Características gerais [10]
Como em outras
FSs classistas existem variantes do CME de país para país, dependentes da
organização política, da posição que cada país ocupa nas pirâmides
imperialistas, da correlação de forças das classes sociais, da evolução
histórica, etc. Observam-se também variações do CME ao longo do tempo, de que
trataremos mais adiante.
Qualquer que
seja a variação específica no espaço e no tempo existem certas
características gerais e permanentes do CME, cuja «intensidade» está
associada com a organização política. Esta varia entre o fascismo e formas
autoritárias [11] – com união total ou quase total do Estado com os
monopólios -- até à democracia burguesa – em que o Estado mantém alguma
independência, tomando em conta interesses e correlação de forças de todas as
classes sociais não monopolistas, de forma a manter uma base de apoio político
suficientemente larga para o capital monopolista. Essa independência é sempre
condicional. Num cenário de crise que ameace os seus privilégios, a classe
monopolista – se não for travada pela luta da classe operária e seus aliados
-- conduz o Estado à quebra de regras democráticas, ao autoritarismo e mesmo
ao fascismo, conforme a história demonstrou repetidamente.
As
características gerais são:
1. O Estado
mobiliza capital social no interesse dos monopólios e emite leis a seu favor.
Nas democracias burguesas em que o Estado mantém alguma independência, não
deixa, contudo, de travar leis democraticamente aprovadas quando ferem
interesses monopolistas.
2. O Estado
facilita a instalação de monopólios mesmo que tal arruíne pequenas e médias
empresas. (Os monopólios frequentemente compram pequenas e médias empresas
arruínadas abaixo do seu valor ou transformam-nas em seus apêndices.)
3. O Estado
usa políticas de impostos [12], de subsídios e normas contratuais (construção
de infraestruturas, contratos de armamento, etc.) que favorecem os
monopólios, sendo frequentemente tais políticas ditadas por estes ou em
conluio com estes. Facilita também a evasão fiscal dos monopólios, por vários
meios, nomeadamente através de offshores. O peso dos
impostos cai sobre outras classes.
4. Alianças de
monopólios com interligação directoral e suborno de dirigentes estatais e
governamentais (ver final do artigo sobre monopólios) de forma
a decidir as políticas mais favoráveis aos monopólios. As decisões
governamentais de alguma importância só são adoptadas, em geral, depois de
serem examinadas pelas organizações monopolistas.
5. O Estado
nacionaliza ou privatiza de acordo com os interesses conjunturais dos
monopólios. Nacionaliza o que dá prejuízo e privatiza o que dá lucro, sempre
nas condições mais favoráveis aos monopólios e à custa do património criado por
gerações de povo comum.
6. O Estado
salva da bancarrota monopólios («resgates» de grandes companhias, bancos,
companhias de seguros, etc.), mesmo que a bancarrota derive de ilícitos. Não
são os bens dos donos e grandes accionistas provenientes da exploração do
trabalho que são mobilizados para salvar os monopólios. São sim os fundos
sociais provenientes dos salários.
7. Quando os
interesses dos monopólios são contraditórios [13] o Estado age como
conciliador ou árbitro desses interesses. O Estado assume o papel de
instrumento de poder da classe
monopolista no seu conjunto.
8. Os
monopólios articulam com o Estado políticas imperialistas, complexos
industriais-miltares, guerras de agressão, destruição de países, colhendo
disso enormes lucros.
9. Os
monopólios articulam com o Estado a criação e participação em uniões
internacionais cujo finalidade é o enriquecimento dos monopólios a nível
global, a exploração dos países fracos pelos fortes, a pilhagem de recursos e
a obtenção de super-lucros em colónias e semi-colónias. O número e
importância destas uniões tem constantemente aumentado. As actuais são de
concertação estatal (UE, Nafta, etc.), financeiro e comercial (FMI, BM, OMC,
etc.), militar (Nato, Anzus, aliança EUA-Japão, etc.), de definição de
estratégias monopolistas e demarcação de esferas de influência (clube
Bilderberg, Fórum de Davos, G-7, G-20, etc.). Apesar da finalidade de
concertação, as contradições imperialistas têm-se agravado.
10. Os
monopólios desenvolvem múltiplas acções a fim de conquistarem e controlarem
as mentes: subsidiam os partidos burgueses e suas campanhas eleitorais;
juntamente com os monopólios dos media
desenvolvem propaganda global a favor do capitalismo e imperialismo,
denegrindo as lutas dos povos oprimidos, o socialismo, e seus líderes;
juntamente com os monopólios das actividades de lazer (cinema, produtores de
televisão, parques de diversões, etc.) promovem 24/dia a apologia do CME
[14].
Classes sociais
A burguesia
monopolista é a classe dominante; engloba as burguesias monopolistas dos
sectores de produção de bens e serviços, financeiro, e comércio. A burguesia
do sector produtivo de bens e serviços, proprietária dos principais meios de
produção, explora o trabalho nativo doméstico e super-explora o trabalho
imigrado doméstico e o trabalho da produção externalizada. A burguesia dos
outros sectores apropria-se de parte do valor criado na produção de bens e
serviços. O crédito, a super-exploração imperialista, a articulação
monopólios-Estado, e a especulação, conferem um papel hegemónico à burguesia
financeira. Monopolistas financeiros são também frequentemente monopolistas
industriais e/ou comerciais. Ao longo do CME crescem os monopólios de
serviços e comércio e sua contribuição relativa para o PIB. (O subsector de serviços era
menor em B4D.)
O CME promoveu
a criação de uma elite específica. Inclui grandes accionistas, gestores,
altos quadros técnicos, altos funcionários de aparelhos estatais
(administrativos, financeiros e económicos) e, em muitos países, líderes da
casta militar. Esta elite está intimamente interessada e dedicada à
preservação do CME devendo considerar-se como pertencendo à alta burguesia.
Na preservação
do capitalismo os monopólios procuram o apoio da burguesia não-monopolista: rentistas,
senhorios, capitalistas rurais, pequenos e médios produtores e comerciantes.
Estes têm cada vez menor importância no CME, ao contrário do que acontecia em
B4D. Têm, contudo, aumentado de importância os pequenos negócios de fornecimento de serviços em nichos
específicos não ocupados pelos monopólios: restauração, turismo, ocupação de
tempos livres, clínicas privadas, serviços de contabilidade, documentação e
administração, intermediação imobiliária, ginásios, etc.
A classe
operária é a vanguarda da luta contra a opressão capitalista e a opressão
nacional. Tem como potenciais aliados os trabalhadores assalariados de outros
sectores, os trabalhadores por conta própria de baixos rendimentos, incluindo
os pequenos camponeses, e os estratos mais baixos da burguesia
não-monopolista.
Evolução depois da 2ªGM:
A evolução do
CME pode estruturar-se adequadamente em duas fases, correspondentes a duas
variantes do CME com a mesma base socio-económica e características gerais,
distintas apenas pelo tipo de intervenção do Estado: a variante Keynesiana, de
financiamento estatal, e a variante
neoliberal, radical-autoritária de mercado.
As duas fases
decorrem sob hegemonia imperial dos EUA.
Fase 1: «Época
áurea do capitalismo» até à «crise do petróleo» (1946-1973)
A crise geral do capitalismo que conduziu à
1ªGM, com lutas revolucionárias das classes operárias de vários países, a
Revolução de Outubro em 1917 e a construção do primeiro estado socialista,
levaram os ideólogos burgueses a procurar soluções. A «ameaça do comunismo»,
a crise de 1929 e a intervenção estatal do «New Deal» inspiraram o economista
burguês JM Keynes a propor políticas económicas anti-cíclicas que
estimulassem o consumo, reduzissem o desemprego e assegurassem a paz social
através de financiamentos estatais (incorrendo o Estado em endividamento por
empréstimos). Apesar do seu carácter anti-científico (as teorias de Keynes
são ainda mais absurdas que as teorias
liberais neoclássicas [15]) elas foram aceites por várias democracias
burguesas após a 2ªGM pelas seguintes razões:
-- Porque no pós-guerra havia que
reconstruir muitas infra-estruturas e equipamentos sociais (escolas,
hospitais, etc.) destruídos pela guerra, sanear terrenos e cidades, recuperar
indústrias pouco lucrativas (minas hulhíferas, produção e distribuição de
energia, etc.), transformar indústrias de armamento em indústrias civis, o
que implicava em avanços de capital não interessantes para os monopólios e em
trabalhos e planeamento integrado que impunham intervenção estatal; para o
efeito, fizeram-se nacionalizações de empresas falidas em condições
favoráveis ao capital e criaram-se monopólios
estatais;
-- Porque o rearranque da economia após a
enorme destruição de capital fixo, as oportunidades criadas para novas
indústrias com infra-estruturas e formação de quadros a cargo do Estado, e a
enorme massa de desempregados desmobilizados da guerra, criavam as condições
de grandes lucros para os monopólios e o capitalismo em geral;
-- Porque todas as condições anteriores
permitiam salários mais generosos aos trabalhadores nativos, dando início ao
«Estado de bem-estar» que muitos defendem irá durar eternamente. O «Estado de
bem-estar» permite fazer face à atracção do campo socialista – com maiores
subidas de bem-estar e the benefícios sociais – favorecendo políticas de
colaboração de classes, com apoio da social-democracia e dos dirigentes
sindicais amarelos.
É claro que os fascismos sobreviventes de
Espanha e Portugal estiveram fora deste processo. O Japão foi colocado no CME
pela administração americana (com o general MacArthur actuando como uma
espécie de vice-rei).
Aspectos centrais da fase 1:
EUA largamente
hegemónicos; total submissão europeia aos EUA
-- Em 1945 a
produção dos EUA era mais do dobro da de 1935-39: dois terços do petróleo
mundial; mais de metade da electricidade; 80% das reservas mundiais de ouro.
Os EUA têm o maior exército, a maior força naval e aérea e dispõem sozinhos da
bomba atómica.
-- Ainda antes
do fim da 2ªGM os EUA e a GBR estabeleceram os acordos de Bretton-Woods que
impuseram às economias capitalistas desenvolvidas um CME favorável aos EUA. A
representação da GBR em Bretton-Woods incluía Keynes. Ela deu o nó de fiel
apoiante dos EUA e assinou tudo que os EUA queriam sem consideração pelas
pretensas «preocupações sociais» de Keynes. A supremacia dos EUA foi imposta pelos então instituídos BM,
FMI e o embrião da OMC [16]. Em
Bretton-Woods é também fixada a paridade das moedas face ao ouro, mais tarde
abandonada pelos EUA; na realidade, é o dolar que governa as transacções.
-- Um dos
instrumentos de submissão da Europa capitalista aos EUA foi o Plano Marshall
(anunciado em Junho de 1947) de ajuda (empréstimos) para reconstrução da
Europa. A ajuda vinha com segundas intenções. Inicialmente, ainda a URSS foi convidada
e participou numa discussão tripartida com a GBR e FRA. Depois da análise
detalhada do Plano a resposta soviética foi de denúncia das intenções
subjacentes ao Plano [17]. Entretanto, conforme previsto pela URSS, é
constituída a CEE em 1957 (RFA, FRA, ITA, BENELUX). A GBR, constantemente
instigada nesse sentido pelos EUA, juntou-se-lhe em 1973.
Fase 1 decorre no
contexto do confronto entre os dois sistemas -- capitalismo e socialismo – e da libertação colonial
--
Unilateralmente, EUA e seus apêndices quebram a aliança com a URSS, desejada
por Estáline para o pós-guerra, e lançam-se na guerra fria [17]. O mundo
divide-se em dois campos: capitalista e socialista. A URSS tinha-se tornado
uma grande potência industrial; apesar das enormes destruições materais e
humanas da 2ªGM, o seu indice de produção industrial em 1950 ultrapassa em
71% o nível de 1940. Em 1949, e com o apoio da URSS, é proclamada a República
Popular da China com um programa socialista. Em 1959 vence a Revolução
Cubana.
-- Aterrado
com o sucesso e progresso do socialismo, o imperialismo concentra todas as
suas forças para «conter» o socialismo e destruí-lo. O imperialismo reaplica a
política do «cordão sanitário» anterior à 2ªGM, agora chamada «cortina de
ferro», termo inventado por Churchill. Aplica sanções económicas, remove pela
força a participação de comunistas nos governos de França e Itália, persegue
comunistas em vários países (p. ex., macartismo nos EUA em 1950-57), escala o
armamentismo e funda alianças agressivas (NATO em 1949).
-- Nos anos
50-60 dá-se a descolonização da Ásia e África, com apoio importante do campo
socialista aos movimentos de libertação. O campo socialista defende na ONU o
princípio da autodeterminação, a Declaração Universal dos Direitos do Homem
[18] e travou em muitos casos a ingerência imperialista permitindo que vários
povos fizessem livremente as suas escolhas de sistema socio-econonómico,
concedendo ajuda económica e técnica (Índia, Egipto, Cuba, Vietname, etc.). É
fundado em Bandung em 1955 o Movimento dos Países Não Alinhados.
O imperialismo procura
instalar governos clientes, anti-povo, que proporcionem super-lucros na
exportação de capital e a rapina de recursos
-- O
imperialismo desencadeia constantemente guerras de agressão e golpes para substitutir
governos populares e democráticos por governos fascistas com burguesias
locais conluiadas com monopólios imperiais. As infracções imperiais aos
direitos humanos também são constantes (para além dos EUA [19], lembremo-nos
das crueldades cometidas pelos britânicos na Índia, pelos franceses no
Vietname e Argélia, pelos holandeses na Indonésia, pelos belgas durante o
golpe e assasinato de Lumumba no Congo, etc.).
-- Prossegue como
em B4D a rapina imperial de matérias-primas (borracha, metais, petróleo) e de
produtos agrícolas (café, cacau, algodão, etc.).
-- Os
monopólios financeiros dos países imperiais desenvolvidos continuam a
política de exportação de capital já seguida no final de B4D, agora em maior
escala por ser dirigida também a países emergentes da descolonização; a
exportação de capital é articulada, como em B4D, com a instalação de
subsidiárias dos monopólios industriais em novos países, agora também em
maior escala. Parte dos superlucros da exportação de capital e de
subsidiárias permite comprar elites locais.
-- A comprovar
esta tendência, o número de sucursais bancárias dos EUA no estrangeiro cresce
cerca de 8 vezes entre 1950 e 1975 [20]: 95 em 1950, 124 em 1960, 460 em
1969, 732 em 1975. De 1967 a 1971 o investimento no estrangeiro cresce à taxa
anual de 8% na GBR, 10% nos EUA (26% em 1945-1950 [21]), 12% na FRA, 24,5% na
RFA e 32% no JPN [20]. Nesse mesmo período o IDE dos EUA é mais de metade do
IDE global.
O Estado de bem-estar
e o seu fim
-- A desigualdade
social nos países capitalistas desenvolvidos desceu. Vários autores ilustram
essa descida com um gráfico como o inserido abaixo, que mostra para os agregados
familiares dos EUA a fatia do rendimento nacional detida pelos 10% mais ricos
[22]: diminuiu de cerca 10%. A questão é, contudo, mais complexa. O aumento de
rendimento só foi significativamente maior nos estratos de médio rendimento: comparada
com a fatia dos 20% mais pobres a fatia dos rendimentos entre 60% e 80% subiu
cerca de 5 vezes mais [23]. O cenário era semelhante noutros países. A
pobreza continuou elevada bem como o desnível social: nos EUA em 1966 e
segundo os criterios da administração americana 1/5 da população é pobre e os
10% mais ricos têm rendimentos 29 vezes maiores do que os 10% mais pobres. Em
França, esta proporção é de 18 vezes em 1970 e tal como nos EUA 1/5 da
população é pobre [20].
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General features
[10]
As
with other class-based SFs there are SMC variants across
countries, depending on political organization, position that each country
occupies in the imperialist pyramids, correlation of forces of the social
classes, historical development, etc. One also observes SMC changes
along time, which will be approached at a following section.
Whatever the specific variation in space and time is, there are a
number of certain general and permanent features of SMC, whose “intensity” is
associated to the political organization. This varies from fascism and
authoritarian forms [11] – with a complete or almost complete merging of the state
with the monopolies – to the bourgeois democracy – where the state maintains
some independency, taking into account interests and correlation of forces of
all non-monopolist social classes, in such a way as to provide a sufficiently
large basis of political support to monopolist capital. This
independency is always a conditional one. In a crisis scenario threatening
its privileges the monopolist class – if not curbed by the struggle of the
working class and its allies – will conduct the state to breaking the
democratic rules, to authoritarianism and even to fascism, as repeatedly
demonstrated by history.
The general features are:
1. The state mobilizes social capital in the interest of the monopolies
and issues laws on their favor. In the bourgeois democracies, where the state
retains some independence, it will nevertheless obstruct democratically
approved laws when they go against monopolist interests.
2. The state facilitates the installation of monopolies even if that
spells ruin to small and medium-sized enterprises. (The monopolies
often buy below value ruined small and medium-sized enterprises or
transform them in theirs appendages.)
3. The state applies tax [12] and subsidizing policies as well as
contract regulations (construction of infrastructures, contracts for armament
supply, etc.) to the advantage of monopolies. Frequently such policies are
dictated by the monopolies or in colluding with them. The state also
facilitates tax evasion of monopolies in several ways, namely through offshores. T he tax burden is shifted to the other classes
4. Alliances of monopolies with directorate interlocking and bribery
of state and governmental leaders (see last section of the article on monopolies) in order to
decide the policies most favorable to the monopolies. All
governmental decisions of any importance are
adopted, as a rule, only after they
have been examined
and approved by these organizations of monopolists
5. The state nationalizes or privatizes according to circumstantial
interests of the monopolies. Nationalizes loss-givers and privatizes
profit-givers, always in the most favorable conditions to monopolies and at
the cost of the patrimony built up by generations of common people.
6. The state rescues monopolies out of bankruptcy (“bail-outs” of
large companies, banks, insurance companies, etc.), even if the bankruptcy is
the result of illicit actions. One doesn’t see property of owners and
major shareholders, acquired through labor exploitation, being mobilized to
rescue monopolies. Instead, the social funds derived from wages
are mobilized.
7. Whenever the interests of monopolies are contradictory [13] the
state acts as a conciliator or referee of those interests. The state assumes the
role of power instrument of the monopolist
class as a whole.
8. The monopolies and the state coordinate imperialist policies, military-industrial
complexes, aggression wars, destruction of countries, collecting huge profits
as a result.
9. The monopolies and the state coordinate the building up and
participation in international unions whose purpose is the enriching of the
monopolies at a global level, the exploitation of the weak countries by the
strong ones, the plunder of resources and the extraction of super-profits
from colonies and semi-colonies. The number and importance of these unions
has constantly increased. They are today of state coordination
(EU, NAFTA, etc.), financial and commercial (IFM, WB, WTO, etc.), military (NATO,
ANZUS, US-Japan alliance, etc.), of definition of monopolist strategies and
demarcation of spheres of influence (Bilderberg Club, Davos Forum, G-7, G-20,
etc.). In spite of coordination efforts, the imperialist contradictions have
aggravated.
10. The monopolies launch multiple actions having in view to conquer
and control the consciences: they subsidize the bourgeois parties and their
electoral campaigns; together with the monopolies of the media they spread
propaganda at a global level defending capitalism and imperialism, smearing
the struggles of oppressed peoples, socialism, and their leaders; together
with the monopolies of leisure activities (cinema, TV producers, amusement
parks, etc.) they promote 24 hours/day the apology of SMC [14].
Social classes
The
monopolist bourgeoisie is the dominant class; it comprises the monopolist
bourgeoisies of the production of goods and services, financial, and
commercial sectors. The bourgeoisie of the productive sector of goods and
services, owns the main means of production, exploits the native domestic
labor, and super-exploits the domestic labor of emigrants and the labor of
externalized production. The bourgeoisie of the other sectors appropriates
part of the value created by the production of goods and services. The credit,
the imperialist super-exploitation, the coordination monopolies-State, and
the speculation, confer a hegemonic role to the financial bourgeoisie. The
financial monopolists are also frequently industrial and/or commercial
monopolists. In the SMC grow along time the monopolies
of services and commerce, and their contribution to the GDP. (The services sub-sector
was minor in B4D.)
The SMC promoted the formation of a special elite. It consists of major shareholders, directing staff, high technical
cadre, higher officials of the state apparatus
(administrative, financial and economic), and in many countries the leadership
of the military caste. This elite is intimately interested
and dedicated to preserving the SMC and should be considered as being part of
the high bourgeoisie.
In preserving capitalism the monopolies employ the support of the
non-monopoly bourgeoisie: rentiers, landlords, rural capitalists, small and
medium-sized producers and shop-owners. The importance of these is becoming each time smaller in
SMC, contrary to what happened in B4D. However, the relevance of small
businesses supplying services in
specific niches, unoccupied by monopolies, has grown: restaurants, tourism, leisure
activities, private clinics, accounting services, documentation and
administration, real estate intermediation, gymnasia, etc.
The working class is the vanguard of the struggle against capitalist
and national oppression. Its potential allies are the common wage workers in
general, self-employed workers of low income, including small peasants, and
the lower strata of the non-monopolist bourgeoisie.
Development after WWII:
The
development of SMC can adequately be structured in two phases, corresponding
to two variants of SMC with the same socio-economical basis and general
features, being distinct only by the type of state intervention: the Keynesian variant of state financing
and the neo-liberal variant, market radical-authoritarian.
Both
phases develop under the US
hegemony.
Phase 1:
“capitalism golden
age” until the “oil crisis” (1945-1973)
The general crisis of capitalism
which led to WWI, with revolutionary struggles of the working class in
several countries, the October Revolution of 1917 and the building of the
first socialist state, impelled the bourgeois ideologists to search for
solutions. The “communist threat”, the 1929 crisis and the state intervention
of the “New Deal” moved the bourgeois economist JM Keynes to propose
anti-cyclic economic policies that would stimulate consumption, reduce
unemployment, and secure a social peace, through state investments (incurring
the state in debt due to loans). In spite of its anti-scientific grounds
(Keynes’ theories are even more absurd than the neoclassic liberal theories
[15]) they were accepted by a number of bourgeois democracies after WWII for
the following reasons:
-- Because
the postwar period demanded the rebuilding of many social infrastructures and
equipments (schools, hospitals, etc.) destroyed by the war, sanitation of
lands and towns, recuperation of low profitable industries (coal mines, production
and distribution of energy, etc.), transformation of armament industries into
civil industries, all implying capital advancements not interesting for the
monopolies and in integrated works and planning requiring state intervention;
to that effect, nationalizations were made of bankrupted enterprises in
conditions favorable to the capital and state
monopolies were established;
-- Because
the economic restart after the huge destruction of fixed capital, the
opportunities opened to new industries with infrastructures and staff
training as the charge of the state, and the huge mass of unemployed men
demobilized from the war, created the conditions for big profits for the
monopolies and capitalism in general;
-- Because
an important inward flow of migrants allowed to carry
out the most hard operations of postwar reconstruction at very low wages;
-- Because
all the above conditions allowed more generous wages to the native workers, setting
in the “welfare state” that many claim will last forever. The “welfare state”
counteracts the attraction of the socialist camp – with faster rises of
welfare and social benefits --, favors policies of class collaboration with
the assistance of the social-democracy and the yellow trade-union leaders.
The surviving fascisms of Spain and Portugal were, of course, out of
this process. Japan was
put into the SMC by the US
administration (general D. MacArthur acting as a sort of Viceroy).
Phase 1 central aspects:
US
largely hegemonic; complete European
submission to the US
-- The US
production in 1945 was more than the double of the 1935-39 production: two
thirds of the world oil; more than half of the electricity; 80% of the gold
world reserves. The US
has the largest army, the largest naval and air forces, and are the sole
power with the atomic bomb.
-- Sometime
before the end of WWII, USA and GBR established the Bretton-Woods
agreements imposing to the developed capitalist economies an SMC favorable to
the US.
The GBR representation in Bretton-Woods included Keynes. It
espoused the role of faithful supporter of US and signed everything that the US wanted it
to sign without consideration by the pretence “social concerns” of Keynes. US supremacy was imposed by the then instituted WB, IMF and the embryo of the WTO [16]. In Bretton-Woods is also
fixed the parity of the currencies vis-à-vis the gold, later abandoned by the
US;
in the real world the US dollar governs the transactions.
-- One instrument to submit capitalist Europe to the US was the Marshall Plan (announced in June
1947) of an aid (loans) for the reconstruction of Europe.
The aid came with second intentions. Initially, even the USSR
was invited and did participate in a tripartite discussion with GBR and FRA. After
a detailed analysis of the Plan the Soviet response was one of denunciation
of the intentions underlying the Plan [17]. In the
meantime, as predicted by the USSR,
was constituted the EEC in 1957 (FRG, FRA, ITA, BENELUX).
GBR, constantly instigated in that direction by the US joined it
in 1973.
Phase 1
develops in the confrontation context of two systems – capitalism and socialism – and of colonial liberation
-- Unilaterally, the USA
and its appendages break the alliance with the USSR, wished by Stalin for the
postwar period, and launch the cold war [17]. The world is divided into two
camps: capitalist and socialist. The USSR had become a large
industrial power; despite the enormous WWII material and human destructions, its
industrial production index in 1950 exceeds in 71% the value of 1940. In
1949, and with the USSR
support, is proclaimed the People’s Republic of China with a socialist programme.
In 1959 the Cuban Revolution is victorious.
-- Terrified
by the success and advance of socialism, the imperialism concentrates all its
forces in order to “contain” socialism and destroy it. The imperialism
reapplies the policy of “cordon sanitaire” previous to WWII, now coined “iron
curtain”, an expression invented by Churchill. It applies economic sanctions, removes by force the participation of communists in the governments
of France and Italy, persecutes
communists in several countries (e.g., McCarthyism in US, 1950-57), escalates
the weapons race and establishes aggressive alliances (NATO in 1949).
-- The
years 50-60 sees the decolonization of Asia and Africa,
with an important support of the socialist camp to the liberation movements. The
socialist camp defends in the UN the principle of self-determination and the Universal
Declaration of Human Rights [18]; curbed in many cases the imperialist
interference allowing many peoples to freely make their choices of
socio-economic system, granting economic and technical aid (India, Egypt,
Cuba, Vietnam, etc.). The Non-Aligned Movement is founded in
Bandung in 1955.
Imperialism
aims at installing anti-people client governments, providing super-profits to
the export of capital and the plunder of resources
-- Imperialism
constantly launches wars of aggression and coups to replace popular and
democratic governments by fascist ones, with bourgeoisies colluding with the
imperial monopolies. Imperial infringements to human rights are a constant (besides
US [19], let us recall the atrocities committed by the British in India, by
the French in Vietnam and Algeria, by the Dutch in Indonesia, by the Belgian
during the coup and murder of Patrice Lumumba in Congo, etc.).
-- The
imperial plundering of raw materials (rubber, metals, oil) and of agriculture
products (coffee, cocoa, cotton) continues to take place as in B4D.
-- The
financial monopolies of the developed imperialist countries continue their
export of capital policies as in the late period of B4D, now at a higher
scale since it is directed to countries emerging from the decolonization; the
export of capital is coordinated as in B4D with the installation of
subsidiaries of the industrial monopolies in the new countries, now also at a
larger scale. Part of the super-profits from the export of capital and
subsidiaries is used to buy local elites.
-- This
tendency can be proved by the number of bank agencies opened by the US abroad: it
increases by a factor o 8 between 1950 and 1975 [20]: 95 in 1950, 124 in
1960, 460 in 1969, and 732 in 1975. From 1967 to 1971 the investment abroad
grows at an annual rate of 8% in GBR, 10% in USA (26% in 1945-1950 [21]), 12% in
FRA, 24.5%, in FRG and 32% in JPN [20]. In the
same period the US
investment abroad is more than half the total investment abroad.
The
welfare State and its end
-- The social
inequality in the developed capitalist countries decreased. Several authors illustrate this decrease with a chart as the one
inserted below, which shows the share of national income detained by the
richest 10% of the US
households [22]: it decreased of about 10%. The inequality issue is, however,
more complex. The increase of income was only significantly larger for the
medium income strata: compared with the share of the bottom 20%, the share of
incomes between 60% and 80% increased about 5 times more [23]. Other
countries show a similar scenario. Poverty stayed high as well as the
social gap: according to the criteria of the American administration 1/5 of
the US
population in 1966 was poor and the richest 10% had incomes 29 times higher
than the poorest 10%. This proportion is of 18 times in France in 1970 and, as in the US, 1/5 of
the population is poor [20].
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