Há dias em que,
espalhadas num único jornal, se encontram várias notícias bem reveladoras do
sistema em que estamos. É o caso do JN da passada quarta-feira:
Notícia: Entre 2011 e 2015, isto é, em cinco anos, um total de 25 mil
milhões de euros fugiu para offshores.
Logo, milhares de milhões de euros
fugiram a impostos.
Quem foge aos impostos, quem é?
Quem aguento o Estado, quem é?
Notícia: O FMI e a CE pedem a Portugal “mais reformas laborais”
“reformas laborais” é o eufemismo pelo qual o capital designa
baixar salários, benefícios e
direitos dos trabalhadores.
Vejam lá se o FMI e CE estão
preocupados em “reformar”os offshores!
Ou em “reformar” o capital.
Concluindo e resumindo, que
interesses representam?
E… “mais” reformas laborais!? Quando acabam?
Notícia: A Jerónimo Martins, dona da cadeia Pingo Doce, teve um aumento de lucros de 78% em 2016, face a 2015. Um lucro que
totalizou 593 milhões de euros.
Não é só a Jerónimo Martins. São
muitas outras empresas e bancos.
Mas, de 2015 para 2016 o salário mínimo aumentou de 505 para 530
euros.
Um aumento de 5% para mais de 1/3 dos trabalhadores portugueses.
Muitos, a trabalhar no Pingo Doce.
De 1998 a 2016 o salário médio dos licenciados desceu:
De 1518 para 1223 euros.
Uma descida de 19%.
E mesmo esta descida “média” é optimista. Os gestores,
administradores, etc.,
também são licenciados.
A crise não é para todos.
Porque, como é óbvio, o sistema não
é para todos.
Por muito democrático que pareça
ser.
Pareça.