be accused of sympathy for Stalin, quite the contrary. The en.wikipedia listing does not include, e.g., Lysenko's method of vernalization, although the prestigious journal Nature maintains to this day a page on vernalization in the Latest Research and Reviews. The reason being that Lysenko, like Stalin, is the bête noire of the “Westerners”. Despite that, based on the list of en.wikipedia we were able to build the following table:


Invenções soviéticas notáveis, segundo a wikipedia | Notable soviet inventions, according to wikipedia

1917
-
1919
1920
-
1929
1930
-
1939
1940
-
1949 *
1950
-
1959
1960
-
1969
1970
-
1979
1980
-
1989
Período pré-Estaline
Pre-Stalin Period
Período Estaline
Stalin Period
Período pós-Estaline
Post-Stalin
Period
Número
Number
8
18
40
20
30
44
23
15
10
85
102
Média anual
Yearly average
2,7
1,8
4,0
2,0
3,0
4,4
2,3
1,5
1,7
2,8
2,6
* Inclui o período da 2.ª GM | Includes the WWII period


Mais uma vez a época de Estaline se destaca neste indicador de feitos científicos. Ao consultar a lista de invenções na época de Estaline, muitas podem surpreender o leitor, como as seguintes:

1924: Invenção do avião «asa voadora» por B. Cheranovsky.
1924: Hipótese da sopa primordial de A. Oparin como origem da vida, que veio a inspirar as experiências Urey-Miller em 1953 que trouxeram forte apoio à teoria.
1927: A invenção do LED por O. Losev.
1930: Valentin Gluchko inventa a propulsão espacial eléctrica, usada há décadas por naves e satélites espaciais russos. A ideia remonta a K. Tsiolkovsky, o grande pioneiro da conquista espacial (1857-1935). Só em 1964 os EUA construíram um foguetão de propulsão eléctrica.
1930s: A. Bogdanov iniciara em 1925 os estudos de transfusão de sangue. Transfusões em que os dadores eram cadáveres recentes foram efectuadas com sucesso. Mais tarde descobriu-se na URSS como conservar o sangue. Em meados de 1930 a URSS era pioneira na transfusão de sangue tendo construído 65 grandes centros de sangue e 500 centros subsidiários, que enviavam sangue a todos os locais do vastíssimo país.
1931: Y. Chertovsky inventa o fato pressurizado, usado em voos de elevada altitude e subidas em balões. Este fato serviu de modelo aos fatos espaciais, também desenvolvidos na URSS. Não esqueçamos que os primeiros astronautas foram soviétcos (e não americanos).
1931: Propulsante hipergólico, inventado por V. Glushko, usado nos foguetões soviétcos. Mais tarde foi por vezes usado pelos EUA (módulo lunar Apollo).
1932: O moderno código postal é usado pela primeira vez na RSS da Ucrânia.
1933: O Teorema da Amostragem, de importância crucial na transmissão da informação digital, é descoberto por V. Kotelnikov, um cientista com muitas outras descobertas galardoado com a medalha de ouro IEEE 2000 da prestigida associação Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE, formada nos EUA em 1963) O Presidente do IEEE, descreveu assim Kotelnikov: «Notável herói do presente. Os seus méritos são reconhecidos em todo o mundo. Na nossa frente está o gigante do pensamento da engenharia das transmissões, que fez a contribuição mais significativa para o desenvolvimento das comunicações».
1934: O físico P. Cherenkov descobre a radiação que tem o seu nome e o detector Cherenkov de partículas elementares.
1935: Metro de Moscovo, o segundo mais usado do mundo, depois do de Tóquio. Inaugurado em 1935, é bem conhecido pelo design ornamentado de muitas das suas estações, que contêm numerosos exemplos de arte realista socialista. Usou um conceito novo de arquitectura das estações (deep column station)
1936: S. Sokolov inventa a microscopia acústica, usada para observar estruturas internas de sólidos.
1937: É efectuado o primeiro transplante de coração num cão por V Demikhov, pioneiro na transplantação de ógãos que efectuou vários transplantes em animais nos anos 40 e 50, incluindo de coração-pumões.
1939: S. V. Ilyushin desenvolve o Ilyushin Il-2, o caça mais produzido no mundo na época de Estaline, que teve um papel importante na derrota do exército nazi.
1939: Surge o lançador múltiplo de foguetes, a famosa Katiusha, que desempenhou um enorme papel contra a infantaria e corpos blindados nazis na 2.ª GM.
1940: O tanque T-34, o melhor tanque da 2.ªGM, é projectado por M. Koshkin. Mostrou bem a sua superioridade na famosa batalha do arco de Kursk, onde se travou a maior batalha de tanques da história.
1942: Georgy Gause descobre a gramicidina S, um novo tipo de antibiótico.
1944: É inventada e aplicada por Y. Zavoisky a espectroscopia de ressonância paramagnética electrónica.
1944: V. Veksler inventa o princípio do sincrotrão.
1947: M. Tikhonravov e D. Okhotsimsky inventam o moderno foguetão multiandar.
 1947: Os projectistas A. Mikoyan e M. Gurevich desenvolvem o MiG-15, o caça a jacto mais produzido no mundo.
1949: A. Isaev desenvolve o ciclo de combustão escalonada largamente usado nos motores de foguetões.
1950: É desenvolvido por S. Lebedev e V. Gluchkov o primeiro computador electrónico programável da Europa, o MESM (sigla em russo de Pequena Máquina Electrónica de Computação).
1952: N. Basov e A. Prokhorov inventam o maser (amplificador de micro-ondas por emissão estimulada de radiação). O maser inspirou o laser.
1952 L. Radushkevich e V. Lukyanovich descobrem os nanotubos de carbono e escrevem sobre isso um artigo com fotos na revista soviética Jurnal fizitcheskoy khimii (Revista de Química Física). Os nanotubos de carbono só foram descobertos no «Ocidente» por Sumio Iijima do NEC in 1991 e ainda há muita gente que pensa que foi uma descoberta japonesa.
Once again Stalin’s time stands out in this indicator of scientific achievements. When analyzing the list of inventions in Stalin’s time, many may surprise the reader, such as the following ones:

1924: Invention of the “flying wing” aircraft by B. Cheranovsky.
1924: The “primordial soup” hypothesis of A. Oparin as origin of life, which inspired the Urey-Miller experiments in 1953 that brought strong support to the theory.
1927: The invention of the LED by O. Losev.
1930: The electric space propulsion invented by Valentin Glushko and used for decades by Russian space ships and satellites. The idea goes back to K. Tsiolkovsky, the great pioneer of space conquest (1857-1935). It was not until 1964 that the US built an electric propulsion rocket.
1930s: A. Bogdanov had begun blood transfusion studies in 1925. Transfusions in which donors were recent cadavers were successfully performed. It was later discovered in the USSR how to preserve blood. In the mid-1930s, the USSR pioneered blood transfusion, having built 65 large blood centers and 500 subsidiary centers, which sent blood to every location of the vast country.
1931: Pressurized suit invented by Y. Chertovsky, used in high altitude flights and also in balloon rises. It was this suit that served as model for the spatial suits, also developed in the USSR. Let us not forget that the first astronauts were Soviet (and not American).
1931: Hypergolic propellant, invented by V. Glushko, used in the Soviet rockets. Later it was sometimes used by the US (Apollo lunar module).
1932: The modern postal code is first used in the Ukrainian SSR.
1933: The Sampling Theorem, of crucial importance in the transmission of digital information, was discovered by V. Kotelnikov, a scientist with many other discoveries awarded the IEEE 2000 gold medal of the prestigious Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE, formed in 1963 in the US). The President of the IEEE, described Kotelnikov this way: "The outstanding hero of the present. His merits are recognized all over the world. In front of us the giant of radio engineering thought, who has made the most significant contribution to media communication development."
1934: The physicist P. Cherenkov discovers the radiation that has his name and the Cherenkov detector of elementary particles.
1935: The Moscow Metro, the second most used subway in the world, after Tokyo. Inaugurated in 1935, it is well known for the ornate design of many of its stations, which contain numerous examples of realistic socialist art. It used a new concept of station architecture (deep column station)
1936: S. Sokolov invents the acoustic microscopy, used to observe internal structures of solids.
1937: The first heart transplant is performed on a dog by V Demikhov, a pioneer in the transplantation of organs, who performed several transplants in animals in the 1940s and 1950s, including the transplantation of heart-lung.
1939: S. V. Ilyushin develops the Ilyushin Il-2, the most manufactured combat aircraft in the world in Stalin’s time, which played a major role in the defeat of the Nazi army.
1939: The Self-propelled multiple rocket launcher, the famous Katiusha, is developed. It played a huge role against Nazi infantry and armored car corps in WWII.
1940: The T-34 tank, the best tank of WWII, was designed by M. Koshkin. It clearly showed its superiority in the famous battle of Kursk, the biggest battle of tanks in the world history.
1942: Georgy Gause discovers the gramicidin S, a new type of antibiotic.
1944: The electron paramagnetic resonance spectroscopy is invented and applied by Y. Zavoisky.
1944: V. Veksler invents the principle of the synchrotron.
1947: M. Tikhonravov and D. Okhotsimsky invent the modern multistage rocket.
1947: The designers A. Mikoyan and M. Gurevich develop the MiG-15, the most manufactured combat jet aircraft in the world.
1949: A. Isaev develops the staged combustion cycle widely used in rocket engines.
1950: S. Lebedev and V. Gluchkov develop the first programmable electronic computer in Europe, the MESM (Russian acronym for Small Electronic Computing Machine).
1952: N. Basov and A. Prokhorov invent the maser (microwave amplification by stimulated emission of radiation). The maser opened the way to the laser.
1952: L. Radushkevich and V. Lukyanovich discover the carbon nanotubes and write about it an article with photos in the Soviet journal Zhurnal fizicheskoy khimii (Journal of Physical Chemistry). The carbon nanotubes were only discovered in the "West" by Sumio Iijima of the NEC in 1991 and there are still many people who think that it was a Japanese discovery.

VI

No campo anti-comunista há quem vomite cobras e lagartos contra a «planificação da ciência» na URSS, como tendo sido um desastre. Apontam o «caso Lysenko» que já desmontámos em artigo anterior, mostrando as suas enormes contribuições e a razão científica. Quanto ao papão da «planificação da ciência» há ainda que dizer:

1) No que respeita às aplicações da ciência e aos desenvolvimentos tecnológicos a «planificação da ciência» também existe nos países capitalistas, onde empresas ou organismos públicos ou privados e instituições supranacionais (caso da UE) encomendam ou abrem concursos para projectos específicos, ou ainda criam programas de financiamento de projectos em certas áreas (como os «programas de financiamento de investigação e inovação» da UE). Em todos estes casos existe «planificação da ciência» e, com raríssimas excepções, planificação ao serviço das grandes corporações [9]. Na URSS, como país socialista, não havia capital privado no sentido capitalista; a planificação na URSS na encomenda de projectos era feita tendo em conta os interesses do povo e não para enriquecer privados.

2) No que respeita a avanços teóricos da ciência, ao contrário do que afirmam os anti-comunistas de que a «planificação da ciência» impedia tais avanços na URSS, os factos concretos desmentem essa tese. Muitas das inovações da secção V não teriam sido possíveis sem avanços teóricos da ciência nas suas várias áreas. Há muitos mais exemplos de grandes avanços teóricos nas ciências da natureza e na matemática, sem que os respectivos cientistas fossem impedidos de investigar o que quisessem. Para dar um exemplo, o grande matemático A.N. Kolmogorov estabeleceu os modernos fundamentos axiomáticos da teoria das probabilidades na década de 1930 (publicou o célebre livro Fundamentos da Teoria das Probabilidades em 1933). Em 1936 Kolmogorov contribuiu para a área da ecologia, generalizando o modelo Lotka-Volterra de sistemas predador-presa. Em 1938 estabeleceu vários teoremas básicos sobre processos estocásticos estacionários. Depois da 2.ª GM contribuiu notavelmente para a análise de processos de Markov, a teoria da informação, a análise de processos turbulentos, etc. Este enorme volume de contribuições teóricas não foi «planificado» por ninguém e também não o impediu durante a 2.ª GM de aplicar a estatística ao fogo de artilharia e de desenvolver um esquema de distribuição estocástica de balões de barragem para proteger Moscovo dos bombardeiros alemães.
VI

In the anti-communist camp there are those who rant and rave against the "planning of science" in the USSR, as having been a disaster. They point to the "Lysenko affair" that we have dismantled in a previous article, showing his enormous contributions and scientific correctness. As for the boogeyman of the "planning of science ", there is still to be said:

1) As regards applications of science and technological developments, “science planning” also exists in capitalist countries, where public or private companies and organizations, and supranational institutions (EU case), commission or open calls for proposals for specific projects, or else set up funding programs in certain areas (such as the EU "funding programs for research and innovation"). In all these cases there is "planning of science" and, with very few exceptions, planning for the benefit of large corporations [9]. In the USSR, because it was a socialist country, there was no private capital in the capitalist sense; planning in the USSR in the commissioning of projects was done taking into account the interests of the people and not for the purpose of enriching private entities.

(2) As regards theoretical advances of science, contrary to what the anti-communists claim that the "planning of science" impeded such advances in the USSR, the concrete facts deny such view. Many of the innovations in Section V would not have been possible without theoretical advances in science in its various areas. There are many further instances of great theoretical advances in the sciences of nature and in mathematics, without the respective scientists being prevented from investigating what they wanted. To give an example, the great mathematician A.N. Kolmogorov established the modern axiomatic foundations of probability theory in the 1930s (he published the well-known book Fundamentals of Probability Theory in 1933). In 1936 Kolmogorov contributed to the area of​​ecology, generalizing the Lotka-Volterra model of predator-prey systems. In 1938, he established several basic theorems on stationary stochastic processes. After WWII, he contributed remarkably to the analysis of Markov processes, information theory, the analysis of turbulent processes, etc. This huge volume of theoretical contributions was not "planned" by anyone, and also did not prevent Kolmogorov during WWII from applying statistics to artillery fire and of developing a scheme of stochastic distribution of barrage balloons to protect Moscow from German bombers.

VII

Os fortes esteios lançados no tempo de Estaline na ciência e na técnica colocaram em poucos anos a URSS entre os países no topo do seu desenvolvimento. Os frutos deste avanço extraordinário continuaram para além da morte Estaline até meados de 1960, declinando depois. A tabela acima revela um sintoma disso: enquanto na década de 1960 a média anual de invenções notáveis é de 4,4 – perto do valor pré-guerra da década de 1930 (!), 4,0 – ela decresce fortemente na década de 1970 (2,3) e de 1980 (1,5).

Lembremo-nos que quatro anos e meio depois da morte de Estaline era lançado o primeiro satélite artificial – o Sputnik-1 em 4 de Outubro de 1957 – seguido mais tarde pelo voo orbital do primeiro cosmonauta – Yu. Gagarine em 12 de Abril de 1961.

Entre muitos exemplos que se poderiam apontar de inovações soviéticas em várias áreas, pouco anos depois da morte de Estaline, vamos restringir-nos a uma área normalmente apontada de atraso da URSS face aos EUA: a informática. Eis alguns factos:

1952 – Baseado no MESM (ver secção V) é desenvolvido o mainframe soviético BESM-1 (sigla de «Grande Máquina Electrónica de Computação» em russo). São também fabricados desde 1952 os computadores M-1 e M-2 do Instituto de Energia da ACU para resolver problemas aplicados 24 horas por dia, principalmente relacionados com fissão nuclear e voos espaciais. Em 1952 nada existia de equivalente nos EUA.

1953 – Entram a funcionar os computadores Strela, os primeiros mainframes fabricados em série. Tinham 6200 válvulas, memória de 60.000 diodos de semicondutores e periféricos de fita magnética, cartões perfurados e impressora larga. Usava um tambor magnético de 4096 palavras. O computador americano aproximadamente equivalente, o ENIAC, foi anunciado em Fevereiro de 1946 mas só começou a operar a partir de Outubro de 1955.

1955 -- Kateryna Yushchenko cria a linguagem de programação APL (sigla de «linguagem de programação por endereço» em russo).

1962 – É fabricado o Minsk-2, um dos primeiros (ou o primeiro) computadores com tecnologia de estado sólido (transístores). A CIA procurou adquirir um modelo (en.wikipedia). Em 1965 aparece o BESM-6, um mainframe do estado sólido. Parece ter sido semelhante ao computador americano CDC 3600 (en.wikipedia) que surgiu em 1963.

1965 – Inicia-se o fabrico da série MIR [10] dos primeiros computadores pessoais desenvolvida por um grupo liderado pelo célebre cientista Viktor Gluchkov [11]. Foi concebido como um pequeno computador para aplicações de engenharia e científicas. Tinha uma implementação de hardware de uma linguagem de programação de alto nível capaz de manipulações simbólicas com frações, polinómios, derivadas e integrais. Outra característica inovadora para a época era a interface com o utilizador: teclado com monitor e caneta de luz para corrigir textos e desenhar no ecrã. A novidade era tal que os americanos o compraram [11].

(Até 1965 muitos outros modelos de computadores e linguagens de programação foram desenvolvidas na URSS, de que não falaremos.)

Conclusão:
Durante a época de Estaline e depois dela, até 1965, a informática na URSS não estava de forma nenhuma atrasada face aos EUA. O atraso veio depois. E coincidiu com a «reforma económica» de 1965 apontada à economia de mercado que levaria e levou inexoravelmente ao capitalismo. Dois factos sintomáticos que respeitam a dois cientistas formados na época de Estaline:

1) Anatoly I. Kitov, de formação militar que, tendo-se distinguido na Grande Guerra Patriótica, se doutorou em 1952 com uma tese em programação e veio a ser director do centro de computação do Ministério de Defesa da URSS em 1954. Um dos defensores da cibernética na URSS, Kitov propôs em 1959 (carta ao CC do PCUS dirigida a Krutchev) um projecto detalhado de uma rede de centros de computação: EGSCV, sigla russa de «Rede Estatal Unificada de Centros de Comptação». Era, no fundo, um projecto pioneiro da Internet. Inicialmente aceite, em 1963, foi mais tarde rejeitado em consequência da «reforma de mercado». [11, 12]

2) O já citado Viktor Gluchkov, que começou por trabalhar nas minas de carvão do Don, como operário não especializado, depois como inspector de qualidade e técnicas de segurança, antes de ingressar em 1943 na Faculdade de Engenharia Térmica de Novocherkassk, transitando em 1947 para o 5.º ano da Faculdade de Física Matemática da Universidade de Rostov (após prestar provas nas disciplinas que lhe faltavam dos quatro anos anteriores: quase meia centena de exames!). Em 1948 concluiu em simultâneo dois cursos, de engenharia e matemática. Em 1951 defendeu a sua tese de candidatura ao doutoramento e em 1955 doutorou-se na Universidade de Moscovo, com a tese «Grupos topológicos locais nilpotentes». Tornou-se director em 1956 do Laboratório de Técnica Computacional do Instituto de Matemática da Academia de Ciências da RSS da Ucrânia. A sua actividade teórica no domínio da cibernética e da construção de sistemas de computação e programação era de tal ordem que a Enciclopédia Britânica lhe encomendou em 1962 o artigo sobre cibernética. [11]

Em 1996, a IEEE atribuiu-lhe postumamente a medalha de «Pioneiro dos Computadores» pela fundação do Instituto de Cibernética da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia, criação da teoria da automação digital e trabalhos no dominio da arquitectura de macro-cadeias de sistemas computacionais. A medalha foi ainda atribuída ao cientista pelos excepcionais méritos e contributos importantes para o desenvolvimento da técnica computacional que resistiram ao tempo e fizeram avancar a ciência computacional. (Ver mais no IEEE.) Na URSS, Gluchkov foi distinguido com vários prémios e o título de Herói do Trabalho Socialista.

Com Krutchev é incentivado o revisionismo na economia. Surgem os defensores de reformas monetário-mercantis, os «mercantilistas». «As fontes teóricas desta reforma são bastante transparentes. Em finais dos anos 50 princípios dos anos 60, o sistema de direcção da economia soviética começou a patinar fortemente. Logo em 1954 comecaram a ser introduzidas várias formas de descentralização, alegadamente com o intuito de aumentar a iniciativa local. O [infame, anti-Estaline] XX Congresso em 1956 foi um passo nesse sentido» [11]. Os mercantilistas apontavam já para a restauração do capitalismo, nomeadamente pelos seus ataques à planificação. Gluchkov opôs-se veementemente aos mercantilistas. Defensor da economia planificada e do socialismo, propôs a criação do Sistema Nacional Automatizado de Direcção da Economia (OGAS, na sigla russa)

A proposta do OGAS foi inicialmente aceite. Uma resolução do CC do PCUS e do Conselho de Ministros da URSS de 1963 assinalava a necessidade do OGAS e do EGSCV de Kitov. Foi constituída uma equipa liderada por Gluchkov para trabalhar no OGAS, «a obra mais importante da sua vida» como mais tarde lhe chamou Gluchkov. Porém, em 1965, os mercantilistas impuseram a reforma económica cuja ideia chave era fazer do mercado o principal regulador da produção. «É bastante curioso que a intervenção dos “mercantilistas” tenha sido claramente dirigida contra o projecto de Gluchkov, sendo que os argumentos eram por vezes simplesmente ridículos e absurdos… foram precisamente estes argumentos que tiveram um papel fatídico, levando à rejeição do programa que munia de uma base técnica o sistema de planificação então existente e a aprovação do programa que provocou uma viragem da economia e o seu deslize para o abismo da anarquia do mercado.». [11] O OGAS, tal como o EGSCV, foi enterrado pela liderança revisionista da URSS.

«É significativo que a luta contra Gluchkov tenha sido conduzida pelas mesmas publicações e instituições que anos depois se tornaram os órgãos principais da contra-revolução burguesa» entre elas o «Instituto de Estudos sobre os EUA e o Canadá fundado em 1967 no âmbito da Academia das Ciências da URSS, sob a direcção de Gregori Arkadievitch Arbatov, que se revelou um fervoroso apoiante da perestroika e da destruição do socialismo na URSS» [13].
VII

The strong foundations built up in the time of Stalin in science and technology led the USSR to rank within a few years among the countries at the top of their development. The fruits of this extraordinary progress were also reaped after Stalin's death until the middle 1960s, declining thereafter. The table above reveals a symptom of this: whereas in the 1960s the yearly average of notable inventions is 4.4 -- close to the prewar value of the 1930s (!), 4.0 -- it declined sharply in the 1970s (2,3) and 1980 (1,5).

Let us recall that four and a half years after Stalin's death the first artificial satellite was launched ­­– the Sputnik-1 on October 4, 1957 -- followed later by the first orbital flight of a cosmonaut – Yu. Gagarin on 12 April 1961.

Among many examples that could be pointed out of Soviet innovations in various areas, within a decade after Stalin's death, we are going to restrict ourselves to an area that is usually brought up as evidence of ​​the USSR lagging behind with respect to the US: computer science. Here are some facts:

1952 - Based on the MESM (see section V) the Soviet mainframe BESM-1 (Russian acronym of "Large Electronic Computing Machine") is developed. Also manufactured since 1952 were the M-1 and M-2 computers of the ASU Energy Institute, which were used 24 hours a day to solve applied problems, mainly related to nuclear fission and space flights. In 1952, there was nothing equivalent in the United States.

1953 – The Strela computers, the first mainframes manufactured in series enter into operation. They had 6,200 vacuum tubes, a memory of 60,000 semiconductor diodes and peripherals such as magnetic tape, punched cards and large printers. They were equipped with a magnetic drum of 4,096 words. The approximately equivalent American computer, the ENIAC, was announced in February 1946 but only began to operate since October 1955.

1955 - Kateryna Yushchenko invents the APL programming language (Russian acronym for "programming language by address").

1962 – The Minsk-2, one of the first (if not the first) computers with solid-state technology (transistors), is manufactured. The CIA sought to acquire a model (en.wikipedia). In 1965 enters into operation the BESM-6, a solid state mainframe computer. It seems to have been similar to the American CDC 3600 computer (en.wikipedia) which appeared in 1963.

1965 – Begins the manufacture of the MIR series, the first personal computers developed by a group led by the famous scientist Viktor Glushkov [11]. It was designed as a small computer for engineering and scientific applications. It had a hardware implementation of a high level programming language capable of symbolic manipulations with fractions, polynomials, derivatives and integrals. Another innovative feature for that time, was the user interface: a keyboard with a monitor and a light pen to correct texts and draw on the screen. The novelty was such that the Americans bought it [11].

(Many other models of computers and of programming languages ​​were developed in the USSR pp to 1965, of which we will not speak.)

Conclusion:
During the period of Stalin and beyond, until 1965, computer science in the USSR was in no way lagging behind with respect to the USA. The lagging came later. And it coincided with the "economic reform" of 1965 aimed at the market economy that would inexorably lead and led to capitalism. We now present two symptomatic facts that are related to two scientists who acquired  their graduations at the time of Stalin:

1) Anatoly I. Kitov, a military graduate who, having distinguished himself in the Great Patriotic War, graduated in 1952 with a thesis in programming and became director of the computer center of the Ministry of Defense of the USSR in 1954. As one of the defenders of cybernetics in the USSR, Kitov proposed in 1959 (letter to the CC of the CPSU, addressed to Krutchev) a detailed project of a network of computing centers: the EGSCV, Russian acronym of «Unified State Network of Computing Centers". It was, in essence, a pioneering Internet project. Initially accepted, in 1963, it was later rejected as consequence of the «market reform». [11, 12]

2) The aforementioned Viktor Glushkov, who started working in the coal mines of the Don as a non-specialized worker, later as an inspector of quality and of safety techniques, before entering the Faculty of Thermal Engineering in Novocherkassk in 1943, transiting in 1947 to the 5th year of the Faculty of Mathematical Physics of the University of Rostov (after passing exams in the courses that he lacked of the previous four years: almost fifty examinations!). In 1948, he completed two courses, of engineering and mathematics simultaneously. In 1951, he defended his thesis of candidate to Ph. D. and in 1955 he obtained his Ph. D. at the University of Moscow with the thesis "Local nilpotent topological groups". He became director in 1956 of the Laboratory of Computational Technique of the Institute of Mathematics of the Academy of Sciences of the SSR of Ukraine. His theoretical activity in the field of cybernetics and in the construction of computer systems and programming was such that the Encyclopaedia Britannica commissioned him in 1962 the article on cybernetics. [11]

In 1996, the IEEE posthumously awarded Glushkov with the "Computer Pioneer" medal because of the founding of the Cybernetics Institute of the National Academy of Sciences of Ukraine, the creation of the theory of digital automation and the work in the field of macro-chains of computational systems. The medal was also awarded to the scientist for the exceptional merits and important contributions to the development of the computational technique that withstood the time and advanced the computational science. (See further in the IEEE.) In the USSR, Glushkov was awarded several prizes and the title of Hero of Socialist Labor.

Khrushchev encouraged the revisionism in economics. Proponents of monetary-market reforms, the «mecantilists», sprang up. "The theoretical sources of this reform are quite transparent. In the late 1950s and early 1960s, the leadership system of the Soviet economy began to strongly skid. As early as 1954, various forms of decentralization began to be introduced, allegedly to increase local initiative. The [infamous anti-Stalin] 20th Congress in 1956 was a step in this direction" [11]. The mercantilists were already pointing to the restoration of capitalism, namely through their attacks to planification. Glushkov vehemently opposed the mercantilists. A defender of the planned economy and of socialism, he proposed the creation of the National Automated System of Direction of the Economy (OGAS, in the Russian acronym)

The OGAS proposal was initially accepted. A resolution of the CC of the CPSU and the Council of Ministers of the USSR of 1963 noted the need for the OGAS and the EGSCV of Kitov. A team led by Glushkov was set up to work on OGAS, "the most important work of his life" as later Glushkov called it. However, in 1965, the mercantilists imposed the economic reform whose key idea was to make the market the main regulator of production. "It is rather curious that the intervention of the ‘mercantilists’ was clearly directed against the project of Glushkov, and the arguments were sometimes simply ridiculous and absurd ... it was precisely these arguments that played a fateful role, leading to the rejection of the program that provided a technical support to the then-existing planning system and the approval of the program which caused a shift in the economy and its slide into the abyss of market anarchy.” [11] OGAS, like the EGSCV, was buried by the revisionist leadership of the USSR.

“It is significant that the struggle against Glushkov was led by the same publications and institutions that years later became the main organs of the bourgeois counterrevolution" [11] among them the "Institute of Studies on the USA and Canada founded in 1967 within the scope of the Academy of Sciences of the USSR under the direction of Gregory Arkadyevich Arbatov, who proved to be a fervent supporter of the perestroika and of the destruction of socialism in the USSR.” [13]

Apêndice | Appendix A

Soviet Institutes (tutelages: Universities,
Acad. Sc. USSR, Acad. Sc. of Republics)
Year of Foundation
Soviet Institutes (tutelages: Universities,
Acad. Sc. USSR, Acad. Sc. of Republics)
Year of Foundation
Developmental Biology NK Koltsov
1917
Chemistry of Polymers VA Kargin
1949
Natural Science (Perm State University)
1917
Higher Nervous Activity and Neurophysiology
1950
Geography
1918
Linguistic Studies
1950
Standardiz. and Control of Med. Biol. Preparations
1918
Sukhumi Physical-Technical
1950
Physical-Technical AF Ioffe
1918
Scientific and Technical Information
1952
Automobile
1918
Theoretical and Experimental Biophysics
1952
Physico-Chemical L.Ya. Karpov
1918
Power Engineering NA Dllezhal
1952
Arctic and Antarctic
1920
Instrument Engineering
1952
Physics and Mathematics
1921
Applied Mathematics MV Keldysh
1953
History RANION
1921
Complex Transport Problems
1954
Polar Res. of Marine Fisheries and Oceanogr.
1921
Res. and Design  of Mining Engineering
1954
Marxism-Leninism
1921
Enrichment and Agglomer. of Ferrous Metal Ores
1955
Central  of Labor
1921
World Economy and International Relations
1956
Res. of Hunting and Animal Farming
1922
Biology of Inland Waters I Papanin
1956
Radium VG Khlopin
1922
Mineralogy, Geochem., Cryst. Chem. Rare Elemnts
1956
Artistic Culture
1923
Hydrodynamics MA Lavrentyev
1957
Wheat Breeding and Seed (Starchenko)
1924
Automation and Electrometry
1957
State and Law
1925
Inorganic Chemistry AV Nikolaev
1957
World History and World Politics
1925
Thermophysics S Kutateladze
1957
Law and Comparative Law
1925
Cytology and Genetics (Siberia)
1957
Study of Higher Nervous Activity
1925
Cytology
1957
Mathematical Problems of Biology
1927
Irkutsk  of Chemistry AE Favorsky
1957
Safety of Works in the Mining Industry
1927
Theoretical and Applied Mechanics
1957
National Res. Center for Mining Production
1927
Nuclear Physics DV Skobeltsyn
1957
Limnology
1928
Altai Sc. Res.  of Machine Building Technology
1957
Protection of Plants
1928
Sobolev  of Mathematics
1957
Philosophy
1929
Archeology and Ethnography
1958
Physics
1929
Catalysis GGK Boreskov
1958
Enrichment and Mechan. Processing of Minerals
1929
Forest Science
1958
Central Res. and Design  of the Navy
1929
Res.  of Computing Machinery
1958
Plant Industry NI Vavilov
1930
Africa
1959
Giprotsvetmet-state – design. non-ferrous metallurgy
1930
Bio-organic Chemistry
1959
Civil Aviation
1930
Mathematics and Mechanics
1959
Research  of the Rubber Industry
1930
Food Additives V Gorbatov
1960
Paleontology AA Borisyak
1930
Planning and Standards
1960
Energy GM Krzhizhanovsky
1930
Surface Active Substances
1960
Chemical Physics NN Semenov
1931
Latin America
1961
Medicinal and Aromatic Plants
1931
Information Transmission Problems
1961
Res. and Design  of Rare Metal Industry
1931
Siberian  of Plant Physiology and Biochemistry
1961
World Literature AM Gorky
1932
Biology and Soils
1962
Experimental Medicine
1932
Central  of Economics and Mathematics
1963
Fertilizers and Insectofungicides YaV Samoilov
1933
High Energy Physics
1963
Mining
1933
Technological  of the Municipal Economy
1963
Ecology and Evolution AN Severtsov
1934
Computational Mathematics and Math. Geophysics
1964
Biochemistry AN Bach
1934
Theoretical Physics LD Landau
1964
Microbiology SN Vinogradsky
1934
Hydrometeorological Info. - World Data Center
1964
Physical Problems PL Kapitsa
1934
Earthmoving Machinery
1964
Mathematics VA Steklov
1934
Space Research
1965
Plant Physiology KA Timiryazev
1934
Biochem. and Physiology of Microorganisms
1965
Electric Welding  EO Paton
1934
 Far Eastern Studies
1966
Moscow Helmholtz Res.  of Eye Diseases
1935
Fundamental Problems of Biology
1966
Central Geol. Surv. Nonferrous and Noble Metals
1935
National Scientific Center for Marine Biology
1966
Central  of Textile Research
1935
General Genetics NI Vavilov
1966
History of the USSR
1936
Reactor Materials
1966
Economics
1936
Proteins
1967
Earth Physics OYu Schmidt
1937
Sociology
1967
Permafrost V Obruchev
1939
Physico-Chem. and Bio. Problems of Soil Science
1967
Problems in Mechanics AYu Ishlinsky
1939
Computer Systems MA Kartsev
1967
Management Problems VA Trapeznikov
1939
Biological Problems of the North
1968
Mining of the Ural
1939
General History
1968
Technology PI Snegirev
1941
Soil Science and Agrochemistry
1968
Geochemistry and Analytical Chemistry
1943
Scientific Information on Social Sciences
1969
Taxonomy and Ecology
1943
Atmospheric Optics VE Zuev
1969
Kurchatov  of Atomic Energy
1943
Petroleum Chemistry
1970
Natural History and Technology
1944
Central Res. of Management Syst. and Economics
1970
Russian Language
1944
Automation and Process Control
1971
Solid State Chemistry and Mechanochemistry
1944
Pacific  of Geography
1971
Plant and Animal Ecology
1944
Safety and Ecology in Mining and Metal. Industry
1972
Res. of Virology DI Ivanovsky
1944
Voskhod Research
1972
Moscow Radiotechnical AL Mints
1944
Pacific Oceanological  VI Ilichyov
1973
Forest (Siberia) VN Sukachev
1944
United States of America and Canada
1974
Physical Chemistry and Electrochemistry
1945
Agricultural Biotechnology
1974
Psychology
1945
High-Current Electronics
1977
Physics
1945
Problems of Integr. Mineral Resources Develop.
1977
Kazan of Biochemistry and Biophysics
1945
Molecular Genetics
1978
Mining DA Kunaev
1945
Biophysics
1981
Theoretical and Experimental Physics
1945
General Physics AM Prokhorov
1982
Oceanology PP Shirshov
1946
Ecology of the Volga Basin
1983
Radio Engineering
1946
Software Systems A. Ailazyaz
1984
Science Center on Safety of Work in Mining Ind.
1946
Physics and Technology
1984
Physics and Power Engineering AI Leipunsky
1946
Chemical Biology and Fundamental Medicine
1984
Nuclear Physics GI Budker
1946
Europe
1985
Research  of Synthetic Rubber
1946
Design Problem at the Microelectronics
1986
Slavic Studies
1947
National Economic Forecasting
1986
Ethnology and Anthropology
1947
Human Brain. N. P. Bekhterev
1990
Res. of Natural and Synthetic Diamonds and Instr.
1947
Gene Biology
1990
Precise Mechanics and Computer Engineering
1948
Laser Physics
1991
Geology and Mineral Resources of the World Oceans
1948



Apêndice | Appendix B

Notable Soviet Inventions (according to en.wikipedia)
1923 Palekh miniature
1942 Gramicidin S
1965 Extra-vehicular activity
1924 Flying wing
1944 Microtron
1965 Molniya orbit satellite
1924 Optophonic Piano
1944 EPR spectroscopy
1965 Voitenko compressor
1924 Stem cells
1945 T-54/55 tank
1965 Proton rocket
1924 Primordial soup hypothesis
1945 Passive resonant cavity bug
1965 Air-augmented rocket
1925 Interlaced video
1946 Heart-lung transplant
1966 Nobelium
1926 Graphical sound
1947 Modern multistage rocket
1966 Lander spacecraft
1927 Light-emitting diode
1947 MiG-15
1966 Orbiter
1927 Polikarpov Po-2 biplane
1947 AK-47
1966 Regional jet
1928 Gene pool
1947 Light beam microphone
1966 Caspian Sea Monster
1928 Rabbage
1949 Staged combustion cycle
1966 Soyuz rocket
1929 Cadaveric blood transfusion
1949 Reactive armour
1966 Orbital module
1929 Kinescope
1950s Head transplant
1967 Space toilet
1929 Pobedit
1950s Magnetotellurics
1967 Ostankino Tower
1929 Teletank / Military robot
1950 MESM
1967 The Motherland Calls
1930 Spring-loaded camming device
1950 Berkovich tip
1967 Computer for operations with functions
1930 Abalakov thread climbing device
1951 Belousov–Zhabotinsky reaction
1967 Automated space docking
1930 Electric rocket motor
1951 Explosiv. pump. flux compres. generat.
1967 Venus lander
1930s Modern ship hull design
1952 Masers
1968 Dubnium
1930 Blood bank
1952 Seven Sisters (Moscow)
1968 Mil Mi-12
1930 Single lift-rotor helicopter
1952 Carbon nanotubes
1968 Supersonic transport
1930 Paratrooping
1952 Ilizarov apparatus
1969 Comet 67P/Churyumov–Gerasimenko
1931 Pressure suit
1954 Nuclear power plant
1969 Intercont. sub-launch. ballistic missile
1931 Hypergolic rocket propellants
1955 MiG-21
1970s Semiconductor Heterostructures
1931 Rhythmicon / Drum machine
1955 Ballistic missile submarine
1970s Radial keratotomy
1931 Flame tank
1955 Fast-neutron reactor
1970 Excimer laser
1932 Postconstructivism
1955 Leningrad Metro
1970 Robotic sample return
1932 Postal code
1955 Tokamak
1970 Space rover
1932 Children's railway
1957 ANS synthesizer
1971 Space station
1932 Terpsitone
1957 Synchrophasotron
1971 Kaissa (chess program)
1932 Underwater welding
1957 Spaceport
1972 Hall effect thruster
1933 Human kidney transplant
1957 Intercontinental ballistic missile
1972 Mil Mi-24
1933 Sampling theorem
1957 Orbital space rocket
1972 Nuclear desalination
1933 Tandem rotor helicopter
1957 Artificial satellite
1973 Reflectron
1933 Stalinist architecture
1957 Space capsule
1973 Skull crucible
1934 Tupolev ANT-20
1957 Raketa hydrofoil
1974 Electron cooling
1934 Cherenkov detector
1958 Modern ternary computer
1975 Underwater assault rifle
1935 Kirza
1959 Nuclear icebreaker
1975 Arktika class icebreaker
1935 Moscow Metro
1959 Space probe
1975 Androgynous Peripheral Attach System
1935 Kremlin stars
1959 Missile boat
1976 Close-in weapon system
1936 Acoustic microscopy
1959 Kleemenko cycle
1976 Mobile ICBM
1936 Airborne firefighting
1959 Staged combustion cycle
1977 Vertical launching system
1937 Artificial heart
1960s Rocket boots
1977 Kirov class battlecruiser
1937 Modern evolutionary synthesis
1960 Reentry capsule
1978 Unmanned resupply spacecraft
1937 Superfluidity
1961 Human spaceflight
1978 Active protection system
1937 Drag chute
1961 RPG-7
1979 Space-based radio telescope
1937 Manned drifting ice station
1961 Lawrencium
Kalina cycle
1937 Welded sculpture
1961 Anti-ballistic missile
1980s EHF therapy
1937 Fire-fighting sport
1961 Space food
1980 Typhoon class submarine
1938 Deep column station
1961 Space suit
1981 Quantum dot
1938 Sambo
1961 Tsar Bomb
1981 Tupolev Tu-160
1939 Kirlian photography
1961 Platform screen doors
1982 Helicopter ejection seat
1939 Vought-Sikorsky VS-300
1961 Ekranoplan
1984 Tetris
1939 Ilyushin Il-2
1961 Mil Mi-8
1986 Modular space station
1939 Self-propelled multiple rocket launcher
1962 Detonation nanodiamond
1987 MIR submersible
1940s Ballast cleaner
1962 AVL tree datastructure
1987 RD-170 rocket engine
1940s TRIZ
1962 3D holography
1988 Buran
1940s Sikorsky R-4
1962 Modern stealth technology
1988 An-225
1940 T-34 tank
1963 Oxygen cocktail
1989 Kola Superdeep Borehole
1941 Competitive rhythmic gymnastics
1964 Rutherfordium
1989 Supermaneuverability
1941 Maksutov telescope
1964 Druzhba pipeline
1989 Tupolev Tu-155
1941 Degaussing
1964 Plasma propulsion engine

1942 Winged tank
1964 Kardashyov scale


Notas e Referências | Notes and References



[3] I.V. Stalin, Report to the Seventeenth Party Congress on the Work of the Central Committee of the CPSU(B) (3. The Rise in the Material and Cultural Standard of the Working People), January 26, 1934.




[7] V.P. D'yachenko, Istoriya finansov SSSR (1917-1950 gg.), Izdatyel’stvo Nauka, 1978.


[9] O facto de, no capitalismo, organismos públicos encomendarem ou abrirem concursos para projectos específicos, científicos ou de desenvolvimento tecnológico, não significa que não satisfaçam interesses privados e não sejam planeados com supervisão de parceiros privados. De facto, é muito raro que tal não aconteça. Exemplo: o desenvolvimento de um novo equipamento que aumente a segurança nas auto-estradas, tem sem dúvida interesse púbico, embora a produção final do equipamento vá dar lucros a uma empresa privada que está precisamente interessada nisso. O mesmo se passa com os programas de financiamento de projectos científicos ou de desenvolvimento tecnológico da Comissão Europeia. Apesar da sua fachada «democrática», o financiamento concedido por áreas, os júris de avaliação e a própria concretização final dos projectos dependem de interesses de grandes corporações europeias e transnacionais; isso não invalida, porém, a existência possível de interesse público.
The fact that, in capitalism, public institutions commission or open calls for proposals for specific projects, either of scientific or technological development, does not mean that they do not meet private interests and are not planned with the supervision of private partners. As a matter of fact, it is very rare that this does not happen. For instance, the development of new equipment that increases safety on motorways is undoubtedly of public interest, although the final production of the equipment will give profits to a private company that is precisely interested in this. The same applies to the European Commission's programs for the financing of either scientific or technological development projects. Despite its “democratic” façade, the funding granted per area, the evaluation panels and the actual completion of the projects depend on the interests of large European and transnational corporations; this does not, however, invalidate the possible existence of public interest.

[10] MIR é a sigla em russo de Mashina dlya Inzhenernykh Raschotov (Máquina para Cálculos de Engenharia) mas a palavra russa «mir» também significa "mundo" e "paz".
MIR is the Russian acronym for Mashina dlya Inzhenernykh Raschotov (Machine for Engineering Calculations) but the Russian word "mir" also means "world" and "peace".

[11] Viktor Gluchkov trabalhou com S. Lebedev, o inventor do MESM. Sobre as contribuições de V. Gluchkov, ler: V.D. Pikhorovitch, Nevostrebovannaya al'ternativa rynochnoy reforme 1965 goda K 80-letiyu so dnya rozhdeniya V.M. Glushkova, publicado em Marksizm i Sovremennost, n.º 1 (26-27), 2004, revista fundada em 1995 pela União dos Comunistas da Ucrânia. Tradução em português: V.D. Pikhorovitch, A alternativa rejeitada à reforma de mercado de 1965, Por ocasião do 80.º aniversário do nascimento de V.M. Gluchkov. Este artigo contém informação muito importante sobre a oposição dos «reformadores» revisionistas contra os que, como Gluchkov, defendiam a economia planificada e as ideias económicas de Estaline. Contém também muita informação técnica de interesse. O autor, V.D. Pikhorovitch é filósofo e professor na Faculdade de Sociologia e Direito da Universidade Técnica Nacional da Ucrânia.
Viktor Glushkov worked with S. Lebedev, the inventor of MESM. On the contributions of V. Glushkov, see: V.D. Pikhorovitch, Nevostrebovannaya al'ternativa rynochnoy reforme 1965 goda K 80-letiyu so dnya rozhdeniya V.M. Glushkova, published in Marksizm i Sovremennost, no. 1 (26-27), 2004. This article contains very important information on the opposition of the revisionist "reformers" against those who, like Gluchkov, defended planned economy and Stalin's economic ideas. It also contains a lot of technical information of interest. The author, V.D. Pikhorovitch is a philosopher and professor at the Faculty of Sociology and Law of the National Technical University of Ukraine.

[12] A fonte mais completa que encontrámos é | The most comprehensive soutce we found is: http://www.kitov-anatoly.ru/naucnye-trudy/proekt-krasnaa-kniga

[13] Nota do editor português do artigo de V.D. Pikhorovitch | Note from the Portuguese editor of the article by V.D. Pikhorovitch.