O artigo abaixo, de
Greg Godels, é uma exposição esclarecedora e perspicaz de um fenómeno muito
difundido: a trivialização e distorção do marxismo injectada num caldo
eclético de ideologia burguesa, castrador da transformação do mundo e do
papel da classe operária. Lenine comentou tal fenómeno nestes termos:
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The
article below, by Greg Godels, is an enlightening and insightful exposition
of a widespread phenomenon: the trivialization and distortion of Marxism
injected into an eclectic broth of bourgeois ideology, castrating world
transformation and the role of the working class. Lenin commented such
phenomenon in these terms:
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«Os grandes revolucionários foram sempre
perseguidos durante a vida; a sua doutrina foi sempre alvo do ódio mais
feroz, das mais furiosas campanhas de mentiras e difamação por parte das
classes dominantes. Mas, depois da sua morte, tenta-se convertê-los em ídolos
inofensivos, canonizá-los por assim dizer, cercar o seu nome de uma auréola
de glória, para "consolo" das classes oprimidas e para o seu
ludíbrio, enquanto se castra a substância do seu ensinamento revolucionário,
embotando-lhe o gume, aviltando-o. A burguesia e os oportunistas do movimento
operário unem-se presentemente para infligir ao marxismo um tal
"tratamento". Esquece-se, esbate-se, desvirtua-se o lado
revolucionário, a essência revolucionária da doutrina, a sua alma
revolucionária. Exalta-se e coloca-se em primeiro plano o que é ou parece
aceitável para a burguesia» Lenine,
O Estado e a Revolução, cap. 1,
1917.
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“During the lifetime of great revolutionaries, the oppressing classes
constantly hounded them, received their theories with the most savage malice,
the most furious hatred and the most unscrupulous campaigns of lies and
slander. After their death, attempts are made to convert them into harmless
icons, to canonize them, so to say, and to hallow their names to a certain extent for the “consolation”
of the oppressed classes and with the object of duping the latter, while at
the same time robbing the revolutionary theory of its substance, blunting its revolutionary edge and
vulgarizing it. Today, the bourgeoisie and the opportunists within the labor
movement concur in this doctoring of Marxism. They omit, obscure, or distort
the revolutionary side of this theory, its revolutionary soul. They push to
the foreground and extol what is or seems acceptable to the bourgeoisie.”
Lenin, The State and Revolution, ch. 1, 1917
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O leitor português
encontra nas personagens e eventos citados por Godels equivalentes na
realidade portuguesa que merecem reflexão.
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The
Portuguese reader finds in the characters and events cited by Godels
equivalents in the Portuguese reality that deserve reflection.
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Dois Marxismos?
por Greg Godels
http://zzs-blg.blogspot.com/
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Two Marxisms?
By Greg Godels
http://zzs-blg.blogspot.com/
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A Google sabe do meu
interesse persistente pelo marxismo. Recebo, por isso, frequentes ligações
para artigos que os algoritmos da Google seleccionam como populares ou
influentes. Constantemente, no topo da lista, estão os artigos de ou sobre o
irrefreável Slavoj Žižek. Žižek tornou-se mestre em truques para público intelectual
- divertido, pomposo, chocante, calculadamente obscuro e rebuscado. A barba e
pose desgrenhada contribuem para uma espécie de caricatura de professor
europeu presenteando o mundo com grandes ideias profundamente incrustadas em
camadas de obscurantismo, maneira infalível de parecer profundo e caminho
seguro para promover o valor comercial do entretenimento.
Adeptos próximos do «mestre»
até postam vídeos de Žižek devorando cachorros-quentes -- um em cada mão! Žižek
está actualmente a facturar num debate público, com um balofo parceiro de direita,
e dizem que cobra preços obscenos pelos bilhetes. O marxismo como
empreendedorismo.
Žižek é uma das mais
recentes iterações da longa linhagem de académicos, na maioria europeus, que
constroem uma modesta celebridade pública a partir de uma identificação com o
marxismo ou tradição marxista. De Sartre e existencialismo ao estruturalismo,
pós-modernismo, pós-essencialismo, pós-fordismo e política identitária, os
académicos apropriaram-se de partes da tradição marxista e reivindicaram
repensar essa tradição, mantendo uma distância calculada e segura de qualquer
movimento marxista. São marxistas quando isso traz audiência, mas raramente
respondem a apelos à acção.
O curioso deste
marxismo intelectual, deste marxismo diletante de salão, é que nunca o é por
inteiro; é marxismo com sérias reservas. O marxismo é bom se for o «jovem» Marx,
o Marx «humanista», o Marx «hegeliano», o Marx dos Grundrisse,1 o Marx sem Engels, o Marx sem classe operária,
o Marx anterior ao bolchevismo, ao comunismo. Compreende-se; se se quer ser o
próximo grande oráculo de Marx, há que separar-se do bando, há que repensar o
marxismo, redescobrir o Marx «real», localizar onde Marx se enganou.
Gerações passadas de bem-intencionados
estudantes universitários, mas confusos por razões de classe, foram seduzidas
por pensadores «radicais» que ofereciam um gosto de rebeldia num embrulho académico
sexy. Pacotes de livros de estudantes continham livros da moda por ler, de
autores como Marcuse, Althusser, Lacan, Deleuze, Laclau, Mouffe, Foucault,
Derrida, Negri e Hardt -- com características comuns: títulos exóticos,
provocantes, e prosa impenetrável. Livros que prometiam muito mas ofereciam escuridão.
Com uma nova geração de
jovens de mentalidade radical buscando alternativas ao capitalismo e curiosos
sobre o socialismo, é inevitável que muitos estejam a olhar para Marx. E para
onde se voltam?
Um professor de Yale,
Samuel Moyn, oferece sem pudor um manual prático, apresentado na revista «fixe»
Jacobin, intitulado How to be a Marxist2. Moyn
é professor Henry R. Luce3
de Jurisprudência. Pelos vistos, Moyn, ao oferecer um guia para o marxismo, não
se sente mal numa cátedra agraciada por um dos mais notórios editores
anti-comunistas e anti-marxistas dos EUA.
A presunção do Como… de Moyn de guia do desconhecedor
do marxismo não é justificada nem explicada. Mas ele sente-se confiante ao
recomendar dois académicos recentemente falecidos, Moishe Postone e Erik Olin
Wright (e o ainda vivo Perry Anderson), como representando os últimos de «...
uma geração de grandes intelectuais cujas experiências da década de 1960 os
levaram a escolher como obra de suas vidas recuperar e re-imaginar o marxismo».
Confesso que a escolha
de Moishe Postone me espantou. Teria de ficar embaraçado ao dizer que nunca
conheci o professor Postone ou o seu trabalho como marxistas? Quando deparei com
uma entrevista do estimado Professor Postone no YouTube logo descobri que ele enfaticamente e sem reservas nega
ser marxista. Mais: Postone afirma que a maior parte do que chamamos marxismo
foi escrito por Frederick Engels. Postone admite que Engels era «um tipo
realmente bom», mas que nunca entendeu devidamente Marx. Postone, pelo contrário,
sim. E o seu Marx não «glorifica» a classe operária.
Estou, todavia,
familiarizado com a alegada devoção ao marxismo do outro exemplo de «grande
intelectual», Erik Olin Wright, que foi membro proeminente de longa data da
chamada escola do «marxismo analítico». Como os outros membros desse
movimento intelectual, tentou colocar o marxismo numa base «legítima»; a
legitimidade era obtida submetendo o marxismo aos rigores da ciência social
anglo-americana convencional. A presunção de que a ciência social
anglo-americana não tem falhas ou que nada tem a aprender com o método de
Marx nunca é questionada por essa clique. Mas, para mérito de Wright, ele
lutou fortemente para perceber o conceito de classe social.
A fim de «salvar a
esquerda de cair de novo em vários becos sem saída», o professor Moyn sugere
o último livro do seu «brilhante colega” Martin Hägglund. Moyn assegura-nos
que «This Life: Secular Faith and
Spiritual Freedom4 é um início excelente para os que querem dar
energia à teoria do socialismo, ou até construir a sua própria teoria de uma
variante marxista dela».
Basta um breve instante
para ver que Martin Hägglund e seu admirativo colega nos levam para outros
becos sem saída, já trilhados por muitas gerações do passado. A via Hägglund
revisitaria o existencialismo, Hegel e as tradições cristãs em busca do ilusório
«sentido da vida». Embora muitos de nós pensassem que Marx oferecia uma
análise profundamente fundamentada da mudança e da justiça social, Moyn/Hägglund,
com Postone, colocam «as perguntas supremas que cada um deve fazer: que
trabalho devo fazer? Como devo gastar o meu tempo finito?». Acumulando importantes
contrastes, propõem «maximizando... o tempo livre de cada indivíduo para o gastar
como quiser…»
Assim, a luta pela
emancipação, neste repensar do marxismo, não é a emancipação da classe
trabalhadora, mas o sacar tempo livremente descartável das garras do
trabalho. Os professores admitem que esta luta é muito mais fácil para os
académicos do que para os «miseráveis da Terra».
«Por fim», conclui
Moyn, «há a proposta de Hägglund de que os marxistas podem deitar fora o
comunismo -- que, de qualquer forma, Marx descreveu vagamente -- em favor da
democracia. Não é totalmente claro o que Hägglund quer dizer com democracia,
algo que nem Marx nem muitos marxistas procuraram analisar teoricamente». Assim,
Hägglund reduz o «marxismo» a uma rejeição do comunismo e abraço de uma vaga
«democracia». Teria de concordar com Moyn: «É de facto notável como, do pouco
que a maioria das pessoas têm pensado sobre a teoria marxista, Hägglund fez…
uma tentativa de reiniciá-la para o nosso tempo». Aparentemente, o agora
revelado segredo de se tornar marxista é descartar Marx.
Como muitos
autoproclamados «marxistas», que antecederam Postone, Hägglund e Moyn, a
intenção deles parece ser a de desarmar o marxismo mais do que promovê-lo.
Ideias
Perigosas
A verdade nua e crua é
que o marxismo -- desde a época da censura de Marx e suas múltiplas expulsões
de vários países -- é uma ideia perigosa. A incapacidade de Marx de garantir
nomeações académicas e a constante vigilância e assédio por parte das
autoridades provaram ser um prenúncio do destino de quase todos os autênticos
intelectuais marxistas. O capitalismo não concede honra académica ou
celebridade aos que defendem a destruição do capitalismo. E esses «marxistas»
que vêm a ser aclamados por académicos, que obtêm lucrativos negócios de
livros, e desfrutam da visibilidade nos media,
raramente representam uma grande ameaça ao sistema.
É revelador que, embora
a história tenha produzido muitos marxistas «orgânicos», com raízes na classe
operária e em movimentos que desafiam o capitalismo, as suas contribuições
raramente povoam as bibliografias de professores universitários, a não ser
para escarnecer. O emprego universitário raramente está disponível a
fornecedores de ideias perigosas ou de defesa de uma versão de Marx que apela
à mudança revolucionária.
Um historiador marxista,
o falecido Herbert Aptheker que fez mais do que qualquer outro intelectual ao
desafiar o retrato distorcido do Birth
of a Nation/Gone With The Wind5 do Sul benigno e defesa
heróica do seu nobre estilo de vida, não conseguiu encontrar trabalho em universidades
dos EUA. Só com um movimento de liberdade de expressão pôde falar nos campi dos EUA. Os seus livros
desapareceram da circulação e poucos estudantes da história afro-americana sabem
das suas contribuições.
Ninguém criou uma
história do movimento operário dos EUA que rivalize com os 10 volumes da História do Movimento Operário nos EUA
do falecido marxista Phillip Foner. Os 5 volumes de Vida e Obras de Frederick Douglass, de Foner, restabeleceram
Douglass como figura proeminente na abolição da escravatura nos EUA. Uma
universidade historicamente negra, a Lincoln
University, corajosamente contratou Foner após anos de listas negras. Hoje,
infelizmente, as suas obras são largamente ignoradas nas áreas em que foi
pioneiro.
As contribuições sérias
de muitos outros intelectuais marxistas dos EUA podem ser encontradas em
edições antigas de revistas como Science
and Society, Political Affairs,
Masses, Masses and Mainstream, e Freedomways
que descansam em recônditas prateleiras a ganhar poeira, minadas por
macartismo, listas negras, cobardia académica e anticomunismo flagrante.
As portas e o debate aberto
da academia e meios de comunicação de massa também se fecharam aos marxistas
da classe operária (a menos que renunciem aos seus pontos de vista!). Apesar
de líder de movimentos da classe operária e da sua escrita prolífica, as obras
do marxista William Z. Foster sobre organização, estratégia e tácticas dos trabalhadores,
e economia política, estão em grande parte esquecidos, a menos que reapareçam
como pensamento de outros. É negada entrada a outras importantes figuras
marxistas, responsáveis por alguns dos melhores momentos dos trabalhadores,
como Len De Caux e Wyndham Mortimer.
Também os pioneiros
marxistas dos movimentos pela igualdade dos negros e das mulheres, Benjamin
Davis, William Patterson e Claudia Jones, não são aclamados nem apresentados
como exemplos do «Como ser Marxista».
O trabalho de economia
política do marxista Victor Perlo que identificou as mais altas ligações do
capital financeiro e da economia do racismo estão curiosamente ausentes de
qualquer conversa académica relevante.
O que todos esses
marxistas compartilham é uma vida política militante no Partido Comunista dos
EUA, um distintivo orgulhoso mas denegrido pela maioria dos intelectuais
americanos.
Os melhores artigos da
venerável revista Monthly Review
sofrem a mesma marginalização. Os seus fundadores ameaçavam o suficiente, tornando-se
vítimas do medo do vermelho. O co-fundador Paul Sweezy, um sério economista
político marxista, nunca foi entusiasticamente recebido nos círculos académicos.
Hoje, Michael Parenti é
o mais perigoso intelectual marxista dos EUA. Eu sei disso porque apesar de inúmeros
livros, vídeos e palestras, apesar de um compromisso intransigente com uma
interpretação marxista da história e dos eventos actuais, apesar de um
profundo, mas raciocinado ódio ao capitalismo, e apesar de um estilo
admiravelmente acessível e com grandes ideias, ele está desempregado por
universidades e tem acesso negado em todas, com excepção da media mais de esquerda ou marginal.
Outro impressionante
estudioso marxista dos EUA, Gerald Horne, embora desfrute de estabilidade
académica, merece ser estudado por todo o «esquerdista» dos EUA pela
integridade, acessibilidade e qualidade do seu trabalho.
O marxismo autêntico,
em oposição ao marxismo chique, em voga ou da moda, é implacável, agressivo e
inspirador de acção. Ele disseca diligentemente o funcionamento interno do
sistema capitalista. É implacável e sem compaixão na sua rejeição do
capitalismo. Desafia o pensamento convencional, fazendo poucos amigos na
imprensa capitalista e abalando a gentileza e a colegialidade do liberalismo
da academia. O marxismo não é um carreirismo, mas um compromisso sem
agradecimentos.
Os marxistas reais são
necessariamente anómalos. Até que as condições para mudanças revolucionárias
amadureçam, são frequentemente sujeitos a cepticismo, desinteresse, e até
escárnio e hostilidade. Os poseurs
marxistas são alérgicos a organizações políticas, activismo e risco
intelectual, enquanto marxistas empenhados são obrigados a buscar e unir-se a
movimentos de mudança; são levados a cumprir a décima primeira tese de Marx
sobre Feurbach, muito mencionada e raramente observada: «Os filósofos têm
apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é
transformá-lo».
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Google knows
that I have an abiding interest in Marxism. Consequently, I receive frequent
links to articles that Google’s algorithms select as popular or influential. Consistently, at
the top of the list, are articles by or about the irrepressible Slavoj Žižek.
Žižek has mastered the tricks of a public intellectual-- entertaining,
pompous, outrageous, calculatedly obscure, and mannered. The disheveled pose
and the beard add to a near caricature of the European professor gifting the
world with big ideas embedded deeply in layers of obscurantism-- a sure-fire
way to appear profound. And a sure-fire way to advance one’s commercial
entertainment value.
Close followers of the
“master” even post videos of Žižek devouring hot dogs-- one in each hand! He
is currently cashing in on a public debate with a right-wing gas-bag
counterpart which reportedly brings in obscene prices for tickets. Marxism as
entrepreneurship.
Žižek is one of the
latest iterations of a long line of largely European academics who build
modest public celebrity from an identification with Marxism or the Marxist
tradition. From Sartre and existentialism through structuralism,
postmodernism, post-essentialism, post-Fordism, and identitarian politics,
academics have appropriated pieces of the Marxist tradition and claimed to
rethink that tradition, while keeping a measured, safe distance from any
Marxist movement. They are Marxists when it brings an audience, but seldom
answer the call to action.
The curious thing
about this intellectual Marxism, this parlor, dilettante Marxism is that it
is never all in; it is Marxism with grave reservations. Marxism is fine if
it’s the “early” Marx, the “humanist” Marx, the “Hegelian” Marx, the Marx of
the Grundrisse, the Marx without Engels, the Marx without the working class,
the Marx before Bolshevism, or before Communism. Understandably, if you want
to be the next big Marx-whisperer, you must separate yourself from the pack,
you must rethink Marxism, rediscover the “real” Marx, locate where Marx got
it wrong.
Previous generations
of well-meaning, but class-befuddled university students have been seduced by
“radical” thinkers who offer a taste of rebellion in a sexy academic package.
Student book packs carried unread, but fashionable books by authors like
Marcuse, Althusser, Lacan, Deleuze, Laclau, Mouffe, Foucault, Derrida, Negri,
and Hardt-- authors who shared common features of exotic, provocative book
titles and impenetrable prose. Books that promised much, but delivered murk.
With a new generation
of radically minded youth looking for alternatives to capitalism and curious
about socialism, it is inevitable that many are looking toward Marx. And
where do they turn?
A Yale professor
unabashedly offers a handy primer, featured in the hip Jacobin Magazine,
entitled How to be a Marxist.
Professor Samuel Moyn is currently the Henry R. Luce Professor of
Jurisprudence. Apparently, Moyn feels no unease with holding a chair endowed
by one of the country’s most notorious anti-Communist, anti-Marxist publishers,
while offering a guidebook to Marxism.
Moyn’s How to… presumption to guide the
unknowing to Marxism is neither justified nor explained. Nonetheless, he
feels confident to recommend two recently deceased academics, Moishe Postone
and Erik Olin Wright (along with the still living Perry Anderson), as
representing the last of “...the generation of great intellectuals whose
1960s experiences led them to adopt a lifework of recovering and reimagining
Marxism.”
I confess that his
choice of Moishe Postone had me baffled. Should I be embarrassed to say that
I had never known Professor Postone’s work or known him to be a Marxist? When
I found a YouTube interview with the esteemed Professor Postone, I quickly
discovered that he emphatically and without reservation denies being a
Marxist. Further, Postone contends that most of what we call Marxism was
written by Frederick Engels. Postone concedes that Engels was “really a good
guy,” but Engels never properly understood Marx. Postone, on the other hand, does.
And his Marx does not “glorify” the industrial working class.
I am, however,
familiar with the other alleged exemplar of a “great intellectual” devotion
to Marxism, Erik Olin Wright. Wright was a long-standing, prominent member of
the so-called “Analytic Marxism” school. Wright, like the other members of
this intellectual movement, attempted to place Marxism on a “legitimate”
foundation, where legitimacy was earned by subjecting Marxism to the rigors
of conventional Anglo-American social science. The conceit that
Anglo-American social science is without flaws or that it has nothing to
learn from Marx’s method is never questioned with this clique. But to
Wright’s credit, he struggled mightily to grasp the concept of social class.
In order “to save the Left
from going down various cul-de-sacs again,” Professor Moyn offers the latest
book of his “brilliant colleague,” Martin Hägglund. Moyn assures us that
“This Life: Secular Faith and Spiritual Freedom is an excellent place to
start for those who want to energize the theory of socialism, or even build
their own theory of a Marxist variant of it.”
It takes only a brief
moment to see that Martin Hägglund and his admiring colleague are taking us
down other cul-de-sacs, ones trod by many earlier generations. Hägglund’s
journey would revisit existentialism, Hegel, and Christian traditions in
search of the elusive “meaning of life.” Though many of us thought that Marx
offered a profoundly informed analysis of social change and social justice,
Moyn/Hägglund, following Postone, bring forward “the ultimate questions
anyone must ask: what work should I do? How should I spend my finite time?”
Accumulating capital contrasts, they submit, with “maximizing... each
individual’s free time to spend as she pleases…”
Thus, the struggle for
emancipation, in this rethinking of Marxism, is not the emancipation of the
working class, but the wresting of freely disposable time from the grip of
work. The professors concede that this struggle is far easier for academics
than for “the wretched of the earth.”
“And finally,” Moyn
concludes, “there is Hägglund’s proposal that Marxists can ditch communism —
which in any event Marx described vaguely — in favor of democracy. It is not
totally clear what Hägglund means by democracy, something which neither Marx
himself nor many Marxists have chosen to pursue theoretically.” So Hägglund
distills “Marxism” into a rejection of Communism and an embrace of a vague
“democracy.” I would have to agree with Moyn: “Indeed, it is remarkable how
little of what most people have thought Marxist theory was about make it into
Hägglund’s ...attempt to restart it for our time.” Apparently, the now
revealed secret of becoming a Marxist is to discard Marx.
Like many
self-proclaimed “Marxists” who came before Postone, Hägglund, and Moyn, their
intent seems to be to defang Marxism more than it is promote it.
Dangerous
Ideas
The naked truth is
that Marxism-- from the time of Marx’s censorship and multiple expulsions
from different countries-- is a dangerous idea. Marx’s inability to secure
academic appointments and his constant surveillance and harassment by
authorities proved to be a harbinger of the fate of nearly all authentic
Marxist intellectuals. Capitalism does not endow those who advocate the
undoing of capitalism with academic honor or celebrity. And those “Marxists”
who do rise to academic acclaim, who get lucrative book deals, who enjoy
media exposure, seldom present much of a threat to the system.
It is a telling fact
that, though history has produced many “organic” Marxists, Marxists with
roots in the working class and in movements challenging capitalism, their
contributions seldom populate the bibliographies of university professors,
unless to deride. University employment is rarely available to purveyors of
dangerous ideas or the advocacy of a version of Marx that calls for
revolutionary change.
A Marxist historian
like the late Herbert Aptheker, who did more than any other intellectual to
challenge the twisted Birth of a Nation/Gone With The Wind depiction of the
benign South and its heroic defense of a noble way of life, could not find
work in US universities. Indeed, it took a free speech movement to get him to
be permitted to speak at all on US campuses. His books have disappeared from
circulation and few students of African American history are exposed to his
contributions.
No one has created a
history of the US labor movement to rival the late Marxist Phillip Foner’s
10-volume History of the Labor Movement in the US. Foner’s 5-volume The Life
and Writings of Frederick Douglass reestablished Douglass as a preeminent
figure in the abolition of slavery in the US. A historically Black
university, Lincoln University, courageously hired Foner after years of
blacklisting. Sadly, today, his works are largely ignored in fields where he
pioneered.
The serious
contributions of many other US Marxist intellectuals can be found in back
issues of publications like Science and Society, Political Affairs, Masses,
Masses and Mainstream, and Freedomways resting on out-of-the-way library
shelves gathering dust, diminished by McCarthyism, blacklists, scholarly
cowardice, and blatant anti-Communism.
The doors and public
discourse of the academy and the mass media have equally been shut to working
class Marxists (unless they renounce their views!). Despite his leading of
working class movements and his writing prolifically, Marxist William Z.
Foster’s works on organizing, labor strategy and tactics, and political
economy are largely forgotten, unless they reappear as someone else’s
thinking. Other key Marxist figures responsible for and interpreting some of
labor’s finest moments such as Len De Caux and Wyndham Mortimer are denied
membership in the club.
Similarly, Marxist
pioneers in the Black and women’s equality movements like Benjamin Davis,
William Patterson, and Claudia Jones are neither hailed as such nor offered
as examples of “How to be a Marxist.”
Marxist political
economist Victor Perlo's work in identifying the highest reaches of finance
capital and the economics of racism are curiously missing from any relevant
academic conversation.
What these Marxists
all share is an activist political life in the US Communist Party, a proud
badge, but one denigrated by most US intellectuals.
The best writing of
the venerable Monthly Review magazine suffers the same marginalization. Its
founders were threatening enough to be victimized by the Red scare. And
co-founder Paul Sweezy, a serious Marxist political economist, never was
enthusiastically welcomed into academic circles
Today, Michael Parenti
is the most dangerous Marxist intellectual in the US. I know this because
despite countless books, videos, and speaking engagements, despite an
uncompromising commitment to a Marxist interpretation of history and current
events, despite a profound, but reasoned hatred of capitalism, and despite an
admirably approachable style and manner with big ideas, he is otherwise
unemployed by universities and denied access to all but the most left or
marginal media.
Another impressive US
Marxist scholar, Gerald Horne, though enjoying academic tenure, deserves to
be studied by every “leftist” in the US for the integrity, accessibility, and
quality of his work.
Authentic Marxism, as
opposed to fashionable, trendy, or faddish Marxism, is relentless,
aggressive, and inspiring of action. It diligently dissects the inner
workings of the capitalist system. It is ruthless and unsparing in its
rejection of capitalism. It challenges conventional thinking, making few friends
in the capitalist press and rocking the gentility and collegiality of the
staid liberalism of the academy. Marxism is not a career move, but a
thankless commitment.
Real Marxists are
necessarily outliers. Until the conditions for revolutionary changes ripen,
they are often subjected to skepticism, disinterest, even derision and
hostility. Marxist poseurs are allergic to political organizations, activism,
and intellectual risk, while committed Marxists are compelled to seek and
join movements for change; they are driven to serve Marx’s oft-quoted, seldom
heeded eleventh thesis on Feurbach: “The philosophers have only interpreted
the world, in various ways; the point, however, is to change it."
|
1 - Karl Marx, Fundamentos da Crítica da Economia Política,
1857-61.
2 - Como Ser Marxista.
3 - O título «Professor Henry R. Luce» segue uma prática
americana de homenagear um pioneiro da cátedra, neste caso Henry R. Luce que o
autor revela ser « um dos mais notórios editores anti-comunistas e
anti-marxistas dos EUA».
4 - Esta Vida: Fé Secular e Liberdade Espiritual.
5 - Nascimento de uma nação/E
tudo o vento levou.