Todos os dias
se ouve falar de grandes multinacionais com subsidiárias em vários países, e centenas
de milhares de assalariados – as corporações ou conglomerados transnacionais
(ver definições abaixo, em Apêndice). Qual a verdadeira importância das
transnacionais (TNCs)? Enorme, como iremos ver. Representam uma espantosa
concentração e centralização de capital, que tem vindo a crescer desde o fim
da 2.ª GM e de forma acelerada com as políticas neoliberais a partir dos anos
oitenta.
A tendência
para a concentração de capital por acumulação de mais valias, para alargar a
produção e vencer a competição em regime de livre concorrência, tinha já sido
assinalada por Marx em meados do século XIX. A ciência económica oficial
negou durante muito tempo tal achado. Actualmente mesmo os economistas
convencionais a explicam teoricamente [1]. A partir da crise de 1873 a
concentração do capital intensificou-se, associada à corrida às colónias [2].
No início do séc. XX existiam já monopólios, cartéis e trusts industriais ligados a grandes bancos, com sucursais em
colónias e protectorados. Os maiores vieram a empregar dezenas de milhares de
trabalhadores até à 2.ª GM. O conglomerado Krupp tinha 78.000 trabalhadores em 1913 [3]. A Ford empregava 125 trabalhadores em
1903, 1.655 trabalhadores em 1909 e 21.000 em 1915 [4]. A GE tinha 4.000 trabalhadores em 1891 e
14.000 em 1927 [5]. Em comparação, na pequena economia portuguesa as fábricas
que empregavam mais trabalhadores em 1937-39 eram as três fábricas dos
tabacos: empregavam conjuntamente 2.098 operários [6].
Na obra bem
conhecida de Lenine, O Imperialismo,
Fase Superior do Capitalismo (1916), é feita uma análise da concentração
do capital nas indústrias e bancos, com dados quantitativos. Lenine analisa
em mais detalhe os casos da Alemanha e EUA. Refere que nos EUA «o crescimento
da concentração da produção é ainda maior» do que na Alemanha, apresentando
os dados que figuram na tabela abaixo [7] que mostram como em 1909 cerca de
um centésimo das maiores empresas (este centésimo correspondendo a 3.000
empresas) dos EUA respondiam por quase metade da produção.
|
Every day one hears about
large multinationals, with subsidiaries in various countries and hundreds of
thousands of wage workers – transnational corporations and conglomerates (see
definitions in the Appendix below). How important are transnationals (TNCs)? They are of
huge importance, as we shall see. They represent an amazing concentration and
centralization of capital, which has been growing since the end of WWII and
at a faster pace after the 8o-ies with the neoliberal policies.
The
tendency to concentrate capital by the accumulation of surpluses, in order to
enlarge production and win competition in a free competitive regime, was
remarked by Marx in the middle of the 19th century. Official economic science
denied such finding during a long time. Nowadays even the mainstream
economists explain it theoretically [1]. The concentration of capital intensified
after the 1873 crisis, associated with the race to colonies [2]. Monopolies,
cartels and trusts in the industries, linked to big banks and with agencies
in colonies and protectorates, were already in existence in early 20th
century. The larger ones were employing tens of thousands of workers on the
eve of WWII. The Krupp conglomerate
had 78,000 workers in 1913 [3]. Ford
employed 125 workers in 1903, 1,655 workers in 1909 and 21,000 in 1915 [4]. GE had 4,000
workers in 1891 and 14,000 in 1927 [5]. As a comparison, the factories
employing more workers in 1937-39 in the small Portuguese economy were three
tobacco factories: they together employed 2,098 workers.
In his well-known work
Imperialism the Highest Stage of
Capitalism (1916) Lenin analyzes the concentration of capital in
industries and banks, based on quantitative data. Lenin analyzes in more
detail the cases of Germany and USA. He notes that in USA “the growth of the concentration of
production is still greater” than in Germany, presenting the data filling the
table below [7], which show how in 1909 about one hundredth of the larger US
enterprises (the one hundredth corresponding to 3,000 enterprises) were
responsible for nearly one half of the production.
|
Empresas dos EUA com valor de produção >= 1
milhão de dólares
US enterprizes
with a production value >= 1 million dollars
|
Ano | Year
|
|
1904
|
1909
|
|
(1): Percentagem do total de empresas
Percentage
of all enterprizes
|
0,9
|
1,1
|
(2): Percentagem do total de trabalhadores
Percentage
of all workers
|
25,6
|
30,5
|
(3): Valor produzido (mil milhões de dólares)
Production value
(billon of dollars)
|
5,6
|
9,0
|
(4): (3) em percentagem do valor produzido pelo
total de empresas
(3) as a percentage
of the value produced by all enterprizes
|
38,0
|
43,8
|
(In the tables the decimal point is replaced
by a comma.)
Lenine também analisou a concentração do capital bancário, nomeadamente na
Alemanha, apresentando a seguinte tabela suficientemente esclarecedora:
|
Lenin also analyzed
the concentration of bank capital, namely in
|
PERCENTAGEM DO TOTAL DE
DEPÓSITOS | PERCENTAGE OF
TOTAL DEPOSITS
|
||||
Em 9 grandes bancos de Berlim
In 9 big
banks |
Nos outros 48 bancos com um
capital superior a 10 milhões de marcos
In the other 48 banks with a capital of
more than 10
million marks |
Em 115 bancos com um capital de
1 a 10
milhões de marcos
In 115 banks with a capital of 1-10
million marks |
Em pequenos bancos
(com um capital inferior a 1 milhão de marcos)
In small banks (with a capital of less
than a
million marks) |
|
1907-08
|
47
|
32,5
|
16,5
|
4
|
1912-13
|
49
|
36
|
12
|
3
|
No período
entre as duas guerras mundiais a concentração do capital americano
estendeu-se a vários sectores [8]. O mesmo se verificou na Inglaterra e
França, embora com mais atraso. Por esta altura o fenómeno é já reconhecido
pela ciência económica oficial. De facto, o progresso tecnológico das forças
produtivas e da racionalização dos métodos de produção compele a uma larga
socialização da produção [9]. Não só a concentração aumenta como, através da
banca e da Bolsa, aumenta a centralização do capital: uma ou poucas entidades
económicas detêm (através de títulos de propriedade sobre activos e lucros) o
controlo de várias corporações. Concentração e centralização estão
actualmente profundamente inter-ligadas.
No sistema
capitalista a socialização da
produção, do trabalho, contradiz a propriedade privada dos meios de produção. A exploração do trabalho,
doméstico e estrangeiro, para a obtenção de super-lucros por parte dos
monopólios vai contra os interesses dos trabalhadores. A destruição e
absorção por parte dos monopólios das pequenas e médias empresas concita
também a oposição e protesto de pequenos e médios empresários. As democracias
burguesas viram-se, por isso, obrigadas, desde o início do século XX, a
decretar leis anti-cartel e anti-trust;
modernamente, disposições gerais nesse sentido sobre empresas. Todas estas
leis e disposições nunca tiveram consequências; são uma mera fachada. A
democracia burguesa é uma democracia tutelada pelo grande capital. A
concentração e centralização do capital continuam.
Após a 2.ª GM
os EUA tornaram-se a potência capitalista hegemónica. Largamente hegemónica e
que lidera todo o campo capitalista «ocidental». Entretanto, os monopólios
dos EUA e Europa capitalista converteram-se em multinacionais, com empresas
subsidiárias em vários países, nomeadamente nas colónias, semi-colónias,
ex-colónias e países mais fracos como Portugal. A partir dos finais dos anos
70, no seguimento da chamada «crise do petróleo», assiste-se à progressiva
fuga do capital dos sectores produtivos para a especulação financeira, com o
desabrochar dos derivados [10] e o surgimento de multinacionais de
investimentos e serviços financeiros. Aprofunda-se a concentração e
centralização do capital bancário.
Tanto quanto
sabemos, até aos anos oitenta não abundam as análises da concentração de
capital. Por exemplo, Paul Baran e Paul Sweezy, na sua conhecida obra Monopoly Capital limitaram-se, quanto
ao assunto, a uma simples nota de rodapé com uma tabela das contribuições percentuais
em valor acrescentado bruto de lotes das maiores empresas, em 1947 e 1954
[9]. Todos os valores de 1954 são superiores aos correspondentes valores de
1947, indicando uma concentração.
Estudiosos
soviéticos dedicaram mais atenção à análise do capital monopolista de vários
países assentes em dados quantitativos. Assim, M. S. Dragilev num artigo da Grande Enciclopédia Soviética de 1979
[11] refere o aumento de fusões de capital nos EUA de 1939 para 1969
(passaram de 87 para 2.307) e os números de accionistas dos EUA em 1967: 20.000.000
totalizando 650 mil milhões de dólares (B$) com 2.024 famílias detendo 111 B$
(17%) e as 207 mais ricas controlando 482 corporações com um total de 182 B$ de
activos. Na obra de Victor Tcheprakov [12] encontrámos dados de interesse
sobre a concentração da produção e de capital em vários países. Na Itália,
por exemplo, as maiores corporações, com capital superior a 10 mil liras,
detinham 26,3% do capital corporativo total em 1948; em 1958 o número dessas
corporações tinha aumentado e detinham agora 49,7% do total.
Desde os anos oitenta são cada vez mais os bancos e holdings financeiras que controlam monopólios industriais ao
invés do que geralmente acontecia no passado. A partir da segunda metade do
séc. XX surgem também grandes multinacionais na área do comércio a retalho (Walmart nos EUA em 1962),
multinacionais que abarcam várias áreas de negócio (conglomerados) e
associações de multinacionais (joint
ventures).
Actualmente as TNCs estão em todas as áreas de negócio, podem empregar
centenas de milhares de trabalhadores, têm dezenas de subsidiárias em
diversas áreas e países bem como divisões próprias de financiamento, ligações
a offshores, e estruturas muito
complexas de títulos de propriedade que lhes dão o controlo sobre outras
empresas. São como enormes polvos cujos tentáculos se estendem por todo o
planeta, escapando a impostos e controlando governos.
Quatro
exemplos:
(1) A 5.ª maior
empresa exportadora de Portugal em 2015 foi a Faurecia Sistemas de Escape Lda, subsidiária do Grupo Faurecia, sediado em França, com
320 centros de produção e 30 de I&D em 34 países, 99.281 trabalhadores e 18,8 B€ (mil milhões de €) de receitas (2014).
Mas o próprio Grupo Faurecia
é controlado pela PSA Peugeot
Citroën [13], o segundo maior fabricante europeu de automóveis e
motociclos com 184.107 trabalhadores e 54,7 B€ de receitas. A PSA Peugeot Citroën tem 21
subsidiárias, incluindo na área de caminhos-de-ferro, electrificação, e
finanças (Banque PSA Finance). Por
sua vez, um dos maiores accionistas da PSA
Peugeot Citroën é a holding financeira SOGEPA.
(2) O
conglomerado sul-coreano Samsung
tem 489 mil trabalhadores e 305 B$ de receitas (2014). Tem mais de 20
empresas afiliadas, incluindo multinacionais, em várias áreas: electrónica,
tecnologias de informação, electromecânica, construção civil e naval, hotéis
e turismo, química fina, seguros, medicina, etc. As afiliadas e subsidiárias
não têm necessariamente sede na Coreia do Sul. Por exemplo, a Samsung GM Machine Tools está sediada
na China. A Samsung também
participa em muitas joint-ventures
com multinacionais da Coreia do Sul e de outros países. Para exemplo, a Samsung BP Chemicals é uma joint-venture 49:51 da Samsung com a britânica BP (49% de
capital da primeira e 51% da segunda) para produção de químicos aplicados em
baterias e LCDs, a SB LiMotive é uma joint-venture 50:50 da Samsung
e Bosch para a produção de baterias de lítio, etc. Como se pode imaginar, a
estrutura accionista do conglomerado é bastante complexa, além de variável ao
longo do tempo. O mesmo, aliás, se pode dizer de cada uma das empresas
afiliadas. Por exemplo, a afiliada e multinacional Samsung Electronics Co. Ltd, que melhor conhecemos dos
televisores, computadores e telemóveis, tem como accionistas não só firmas do
conglomerado mas outras da Coreia do Sul e do Japão.
(3) O Barclays Plc é uma enorme multinacional de serviços
bancários e financeiros, com 4.750 agências em 50 países, 129,4 mil
trabalhadores e 25,4 B£ de receitas (2015). Tem um enorme grupo de empresas
subsidiárias de investimento, gestão financeira, corretagem, serviços offshore, centros tecnológicos, etc. É
a TNC mais poderosa a nível mundial em termos de controlo accionista.
(4) A Walmart é a maior TNC a
nível mundial. A área de negócio é a do comércio de retalho, incluindo o
comércio on-line. Constitui uma
clara ilustração da importância actual da distribuição de bens. Tem 2,3
milhões de empregados e 482,1 B$ de receitas. A família americana Walton
controla a transnacional (51% das acções). Tem subsidiárias na América
Latina, Japão, Índia, África do Sul e Grã-Bretanha.
Na segunda
metade do séc. XX melhorou a recolha de dados estatísticos dos países
capitalistas, com destaque para os EUA. É possível dispormos agora, para
vários países, de dados que abarcam muitos anos. Construímos a figura abaixo
com dados dos EUA disponibilizados pela revista Fortune [14]. Mostra a soma das receitas brutas (a preços
correntes) das 100 maiores companhias dos EUA (as que têm maiores receitas
brutas) em percentagem do PIB nominal.
|
In the period between
the two world wars the concentration of
In the capitalist
system the socialization of
production, of labor, contradicts the private
ownership of the means of production. The exploitation of domestic and
foreign labor, so that monopolies obtain super-profits, goes against the
interests of the working class. The destruction and absorption by the monopolies
of small and medium-sized enterprises also raise the opposition and protest
of small and medium entrepreneurs. For that reason, the bourgeois democracies
were compelled since early 20th century to decree anti-cartel and anti-trust
laws; in more recent times, general regulations on enterprises covering that
issue. All such laws and regulations were and are inconsequential; they are a
mere façade. Bourgeois democracy is a democracy tutored by big capital. The
concentration and centralization of capital are currently carried on.
USA became the
hegemonic capitalist power after WWII. Largely hegemonic, holding the
leadership of the whole “western” capitalist camp. In the meantime, the
monopolies of
As far as we know, studies
on capital concentration are not easily found until the eighties. For
instance, Paul Baran and Paul Sweezy, in their well-known work Monopoly
Capital, didn’t go farther on the matter than providing a mere footnote
with a table of percent contributions in gross value added of batches of larger
companies in 1947 and 1954 [9]. All 1954 values are larger than the
corresponding 1947 values indicating a concentration.
Soviet scholars
dedicated more attention to the analysis of monopoly capital on basis of quantitative
data. For instance,
M. S. Dragilev, in an article of The
Great Soviet Encyclopaedia, 1979 [11], mentions the increasing number of
capital merges in the USA from 1939 to 1969 (from 87 to 2,307) and the number
of shareholders in 1967: 20,000,000 totalizing 650 billion dollars (B$) with
2,024 families holding 111 B$ (17%) and the 207 richest ones controlling 482
corporations with a total of 182 B$ of assets. In the work of Victor
Tcheprakov [12] we also found interesting data on the concentration of production
and capital in several countries. For instance, the largest Italian
corporations with a capital above 10 thousand liras held in 1948 26.3% of the
total corporate capital; in 1958 the number of such corporations had
increased and they now held 49.7% of the total.
Banks and
financial holdings control industrial monopolies in an ever larger scope
since the eighties, instead of what used to be the case in the past. Since
the second half of the 20th century also emerge large multinationals in the
area of retail trade (Walmart in
the USA in 1962), multinationals that encompass various business areas
(conglomerates) and associations of multinationals (joint ventures).
Presently,
TNCs are in all business areas, they may employ hundreds of thousands of workers,
have tens of subsidiaries in various areas and countries, they have their own
financial divisions, links to offshore, and very complex structures of
ownership titles which allow them controlling other enterprises. They are as
giant octopuses stretching their tentacles all over the world, evading taxes
and controlling governments.
Four
examples:
(1) The
5th largest exporting company in
(2) The
South-Korean conglomerate Samsung
has 489 thousand workers and 305 B$ of revenues (2014). It comprises more
than 20 affiliated enterprises, including multinationals, in several areas:
electronics, information technologies, electro-mechanics, civil and naval
construction, hotels and tourism, fine chemistry, insurances, medicine, etc.
The affiliated and subsidiaries do not necessarily have their headquarters in
South Korea. For instance, the Samsung GM Machine Tools is
headquartered in China. Samsung
also participates in many joint ventures with multinationals of South Korea
and of other countries. For instance, Samsung BP Chemicals is a 49:51 joint venture of Samsung with the British BP (49% of capital of the former, 51%
of the latter) for the production of chemicals applied to batteries and LCDs,
SB LiMotive is a 50:50 joint-venture of Samsung and Bosch for
the production of lithium batteries, etc. One easily imagines how complex is
the shareholding structure of the conglomerate, which also changes along
time. Moreover, the same can be said of any of the affiliated enterprises. For instance, as shareholders of the
affiliated multinational Samsung
Electronics Co. Ltd, well-known from the TV sets, mobile phones and
computers, we find not only firms from the conglomerate but also other firms
from
(3) Barclays
Plc is a huge multinational of banking and financial services, with 4,750
agencies in 50 countries, 129.4 thousand workers and 25.4 B£ of revenues
(2015). It comprises a large group of subsidiary enterprises in investment,
financial management, brokering, offshore services, technological centers,
etc. It is the most powerful TNC in the world in terms of shareholding
control.
(4) Walmart is the largest TNC in the world. Its business area is
retail trade, including e-commerce. It is a clear illustration of the present
importance of the distribution of goods. It has 2.3 million workers and 482.1
B$ of revenues. The American family Walton controls the TNC (51% of stock).
It has subsidiaries in Latin America, Japan, India, South Africa and
Great-Britain.
The compilation of
statistics in the capitalist countries improved after the second half of the
20th century, with prominence in US. It is now possible, for several
countries, to make use of data spanning many years. We built the figure below
with US data availed by the magazine Fortune
[14]. It shows the sum of gross revenues (current prices) of the top 100 US
companies (those with larger revenues) in percentage of nominal GDP.
|
Existe uma
clara tendência de crescente concentração de receitas nas grandes companhias
(com flutuações mais acentuadas nos períodos recessivos). Verifica-se também
que a tendência de concentração (ver rectas de tendência) se acentuou a
partir do final da recessão de 1990. Continua válido o que disse Lénine na
obra citada: «As crises de todo o tipo – mais frequentemente as crises económicas,
mas não apenas elas – aumentam, por sua vez, consideravelmente, a tendência
para a concentração e para o monopólio».
Actualmente as
100 maiores companhias dos EUA respondem por mais de 45% do PIB. As 500
maiores companhias por 75% do PIB [15]! Além disso, se dividirmos as somas de
receitas das 100 maiores face às correspondentes somas das 500 maiores,
verifica-se que o quociente não se mantém constante mas, pelo contrário, tem
tendência a aumentar. Isto é, não só a “pirâmide” da concentração cresce em
altura mas, além disso, estreita em largura: cada vez mais a economia dos EUA
é dominada por cada vez menos, quer em activos quer em lucros [16]. Isto sem
tomar em conta os milhares de milhões de dólares em offshores [17].
No sector
bancário dos EUA a concentração é enorme [18]. As figuras abaixo (do Federal Reserve Bank) são
perfeitamente esclarecedoras. Note-se a enorme tendência para a centralização
que se iniciou ainda antes da recessão de 1990.
|
A clear tendency of a
growing concentration of revenues in large companies (with more pronounced
fluctuations in recessive periods) is observed. It is also observed that the
concentration tendency (represented by dotted lines) became stronger after
the end of the 1990 crisis. What Lenin asserted in his mentioned work is
still valid: “Crises
of every kind – economic crises most frequently, but not only these
– in their turn increase very considerably the
tendency towards concentration and towards monopoly.”
Today, the revenues of
the largest 100 US companies add up to over 45% of the GDP. The top 500
companies add up to 75% of the GDP [15]! Furthermore, if one divides the sums
of revenues of the top 100 by the corresponding sums of the top 500, one
finds that the ratio doesn’t stay constant; on the contrary, it shows an
increasing tendency. In simple words, it is not only that the concentration
“pyramid” grows in height; it also shrinks in width: US economy is growingly
dominated by fewer players, both in assets and profits [16]. And this without
taking into consideration the billions of dollars stuck in offshore [17].
In the banking sector
the US concentration is huge [18]. The charts below (from the Federal Reserve Bank) are crystal
clear. Note the strong tendency towards centralization which began still
before the 1990 recession.
|
A enorme e
crescente concentração/ centralização do capital é um fenómeno geral no mundo
capitalista. Existem dados e estudos que o comprovam para as maiores
economias capitalistas. (Ver, p. ex., [19] para o Canadá, [20] para o Japão,
[21] para o Reino Unido, [22] para a Alemanha.) Mesmo nas pequenas economias
como a portuguesa o fenómeno é claro [23]. Neste caso, com uma forte
influência da centralização global.
Dois aspectos
devem ser tidos em conta na análise da concentração do capital:
(1) A
concentração não ocorre da mesma forma em todas as áreas de negócio. Em dados
períodos, a tendência para a concentração é crescente em certas áreas. É o
caso actual dos bancos, da produção de computadores e telemóveis [24].
Noutras, a tendência é decrescente e pode estagnar. Noutras ainda, pode
decrescer durante um certo período e depois voltar a crescer [25]. Mas o que
importa é que globalmente, com a transferência de capitais dos sectores menos
lucrativos para os mais lucrativos, a concentração é rapidamente crescente.
(2) A
concentração/centralização do capital não significa que a competição
desapareceu de todo. Para além da emergência de novos sectores de actividade,
as crises cíclicas e outros eventos eliminam gigantes: lembremo-nos das
falências do Barings Bank, da Lehman Brothers e da quebra da General Motors. Das 500 maiores firmas
dos EUA em 1955 só 12% delas sobreviveram em 2015 [26].
Na época actual
a concentração/centralização do capital atingiu níveis espantosos. Eugénio Rosa
cita na sua obra ([23]) a seguinte afirmação de Jean Peyrelevade [27]: «No
fim do ano 2003 a capitalização bolsista mundial era igual a 31.000 milhares
de milhões de dólares, ou seja, 86% do PIB anual do planeta, que ascendia a
36.000 milhares de milhões de dólares. Os detentores de acções, através de
organismos de gestão de património, de fundos mobiliários, de fundos de
pensões, das sociedades de seguros de vida, ou de simples fundos mutualistas,
os SICAV, possuíam, assim, um património bolsista que representava o valor de
quase um ano de produção do universo». Eugénio Rosa refere que «Este
gigantesco valor de capitalização bolsista era detido apenas por 5% da
população mundial» com 46% do valor nos EUA, 25% em 15 países europeus e 15%
no Japão.
Um estudo sobre
a rede global de controlo corporativo foi publicado em 2011 por três
investigadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique [29].
O estudo envolveu uma larga base de dados [30] contendo relações accionistas e outra informação
[31] de 37 milhões de entidades económicas de 194 países. Os autores
seleccionaram 43.060 TNCs sediadas em 116 países tendo pelo menos 10% de
acções (com direito de voto) em companhias localizadas em mais do que um
país. (Na selecção consideraram também subsidiárias, mas retendo um único
representante final de cada grupo multinacional.)
Para cada TNC
da lista de 43.060 TNCs construíram (com algoritmos de busca apropriados) uma
rede de controlo corporativo que atribuía controlo total de uma companhia a
uma entidade possuindo mais de 50% das acções. (Outros modelos de controlo foram
aplicados com os mesmos resultados globais).
A rede final (ver
figura abaixo) mostrou que 40% do controlo sobre o valor económico das INCs
de todo o mundo era detido, através de uma complexa rede de relações de
propriedade, por um grupo de 147 TNCs, o núcleo da rede. Este núcleo de 147
TNCs tinha quase o controlo total sobre si próprio, formando uma «super-entidade
económica». A nota [32] apresenta as 50 principais TNCs do núcleo com o grau
cumulativo de controlo. A repartição destas 50 por países, é a seguinte: 24
USA, 8 GBR, 5 FRA, 4 JPN, 2 CHE, 2 DEU, 2 NLD, 1 CAN, 1 CHN, 1 ITA.
|
The huge and
increasing concentration/ centralization of capital is a general phenomenon
of the capitalist world. We now have data and studies for the major economies
which prove it. (See, e.g., [19] for Canada, [20] for Japan, [21] for the
Great-Britain, [22] for Germany.) Even in the small economies as the
Portuguese one the phenomenon is clearly observed [23]. In this case, with
strong influence of the global centralization.
Two aspects should be
taken into consideration when analyzing the concentration of capital:
(1) Concentration does
not take place in the same way in all business areas. In given periods of time there is a growing
tendency for concentration in certain areas. That’s the case today with
banks, production of computers and mobile phones [24]. In other areas there
is a decreasing tendency which may stagnate. In still other ones, the
tendency may decrease and then increase again [25]. But what really matters
is that globally, with the transference of capitals from the less profitable
to the most profitable sectors, the concentration is rapidly increasing.
(2) The
concentration/centralization of capital doesn’t mean that competition has
been swept away. Besides the emergence of new sectors of activity, the cyclic
crises and other events eliminate giants: let’s recall the bankruptcies of
the Barings Bank, the Lehman Brothers and the break of General Motors. From the top 500 US
firms in 1955 only 12% of them survived in 2015 [26].
In our time, the
concentration/centralization of capital has reached amazing levels. Eugénio
Rosa cites in his work ([23]) the following assertion of Jean Peyrelevade
[27]: “By the end of 2003 the capitalization of stock at world level equaled
31,000 billions of dollars, that is, 86% of the yearly GDP of the planet,
which reached 36,000 billions of dollars. The shareholders, through management
mechanisms of property, investment funds, pension funds, life insurance
corporations, and of plain mutual funds, the SICAV, came to own in this way a
stock property which amounted to almost one year of production of the whole
planet.” Eugénio Rosa adds that “This gigantic value of stock capitalization
was owned by only 5% of the world population” with 46% of value in USA, 25%
in 15 European countries, and 15% in Japan.
A study
on the global corporate control was published in 2011 by three researchers of
the Federal Institute of Technology in Zurich
[29]. The study involved a large database [30] containing equity relations and other information [31] of 37 million economic actors in 194
countries. The authors selected 43,060 TNCs located in 116 different
countries which held at least 10% of shares (with voting rights) in companies
located in more than one country. (The selection also took account of
subsidiaries, but retaining a single final representative of each
multinational group.)
For each
TNC of the list of 43,060 TNCs they built (with appropriate search
algorithms) a network of corporate control assigning total control of a
company to an entity having more than 50% of the shares. (Other models of
control were applied which led to the same global results.)
The final
network (see figure below) showed that 40% of the control over the economic
value of TNCs in the world was held, via a complex web of ownership
relations, by a group of 147 TNCs, the network core. This core of 147 TNCs had
almost total control onto itself, forming “an economic super-entity”. The
note [23] presents the 50 main TNCs of the core with the cumulative degree of
control.The breakdown of these 50
TNCs by countries is as follows: 24
USA, 8 GBR, 5 FRA, 4 JPN, 2 CHE, 2 DEU, 2 NLD, 1
CAN, 1 CHN, 1 ITA.
|
Esquerda:
rede com nodos
principais (1318 nodos e 12191 ligações). O tamanho dos nodos é proporcional ao
logaritmo da receita operacional; a cor do nodo ao controlo da rede (de amarelo
a vermelho); a cor da ligação ao seu peso. Direira: Zoom das maiores TNCs do
sector financeiro com alguns ciclos destacados.
Left side: network with main nodes (1318 nodes and 12191 links). Node
size scales logarithmically with operation revenue, node color with network control
(from yellow to red). Link color scales with weight. Right side: Zoom on some major
TNCs in the financial sector. Some cycles are highlighted.
Fonte
| Source: Stefania Vitali, James B. Glattfelder, Stefano
Battiston, The
Network of Global Corporate Control, Plos One, vol. 6, no. 10, pp. 1-6 (October 26, 2011).
Três quartos
das 147 TNCs do núcleo são intermediários financeiros. Das 50 principais 45
são do sector financeiro, com o banco Barclays no topo da lista. Continua
válido o que Lenine já tinha observado: «… o capital-dinheiro e os bancos, como
veremos, tornam ainda mais esmagador esse predomínio de um punhado de grandes
empresas, e dizemos esmagador no sentido mais literal da palavra, isto é,
milhões de pequenos, médios, e até uma parte dos grandes «patrões»,
encontram-se de facto completamente submetidos a umas poucas centenas de
financeiros milionários». A
concentração/ centralização do capital financeiro atingiu níveis
inimagináveis face ao início do século XX que Lenine analisou, mas a mensagem
essencial é a mesma.
A concentração
de capital em enormes empresas do sector produtivo permite uma grande
eficiência produtiva, a aplicação de tecnologias inovadoras, a racionalização
de processos de produção. Deveria, portanto, permitir satisfazer as
necessidades básicas das populações do planeta. Mas não é isso que vemos acontecer
no sistema capitalista. A par com a crescente concentração cresce também a
desigualdade social, quer dentro de cada país, quer entre países, com a
penúria de milhares de milhões, conforme tem sido ampla e profundamente
estudado e comprovado, mesmo por economistas convencionais, como Thomas
Piketty no seu livro O Capital no
Século XXI. De facto, enquanto o sistema capitalista com a sua
contradição básica – a socialização da produção com propriedade privada dos
meios de produção – continuar a imperar, continuaremos a observar a
desigualdade social crescendo
necessariamente a par com a concentração de capital.
|
Three
fourths of the 147 TNCs in the core are financial intermediaries. 45 out of the 50 main ones are of the financial
sector, with the Barclays bank at the top of the list. What Lenin had already
observed continues valid: “…money capital and the banks make this superiority of a handful of the
largest enterprises still more overwhelming, in the most literal sense of the
word, i.e., millions of small, medium and even some big “proprietors” are in
fact in complete subjection to some hundreds of millionaire financiers.” The
concentration/centralization of financial capital has reached unimaginable
levels when compared to the beginning of the 20th century that Lenin
analyzed, but the substantive message is the same.
The
concentration of capital in huge enterprises of the productive sectors allows
a high productive efficiency, the application of innovating technologies, the
rationalization of processes of production. It should then allow satisfying
the basic needs of the populations of the planet. But that is not what we see happening in
the capitalist system. Running parallel with the growing concentration of
capital also grows the social inequality, both within and between countries,
with the destitution of billions, as has been widely and profoundly studied
and proved, even by mainstream economists, such as Thomas Piketty in his book
Capital in the 21st Century.
Indeed, as long as the capitalist system with its basic contradiction holds
sway – the socialization of production with private property of the means of
production – we will keep on observing social inequality necessarily growing together with the concentration of capital.
|
Companhia,
empresa, firma:
designação genérica de uma entidade empresarial que no sistema capitalista pode
assumir várias formas de propriedade privada e opera tendo em vista o lucro.
Company, enterprise, firm: generic designations of an entrepreneurial entity, which in the
capitalist system may assume various forms of private ownership and operates
for profit.
Corporação: termo de origem anglo-saxónica que
corresponde à entidade empresarial legalmente conhecida por Sociedade Anónima
de Responsabilidade Limitada (SARL), cujos proprietários são detentores de
acções (accionistas que podem ser pessoas, companhias, ou outras instituições
incluindo estatais) que só respondem por dívidas até ao limite das acções que
detêm. As acções são títulos de propriedade sobre fracções de activos e lucros
líquidos. O controlo da corporação (administração, gestão, distribuição de
dividendos, etc.) é usualmente exercido directa ou indirectamente pelos maiores
accionistas que detêm a maioria (50% mais uma) das acções.
Corporation:
entrepreneurial entity whose proprietors are shareholders (persons, companies or
other institutions including from the state) with liability on debts restricted
to the amount of individually owned stock. A share or stock is a claim on a
fraction of the company's assets and earnings. Corporation control
(administration, management, distribution of dividends, etc.) is usually
operated directly or indirectly by the largest shareholders with a majority of the
company's stock (50% of the shares, plus one). American corporations are
designated by “Corp.” and “Inc.”;
those from Britain and Commonwealth countries by “Ltd.” or “Plc” when shares
can be offered to the general public.
Cartel: grupo de produtores ou fornecedores
conluiados para regular a oferta e manipular preços.
Cartel: a
group of producers or suppliers colluded to regulate supply and manipulate
prices.
Conglomerado: corporação composta por empresas que
operam em distintas áreas de negócio com certa autonomia, embora obrigadas a
reportar a gestão à da companhia matriz.
Conglomerate:
a corporation made up of companies operating in distinct business areas with a certain
degree of autonomy, though obliged to report management to the parent company.
Grupo
corporativo: conjunto de corporação
matriz e corporações ou empresas subsidiárias que funcionam como entidade
económica única e controlo centralizado.
Corporate group: a collection of parent and subsidiary
corporations or firms that function as a single economic entity through a
common source of control.
Sociedade Gestora de Participações Sociais (holding): companhia que possui acções de outras
companhias controlando as suas políticas e gestão, com o fim de formar um grupo
corporativo e não para produzir os seus próprios bens e serviços. Existem
também holdings para possuir
propriedades, patentes, marcas registadas e outros activos.
Holding company: a company
that owns other companies' outstanding
stock to control their
policies and management, and form a corporate group rather than for the purpose of producing its own
goods or services. Holding companies also exist for the purpose of owning
property such as real estate, patents, trademarks, and other assets.
Trust: grupo de grandes accionistas de várias
corporações na mesma área de negócio a quem é confiado (entrusted) a gestão de mercado em benefício de todas. Semelhante ao
cartel já que o trust age num sentido
anti-competitivo dado o seu controlo do mercado. O termo também é por vezes
usado no sentido de grupo corporativo
Trust
(corporate trust): a group of
large shareholders of several corporations in the same area of business which
are entrusted with market handling in the benefit of all. Similar to a cartel
since a trust acts in an anticompetitive direction given its power over the
market. The term is sometimes used in the sense of corporate group.
Oligopólio: situação em que um pequeno número de
empresas produtoras do mesmo tipo de bens ou serviços detém a larga maioria do
respectivo mercado.
Oligopoly: situation
where a small number of firms producing the same type of goods or services has
the large majority of the respective market.
Monopólio: situação extrema do oligopólio com uma
única empresa ou corporação sem competidores no mercado. Actualmente e a nível
global esta situação é praticamente impossível. O termo é usado informalmente para designar as grandes multinacionais
que controlam mercados nacionais ou mundiais.
Monopoly (monopolistic company or corporation): the extreme situation of the
oligopoly, where a company or corporation has no competitors in the market.
Nowadays and at a global level this situation is practically impossible. The term is used in an informal way to
designate large multinationals that control markets at a national or worldwide
level.
Multinacional: corporação com instalações e outros
activos em pelo menos mais um país do que o da sede. A multinacional tem
escritórios e/ou fábricas em diversos países e geralmente uma repartição
central que coordena a gestão global. As grandes multinacionais têm orçamentos
que excedem os de muitos pequenos países.
Multinational:
corporation with facilities and other assets in at least one country other than
its home country. A multinational has offices and/or factories in different
countries and usually has a centralized head office coordinating the global
management. Very large multinationals have budgets that exceed those of many
small countries.
Transnacional: conglomerado multinacional.
Transnational: a multinational conglomerate.
Empreendimento
conjunto (joint venture):
acordo empresarial em que duas ou mais partes estipulam unir recursos para
desenvolver uma actividade específica. Cada uma das partes é responsável por
custos e lucros associados com isso. O empreendimento, porém, tem a sua
identidade própria, separada dos outros interesses empresariais das partes.
Joint venture:
business arrangement in which two or more parties agree to pool their resources
for the purpose of accomplishing a specific task. Each of the participants is responsible for profits, losses
and costs associated with it. However, the venture has its own identity,
separate from the participants' other business interests.
Notas e Referências | Notes and References
[1] Ver o nosso
artigo sobre a tendência para o monopólio a partir do «mercado livre».
[2] Ver o nosso artigo
sobre o capitalismo liberal.
[3] Citado em | Cited in: Michel Beaud, Histoire du Capitalisme. De 1500 à nos jours. Éditions du Seuil, 1981. (Reedições
posteriores.)
[4] http://www.mtfca.com/books/15_factory.htm;
http://www.earlyfordregistry.com/pate-storyboard/factories.pdf
[5] Fleck, Denise Lima. The building and development of the American electrical manufacturing
industry and its top two companies – General Electric & Westinghouse, Rio de Janeiro , UFRJ
/COPPEAD, 2009.
[6] Jorge Costa
et al., Os Donos de Portugal. Cem anos de
poder económico (1910-2010), Ed. Afrontamento, 2010.
[7] Lenine indica a
fonte dos dados | Lenin mentions the data source:
Statistical Abstract of the United States ,
1912, p. 202.
[8] Lewis Corey
na sua obra The Decline of American
Capitalism (NY, 1934) diz: «o movimento para crescente eficiência
tecnológica, produção e competição, resultou, como sempre, em maior
concentração e centralização do controlo corporativo: enquanto em 1923 as
maiores 1240 corporações industriais receberam 64,9% de todo o rendimento
líquido corporativo, em 1929 as maiores 1289 corporações receberam 75,6%.
Lewis Corey
in his book The Decline of American
Capitalism (NY, 1934) says: “The movement of increasing technological
efficiency, production, and competition, resulted, as always, in greater
industrial concentration and centralization of corporate control: in 1923 the
largest 1,240 manufacturing corporations received 64.9% of all corporate net
income, while in 1929 the largest 1,289 corporations received 75.6%.”
[9] Paul Baran, Paul Sweezy,
Monopoly Capital, Penguin Books, 1966.
Obra de fraco
valor científico, embora com alguma informação de interesse. Note-se que o
valor acrescentado bruto é menor que o valor da produção dado haver consumos
intermédios das empresas.
A work of
poor scientific value, although with information of interest. The gross added
value is smaller than the production value since thereare intermediary
enterprise consumptions.
A tabela
mencionada (pag. 222 do livro) é | The table mentioned
(book p. 222) is:
1947
|
1954
|
|
As maiores 50 empresas. Largest 50 companies.
|
17
|
23
|
As maiores 100 empresas. Largest 100 companies.
|
23
|
30
|
As maiores 150 empresas. Largest 150 companies.
|
27
|
34
|
As maiores 200 empresas. Largest 200 companies.
|
30
|
37
|
[10] Ver figura
da secção «Derivados: a resposta capitalista ao
declínio da taxa de lucro» num artigo
nosso sobre o sector financeiro.
[11] M. S. Dragilev, Concentration
of Capital, The Great Soviet Encyclopedia, Moscow ,
1979.
[12] Victor Tcheprakov, Le Capitalisme
Monopoliste d’État, Editions du Progrès, URSS, 1969.
[13] Detinha
57,4% das acções da Faurecia em 2014. It owned 57.4% of Faurecia’s
stock in 2014.
[15] Andrew Flowers, Big
Business Is Getting Bigger, May 18, 2015; Christopher Tkaczyk, Stacy Jones, Grace
Donnelly, Everything You
Need to Know About the Global 500 in 6 Charts, Jul
22, 2016.
[16]The
Domination of the U.S. Economy by Fortune 500 Firms is Growing, July 2015. , 6%
of companies make 50% of U.S. profit
[17] Fortune 500 Companies Hold a Record $2.4
Trillion Offshore. They May Be Avoiding up to $695 Billion in U.S. Taxes, Citizens for Tax Justice March 3, 2016; Steve
Schaefer, Five
Biggest U.S. Banks Control Nearly Half Industry's $15 Trillion In Assets,
Dec 3, 2014;
Stephanie Fontana, Too
big to fail, and only getting bigger, January
7, 2016.
[18] Hubert P.
Janicki and Edward Simpson Prescott, Changes in the Size, Distribution of U.S.
Banks: 1960–2005, Federal
Reserve Bank of Richmond, Economic Quarterly vol. 92/4 Fall 2006, pp.
291-315.
[19] Brennan, J.,
2015. Ascent of Giants: NAFTA, Corporate Power and
the Growing Income Gap.
Ottawa: Canadian Centre for Policy Alternatives, Figure 6, p. 33.
[20] Stephen D. Prowse, The
Structure of Corporate Ownership in Japan, The Journal of Finance,
vol. 47, no. 3, Proc. 52nd Annual Meeting of the American Finance Association,
1992, pp. 1121-1140.
[21] Sanjiv Mahajan, Concentration ratios for businesses by
industry in 2004, Economic Trends 635, October 2006, UK Office for National
Statistics.
[22] Caroline Fohlin, The History of Corporate Ownership and
Control in Germany .
In: A History of Corporate Governance around the World: Family Business Groups
to Professional Managers, Randall K. Morck, ed., University of Chicago Press,
2005; Jeremy Edwards, Marcus Nibler, Erik Berglöf,
Julian Franks, Corporate Governance in
Germany: The Role of Banks and Ownership Concentration, Economic
Policy, vol. 15, no. 31,
pp. 237-267, 2000.
[23] Ver: Eugénio
Rosa, Os Grupos Económicos e o
Desenvolvimento em Portugal no Contexto da Globalização, Tese de
Doutoramento, ISEG, 2012 – publicado pela editora Página a Página, 2013; Sílvio
Costa, A Concentração Bancária em Portugal,
Tese de Mestrado, Univ. de Coimbra, 2014.
[24] Sameer Singh, Mobile
Platform Concentration Growing Twice as Fast as PC Industry, 10 May 2013.
Neste e noutros
artigos é usado um indicador de concentração conhecido por índice de Herfindahl
(IH) que é simplesmente a soma estendida a todas as N empresas de uma área de negócio dos quadrados das respectivas
quotas de mercado. Por exemplo, para duas empresas, ambas com 50% do mercado,
temos IH = 0,52 + 0,52 = 0,5. O IH varia de 1/N (número
enorme de pequenas empresas) até 1 (monopólio).
This and
other articles make use of an indicator of concentration known as Herfingdahl
índex (HI), which is simply the sum for all N
companies of a given business sector of the squares of the respective
market shares. For instance, for two companies both with a 50% market share we
get HI = 0,52 + 0,52 = 0,5. HI varies from 1/N (for a large number of small firms) up
to 1 (monopoly).
[25] Sam Batkins,
Curtis Arndt, Ben Gitis, Market
Concentration Grew During Obama Administration.
[26] Mark J. Perry, Fortune
500 firms in 1955 v. 2015; Only 12% remain, thanks to the creative destruction
that fuels economic prosperity, October 12, 2015.
[28] A afirmação
de Jean Peyrelevade consta no seu livro O
Capitalismo Total, Edições Século XXI, Lisboa, que não lemos. O autor é
economista, engenheiro aeroespacial e homem de negócios.
[29] Stefania Vitali,
James B. Glattfelder, Stefano Battiston, The
Network of Global Corporate Control, Plos One, vol. 6, no. 10, pp. 1-6
(October 26, 2011).
[30] Orbis 2007 marketing database
[31] Classificação industrial, local geográfico
e receita operacional | Industrial classification, geographical position and
operating revenue.
[32] De From: Stefania Vitali, et al., The Network of Global Corporate Control, Plos One, vol. 6, no.
10, pp. 1-6
Escalão
Rank
|
Nome Da Entidade Económica
Economic Actor Name
|
País
Country
|
Código NACE
NACE code
|
Controlo cumulativo da rede
Cumul. Network
control (%)
|
1
|
Barclays Plc
|
GB
|
6512
|
4.05
|
2
|
Capital Group
Companies Inc, The
|
US
|
6713
|
6.66
|
3
|
Fmr Corp
|
US
|
6713
|
8.94
|
4
|
Axa
|
FR
|
6712
|
11.21
|
5
|
State Street
Corporation
|
US
|
6713
|
13.02
|
6
|
JPMorgan Chase
& Co.
|
US
|
6512
|
14.55
|
7
|
Legal &
General Group Plc
|
GB
|
6603
|
16.02
|
8
|
Vanguard Group,
Inc., The
|
US
|
7415
|
17.25
|
9
|
UBS Ag
|
CH
|
6512
|
18.46
|
10
|
Merrill Lynch
& Co., Inc.
|
US
|
6712
|
19.45
|
11
|
Wellington
Management Co. L.L.P.
|
US
|
6713
|
20.33
|
12
|
Deutsche Bank Ag
|
DE
|
6512
|
21.17
|
13
|
Franklin
Resources, Inc.
|
US
|
6512
|
21.99
|
14
|
Credit Suisse
Group
|
CH
|
6512
|
22.81
|
15
|
Walton
Enterprises Llc
|
US
|
2923
|
23.56
|
16
|
Bank Of New York
Mellon Corp.
|
US
|
6512
|
24.28
|
17
|
Natixis
|
FR
|
6512
|
24.98
|
18
|
Goldman Sachs
Group, Inc., The
|
US
|
6712
|
25.64
|
19
|
T. Rowe Price
Group, Inc.
|
US
|
6713
|
26.29
|
20
|
Legg Mason, Inc.
|
US
|
6712
|
26.92
|
21
|
Morgan Stanley
|
US
|
6712
|
27.56
|
22
|
Mitsubishi Ufj
Financial Group, Inc.
|
JP
|
6512
|
28.16
|
23
|
Northern Trust
Corporation
|
US
|
6512
|
28.72
|
24
|
Societe Generale
|
FR
|
6512
|
29.26
|
25
|
Bank of America
Corporation
|
US
|
6512
|
29.79
|
26
|
Lloyds Tsb Group
Plc
|
GB
|
6512
|
30.30
|
27
|
Invesco Plc
|
GB
|
6523
|
30.82
|
28
|
Allianz Se
|
DE
|
7415
|
31.32
|
29
|
TLAA
|
US
|
6601
|
32.24
|
30
|
Old Mutual Public
Limited Company
|
GB
|
6601
|
32.69
|
31
|
Aviva Plc
|
GB
|
6601
|
33.14
|
32
|
Schroders Plc
|
GB
|
6712
|
33.57
|
33
|
Dodge & Cox
|
US
|
7415
|
34.00
|
34
|
Lehman Brothers
Holdings, Inc.
|
US
|
6712
|
34.43
|
35
|
Sun Life
Financial, Inc.
|
CA
|
6601
|
34.82
|
36
|
Standard Life Plc
|
GB
|
6601
|
35.2
|
37
|
CNCE
|
FR
|
6512
|
35.57
|
38
|
Nomura Holdings,
Inc.
|
JP
|
6512
|
35.92
|
39
|
The Depository
Trust Company
|
US
|
6512
|
36.28
|
40
|
Massachusetts
Mutual Life Insur.
|
US
|
6601
|
36.63
|
41
|
ING Groep N.V.
|
NL
|
6603
|
36.96
|
42
|
Brandes
Investment Partners, L.P.
|
US
|
6713
|
37.29
|
43
|
Unicredito
Italiano Spa
|
IT
|
6512
|
37.61
|
44
|
Deposit Insurance
Corporation of JP
|
JP
|
6511
|
37.93
|
45
|
Vereniging Aegon
|
NL
|
6512
|
38.25
|
46
|
BNP Paribas
|
FR
|
6512
|
38.56
|
47
|
Affiliated
Managers Group, Inc.
|
US
|
6713
|
38.88
|
48
|
Resona Holdings,
Inc.
|
JP
|
6512
|
39.18
|
49
|
Capital Group
International, Inc.
|
US
|
7414
|
39.48
|
50
|
China
Petrochemical Group Co.
|
CN
|
6511
|
39.78
|