En Venezuela se hace necesaria una victoria Constituyente
Os meios de comunicação social portugueses repetem como papagaios as montanhas de mentiras, distorções e omissões da verdade sobre as eleições para a Assembleia Constituinte da Venezuela; mentiras, distorções e omissões provenientes das grandes cadeias do império: CNN, ABC, BBC, etc.
No artigo anterior já nos referimos ao porquê e objectivos das eleições para a Assembleia Constituinte da Venezuela. Em complemento esclarecedor inserimos aqui a tradução publicada pelo PCB de um artigo da Resumen Latino Americano (http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/07/26/en-venezuela-se-hace-necesaria-una-victoria-constituyente-por-carlos-aznarez/)
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Na Venezuela se faz necessária uma vitória
Constituinte
(Tradução do PCB: https://pcb.org.br/portal2/15164#more-15164)
É evidente que o governo venezuelano não se equivocou quando decidiu lançar
a convocatória para votar pela realização de uma Assembleia
Constituinte. Não só porque em seu conteúdo está implícita uma maior
participação dos setores populares que seguem empurrando o trem
bolivariano, mas porque o inimigo local e internacional se deu conta que
essa instância significa a passagem necessária para aprofundar a
Revolução. Daí que tentem impedi-la: desde Donald Trump até seus aliados
incondicionais da União Europeia não duvidam em exigir que o presidente
Nicolás Maduro desconvoque esse apelo estratégico. Sem dizer dos
amanuenses dos governos de direita latino-americanos, representados
entre outros pelo quarteto Macri-Temer-Cartes-Santos, que não pouparam
munição pesada para difamar tudo o que a Venezuela veio construindo
nestes últimos 18 anos.
Porém, o que mais incomoda a todos eles nesta Constituinte que
indefectivelmente ocorrerá? Antes de mais nada, o fato de que aposta na
paz e esgrime a bandeira para reconfigurar uma perspectiva de diálogo
nacional, o que a diferencia de outros processos contaminados pela
democracia burguesa, não falando apenas com a “oposição”. É claro que
não existe uma palavra com aqueles que demonstraram um comportamento
fascista, assassinando indiscriminadamente homens e mulheres do povo, e
cujo destino deve ser o cárcere comum, porém, sem deixar de conversar
com aqueles que se propuseram a respeitar as regras do jogo da
democracia participativa.
A iniciativa que será votada massivamente em 30 de julho aspira a
converter em sujeitos principais da nova etapa revolucionárias as
pessoas do povo, os moradores das comunas, os habitantes dos bairros, os
e as estudantes, campesinos e campesinas, afrodescendentes.
Com todos eles e elas, que são quem vem de corpo e alma diariamente
defender as enormes conquistas obtidas desde 1999, se faz necessário
encarar medidas radicais que apontem para qualificar ainda mais os
avanços obtidos ate agora e diagramar o necessário caminho para o
socialismo. Esta Constituinte de nenhuma maneira suplantará a atual e
que foi impulsionada por Hugo Chávez, mas reafirmará sua vigência,
incorporando aspectos substanciais para atacar o terrorismo, o fascismo e
o racismo que nos últimos meses se introduziram como um vírus, tentando
minar os laços de fraternidade e solidariedade social entre pobladores
e vizinhos. O fará através de um projeto de lei que outorgue amplos
poderes à Comissão pela Verdade, a Justiça e a Paz, para que não haja
impunidade frente aos crimes cometidos através das guarimbas desestabilizadoras.
A Constituinte vai, também, atacar as raízes da guerra econômica,
buscando de maneira taxativa terminar com a especulação, o
desabastecimento, a regulação de preços e os ataques contra a moeda
nacional fomentada desde a Colômbia, contando com a cumplicidade dos
colaboracionistas locais da contrarrevolução. Além disso, se reforçará a
ideia de que seja o poder popular das Comunas e os Conselhos Comunais
socialistas que tome a frente para que a burocracia não continue
impedindo o crescimento revolucionário. É nessas instâncias populares
onde militam aqueles que geram com seu trabalho e seu sacrifício a
possibilidade de que a Venezuela siga avançando.
A Constituinte também favorecerá uma faixa importante da classe média
que adquiriu consciência de povo e de pátria durante o transcorrer do
processo bolivariano. Será nesse marco de unidade popular no qual tocará
defender e ativar ainda mais as Missões sociais, o acesso gratuito à
saúde e à educação, a vitória de uma nação livre de analfabetismo ou a
construção de um milhão e meio de habitações. Tudo isso, conquistado
enquanto se enfrentava a mais descomunal das investidas do imperialismo
norte-americano e seus aliados, do terrorismo midiático e da burguesia
empresarial local, que insiste em destruir à força da violência todo o
obtido até o presente.
Não há dúvidas de que esta semana se trava uma nova batalha na
história da luta de classes. De um lado, aqueles que quiseram ver a
Venezuela convertida em uma colônia dependente dos Estados Unidos, país
que através do Comando Sul e da tristemente célebre Central de
Inteligência Americana, planejou novas fórmulas de intervenção
terceirizada (como fizeram, sem sucesso, na Síria) para derrubar o
governo legítimo de Nicolás Maduro. Para isso, conta, com seus cachorros
da OEA e, sobretudo, com esse expoente da traição à Pátria Grande que é
o Secretário Luis Almagro. Este grupo, denominado eufemisticamente
“oposição”, não se conformaria, no caso de triunfar, com ocupar o
governo e as instituições, mas que implantariam um rancor e revanchismo
tal que produziria um verdadeiro etnocídio. Detestam de morte os pobres,
aos “negros”, “zambos” ou “mulatos”, como chamam depreciativamente a
essa massa da população que com a Revolução se dignificou. É tal o
desprezo aos diferentes que não duvidariam em continuar a tarefa de
ressuscitar – como fizeram nos últimos dias – métodos medievais para
assassinar mediante o fogo os que a eles se oponham. Muitos dos
seguidores de Leopoldo López e Capriles são herdeiros dessa seita
denominada “Tradição, Família e Propriedade”, e se creem “cruzados”
contra o “mal” que atribuem aos “hereges” bolivarianos. Em seus rituais
de horror, portam cruzes e até são benzidos por sacerdotes ou por
ex-presidentes, como Aznar, Felipe González, Pastrana ou o boliviano
Tuto Quiroga. São a Inquisição revivida no século XXI, tão cruel e feroz
como aquela que assolou a Europa vários séculos atrás. No entanto, os
“democratas” europeus protegidos pelo El País, pelo ABC ou pelo resto da
imprensa canalha, não parecem comovê-los.
É em função desta realidade que se torna necessário evitar que esta
turba mercenária (de lúmpens mercenários e paramilitares, muitos deles
vindos da Colômbia) alcance seu objetivo. Para isso, o povo conta com
uma ferramenta fundamental que até o presente não foi penetrada: a
unidade cívico-militar, sobre a qual tanto insistira o Comandante
Chávez. Porém, além disso, se necessária, também estão as milícias
populares, as brigadas de Autodefesa, o Chavismo Bravo e a coragem de
homens e mulheres dispostas a não ceder nem um passo à reação.
“Não existe retorno para nós”, proclamou dois domingos atrás em
Caracas, uma mulher idosa, enquanto fazia uma longa fila para cumprir
com o ensaio de votação. “Aqueles que levam Chávez no coração vão
defender Maduro porque é um dos nossos”. Com essas palavras, definiu um
sentimento feito carne na maioria dos e das bolivarianas. Custou muito
esforço levantar este edifício revolucionário. Tanto com a dor e o ódio
que agora a direita tenta injetar na população. É certo que existe muito
para corrigir em todo o caminhado, porém para aqueles que apenas duas
décadas atrás viviam submersos na miséria e na repressão da Quarta
República, a Revolução Bolivariana lhes devolveu a autoestima e todos os
direitos que tinham sido retirados. Avançou-se ali e foi possível
entusiasmar, no mesmo sentido, outros países do continente
latino-americano e o rebote chegou até a Europa. Precisamente essa parte
da população, que continua sendo majoritária, é a que no próximo
domingo gritará ao mundo que “A Constituinte vai que vai. De todas as
maneiras vai!”.