Os media do capital EUA&Co, media
dominantes que formatam a percepção do mundo de milhares de milhões de
cidadãos comuns, continuam a cumprir a sua função: enganar o povo, esconder a
violência do capitalismo e transformar os opressores imperiais em «bons» e os
oprimidos ou insubmissos em «maus». A isso se resume a famosa «liberdade de
informação» dos países capitalistas: liberdade para um punhado de possuidores
das grandes cadeias de informação poderem controlar a «música» tocada em seu
benefício. E a podridão do capitalismo actual, com ameaças abertas à paz e
ultimatos aos insubmissos, implica que a «música» dos media tem também de ser cada vez mais podre, cada vez mais feita
de fake news (notícias falsas),
cada vez mais seguidora dos preceitos do ministro de propaganda nazi Goebbels:
«se repetirmos a mesma mentira um número suficiente de vezes, as pessoas irão
acreditar, e quanto maior for a mentira tanto melhor».
Na Síria, segundo os media do capital EUA&Co, os
americanos e seus penduras, continuam a missão «libertadora» de ajuda aos
terroristas – perdão, «combatentes pela liberdade» -- no combate ao regime de
Bashar Al-Assad. Al-Assad, o «mau», apesar de o seu governo ter claramente um
muito amplo apoio popular, conforme se confirmou ao longo da guerra. Mas os
«combatentes pela liberdade» -- apoiados e financiados pelos imperialistas,
pela Arábia Saudita e países do Golfo, tudo países muito livres como se sabe
-- são os mesmos terroristas ligados à al-Qaida que têm cometido as maiores
barbaridades em muitos lugares, incluindo nos atentados na Europa. Mas,
quando se trata da Síria, são apresentados pelos media como os «bons». A fome de petróleo e a ganância do lucro
falam mais alto. Como disse a jornalista independente Eva Bartlett, uma canadiana
que tem estado longos períodos na Síria, foi testemunha ocular de muitos eventos
de guerra e obteve larga experiência de como os media ocidentais manipulam a
informação e fabricam fake news «Tudo
que vos disseram sobre a Síria é uma mentira».
Recentemente, o
jornalista José Goulão escreveu em AbrilAbril:
«Derrotados na Síria e no Médio Oriente os donos do mundo avançam para o
confronto entre NATO e Moscovo. A guerra ultrapassou a fase da dúvida “se”
para se fixar na dúvida “quando”. Para mal dos povos.» Isto, a propósito da
história do envenenamento em Londres do espião duplo Serguei Skripal e filha,
atribuído aos russos. Envenenamento que vem dar razão à «premonição» em 18 de
Janeiro de 2018, do proeminente general do exército britânico Nicholas Carter
que afirmou o seguinte num discurso solene e mediatizado: a agressão russa «começará mais cedo
do que o previsto e através de um acontecimento imprevisto». Rússia e Putin
os «maus», apesar de capitalistas. Mas capitalistas concorrentes com esferas
de influências antagónicas dos interesses US&Co. Os media não poupam esforços para pré-justificar um novo drang nach Osten contra a Rússia
capitalista; agora um drang não só
da Alemanha como no passado, mas de «todos juntos e fé em Deus». No «Deus» do
lucro, é claro.
Ontem, o director do
laboratório inglês que testou a substância que envenenou Skripal e
a filha admitiu que não tem provas
de que seja de produção russa. Mas isso já não constará das manchetes dos
media do capital ocidental. Não
lhes interessa.
Exemplos como estes, da
história passada e recente do capitalsmo, existem aos milhões. Num outro
artigo de AbrilAbril intitulado «O
capitalismo é violência» o autor, Bruno Carvalho, cita exemplos da Palestina,
Donbass, Colômbia e Catalunha, onde a «comunicação social dá voz ao agressor
e absolve a violência exercida pelos Estados implicados». E conclui o seu
artigo assim:
«Por todo o mundo, e
crescentemente na Europa, a fascização dos Estados, a que alguns preferem
chamar autoritarismo ou populismo, cresce a passos largos para defender um
sistema cada vez mais incapaz de suster a crise em que se encontra e de
esconder o seu carácter violento.
«Foi em Abril que os
militares e o povo derrotaram o império da lei e da violência fascistas para
encetar um período que todavia é uma espinha encravada na garganta de alguns.
Num dos mais bonitos textos escritos em português, a nossa Constituição
«reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao
desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de
opressão».
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The media of the capitalism
US&Co, the mainstream media which shapes the perception of the world for billions
of common citizens, keep fulfilling their duty: the one of deceiving the
people, hiding the violence of capitalism, and turning the imperial oppressors
into the "good guys" and the oppressed or unsubmissive into the "bad
guys." The celebrated "freedom of information" of capitalist
countries boils down to this: freedom for a handful of owners of large media
corporations to control the “music” being played for their benefit.And the rottenness of today's
capitalism, with open threats to peace and ultimatums to the unsubmissive,
implies that the "music" of the media is compelled to be
increasingly rotten, increasingly made of "fake news", increasingly
following the precepts of the Nazi propaganda minister Goebbels: “If you tell the same lie enough times, people
will believe it; and the bigger the lie, the better.”
In
Syria, according to the media of the US & Co capital, the Americans and
their hangers-on go on steady on their "liberating" mission, aiding
the terrorists -- sorry, the "freedom fighters" -- in fighting the
Bashar al-Assad regime. Al-Assad, the "bad guy", in spite of the
fact that his government clearly enjoys a very broad popular support, which has
been confirmed throughout the war. But the "freedom fighters" --
supported and financed by the imperialists, by Saudi Arabia and the Gulf
countries, all very free countries as we all know -- are the same terrorists connected
to the al-Qaida who have committed the greatest barbarities in many places,
including in the attacks in Europe. But when it comes to Syria, they are
presented by the media as the "good guys." The hunger for oil and the
greed for profit speak louder. As told by the independent journalist Eva
Bartlett, a Canadian who has stayed for long periods in Syria, has been an
eyewitness of many war events and got an extensive experience of how Western
media manipulate information and fabricate fake news, " Everything you've been told about Syria is a
lie."
Recently
the journalist José Goulão wrote in AbrilAbril
(AprilApril): "Defeated in
Syria and the Middle East, the owners of the world are pushing towards the
confrontation between NATO and Moscow. The war has passed the stage of the ‘if’
doubt to fix itself on the ‘when’ doubt.
To the detriment of the peoples." He was referring to the story
of the poisoning in London of the double spy Serguei Skripal and daughter,
attributed to the Russians. A poisoning whose occurrence justified the
"premonition" on 18 January 2018 of the prominent British Army Gen.
Nicholas Carter, who said the following in a solemn and mediated speech:
Russian aggression "will begin sooner than planned and through an unforeseen
event". Russia and Putin the "bad guys," albeit capitalists.
But competing capitalists with spheres of influence antagonistic of the US
& Co interests. The media spare no effort to pre-justify a new drang nach Osten against capitalist
Russia; this time, not only a drang
from Germany as in the past, but from "all together and faith in
God." In the "God" of profit, of course.
Yesterday,
the head of the British laboratory that tested the substance that poisoned
Skripal and daughter admitted that he
has no evidence that it is of Russian production. But this will not make
the headlines of the Western capitalist media. It does not interest them.
Examples
like these, from past and recent history of the capitalism, exist in the
millions. In another article of AprilApril
with the title “Capitalism is violence”, the author, Bruno Carvalho, gives
examples from Palestine, Donbass, Colombia and Catalonia, where "the
media gives voice to the aggressor and acquits the states involved from their
violence". He concludes his article thus:
"All over the world, and increasingly in Europe, the fascistization of states, which some prefer to call authoritarianism or populism, is struggling to defend a system increasingly incapable of stemming the crisis it is in and of hiding its violent character. "[Referring to the Portuguese revolution] It was in April that the military and the people defeated the empire of fascist law and violence to start a period that is still a spine stuck in the throats of some people. In one of the most beautiful texts written in Portuguese, our Constitution ‘recognizes the right of peoples to self-determination and independence and to development, as well as the right to insurrection against all forms of oppression’." |