6 – As Teses Leninistas e seus Opositores
Em 21 de Janeiro de 1918, logo depois do regresso de Trotski de
Brest-Litovsk para Petrogrado, teve lugar uma reunião de membros do CC com
funcionários do partido (63 pessoas). Lenine leu as suas Teses sobre a Questão da Conclusão Imediata de uma Paz Separada e Anexionista. As Teses (incluídas em Para a História da Questão da Paz Infeliz)
são uma obra-prima de análise política marxista. Sintetizamo-las aqui em
quatro secções:
I) O governo alemão já apresentou um ultimato. Ou aceitamos a paz
anexionista ou travamos uma guerra revolucionária. Não há solução intermédia.
A decisão é inadiável. Já fizemos
todo o possível para arrastar as negociações (pontos 7 e 8 das Teses).
II) A revolução socialista precisa de um desafogo de vários meses para organizar-se e consolidar-se
(pontos de 1 a 5). Concluindo uma paz separada aproveitamos a hostilidade
entre os dois grupos imperialistas para durante certo tempo consolidar a
revolução (ponto 20).
III) Nas próximas semanas ou meses o nosso exército não está em condições
de repelir com êxito uma ofensiva alemã (ponto 1). O campesinato pobre da
Rússia não está em condições de empreender uma guerra revolucionária. Seria
um erro fatal ignorar a correlação das forças de classe quanto a isto (pontos
13 a 17). Seria inadmissível jogar-se numa cartada o destino da revolução
apenas na esperança de que num prazo muito próximo comece a revolução na
Alemanha. Seria uma aventura. (pontos 6, 18 e 19).
IV) Os argumentos a favor de uma
guerra revolucionária imediata são falsos (pontos 9 a 11):
i) Uma paz separada será um acordo com os imperialistas alemães, etc. É falso. Uma nação fraca que consente
em assinar condições de paz desvantajosas para si […] se nesse momento não
tem forças para travar a guerra, não comete a menor traição ao socialismo.
ii) Ao concluir a paz tornamo-nos agentes do imperialismo alemão, pois
lhe damos a possibilidade de libertar tropas da nossa frente, etc. É falso. A guerra revolucionária
também faria de nós agentes do imperialismo anglo-francês, dando-lhe força
para os seus fins. Em ambos os casos não nos livramos completamente de um ou
outro laço imperialista. O princípio que deve basear a nossa táctica não é o
de qual dos dois imperialismos é mais vantajoso ajudar, mas de como mais segura e firmemente garantir à revolução socialista
a possibilidade de se reforçar, ou pelo menos de se manter num país até que
outros países se lhe juntem. [itálicos nossos]
Na reunião alargada do CC havia 3 grupos de opinião:
1) O grupo leninista, que defendia a necessidade de assinar imediatamente
a paz separada e anexionista com os alemães. Lenine argumentava que a jovem
Rússia Soviética precisava de uma trégua para pôr a economia em ordem e
preparar um novo exército socialista capaz de proteger o país dos ataques do
imperialismo. O novo exército acabava apenas de nascer [19].
2) O dos «comunistas de esquerda» -- um grupo liderado por N. Bukharin
[20] -- que exigia romper as negociações defendendo a palavra de ordem de
«guerra revolucionária» com os alemães. Já no passado Bukharin tinha tomado
posições dúbias, conforme mostramos abaixo em Apêndice. Uns anos mais tarde o
«esquerdista» Bukharin irá passar a posições de direita.
3) O trotskista, que defendia a tese de «não firmamos a paz, não
continuaremos a guerra, desmobilizaremos o exército» («nem paz nem guerra»),
contando com «os alemães não atacarão» porque vem aí a revolução na Alemanha.
Nas Teses a política
aventureira dos «comunistas de esquerda» e trotskistas, que podia levar à
destruição do Estado soviético, era analisada em detalhe nos pontos
mencionados nas secções III e IV acima.
A oposição mais importante e perigosa era a dos
«comunistas de esquerda», que atacava furiosamente Lenine dizendo que este
era de direita. Estava espalhada em várias organizações do POSDR(b),
nomeadamente em Moscovo, Petrogrado, Urais, Ucrânia e Sibéria. Em 28 de
Dezembro de 1917 o plenário do Comité Regional de Moscovo, na altura dominado
pelos «comunistas de esquerda» Lomov, Maksimovsky, Osinsky, Sapronov, Stukov,
etc., adoptou uma resolução exigindo o fim das negociações de paz e uma
ruptura diplomática com todos os estados capitalistas. No mesmo dia, a
maioria do Comité de Petersburgo, que incluía Bokyi, S. Kosior, Fenigstein e
S. Ravich, pronunciou-se contra as condições de paz alemãs. A 10 de Janeiro
de 1918 o Comité Regional de Moscovo aprovou uma resolução que exigia romper
as negociações com a Alemanha. Mesmo bolcheviques honestos e experientes como
F. Djerjinsky, V, Kuibytchev e M. Frunze não discordaram de imediato com os
«comunistas de esquerda». A luta contra os «comunistas de esquerda» teve de
passar por um longo período de esclarecimento e persuasão de Lenine.
Na citada reunião de 21 de Janeiro Lenine mostrou que travar a guerra nas
condições de grave crise económica, de enorme fadiga do povo devido a mais de
três anos de guerra imperialista, de sabotagem e resistência da burguesia
russa, de ausência de um exército firme e desejoso de lutar contra interesses
estrangeiros, seria uma aventura. Insistiu em que era preciso iniciar de
imediato um período de trégua. Contra Lenine, pronunciaram-se Trotski,
Kamenev, Preobrajensky, Lomov, Osinsky, e Yakovleva. Na votação final as
teses de Lenine foram apoiadas por 15 participantes, 16 votaram a favor de
Trotski e 32 a favor dos «comunistas de esquerda». O historiador burguês Wheeler-Bennett
(ver artigo anterior) refere, sem citar a fonte, que nessa
reunião a tese de Trotski foi apoiada por Estaline e Kamenev, e que a
proposta de Bukharin foi apoiada por Alexandra Kollontai, Bela Kun, Pokrovsky,
Pyatakov, Radek, e Uritsky.
Trotski diz em A Minha Vida que a sua tese servia de «ponte» entre a de Lenine e
a dos «comunistas de esquerda» (o «unificador» Trotski outra vez como
«ponte») e que era esta «ponte» que iria ser atravessada depois da reunião de
21 de Janeiro. Descreve o seguinte diálogo entre ele e Lenine:
Lenine: «Muito bem, suponhamos que de facto nos
negámos a assinar a paz, e que os alemães respondem com um avanço. O que vai
você fazer então?»
Trotski: «Assinaremos a paz na ponta das
baionetas. A situação será clara para todo o mundo».
Lenine: «Mas nesse caso você não apoiará o slogan da guerra revolucionária, certo?»
Trotski: «Em nenhuma circunstância.»
Lenine: «Nesse caso, a [sua] experiência não
será provavelmente tão perigosa. Só arriscaremos perder a Estónia ou a
Letónia.», «Por causa de uma boa paz com Trotski, a Letónia e Estónia valem a
pena perder-se.»
Só temos a palavra de Trotski – repetida por
Wheeler-Bennett – sobre esta incredível cena. Incredível porque: Lenine em
reuniões e documentos posteriores continuou a lutar esforçadamente por
assinar imediatamente a paz e nunca
defendeu a «ponte»; Lenine era totalmente contra políticas aventureiras de
«fazer experiências»; Lenine preocupava-se com a Estónia e com o possível
avanço alemão sobre Petrogrado facilitado pela ocupação da Estónia; a
experiência de Trotski envolvia precisamente um risco acrescido de guerra
revolucionária (assinar a paz na ponta das baionetas) e em piores condições;
as votações na reunião seguinte do CC em 24 de Janeiro só são compreensíveis
com Lenine estando contra a «experiência» de Trotski.
O objetivo desta cena é claro: Trotsky
oferece-se uma desculpa da sua traição ao partido, como iremos ver.
Trotski diz, a seguir: «Foi nesta sessão
decisiva de 22 de Janeiro que o Comité Central adoptou as minhas propostas:
atrasar as negociações; no caso de um ultimato alemão, declarar a guerra
terminada mas com a recusa de assinar a paz». Em primeiro lugar, a «reunião
decisiva» não foi a 22 mas a 24 de Janeiro; um erro repetido por
Wheeler-Bennett. Em segundo lugar, dessa reunião existe uma Acta dos discursos de Lenine -- Discursos sobre a Guerra e a Paz numa
Reunião do CC do POSDR(b) -- publicada em 1922 em vida de Lenine; estes
discursos, que constam das obras completas de Lenine publicadas em espanhol e
francês, mas por qualquer razão não em inglês (MIA), desmentem Trotski.
Lenine diz nomeadamente: «O que propõe o camarada Trotsky [...] é uma
manifestação política internacional. Ao retirar as nossas tropas, o que
conseguimos fazer com isso é entregar a República Socialista da Estónia aos
alemães. [...] Se os alemães iniciarem a ofensiva, seremos obrigados a
assinar qualquer tratado de paz e então, como é natural, isso será pior». Eis
o que Lenine pensava da «ponte».
Seguiu-se uma votação sobre se seria de
empreender uma guerra revolucionária. Os «comunistas de esquerda» tiveram 2
votos contra 11. A seguir, uma parte dos «comunistas de esquerda» (Bukharin, Uritski e Lomov)
atravessou a «ponte»: juntou-se à proposta de Trotski, o que não é de
admirar. Esta venceu por 9 votos contra 7 a proposta de Lenine. Segundo a Acta, Lenine propôs atrasar por todos os meios as negociações «Considerando
a ausência de uma unidade sólida sobre a questão da paz entre os membros do Comité
Central», o que foi aprovado por 12
votos contra 1 [21]. Lenine também
insistiu com Trotski que se os alemães apresentassem um ultimato havia que
assinar a paz. Trotski em A Minha
Vida (tanto quanto sabemos o único trabalho de Trotski que menciona a reunião
de 24 de Janeiro) omite as votações e distorce o que se passou nessa reunião.
A questão da paz também foi discutida no
Terceiro Congresso de Toda a Rússia dos Sovietes. Em 14 de Janeiro de 1918,
por sugestão da facção bolchevique, o congresso aprovou uma resolução
expressando plena confiança no governo soviético e também aprovando todas as
suas actividades visando a paz. (Protokoly ... [21].)
As delegações russa e alemã voltaram a encontrar-se em Brest-Litovsk a 29
de Janeiro. As dicussões centraram-se em torno da Ucrânia. Neste tópico os
alemães propuseram a 4 de Fevereiro um adiamento das negociações para 7 de
Fevereiro; isto foi feito a fim de dar oportunidade a alemães e austríacos de
discutir em Berlim a melhor maneira de pillhar a Ucrânia.
Entretanto, Lenine continuava a defender a tese
de assinar a paz. A 1 de Fevereiro, numa reunião do CC [22], diz que a melhor
maneira de dissuadir os camaradas que defendem a guerra revolutionária é irem
à linha da frente e verem com os próprios olhos que é impossível travar a
guerra. Propõe uma conferência para o dia seguinte (veio a ser a 3 de Fevereiro),
onde, na questão da paz, cada grupo de opinião apresentaria os seus
argumentos. A proposta foi aprovada.
Não se conservou a Acta da reunião de 3 de
Fevereiro. Só se conservou o registo das votações em 10 questões relacionadas
com a paz [23]. Sobre a questão principal – É permissível assinar agora uma
paz anexionista dos alemães? -- 5 votaram sim (Lenine, Estaline, Muranov,
Sergeyev, Sokolnikov); 9 votaram não (Lomov, Krestinsky, Bubnov, Kosior,
Osinsky, Stukov, Preobrajensky, Spunde, Fenigstein). Zinoviev, Bukharin e
Uritsky abandonaram a reunião antes da votação.
Retomadas as negociações a 7 de Fevereiro, elas
incidiram no tratado de paz das Potências Centrais com a Rada. Foi assinado a
9 de Fevereiro, sob protesto da delegação russa. Voltou-se a discutir a
questão da autodeterminação, mantendo-se o diferendo entre as condições
democráticas avançadas pela delegação russa e as condições de controlo por
elementos sujeitos aos alemães, defendidas por estes. O Alto Comando alemão
insistiu com Kühlmann para apresentar um ultimato ao CCP. Kühlmann procurou a
8 de Fevereiro que Trotsky aceitasse um compromisso concedendo Riga e as ilhas
do golfo de Riga à RSFSR. Trotsky recusou e conferenciou telegraficamente com
Lenine e Estaline na noite de 9 de Fevereiro. O que Trotsky disse não é
conhecido. Mas é conhecido o telegrama resposta de Lenine e Estaline que
confirmava anteriores instruções: «Você conhece o nosso ponto de vista; foi
ultimamente confirmado, sobretudo depois da carta de Ioffe. […] Mantenha-nos
informados.» [24]
Na tarde de 10 de Fevereiro Trotsky fez uma
declaração em nome do CCP [25] às delegações da Quádrupla Aliança em Brest-Litovsk.
Incluía o seguinte trecho que violava as anteriores instruções:
[…] o governo da República Federal da Rússia informa os governos e os povos
unidos na guerra contra nós, os países aliados e neutros, que, ao recusar-se
a assinar uma paz de anexação, a Rússia declara pelo seu lado terminado o
estado de guerra com a Alemanha, a Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária. As
tropas russas estão a receber agora uma ordem de desmobilização geral […]
A Rússia Soviética não
assinava a paz, cessava a guerra e desmobilizava o exército! As delegações retiraram-se. Em Petrogrado, Moscovo, etc., a
contra-revolução exultava. Os bolcheviques tinham caído na armadilha da
«guerra revolucionária». Agora viriam aí os alemães que esmagariam o poder
soviético.
No dia 16 de Fevereiro Lenine recebeu o seguinte
telegrama do general Samoilo, que tinha ficado em Brest-Litovsk: «O general
Hoffmann anunciou hoje oficialmente que o armistício concluído com a
República Russa termina em 18 de Fevereiro às 12 horas e a guerra será
retomada nesse dia. Convidou-me, portanto, a deixar Brest-Litovsk».
O CC reuniu-se a 17 de Fevereiro. Pela moção de
Lenine, de iniciar imediatamente novas negociações com a Alemanha para
assinar a paz, votaram 5 membros do CC (Lenine, Estaline, Sverdlov,
Sokolnikov, Smilga) e 6 votaram contra (Trotski, Bukharin, Lomov, Uritski,
loffe, Krestinski). Mas quando a questão foi apresentada assim: «Se a ofensiva alemã acontecer sem que haja um ascenso revolucionário na
Alemanha e na Áustria, assinaremos a paz?», Trotski votou afirmativamente, Bukharin, Lomov, Uritski e Krestinski
abstiveram-se, e só Ioffe votou contra. Desta forma, a moção de Lenine foi
aprovada. (Protokoly ...
[21].)
A 18 de Fevereiro o CC
reuniu-se de manhã [26]. Lomov e Bukharin pretenderam atrasar a discussão da
questão da paz. Lenine opôs-se e a sua proposta de discutir o envio de um
telegrama aos alemães sobre a paz foi aceite. Na discussão, Lenine refere que
há boas razões para crer que as alemães querem uma ofensiva para derrubar o
governo soviético e que, se não se fizer nada e quando a ofensiva se declarar
se for explicar isso ao povo, só se criará mais confusão no povo. Trotski e Bukharin opõem-se ao envio de um
telegrama oferecendo a paz. Na votação a proposta de Lenine é rejeitada
por 7 votos contra 6.
A reunião do CC recomeçou ao fim da tarde em
situação tensa, quando já era conhecido que a ofensiva alemã tinha
efectivamente começado em toda a frente [27]. Os «comunistas de esquerda» continuaram
a manifestar-se contra a proposta de Lenine. Trotski propôs que se
perguntasse a Berlim e Viena que exigências impunha o governo alemão, sem
informar que se aceitava a paz. Sverdlov, Estaline e Zinoviev pronunciaram-se
a favor do envio de um telegrama ao governo alemão informando que se aceitava
retomar as negociações. Lenine conseguiu pela primeira vez obter a maioria
dos votos. A sua proposta sobre o envio de um telegrama ao governo alemão foi
aprovada por 7 votos contra 6.
O telegrama é escrito
por Lenine na noite de 18 de Fevereiro [28] e chega a Berlim na manhã de 19
de Fevereiro. No mesmo dia Lenine expôs aos grupos bolcheviques e
SR de esquerda do CEC as razões porque não havia outra saída senão assinar a
paz [29]. Os alemães atrasaram propositadamente a resposta para poderem
continuar a ofensiva, ocupando uma
série de cidades e ameaçando Petrogrado. O perigo que paira sobre a RSFSR é
tão grave que, em nome do CCP, Lenine manda publicar a 21 de Fevereiro a
famosa proclamação A Pátria Socialista
Está em Perigo! [30].
A resposta alemã só
chegou a Petrogrado na manhã de 23 de Fevereiro e continha condições mais
duras de paz, conforme previra Lenine. Exigia-se uma resposta do CCP em 48
horas. No mesmo dia reuniram-se os grupos bolchevique e SR de esquerda do CEC
[31]. Krilenko anunciou que o exército desmobilizava
espontaneamente. Apesar disso, os bolcheviques Radek e Ryazanov e o SR de
esquerda Steinberg falaram contra a conclusão da paz!
No mesmo dia houve uma reunião do CC [32] convocada por motivo das novas condições
de paz alemãs que exigiam resposta em 48 horas. Os
«comunistas de esquerda» (Bukharin, Uritski, Lomov) opuseram-se à proposta de
Lenin de aceitar imediatamente as condições alemãs. Trotski declarou que, por
estar em desacordo com Lenine, abandonava o cargo de Comissário do Povo das
Relações Externas. Com Lenine estavam Sverdlov, Zinoviev e Sokolnikov.
Estaline, na sua primeira intervenção, propôs iniciar as negociações de paz,
mas sem a assinar. Eis alguns extractos das intervenções de
Lenine: «Quando os nossos membros do
Comité Central falam daa guerra civil internacional, isso é uma burla. Há
guerra civil na Rússia, mas não na Alemanha.[…] Estaline equivoca-se quando
diz que pode não assinar-se [a paz]. Há que assinar essas condições. Se não
as assinamos, assinaremos a sentença de morte do poder soviético daqui a três
semanas»; «O camarada Lomov pergunta se Vladimir
Ilitch admite agitação surda e declarada contra a assinatura da paz. O camarada Lenine responde afirmativamente». No final, votaram pela aceitação imediata do ultimato alemão Lenine,
Stasova, Zinoviev, Sverdlov, Estaline e Smilga; votaram contra Bubnov,
Uritski, Bukharin e Lomov; abstiveram-se Trotski, Krestinski, Djerjinski e
Ioffe. Depois da votação, o grupo dos «comunistas de esquerda» -- Bukharin,
Lomov, Bubnov, Piatakov, Iakovleva, Uritski -- declararam que renunciavam a
todos os cargos de responsabilidade no partido e nos sovietes, reservando-se
completa liberdade de fazer agitação dentro e fora do partido.
As posições de
Trotski, «comunistas de esquerda», socialistas-revolucionários, etc., são
discutidas de novo por Lenine na reunião do CC a 24 de Fevereiro [33]. O CCP comunicou nesse dia aceitar o ultimato alemão. Krilenko perguntou a
Hoffmann por rádio se condições de armistício semelhantes às que existiam
antes do dia 18 entrariam em vigor. Hoffmann respondeu que o antigo
armistício estava morto e que de acordo com as condições alemãs a paz deveria
ser concluída dentro de três dias após a chegada dos russos a Brest-Litovsk.
Até então, a guerra teria de continuar para «protecção da Finlândia, Estónia,
Livónia e Ucrânia». Dois dias depois os alemães chegavam a Narva e os russos
foram informados de que poderiam enviar a Brest-Litovsk a delegação para
assinar a paz. No sul, alemães e austríacos ainda avançavam na Ucrânia.
A delegação russa chefiada por Sokolnikov chegou
a Brest-Litovsk na tarde de 28 de Fevereiro e insistiu em que a sua chegada
marcasse o fim das hostilidades. Hoffmann recusou. Os turcos aproveitaram
para adicionar territórios no Mar Negro, que ocupavam, aos termos do tratado.
As negociações de paz começaram a 1 de Março. Sokolnikov mostrou-se pronto a
assinar o «ultimato». Os alemães procuraram humilhar a delegação russa.
Replicaram que não era um ultimato pois os russos eram livres de assinar ou
não e que, para dar tempo de discutir os aspectos técnicos do tratado,
através de comissões, marcariam reunião para o dia seguinte. O suplício dos
russos durou até às 17H00 de 3 de Março quando foi assinado o ultimato (ver
mapa abaixo). A Rússia perdia 34% da sua população, 32% de terras aráveis,
85% da terra de beterraba sacarina, 54% de empresas industriais e 89% das
minas de carvão.
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6 - The Leninist Theses and their Opponents
On January 21, 1918, shortly after Trotsky's return from Brest-Litovsk to
Petrograd, a meeting of CC members with party officials (63 people) took
place. Lenin read his Theses on the
Question of the Immediate Conclusion of a Separate and Anexionist Peace.
The Theses (included in On the History of the Question of the
Unfortunate Peace) are a masterpiece of Marxist political analysis. We
synthesize them here in four sections:
I) The German government has already presented an
ultimatum. Either we accept the annexationist peace or wage a revolutionary
war. No middle course is possible. The decision is urgent. We have done
everything possible to protract the negotiations (points 7 and 8 of the Theses).
II) The socialist revolution needs a respite of several
months to organize and consolidate itself (points 1 through 5). By concluding
a separate peace, we take advantage of the hostility between the two
imperialist groups for a certain time to consolidate the revolution (point
20).
III) In the coming weeks or months our army is not in a
position to successfully repel a German offensive (point 1). The poor
peasantry of Russia is not in a position to wage a revolutionary war. It
would be a fatal mistake to ignore the correlation of class forces in this
matter (points 13 through 17). It would be unacceptable to gamble the fate of
the revolution only in the hope that the revolution in Germany will soon
begin. It would be an adventure. (points 6, 18 and 19).
IV) The arguments
in favor of an immediate revolutionary war are false (points 9 through
11):
i) A separate peace will be an agreement with the
German imperialists, etc. It is false.
A weak nation that agrees to sign disadvantageous peace conditions for itself
... if it does not have the strength to wage war at that moment, does not
commit the slightest betrayal of socialism.
ii) When we conclude peace we become agents of German
imperialism, because we give it the possibility of liberating troops from our
front, etc. It is false. The
revolutionary war would also make us agents of Anglo-French imperialism,
giving it strength for its ends. In both cases we are not completely free of
one or another imperialist bond. The underlying principle of our tactics must
not be which of the two imperialisms it
is more profitable to aid, but rather how
the socialist revolution can be most firmly and reliably ensured the
possibility of consolidating itself, or, at least, of maintaining itself in
one country until it is joined by other countries. [our emphasis]
There were 3 opinion groups at the
enlarged CC meeting:
1) The Leninist group, who defended the need of immediately signing the
separate and annexationist peace with the Germans. Lenin argued that the
young Soviet Russia needed a truce to put the economy in order and prepare a
new socialist army capable of protecting the country from the attacks of
imperialism. The new army had only just been born [19].
(2) That of the "Left
Communists" -- a group led by N. Bukharin [20] -- who demanded to break off
the negotiations and defended the slogan of "revolutionary war"
with the Germans. Already in the past Bukharin had taken dubious positions,
as shown below in Appendix. A few years later one will see the
"leftist" Bukharin moving to right-wing positions.
3) The Trotskyist, who defended the
thesis of "we do not sign the peace, we will not continue the war, we
will demobilize the army" ("neither peace, nor war"), counting
on "the Germans will not attack" because the revolution in Germany is
coming.
In the Theses the adventurous policy of the "Left Communists"
and Trotskyites, which could lead to the destruction of the Soviet State,
was analyzed in detail in the points mentioned in sections III and IV above.
The most important and dangerous opposition was that of
the "Left Communists," who fiercely attacked Lenin saying that he
was a right-winger. It was spread in several organizations of the RSDLP(B),
namely in Moscow, Petrograd, Urals,
Ukraine and Siberia. On December 28, 1917, the plenary of the
Moscow Regional Committee, dominated at the time by the "Left
Communists" Lomov, Maksimovsky, Osinsky, Sapronov, Stukov, etc., adopted
a resolution calling for an end to the peace negotiations and a diplomatic
break with all the capitalist states. On the same day, a majority of the
Petersburg Committee, which included Bokyi, S. Kosior, Fenigstein and S. Ravich,
spoke out against German peace conditions. On January 10, 1918, the Moscow
Regional Committee passed a resolution calling for a break with the
negotiations with Germany. Even honest and experienced Bolsheviks like F. Dzherzhinsky,
V, Kuibychev and M. Frunze did not immediately disagree with the "Left
Communists". The struggle against the "Left Communists" had to
go through a long period of explanation and persuasion by Lenin.
At the aforementioned meeting on
January 21 Lenin showed that waging war in the conditions of a serious
economic crisis, of ancredible fatigue of the masses from more than three
years of imperialist war, of sabotage and resistance of the Russian
bourgeoisie, in the absence of a firm army, desirous of fighting against
foreign interests -- that it would be an adventure. Lenin insisted that a
period of truce should have to be started immediately. Trotsky, Kamenev,
Preobrazhensky, Lomov, Osinsky, and Yakovleva, spoke up against Lenin. In the
final vote Lenin's theses were supported by 15 participants, 16 voted in
favor of Trotsky and 32 in favor of the "left communists". The bourgeois
historian Wheeler-Bennett (see previous article) states, without citing the source, that at that
meeting Trotsky's thesis was supported by Stalin and Kamenev, and that
Bukharin's proposal was supported by Alexandra Kollontai, Bela Kun,
Pokrovsky, Pyatakov, Radek, and Uritsky.
Trotsky says in My Life that his thesis served as a "bridge" between
that of Lenin and that of the "Left Communists" (the
"unifier" Trotsky again as "bridge") and that this
"bridge" was to be crossed after the meeting on 21 January. He describes
the following dialogue between him and Lenin:
Lenin: -- “All right, let’s suppose that we have actually refused to sign a
peace, and that the Germans answer it by an advance. What are you going to do
then?”
Trotsky: -- “We will sign peace at the point of a bayonet. The situation will be
clear to all the world.”
Lenin: “But in that case, you won’t support the slogan of revolutionary war,
will you?”
Trotsky: ’’Under no circumstances.”
Lenin: “In that case, the [your] experiment will probably not be so
dangerous. We will only risk losing Esthonia or Latvia.”, “For the sake of a
good peace with Trotsky, Latvia and Esthonia are worth losing.”
We only have the word of Trotsky -- repeated by Wheeler-Bennett -- on this incredible
scene. Incredible, because: Lenin in later documents snd meetings continued
to strive hard to sign peace immediately and he never defended Trotsky’s
"bridge"; Lenin was totally and absolutely against adventurous
policies of “making experiments”; Lenin did worry about Estonia and the
possible German advance on Petrograd facilitated by the occupation of
Estonia; Trotsky's experience involved an increased risk of revolutionary war
(peacemaking at the point of bayonets) and worse conditions; the voting
results of the following CC meeting of January 24 are understandable only
with Lenin being against Trotsky's “experiment”.
The purpose of this scene is clear: Trotsky
self-provides an excuse of his betrayal to the party, as we shall see.
Trotsky goes on to say: «It was at this decisive session of January 22,
that the Central Committee adopted my proposals: to delay negotiations; in
the event of a German ultimatum, to declare war at an end, but to refuse to
sign peace". Firstly, the “decisive
meeting” was not on 22 but on 24 January; a mistake repeated by
Wheeler-Bennett. Secondly, the Minutes
of this meeting with Lenin’s speeches exist -- Speeches on War and Peace at a Meeting of the Central Committee of
the RSDLP(B) -- published in 1922, in the life of Lenin; these speeches,
which appear in the complete works of Lenin published in Spanish and French,
but for some reason not in English (MIA), disprove Trotsky. Lenin says in
particular: “What comrade Trotsky proposes [...] is an international
political demonstration. By withdrawing our troops, what we are able to accomplish
with this is to hand over the Socialist Republic of Estonia to the Germans.
[...] If the Germans start the offensive, we will be forced to sign any peace
treaty and in such case, of course, it will be a worse one." Here it is
what Lenin thought of the "bridge."
There followed a vote on whether or
not to wage a revolutionary war. The “Left Communists” got 2 votes against
11. Following this, a section of the “Left Communists” (Bukharin, Uritsky and
Lomov) crossed over the “bridge”: they joined Trotsky's proposal, which was
not surprising. This proposal won by 9 votes against 7 Lenin's proposal.
According to the Minutes, Lenin then
-- "Taking into account the absence of solid unity on the question of
peace among the members of the Central Committee" -- motioned to delay
by all means the negotiations, which was adopted by 12 votes to 1 [21]. Lenin also insisted with Trotsky that if
the Germans presented an ultimatum they had to sign the peace. Trotsky in
My Life (as far as we know this is Trotsky's
single work mentioning the meeting of 24 January) omits the votes and
distorts what happened at that meeting.
The question of peace was also
discussed at the Third All-Russia Congress of of Soviets. On January 14,
1918, at the suggestion of the Bolshevik faction, the Congress passed a
resolution expressing full confidence in the Soviet government and also
approving all its activities aimed at peace. (Protokoly ... [21].)
7 - «Neither Peace, nor War»
The Russian and German delegations
met again in Brest-Litovsk on 29 January. The discussions centered on
Ukraine. On this topic, the Germans proposed on the 4th February an
adjournment of the negotiations for February 7; this was done for the purpose
of giving Germans and Austrians the opportunity to discuss in Berlin the best
way to plunder Ukraine.
In the meantime Lenin continued to defend his thesis of signing the peace. On
the 1st of February, at a meeting of
the CC, [22] he says that the best way to dissuade the comrades who defend
the revolutionary war is to go to the front line and see with their own eyes
that it is impossible to wage war. He proposed a conference for the next day
(it came to be February 3), where, in the matter of peace, each group of
opinion would present the respective arguments. The proposal was approved.
The Minutes of the meeting of
February 3 were not kept. There is
only a record of the vote on 10 questions connected with the conclusion of
peace [23]. On the main question -- Is it
permissible to sign a German annexationist peace now? -- 5 voted yes (Lenin,
Stalin, Muranov, Sergeyev, Sokolnikov); 9 voted no (Lomov, Krestinsky,
Bubnov, Kosior, Osinsky, Stukov, Preobrazhensky, Spunde, Fenigstein).
Zinoviev, Bukharin and Uritsky left the meeting before the vote.
When the negotiations resumed on
February 7, they focused on the peace treaty between the Central Powers and
the Rada. This treaty was signed onFebruary 9, under protest from the Russian
delegation. The issue of self-determination was again discussed, with the dispute
between the democratic conditions put forward by the Russian delegation and
the conditions of control by elements subject to the Germans being defended
by the latter. The German High Command insisted with Kühlmann to present an
ultimatum to the CPC. Kühlmann sought on 8 February that Trotsky should
accept a compromise by granting Riga and the islands of the Gulf of Riga to
the RSFSR. Trotsky refused and conferred telegraphically with Lenin and
Stalin on the evening of 9 February. What Trotsky said is not known. But the
reply telegram from Lenin and Stalin, which confirms previous instructions,
is known: "You know our
standpoint; it has lately been confirmed, especially after Joffe's letter.
[...] Keep us informed. "[24]
On the afternoon of 10 February Trotsky made a statement
on behalf of the CPC [25] to the delegations of the Quadruple Alliance in
Brest-Litovsk. It included the following passage that violated the above
instructions:
[…] the Government of the Russian Federal Republic informs the governments
and peoples united in war against us, the Allied and neutral countries, that,
in refusing to sign a peace of annexation, Russia declares, on its side, the
state of war with Germany, Austria-Hungary, Turkey, and Bulgaria as ended.
The Russian troops are receiving at the same time an order for a general
demobilization […].
Soviet Russia did not sign the peace and was ending the war and demobilizing
the army! The delegations parted ways. In Petrograd, Moscow, etc., the
counter-revolution was jubilant. The Bolsheviks had fallen into the trap of
"revolutionary war." Now the
Germans would come and would crush the Soviet power.
8 - The Final Ultimatum
On February 16, Lenin received a
telegram from general Samoilo, who was left behind at Brest-Litovsk: “General
Hoffmann today gave official notice that the armistice concluded with the
Russian Republic comes to an end on February 18 at 12 o'clock, and that war
will be renewed on that day. He therefore invites me to leave Brest-Litovsk.”
The CC met on 17 February. For
Lenin's motion to immediately start new negotiations with Germany to sign the
peace stood 5 members of the CC (Lenin, Stalin, Sverdlov, Sokolnikov, Smilga)
and 6 voted against (Trotsky, Bukharin, Lomov, Uritski, loffe, Krestinski ).
But when the question was put this way: "If the German offensive takes
place without there being a revolutionary ascent in Germany and Austria, will we sign the
peace?", Trotsky voted affirmatively, Bukharin, Lomov, Uritski and
Krestinski abstained, and only Joffe voted against. In this way, Lenin's motion
was approved. (Protokoly ... [21].)
On 18 February the CC met in the morning [26]. Lomov and Bukharin sought to
delay discussing the peace issue. Lenin objected and his proposal to discuss
sending a telegram to the Germans on peace was accepted. In the discussion,
Lenin says there is good reason to believe that the Germans want an offensive
to overthrow the Soviet government, and if nothing is done and an explanation
is presented to the people when the offensive is unfolding, it will only
create more confusion in the people. Trotsky
and Bukharin oppose sending a telegram offering peace. Lenin's proposal is
rejected by 7 votes to 6.
The CC meeting resumed in the late afternoon in a tense
situation, when it was already known that the German offensive had indeed
begun on the whole front [27]. The "Left
Communists" continued speaking out against Lenin's proposal. Trotsky motioned
to ask Berlin and Vienna what demands did the German government impose,
without informing that peace would be accepted. Sverdlov, Stalin and Zinoviev
were in favor of sending a telegram to the German government stating that the
resumption of negotiations was accepted. Lenin managed to get the majority of
the votes for the first time. His proposal to send a telegram to the German
Government was adopted by 7 votes to 6.
The telegram is written by Lenin in the
night of February 18 [28] and arrives in Berlin on the morning of 19
February. On the same day Lenin explained to the Bolshevik and Left SR groups
of the CEC the reasons why there was no other way than to sign the peace
[29]. The Germans deliberately delayed the response in order to continue the
offensive, occupying a number of cities and threatening Petrograd. The danger
hanging over the RSFSR is so serious that, on behalf of the CPC, Lenin orders
to publish on 21 February the famous proclamation The Socialist Fatherland Is in Danger! [30].
The German answer only arrived to
Petrograd on the morning of February 23 and contained harsher conditions of
peace, as Lenin had foreseen. A CPC response was required within 48 hours. On
the same day the Bolshevik and Left SR groups of the CEC met [31]. Krilenko
announced that the army was demobilizing spontaneously. Despite this, the
Bolsheviks Radek and Ryazanov and the Left SR Steinberg spoke against the
conclusion of the peace!
On the same day was convened a
meeting of the CC [32] to discuss the new German peace conditions that
demanded a 48 hour response. The "Left Communists" (Bukharin,
Uritski, Lomov) opposed Lenin's proposal to accept German conditions
immediately. Trotsky stated that, because he was in disagreement with Lenin,
he left the position of People's Commissar of External Affairs. With Lenin
were Sverdlov, Zinoviev, and Sokolnikov. Stalin, in his first speech,
proposed to start peace negotiations, but without signing it. Here are
excerpts from Lenin's remarks: "When our members of the Central
Committee speak of the international civil war, this is a mockery. There is
civil war in Russia, but not in Germany [...] Stalin is mistaken when he says
that he cannot sign [the peace]. These conditions must be signed. If we do
not sign them, we will sign the death sentence of the Soviet power in three
weeks”; «Comrade Lomov asks if Vladimir Ilyich admits muffled and declared
agitation against the signing of peace. Comrade Lenin answers yes." In
the end, Lenin, Stasova, Zinoviev, Sverdlov, Stalin and Smilga voted for the
immediate acceptance of the German ultimatum; Bubnov, Uritsky, Bukharin and
Lomov voted against; Trotsky, Krestinski, Dzherzhinski and Joffe abstained.
After the vote, the “Left Communists” -- Bukharin, Lomov, Bubnov, Piatakov,
Iakovleva and Uritsky -- declared that they renounced all positions of
responsibility in the party and in the soviets, reserving for themselves complete
freedom of agitation inside and outside the party.
The positions of Trotsky, "Left
Communists," Socialist-Revolutionaries, etc., were discussed again by
Lenin at the CC meeting on 24 February. [33] The CPC announced on that day to
accept the German ultimatum. Krylenko asked Hoffmann by radio if armistice
conditions similar to those that existed before the 18th would take effect.
Hoffmann replied that the old armistice was dead and that according to German
conditions peace should be completed within three days after the Russians
arrived to Brest-Litovsk. Until then, the war would have to continue for “protection
of Finland, Estonia, Livonia and Ukraine”. Two days later the Germans arrived
in Narva and the Russians were informed that they could send the delegation
to Brest-Litovsk to sign the peace. In the South, Germans and Austrians were
still advancing in Ukraine.
The Russian delegation headed by
Sokolnikov arrived in Brest-Litovsk on the afternoon of 28 February and
insisted that his arrival would mark the end of hostilities. Hoffmann
refused. The Turks took advantage to add territories in the Black Sea, which
they occupied, to the terms of the treaty. The peace talks began on the 1st
of March. Sokolnikov declared to be ready to sign the «ultimatum». The
Germans sought to humiliate the Russian delegation. They replied that it was
not an ultimatum because the Russians were free to sign it or not and that,
in order to allow time for discussing the technical aspects of the treaty
through committees, they would arrange a meeting for the next day. The
Russians' torture lasted until 5:00 p.m. of
March 3, when the ultimatum was signed (see map below). Russia lost
34% of its population, 32% of arable land, 85% of sugar beet land, 54% of
industrial enterprises and 89% of coal mines.
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