sábado, 16 de novembro de 2019

Sobre Trotski – V | On Trotsky - V


O Período de Maio de 1917 a Novembro de 1920
The Period from May 1917 to November 1920

Maio-Setembro de 1917 – Trotski e seu séquito ingressam no POSDR(b)

Outubro-Novembro de 1917 – Trotski na Revolução de Outubro

27 de Novembro de 1917 - 3 de Março de 1918 -- O Tratado de Brest-Litovsk

Abril de 1918 a Novembro de 1920 -- Trotski na guerra civil
May-September 1917 -- Trotsky and his associates join the RSDLP(B)

October-November 1917 -- Trotsky in the October Revolution

November 27, 1917 – March 3,  1918 -- The Brest-Litovsk Treaty

April 1918 to November 1920 - Trotsky in the Civil War

Maio-Setembro de 1917 – Trotski e seu séquito ingressam no POSDR(b)

Em 8 de Março de 1917 rebentou em Petrogrado [72] a revolução russa, dita de Fevereiro [73]. Vladimir Lénine chegou a Petrogrado vindo de Zurique na noite de 16 de Abril. Leon Trotski (Lev Davidovitch Bronstein) chegou a 17 de Maio vindo de Nova Iorque.

Existe a ideia generalizada de que mal Trotski chegou a Petrogrado foi logo aceite por Lénine no POSDR(b) [74]. É mais uma lenda criada pelos trotskistas que a reacção  ocidental acolheu de bom grado. Permitiu dizer que Trotski é que era o herdeiro de Lénine  e o verdadeiro bolchevique, em vez do «sanguinário ditador» Estáline. Esta lenda é totalmente falsa.

O que se passou foi o  seguinte:

-- Primeiro, logo no dia seguinte após ter chegado, 17 de Abril, Lénine leu as suas famosas «Teses de Abril» [75] em duas reuniões da Conferência de Toda a Rússia de Sovietes de Deputados Operários e Soldados. Entre as várias teses que Lénine defendia para a social-democracia revolucionária são de destacar para o presente propósito: 1) «Na nossa atitude perante a guerra ... é intolerável a menor concessão ao “defensismo revolucionário”»; 2) «A peculiaridade do momento actual na Rússia consiste na transição da primeira etapa da revolução ... para a sua segunda etapa, que deve colocar o poder nas mãos do proletariado e das camadas pobres do campesinato»; 3) «Nenhum apoio ao Governo Provisório, explicar a completa falsidade de todas as suas promessas, sobretudo a da renúncia às anexações».

-- No primeiro dia da VII Conferência de Toda a Rússia do POSDR(b), de 7 a 12 de Maio, Lénine analisou a situação corrente e leu propostas de resolução. Uma delas refere «Devemos reconhecer que massas muito amplas de “defensistas revolucionários” estão de boa fé, isto é, não desejam efectivamente anexações, conquistas, violências sobre povos fracos, aspiram efectivamente a uma paz democrática e não imposta pela força entre todos os beligerantes» Esta ideia é tida em conta no ponto 2 da alínea 16 (Sobre a unificação dos internacionalistas contra o bloco defensista pequeno-burguês) da resolução final: «2. Reconhecer como necessária a aproximação e unificação com todos os grupos e tendências que assumem uma posição genuinamente internacionalista, com base na rejeição da política de traição pequeno-burguesa do socialismo». Era também consistente com as teses 1 e 3 acima.

-- Trotski chegou a Petrogrado como forte adversário dos bolcheviques. Recusou-se, porém, a juntar-se a qualquer dos grupos mencheviques que na época tinham os seus próprios líderes e que, além disso, estavam em grave crise. Em vez disso, tornou-se membro e líder da chamada Organização Interdistrital (OID) [76], fracção conciliadora e centrista de Petrogrado onde se encontravam outros intelectuais que lhe eram fiéis (A. Ioffe, A. Lunacharski, M. Uritski, D. Riazanov, V. Volodarski,  L. Karakhan, D. Manuilski, I. Iurenev, etc.).

-- Em cumprimento da citada resolução 16-2 da VII Conferência de Toda a Rússia do POSDR(b) -- e não por sua vontade pessoal como os trotskistas pretendem fazer crer – Lénine, com Kamenev e Zinoviev, dirigiu-se em 23 de Maio a uma conferência dos «Interdistritais», onde apresentou as decisões do CC do POSDR(b) sobre as condições de unificação [77].

-- Depois de Lénine, Trotski tomou a palavra e opôs-se aos termos de unificação de Lénine. Entre outras coisas disse: «Eu não me posso chamar bolchevique. ... Não nos podem pedir que reconheçamos o bolchevismo.» Dada a influência de Trotski nos «Interdistritais», a proposta de Lénine foi chumbada. De novo na sua pose de defensor da unidade de todos os social-democratas, Trotski exigiu que fosse realizada uma conferência de unidade com bolcheviques, OID e até mesmo mencheviques. Além disso, Trotski favorecia a unificação do partido segundo as linhas trotskista e menchevique e não segundo os princípios bolcheviques. (Lénine anotou alguns pontos do discurso de Trotski: [78]. Ver também Lénine, Sobre a Unificação dos Internacionalistas, Maio 31, 1917.)

-- Após a manifestação de Julho de 1917 [79], Trotski foi preso a 7 de Agosto pelo governo provisório. (Também foram presos e perseguidos líderes bolcheviques.) Enquanto estava na prisão, os cerca de 4.000 membros da OID ingressaram a 8 de Agosto no POSDR(b) no seu VI Congresso, celebrado em semi-clandestinidade e presidido por Estáline. O congresso confirmou os termos de unificação de Lénine. (Este, ferozmente perseguido pelo governo provisório, estava refugiado e colaborava nos trabalhos do congresso através de mensageiros. O relatório político do CC e o referente à situação política foram apresentados, a pedido do CC, por Estaline.)

-- Segundo um dos membros da OID, Trotski na prisão (onde foi bem tratado e autorizado a comunicar com o exterior) tentara amedrontá-los alegando práticas ditatoriais dos bolcheviques e persuadiu-os a ingressar no Partido Bolchevique como um grupo separado e compacto. Trotski procurou manter dentro do Partido Bolchevique a sua própria organização política que poderia usar mais tarde na luta contra Lénine, [3] o que veio de facto a acontecer.

-- Depois da OID ingressar no POSDR(b), Trotski continuou a rejeitar a necessidade de trabalhar escrupulosamente com as massas. Segundo ele, a classe trabalhadora da Rússia falharia nos seus esforços, por maiores que fossem, para alcançar o socialismo se não houvesse uma revolução proletária mundial bem sucedida num futuro próximo.

--- Ao ingressar nos bolcheviques, muitos dos «inter-distritais» romperam com o oportunismo. Mas, como mostraram os desenvolvimentos subseqüentes, para Trotski e alguns dos seus apoiantes isso era apenas uma formalidade: continuaram a propor as suas visões perniciosas, desrespeitaram a disciplina e minaram a unidade ideológica e organizativa do Partido.

Pode-se perguntar: porque razão Lénine e a liderança bolchevique se interessou em que a OID se fundisse no POSDR(b)? Duas razões podem ser avançadas: havia muitos operários influentes na OID que já tinham sido bolcheviques e que facilmente regressavam ao POSDR(b) [80] enriquecendo as forças revolucionárias (ver acima o que Lénine disse na VII Conferência de Toda a Rússia do POSDR(b), etc.); do OID vieram quadros com capacidades técnicas (questões económicas, contactos com o estrangeiro, etc.) úteis ao POSDR(b) -- que tinha uma penúria de quadros -- e que devidamente integrados e orientados serviriam lealmente o partido. Dos acima citados isso aconteceu com A. Lunacharski, M. Uritski e V. Volodarski.

Outra questão: porque razão Trotski acabou por ingressar no POSDR(b) submetendo-se aos termos de unificação confirmados no VI Congresso? As razões são várias: porque, de outro modo, arriscava-se a ficar isolado e perder o comboio da revolução; porque o partido bolchevique crescia aceleradamente, triplicando o número de membros em três meses [81]; porque, apesar do então domínio dos sovietes por mencheviques e SRs (cujos líderes se tinham aliado à burguesia), havia já sinais concretos da crescente influência bolchevique nas massas populares e nas suas lutas [82], que não deixaria de se manifestar manifestar nos sovietes [83]; porque considerava o partido não como um órgão colectivo com qualquer poder sobre ele e via a sua adesão como um meio de adquirir poder sobre o partido e tornar-se o segundo no comando; porque acreditava que a situação internacional iria demonstrar que era ele que tinha razão e não Lénine -- a Rússia «atrasada» não poderia sozinha construir o socialismo; porque – como os factos iriam mais tarde mostrar – Trotski esperava, uma vez dentro do POSDR(b), vir a pôr de lado Lénine, vir a derrotar a linha leninista substituindo-a pela sua própria linha oportunista, e vir a chefiar o partido com a ajuda dos seus fiéis seguidores.

Quanto a pôr de lado Lénine, logo a seguir às manifestações de Julho, houve um episódio que dá que pensar. Nessa altura, toda a reacção, dos monárquicos aos mencheviques, aterrorizada pelas massas populares que seguiam os bolcheviques, redobrou na calúnia de que Lénine e associados eram agentes da Alemanha por defenderem a derrota do governo na guerra [84]. O ministro da Justiça, o SR P. N. Pereverzev, entregou documentos à imprensa que falsamente acusavam Lénine de ser um agente alemão [84]. Desencadeou-se uma verdadeira caça aos líderes bolcheviques que tiveram que se esconder, e uma feroz histeria anti-Lénine. Lénine, com o apoio de membros do CC, escondeu-se numa cabana em Razliv (a 28 km de Petrogrado). O governo provisório emitiu ordem de prisão de Lénine. Para além dos reaccionários, os bolcheviques Kamenev e Rikov também eram de opinião que Lénine devia ir a tribunal para se defender das calúnias. Como se a «justiça» do governo provisório fosse imparcial! Sobre isto, Trotski afirmou mais tarde – em 1932 -- com razão [85]: «Para os organizadores da falsificação judicial, não se tratava de "justiça", mas de aprisionar e matar Lénine, como foi feito dois anos depois na Alemanha com Karl Liebknecht e Rosa Luxemburg.» Contudo, e apesar do que mais tarde disse, Trotski na altura foi um dos que mais fortemente se pronunciou para que Lénine se entregasse à «justiça»! Mas, claro, em 1932 Trotski esforçava-se por se mostrar como um leninista! (Ver mais em [86]; Estáline, conforme outros dirigentes bolcheviques reconheceram, incluindo a companheira de Lénine N. Krupskaia, foi o mais forte opositor a que Lénine se entregasse à «justiça», mesmo quando Lénine ainda estava hesitante [87].)
May-September 1917 -- Trotsky and his associates join the RSDLP(B)

On March 8, 1917, the Russian Revolution, called of February [72], broke out in Petrograd [73]. Vladimir Lenin arrived in Petrograd coming from Zurich on the evening of April 16. Leon Trotsky (Lev Davidovich Bronstein) arrived on May 17 coming from New York.

There is a widespread idea that as soon as Trotsky arrived in Petrograd he was accepted by Lenin in the RSDLP(B) [74]. It is yet another myth put up by the Trotskyists that the Western reaction has gleefully welcomed. It opened the way to stating that Trotsky was Lenin's heir and a true Bolshevik instead of the "bloodthirsty dictator" Stalin. This myth is totally false.

Here is how events unfolded:

-- First of all, Lenin read his famous “April Theses” [75] the day after his arrival, April 17, at two meetings of the All-Russian Conference of Soviets of Workers' and Soldiers' Deputies. Among the various theses which Lenin defended for the revolutionary social democracy stood the following ones:  1) “In our attitude towards the war … not the slightest concession to ‘revolutionary defencism’ is permissible.” 2) “The specific feature of the present situation in Russia is that the country is passing from the first stage of the revolution … to its second stage, which must place power in the hands of the proletariat and the poorest sections of the peasants.” 3) “No support for the Provisional Government; the utter falsity of all its promises should be made clear, particularly of those relating to the renunciation of annexations.”

-- On the first day of the Seventh All-Russia Conference of the RSDLP(B), May 7-12, Lenin analysed the current situation and read drafts of resolutions. One of them stated: “It must be admitted that the great mass of ‘revolutionary defencists’ are honest, i.e., they are really opposed to annexations, to conquests, to oppressing weak peoples; they are really working for a democratic, non-coercive peace among all the belligerents.” This idea is taken into account in point 2 of article 16 (On the Unification of the Internationalists Against the Petty-Bourgeois Defencist Bloc) of the final resolution: “2. To recognise as necessary rapprochement and unification, on the basis of rejecting the policy of petty-bourgeois betrayal of socialism, with all groups and trends taking a genuinely internationalist stand.” This resolution was also consistent with the aforementioned theses 1 and 3.

-- Trotsky arrived at Petrograd as a fierce opponent of the Bolsheviks. Nevertheless, he refused to join any of the Menshevik organizations which at the time had their own leaders and which, moreover, were in the grip of a serious crisis. Instead, he became a member and leader of the so-called Inter-district Organization (IDO) [76], a conciliatory and centrist faction of Petrograd, where were to be found other intellectuals faithful to him (A. Joffe, A. Lunacharsky, M. Uritsky, D. Riazanov, V. Volodarsky, L. Karakhan, D. Manuilsky, I. Yurenev, etc.).

-- In compliance with the aforementioned resolution 16-2 of the Seventh All-Russia Conference of the RSDLP(B) -- and not by mere satisfaction of his own personal wish as the Trotskyists would us to believe -- Lenin addressed a Conference of the “Inter-districtists”, on May 23, where he presented the decisions of the RSDLP(B) CC on the conditions for unification [77].

-- Trotsky took the floor immediately after Lenin, and opposed Lenin's terms of unification. He said among other things: “I cannot call myself a Bolshevik. … We cannot be asked to recognise Bolshevism.” Given Trotsky's influence on the “Inter-districtists”, Lenin's proposal was voted down. Posing once again as a defender of the unity of all social democrats, Trotsky demanded that a unifying conference should be held with Bolsheviks, IDO and even with outright Mensheviks. Moreover, Trotsky stood in favour of unifying the party along the Trotskyist and Menshevik lines rather than on Bolshevik principles. (Lenin took notes of some points of Trotsky's speech: [78]. See also Lenin, The Question of Uniting the Internationalists, May 31, 1917.)

-- In the aftermath of the July 1917 demonstration [79], Trotsky was arrested by the Provisional Government on 7 August. (Bolshevik leaders were also arrested and persecuted.) While Trotsky was in prison, the ca. 4,000 IDO members entered on 8 August the RSDLP(B) at its Sixth Congress. The Congress was held in semi-clandestinity, presided over by Stalin, confirmed Lenin’s terms of unification. (Lenin, fiercely persecuted by the provisional government, was in hiding and collaborated in the works of the congress through messengers. The CC political report and the report on the political situation were presented, at the CC's request, by Stalin.)

-- According to one of the members of the IDO, Trotsky while in prison (where he was well treated and allowed to communicate with the outside) tried to frighten them by alleging dictatorial practices by the Bolsheviks and persuaded them to join the Bolshevik Party as a separate and compact group. Trotsky sought to maintain within the Bolshevik Party his own political organization which he could later use in the struggle against Lenin, [3] which indeed it was to take place later.

-- After the IDO joined the RSDLP(B), Trotsky continued to reject the need to work with the masses in a scrupulous way. According to him, Russia's working class would fail in its efforts, however great, to achieve socialism if no successful world proletarian revolution would take place in the near future.

-- Upon joining the Bolsheviks many of the “inter-districtists” broke with opportunism. But, as subsequent developments showed, for Trotsky and some of his supporters this was only a formality: they went on propounding their pernicious views, flouted discipline and undermined the Party’s ideological and organisational unity.

One may ask: Why was Lenin and the Bolshevik leadership interested in merging the IDO into RSDLP(B)? Two reasons can be advanced: there were many influential workers in the IDO who had once been Bolsheviks and could easily return to the RSDLP(B) [80] enriching the revolutionary forces (see above what Lenin said at the Seventh All-Russia Conference of the RSDLP(B),  etc.); from the IDO came cadres with technical skills (on economic issues, foreign contacts, etc.) useful to the RSDLP(B) -- which had a shortage of cadres -- and who properly integrated and guided would loyally serve the party. From the above mentioned this happened with A. Lunacharsky, M. Uritsky and V. Volodarsky.

Another question: why did Trotsky eventually join the RSDLP(B) submitting to the unification terms confirmed at the Sixth Congress? The reasons are various: because otherwise he’d risk being isolated and losing the train of the revolution; because the Bolshevik party grew rapidly, tripling its membership in three months [81]; because, despite the then dominance of the Soviets by Mensheviks and SRs (whose leaders had allied themselves with the bourgeoisie), there were already concrete signs of the growing Bolshevik influence on the popular masses and their struggles, [82] which would not fail to manifest itself in the Soviets [83]; because he considered the party not as a collective body with any power over him and saw his membership as a means of gaining power over the party and becoming second in command; because he believed that the international situation would show that he was right all along and not Lenin – “backward” Russia could not build socialism on its own; because -- as facts would later show -- Trotsky hoped, that once inside the RSDLP(B) he would ultimately be able drive Lenin aside, to defeat the Leninist line replacing it by his own opportunist line, and to head the party with the help of his faithful followers.

As regards setting Lenin aside, there was an event, just after the July demonstrations, that makes one think. At that time, the entire reaction from the monarchists to the Mensheviks, terrified by the popular masses who followed the Bolsheviks, redoubled in the slander that Lenin and his associates were agents of Germany for defending the government's defeat in the war [84]. The Minister of Justice, the SR P. N. Pereverzev, delivered documents to the press which falsely accused Lenin of being a German agent. [84] There was an all-out hunt of the Bolshevik leaders who had to hide, and a fierce anti-Lenin hysteria. Lenin, with the support of CC members, hid in a hut in Razliv (28 km from Petrograd). The provisional government issued an arrest warrant for Lenin. In addition to the reactionaries, the Bolsheviks Kamenev and Rykov were also of the opinion that Lenin should go to court to defend himself against slander. As if the "justice" of the provisional government were impartial! Of this, Trotsky later – in 1932 -- rightly stated [85]: “For the organisers of judicial forgery it was not a question of ‘justice’ but of seizing and killing Lenin, as was done two years later in Germany with Karl Liebknecht and Rosa Luxembourg.” However, and despite what he later said, Trotsky at the time was one of the strongest advocates for Lenin to surrender to "justice"! But, of course, in 1932 Trotsky strove to appear as a Leninist! (See more in [86]; Stalin, as acknowledged by other Bolshevik leaders, including Lenin's wife N. Krupskaya, was the strongest opponent to Lenin surrendering to "justice" even when Lenin was still hesitant [87].)



Outubro-Novembro de 1917 – Trotski na Revolução de Outubro

Depois das manifestações de Julho e do esmagamento de um putsch militar contra-revolicionário que se lhe seguiu, cada vez mais as massas populares compreenderam a correcção das teses bolcheviques. E essa compreensão operava-se rapidamente. Quem tenha passado por uma revolução sabe bem como alguns dias em tempo de revolução ensinam mais que muitos anos em tempo «normal».

Lénine chamou a atenção para essa mudança da correlação de forças e da necessidade de desencadear a revolução socialista desde pelo menos 25 de Setembro de 1917 quando escreveu uma Carta ao Comité Central, aos Comités de Petrogrado e de Moscovo do POSDR(b) intitulada Os Bolcheviques Devem Tomar o Poder. A carta, com explicação clara das razões da tese, começava assim: «Tendo obtido a maioria nos Sovietes de deputados operários e soldados de ambas as capitais, os bolcheviques podem e devem tomar o poder de Estado nas suas mãos».

Durante cerca de um mês, Lénine escreveu vários cartas e artigos e foram realizadas muitas reuniões que mostraram a adesão do partido e das massas populares à insurreição armada para tomada do  poder [88]. Na Carta ao CC, CM, CP e aos Membros Bolcheviques dos Sovietes de Petrogrado e Moscovo, de 14 de Outubro Lénine assinala que em Moscovo 99% dos soldados eram pelos bolcheviques e que nas eleições para o soviete de Moscovo 47% dos votos eram pelos bolcheviques. Com o apoio dos SRs de Esquerda, que tinham chegado a um acordo com os bolcheviques, existia agora uma sólida maioria a favor da revolução nos principais sovietes. Nessa carta, Lénine afirma: «A vitória está assegurada, e há nove probabilidades em dez de ser sem derramamento de sangue. Esperar é um crime perante a revolução.» Lénine estava certo: a revolução venceu sem dificuldade e quase sem derramamento de sangue.

Em 23 de Outubro foi realizada uma reunião do CC em Petrogrado na qual Lénine participou e apresentou um relatório sobre a situação política seguido da proposta de resolução sobre a insurreição armada. Zinoviev e Kamenev votaram contra. Quanto a Trotski, que tinha tido uma posição correcta aquando do boicote ao pré-parlamento [89], desta vez a sua costela «centrista» falou mais alto: Trotski absteve-se (!) nesta questão crucial, alegando que a insurreição deveria ser adiada até ao II Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia (a realizar a 7 de Novembro). Na prática isso significava conceder ao governo provisório tempo para concentrar as forças necessárias para esmagar a insurreição aquando do Congresso. De facto, a abstenção sob o pretexto de adiar até ao II Congresso não só não se distinguia na prática do capitulacionsimo de Zinoviev e Kamenev como era até pior nas suas consequências, pois abria a possibilidade de um golpe antecipatório letal contra o POSDR(b) e a liderança bolchevique, particularmente Lénine. Note-se que a tese de Trotski já tinha sido combatida por Lénine a 12 de Outubro, mostrando que equivalia brincar às insurreições e iludir as massas com a ideia de que a tomada de poder se podia fazer com «resoluções» legais [90].

Na reunião de 23 de Outubro os outros membros do CC opuseram-se aos capituladores:  numa decisão de grande importância histórica, a resolução sobre a insurreição foi aprovada por 10 votos contra 2. Foi criado um Bureau Político para a direção política da insurreição (BPR)  presidido por Lénine e de que faziam parte Estáline, Bubnov, Trotski, Sokolnikov, Zinoviev e Kamenev. Numa reunião alargada do CC a 29 de Outubro (com representantes do CEC-Comité Executico Central dos sovietes de Petrogrado, da organização militar adjunta ao CC, do Soviete de Petrogrado, dos sindicatos, dos comités de fábricas, etc.) a proposta de insurreição foi aprovada por 20 votos a favor, 2 contra (Zinoviev e Kamenev) e 3 abstenções. Foi constituído, como parte do Comité Militar Revolucionário do Soviete de Petrogrado, o Centro Militar Revolucionário (CMR) para dirigir a insurreição (em conformidade com as directivas do CC) integrado pelos seguintes membros do CC: Estáline, Sverdlov, Bubnov, Djerjinski e Uritski. Fazia também parte do CMR Pavel Lazimir, um SR de Esquerda. No mesmo dia uma reunião do CC elegeu um Centro do Partido, encabeçado por Estáline, para dirigir a insurreição [91]. Esta teve início a 6 de Novembro. A 7 de Novembro (25 de Outubro segundo o antigo calendário, daí a designação Revolução de Outubro), com a insurreição bem sucedida, o poder foi entregue aos sovietes no seu II Congresso.

Trotski era na altura presidente do Soviete de Petrogrado e estava sob liderança directa do CC. Como presidente do Soviete fez e falou o que o CMR e o BPR decidiram. Trotski era membro do BPR mas não do CMR, o centro prático da insurreição. Não podia, portanto, ter um papel de relevo na revolução. Trotski, apesar do seu «centrismo» abstencionista, acabou por junter-se à revolução com suficiente bom grado, mas com uma reserva expressa na reunião de 23 de Outubro que já naquele tempo o aproximava de Zinoviev e Kamenev: declarou que se a revolução não eclodisse e não tivesse sucesso na Europa Ocidental, a Rússia revolucionária não seria capaz de resistir à Europa conservadora, e que duvidar disso era dar prova de estreiteza nacional, tese que continuou a defender.

Apesar dos factos expostos, Trotski, já durante a revolução e mais tarde nos seus livros procurou fazer crer que tinha tido um papel central especial na revolução e que tinha sido pelo menos um co-líder da revolução. Os seus talentos de auto-propaganda ajudaram-no a construir esse mito que os seus biógrafos e demais trotskistas sustentam sem qualquer fundamento. John Reed, o famoso autor de Os Dez Dias que Abalaram o Mundo foi na altura um dos convencidos por Trotski (a obra é de interesse apesar disso). Mas não foi o único. Um caso notável é o do capitão Jacques Sadoul da Missão Militar Francesa em Petrogrado, que no seu livro Notes sur la Révolution Bolchevique considera Lénine como mero assistente de Trotski! [92]

Na verdade, tendo em conta os factos duros e a distorção que deles fez Trotski, uma apreciação sóbria e até mesmo benigna do papel de Trotski na Revolução de Outubro – por muito que isto choque os trotskistas – é a de Estáline [93]:

«Assim, como se vê, .... Trotski não foi eleito para o centro prático, chamado a dirigir a insurreição. .... não há nada de estranho nisso, pois nem no partido, nem na insurreição de Outubro, Trotski desempenhou algum papel especial, nem poderia fazê-lo, pois era um homem relativamente novo no nosso partido no período de Outubro. Ele, como todos os trabalhadores responsáveis, apenas cumpriu a vontade do Comité Central e dos seus órgãos. ...

«Naturalmente, isso não significa que a insurreição de Outubro não tenha tido o seu inspirador. Ela teve o seu inspirador e líder, mas este era Lénine, e nenhum outro senão Lénine. ....

«Muito bem, dizem-nos, mas não se pode negar que Trotski lutou bem no período de Outubro. Sim, isso é verdade, Trotski realmente lutou bem em Outubro. Mas Trotski não foi o único que lutou bem no período de Outubro. Até pessoas como os socialistas-revolucionários de esquerda, que ficaram ao lado dos bolcheviques, também lutaram bem. Em geral, devo dizer que, no período de uma insurreição vitoriosa, quando o inimigo está isolado e a insurreição avança não é difícil lutar bem. Nesses momentos, até as pessoas atrasadas se tornam heróis.»

27 de Novembro de 1917-3 de Março de 1918
O Tratado de Brest-Litovsk

Após a vitória da Revolução de Outubro, a principal tarefa do POSDR(b) e do governo soviético era consolidar os ganhos revolucionários e tornar o Estado soviético um baluarte do socialismo. Uma tarefa urgente era terminar a guerra, o que implicava concluir o mais breve possível um tratado de paz com a Alemanha.

Já analisámos em  artigos anteriores o desempenho danoso de Trotski como Comissário do Povo dos Negócios Estrangeiros e como chefe da delegação soviética nas conversações com os alemães em Brest-Litovsk. Num momento crucial dessas negociações, quando os alemães submeteram uma proposta de tratado a 10 de Fevereiro de 1918, Trotski violou as instruções do CC e do governo soviético (CCP-Conselho dos Comissários do Povo) de aceitar as condições alemãs apesar de duras, pois não havia condições objectivas senão ter de aceitar essas condições e o mais cedo possível.

Trotski declarou aos alemães (em nome do CCP de que era representante) que não assinava o  tratado de paz,  terminava unilateralmente a guerra e desmobilizava o exército! Este disparate ficou conhecido pela formulação sem sentido de «nem paz nem guerra». [94] Há trotskistas que clamam contra esta fórmula por alegadamente Trotski não a ter cunhado. Não têm razão: 1) A declaração de Trotski é correctamente sintetizada por essa fórmula, reconhecida por historiadores de diversas persuasões ideológicas [95]; 2) nas reuniões do CC a posição de Trotski, já em Janeiro, era assim denomnada, e Trotski sabia disso.

Assim, na reunião do CC de 21 de Janeiro, Lénine chamou à fórmula de Trotski de «nem paz nem guerra» uma «demonstração política internacional» (Trotski justificava-a como apelo aos trabalhadores europeus para se revoltarem e ajudar a revolução russa, um disparate aventureiro) que não podiam permitir: «Se os alemães avançarem, teremos que concluir a paz de qualquer forma, mas os termos serão piores se não assinarmos agora». A fórmula de Trotski de «nem paz nem guerra» também foi assim discutiva e votada na reunião do CC de 22 de Janeiro.

Logo a seguir à sua declaração de 10 de Fevereiro, Trotski abandonou Brest-Litovsk com o argumento igualmente disparatado de que «só podemos ser salvos no verdadeiro significado da palavra por uma revolução europeia» -- mais uma pérola da «revolução permanente». Em Petrogrado «houve quase um banquete de amor de reconciliação com os Socialistas-Revolucionários [SRs] de Direita, que não podiam deixar de aplaudir a estratégia de Trotski». [96]

Nessa altura Trotski era já um aliado do grupo dos «comunistas de esquerda» encabeçado por Bukarin que defendia uma utópica e disparatada «guerra revolucionária» contra a Alemanha e outros. Uma aliança que irá renovar-se nos anos 30, mas então com Bukarin já abertamente de direita. Aliança que não surpreende porque Trotski sempre foi um menchevique (e mesmo pior, como veremos mais tarde) dissimulado por fraseologia de esquerda.

Há factos que mostram um lado sinistro de Trotski. Quando Trotski declarou o «nem paz nem guerra» em Brest-Litovsk a 10 de Fevereiro, logo exigiu por telégrafo ao comandante-chefe supremo N. V. Krilenko, sem que o soubessem Lénine e o CCP, emitisse ordem de desmobilização em todas as frentes, fazendo crer que o tratado de paz tinha sido assinado. [97] Tendo sabido disso, a 11 de Fevereiro pela Ordem do Dia de Krilenko, Lénine enviou imediatamente a 12 de Fevereiro um telegrama dizendo: «Notificar todos os comissários do exército e Bonch-Bruyevich que todos os telegramas assinados por Trotski e Krylenko sobre a desmobilização do exército devem ser suspensos. ... »

No final de Fevereiro de 1918, numa reunião do núcleo dirigente dos «comunistas de esquerda» (Bukharin, Preobrajenski, Radek, Ossinski) estes, em entendimento com os SR de Esquerda, planearam prender Lénine, Estáline e Sverdlov, sem pôr de lado assassiná-los, e constituir um novo governo que certamente poria fim à construção do socialismo. Trotski, em contacto com Bukharin, estava a par disso. [98]

Bruce Lockhart, um agente especial dos Serviços Secretos Britânicos, chegou à Rússia em 18 de Janeiro de 1918, para explorar o movimento de oposição dentro do governo soviético. Como Lockhart revelou mais tarde nas suas memórias, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico estava extremamente interessado nas «dissensões entre Lénine e Trotski». [99] Inicialmente, Lockhart estava inclinado a acreditar que os interesses britânicos impunham um acordo com Trotski. Trotski e seus aliados [os «comunistas de esquerda»] estavam na altura a atacar Lénine com o argumento de que a sua política de paz era uma «traição à Revolução». [99] Segundo Lockhart, Trotski procurava formar um bloco de «guerra santa» dentro do Partido Bolchevique, destinado a obter apoio e força dos Aliados para afastar Lénine do poder. Lockhart estabeleceu contacto pessoal com Trotski assim que este voltou de Brest-Litovsk. Trotsky concedeu-lhe uma entrevista de duas horas. Nessa mesma noite, Lockhart registou no seu diário as suas impressões pessoais de Trotski: «Parece-me um homem que morreria de bom grado a lutar pela Rússia, desde que tivesse uma audiência suficientemente grande para o ver fazer isso.» Lockhart e Trotsky logo se tornaram íntimos. Lockhart dirigia-se a Trotski familiarmente como «Lev Davidovich» e sonhava, como disse mais tarde, em «dar um grande golpe com Trotski». Mas Lockhart chegou relutantemente à conclusão de que Trotski simplesmente não tinha o poder de substituir Lénine. [99]

Por causa de Trotski e dos «comunistas de esquerda» a jovem República Soviética (RSFSR) correu um perigo mortal. Lénine denunciou com irritação o comportamento de Trotski em Brest-Litovsk e as propostas de e Trotski -- «descontinuação da guerra, recusa em assinar a paz e desmobilização do exército» -- como «loucura ou coisa pior».[99] Na verdade, se não fosse a acção esclarecedora e persistente de Lénine, Estáline, Sergueiev (Artiom), Sverdlov, e outros, podia ter sido o fim da RSFSR. O aventureirismo de Trotski teve consequências pesadas. Os alemães ocuparam mais território e, quando por fim o tratado de paz foi assinado a 3 de Março, impuseram condições mais duras e humilhantes do que as oferecidas inicialmente. Trotski, segundo Lénine, fez o jogo dos alemães e «de facto ajudou os imperialistas alemães».[99]

Numa reunião do CC a 23 de Fevereiro, para discutir as novas condições de paz alemãs que exigiam resposta em 48 horas, Trotski declarou que, por estar em desacordo com Lénine, abandonava o cargo de Comissário do Povo dos Negócios Estrangeiros. Em 14 de Março, reuniu-se em Moscovo o Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia. Os delegados debateram, durante dois dias e noites, a questão de ratificar o tratado de Brest-Litovsk. A oposição de Trotski interveio em força contra Lénine e seus associados; mas o próprio Trotski, como escreveu um agente secreto americano (na altura em Petrogrado como chefe da Cruz Vermelha), estava «amuado em Petrogrado e recusou-se a ir». O Congresso dos Sovietes aprovou o tratado. [99]
October-November 1917 -- Trotsky in the October Revolution

After the July demonstrations and the crushing of a subsequent counter-revolutionary military putsch, the popular masses increasingly understood the correctness of the Bolshevik theses. And that understanding grew up quickly. Anyone who has gone through a revolution knows well how a few days in time of revolution teach more than many years in "normal" time.

Lenin drew attention to this change in the correlation of forces and the need to unleash the socialist revolution, since at least 25 September 1917 when he wrote A Letter to the Central Committee and the Petrograd and Moscow Committees of the RSDLP(B) entitled The Bolsheviks Must Assume Power. The letter, with a clear explanation of the reasons fundamenting the thesis, began: "The Bolsheviks, having obtained a majority in the Soviets of Workers’ and Soldiers’ Deputies of both capitals, can and must take state power into their own hands."

For about a month Lenin wrote several letters and articles, and many meetings were held which showed that the party and the popular masses were adhering to the armed uprising and taking over the power. [88] In the Letter to the Central Committee, The Moscow and Petrograd Committees and the Bolshevik Members of the Petrograd and Moscow Soviets, of 14 October, Lenin points out that in Moscow 99% of the soldiers stood by the Bolsheviks and that in the elections for the Moscow Soviet 47% of the votes were in the Bolsheviks. With the support of the Left SRs, who had reached an agreement with the Bolsheviks, there was now in the main Soviets a solid majority in favour of the revolution. In this letter Lenin states: “Victory is certain, and the chances are ten to one that it will be a bloodless victory. To wait would be a crime to the revolution.” Lenin was right: the revolution won without difficulty and was almost bloodless.

On 23 October a CC meeting was held in Petrograd in which Lenin participated and presented a report on the political situation followed by the motion for a resolution on the armed uprising. Zinoviev and Kamenev voted against. As for Trotsky, who had taken a correct position at the time of the boycott of the pre-parliament, [89] this time his "centrist" nature spoke louder: Trotsky abstained (!) on this crucial issue, arguing that the insurrection should be postponed until the Second All-Russian Congress of Soviets (to be held on November 7). In practice this meant affording time to the provisional government to concentrate the forces necessary to crush the insurrection at the Congress. In truth, the abstention under the pretext of a postponing until the Second Congress not only did not distinguish itself in practical  terms from the capitulation of Zinoviev and Kamenev but was even worse in its consequences, since it afforded the possibility of a lethal anticipatory blow against the RSDLP(B) and the Bolshevik leadership, particularly Lenin. It should be noted that Trotsky's thesis had already been opposed by Lenin on October 12, stating that it was tantamount to playing at insurrections and deluding the masses with the idea that the seizure of power could be done with legal "resolutions" [90].

At the meeting of October 23 the other members of the CC opposed the capitulators: in a decision of great historical importance, the resolution on the insurrection was passed by 10 votes to 2. A Political Bureau for the political direction of the insurrection (RPB) was formed chaired by Lenin and which included Stalin, Bubnov, Trotsky, Sokolnikov, Zinoviev, and Kamenev. At an enlarged CC meeting on 29 October (with representatives of the Petrograd CEC-Central Executive Committee of the soviets, the CC's adjunct military organization, the Petrograd Soviet, trade unions, factory committees, etc.) the proposal for insurrection was approved by 20 votes in favour, 2 against (Zinoviev and Kamenev) and 3 abstentions. As part of the Revolutionary Military Committee of the Petrograd Soviet, a Revolutionary Military Centre (RMC) was set up to direct the insurrection (in accordance with the CC directives) with the following CC members: Stalin, Sverdlov, Bubnov, Dzherzhinsky and Uritsky. A member of the RMC was also Pavel Lazimir, a Left SR. On the same day a CC meeting elected a Party Centre, headed by Stalin, to direct the insurrection. [91] The insurrection began on 6 November. On November 7 (October 25 according to the old calendar, hence the name October Revolution), with the success of the insurrection, power was handed over to the Soviets at their Second Congress.

Trotsky was at the time chairman of the Petrograd Soviet and was under direct guidance of the CC. As chairman of the Soviet he did and spoke what the RMC and the RPB had decided. Trotsky was a member of the RPB but not of the RMC, the practical centre of the uprising. He could not therefore play a major role in the revolution. Trotsky, despite his abstentionist "centrism," eventually joined the revolution willingly enough, but with an express reservation at the 23 October meeting that already at that time drew him closer to Zinoviev and Kamenev: he declared that if the revolution did not break out and was not successful in Western Europe, revolutionary Russia would not be able to hold out against conservative Europe, and that to doubt of this opinion was to give proof of national narrow-mindedness; he persisted afterwards in this opinion.

Despite these facts, Trotsky, already during the revolution and later in his books, strove to have people believe that he had had a special central role in the revolution and that he had been at least a co-leader of the revolution. His self-advertizing talents helped him build this myth that his biographers and other Trotskyists uphold without any foundation. John Reed, the famous author of Ten Days that Shook the World was at the time one of those who became convicted by Trotsky (in spite of this Reed’s book is of interest). But Reed did not stand alone on that. A notable case is that of Captain Jacques Sadoul of the French Military Mission in Petrograd, who in his book Notes sur la Révolution Bolshevique considers Lenin as a mere assistant of Trotsky! [92]

In truth, taking hard facts into account and Trotsky's distortion of them, a sober and even benign appraisal of Trotsky's role in the October Revolution -- however shocking this may look to Trotskyists -- is that of Stalin [93]:

“Thus, as you see, …. Trotsky, was not elected to the practical centre, which was called upon to direct the uprising. …. there is nothing strange about it, for neither in the Party, nor in the October uprising, did Trotsky play any special role, nor could he do so, for he was a relatively new man in our Party in the period of October. He, like all the responsible workers, merely carried out the will of the Central Committee and of its organs. ....

“This, of course, does not mean that the October uprising did not have its inspirer. It did have its inspirer and leader, but this was Lenin, and none other than Lenin, ....

“Granted, we are told, but it cannot be denied that Trotsky fought well in the period of October. Yes, that is true, Trotsky did, indeed, fight well in October; but Trotsky was not the only one who fought well in the period of October. Even people like the Left Socialist-Revolutionaries, who then stood side by side with the Bolsheviks, also fought well. In general, I must say that in the period of a victorious uprising, when the enemy is isolated and the uprising is growing, it is not difficult to fight well. At such moments even backward people become heroes.”

November 27, 1917-3 March 1918
The Brest-Litovsk Treaty

After the victory of the October Revolution, the main task of RSDLP(B) and the Soviet government was to consolidate the revolutionary gains and make the Soviet state a bulwark of socialism. An urgent task was to end the war, which meant concluding a peace treaty with Germany as soon as possible.

We have already analyzed in previous articles Trotsky's wrecking performance as People’s Commissar of Foreign Affairs and as head of the Soviet delegation in the negotiations with the Germans in Brest-Litovsk. At a crucial juncture of these negotiations, when the Germans submitted a treaty proposal on 10 February 1918, Trotsky violated the instructions from the CC and the Soviet government (CPC-Council of People's Commissars) to accept the German conditions, although harsh, since there were no objective conditions but to have to accept those conditions, and as soon as possible.

Trotsky declared the Germans (on behalf of the CPC, which he represented) that he would not sign the peace treaty, he was unilaterally getting out of the war and demobilizing the army! This nonsense became known by the senseless formulation of "neither peace nor war" [94]. There are Trotskyists who claim against this formula for allegedly not having been coined by Trotsky. They are wrong: (1) Trotsky's statement is correctly synthesized by this formula, recognized by historians of various ideological persuasions [95]; 2) at the CC meetings and as early as January Trotsky's position was designated in that way, and Trotsky knew this.

Thus, at the CC meeting on January 21, Lenin called Trotsky's formula "neither peace nor war" an "international political demonstration" (Trotsky justified it as an appeal to European workers to revolt and help the Russian revolution, an adventurous nonsense) that they could not afford: "If the Germans advance, we will have to conclude the peace anyway, but the terms will be worse if we do not sign now." Trotsky's formula of "neither peace nor war" was also discussed and voted as such at the CC meeting on 22 January.

Immediately after his declaration of February 10, Trotsky abandoned Brest-Litovsk with the equally foolish argument that "we can only be saved in the true meaning of the word by a European revolution" -- yet another gem of his "permanent revolution". “There was [in Petrograd] almost a love-feast of reconciliation with the Social[ist] Revolutionaries [SRs] of the Right, who could not but applaud the strategy of Trotsky.” [96]

At the time Trotsky was already an ally of the the group of "left communists" headed by Bukharin who advocated a utopian and nonsensical "revolutionary war" against Germany and other countries. An alliance that would be renewed in the 1930s, but then with Bukharin openly standing on the right. An alliance which is not that surprising because Trotsky had always been a Menshevik (and even worse, as we will see later) dissimulated by left-wing phraseology.

There are facts that show a sinister side of Trotsky. When Trotsky declared his “neither peace nor war” in Brest-Litovsk on February 10, he immediately telegraphed the Supreme Commander N. V. Krilenko, demanding him, without Lenin and the CPC knowing it, to issue the demobilization order on all fronts,. [97]. Having known that on February 11 from Krilenko’s Order of the Day, Lenin immediately sent on February 12 a telegram stating: “Notify all army commissars and Bonch-Bruyevich that all telegrams signed by Trotsky and Krylenko on demobilisation of the army are to be held up. …”

By the end of February 1918, at a meeting of the leading center of the “left communists” (Bukharin, Preobrazhensky, Radek, Ossinsky) they, in an understanding with the Left SRs, planned to arrest Lenin, Stalin and Sverdlov, without discarding killing them, and form a new government that would surely put an end to the construction of socialism. Trotsky, in contact with Bukharin, was aware of this. [98]

Bruce Lockhart, a special agent of the British Intelligence Service, went to Russia on January 18, 1918, to exploit the opposition movement within the Soviet Government. As Lockhart later revealed in his memoirs, the British Foreign Office was extremely interested in the “dissensions between Lenin and Trotsky.” [99] At first, Lockhart was inclined to believe that British interests dictated a deal with Trotsky. Trotsky and his allies [the “left communists”] were now attacking Lenin on the grounds that his peace policy was a “betrayal of the Revolution.” [99] According to Lockhart, Trotsky was trying to form a “holy war” bloc within the Bolshevik Party designed to gain Allied backing and force Lenin from power. Lockhart established personal contact with Trotsky as soon as he returned from Brest-Litovsk. Trotsky granted him a two-hour interview. That same night, Lockhart recorded in his diary his personal impressions of Trotsky: “He strikes me as a man who would willingly die fighting for Russia provided there was a big enough audience to see him do it.” Lockhart and Trotsky were soon on intimate terms. Lockhart addressed Trotsky familiarly as “Lev Davidovich,” and dreamed, as he later said, of “pulling off a big coup with Trotsky.” But Lockhart reluctantly came to the conclusion that Trotsky simply did not have the power to replace Lenin. [99]

Because of Trotsky and the «left communists» the young Soviet Republic (RSFSR) ran a mortal danger. Lenin angrily denounced Trotsky’s behaviour at Brest-Litovsk and Trotsky’s proposals -- ”discontinuance of the war, refusal to sign peace, and the demobilization of the army” -- as “lunacy or worse. [99] Indeed, had it not been for the persistent enlightening action of Lenin, Stalin, Sergeyev (Artiom), Sverdlov, and others, it could have been the end of the RSFSR. Trotsky's adventurism had heavy consequences for the RSFSR. The Germans occupied more territory, and when the peace treaty was finally signed on March 3, they imposed tougher and more humiliating conditions than those initially offered. Trotsky, according to Lenin, played into the German hands and “actually helped the German imperialists.” [99]

At a CC meeting on 23 February to discuss the new German peace conditions that required a 48-hour response, Trotsky said that because of his disagreement with Lenin, he was leaving the post of People's Commissar for Foreign Affairs. On 14 March, the All-Russian Congress of Soviets met in Moscow. The delegates discussed for two days and nights the issue of ratifying the Brest-Litovsk treaty. Trotsky's opposition intervened in all its might against Lenin and his associates; but Trotsky himself, as one American secret agent (at the time in Petrograd as head of the Red Cross) wrote, was "sulking in Petrograd and refused to come." The Congress of Soviets approved the treaty. [99]

Abril de 1918 a Novembro de 1920 -- Trotski na guerra civil

A 13 de Março de 1918, Trotski foi nomeado pelo CEC de Toda a Rússia, por proposta do CC do PCR(b) [100], Comissário do Povo para a Guerra, cargo que manteve até 15 de Janeiro de 1925.

A guerra civil e intervencionista na Rússia, com a intervenção de 14 países comandados pelos imperialistas franceses, ingleses, americanos e japoneses, já foi analisada em artigos anteriores. Vamos aqui enumerar apenas alguns aspectos do desempenho de Trotski e Estáline. Temos de referir-nos a Estáline tanto mais porque Trotski, no livro que escreveu sobre ele, afirmou: «Durante toda a duração da Guerra Civil, Estáline permaneceu uma figura de terceira ordem». [101] Vamos ver (como já descrito nos artigos anteriores) que esta é mais uma flagrante distorção trotskista dos factos, com vista ao auto-elogio.

-- Trotski teve um papel importante na organização do Exército Vermelho,  mas, ao contrário da lenda construída por Trotski e seus seguidores, está longe de ter sido o único e não agiu sozinho mas debaixo das directivas  do CC, CCP e Comité de Defesa. Estáline também teve um papel organizativo importante, quanto a nós mais importante que Trotski, tendo em conta: o seu trabalho organizativo inovador – p. ex., organização de corpos de cavalaria -- que co-desenvolveu em condições difíceis em Tsaritsine -- «Lénine considerou “as medidas decididas por Estaline” como um modelo», segundo um autor frequentemente hostil a Estáline [102]; na reorganização do exército formado por Trotski e seus amigos (Vatzetis, etc.) que estava num caos depois da derrota em Perm no Verão de 1919; na defesa de Petrogrado contra Yudenitch na coordenação de forças de exército e navais; na derrota de Wrangel; etc.,  etc. Também vários chefes militares bolcheviques tiveram contribuições notáveis na organização do Exército Vermelho, como por exemplo Frunze, Vorochilov e Budioni. E o próprio Lénine teve contribuição fundamental ao analisar que tipo de exército era necessário e como aproveitar a ciência militar burguesa. Mas quem ouve Trotski (e seus porta-vozes) parece que foi ele que fez tudo e os outros não fizeram nada.

-- Em vez de formar quadros militares de origem proletária, como fez Estáline, Trotski recorreu esmagadoramente a ex-oficiais czaristas que integrou no Exército Vermelho. Aliou-se a vários deles, dos quais se tornou amigo e, apesar das frequentes advertências do PCR(b), colocou-os em postos militares importantes. Um deles foi M. Tukatchesvski que teve má conduta na campanha da Polónia em 1920 e veio mais tarde a trair a revolução.

-- O historiador trotskista E. Wollenberg, que serviu no exército durante a guerra civil, afirma com razão que «Muitos oficiais czaristas, incluindo alguns que se voluntariaram para o serviço do Exército Vermelho, foram culpados de traição». Em artigos anteriores vimos vários exemplos disso. Certo, também houve muitos ex-oficiais czaristas que serviram lealmente o Exército Vermelho. Mas o problema é que Trotski desprezava os avisos dos que tinham suspeitas fundadas sobre os seus amigos ex-oficiais czaristas, assim como também desprezava os conselhos de comissários políticos do exército.

-- Mesmo quando as provas de traição de protegidos seus eram evidentes, Trotski desprezava-as! Em artigos anteriores indicámos alguns exemplos. Estes aspectos eram bastante graves, nomeadamente porque durante muito tempo o «bonapartismo» de Trotski levou-o a encher o Conselho Militar Revolucionário (CMR) com amigos seus. Assim, o CMR que deveria ter funções vigilantes limitava-se a obedecer a Trotski. Num dos exemplos que apontámos em artigos anteriores Estáline teve de se dirigir directamente a Lénine, como chefe do governo, para resolver uma situação deste tipo.

-- O VIII Congresso do PCR(b), em Março de 1919, debateu a política militar. Foram reveladas violações das decisões do CC sobre ex-oficiais czaristas e quanto à necessidade de centralização e disciplina. Trotski foi criticado por subestimar o papel dos quadros partidários (comissários políticos) no exército e de os subordinar aos ex-oficiais czaristas, violando o princípio bolchevique de selecção de classes nas mobilizações para o exército.

-- Ao contrário de Trotski, Estaline estava sempre vigilante em defesa da revolução e salvou a RSFSR em momentos críticos. Foi, p. ex., a liderança de Estaline que conseguiu logo no final de Junho de 1918 liquidar um complot contra-revolucionário liderado por um engenheiro de nome Alexeiev que planeava entregar Tsaritsine aos brancos.

-- Trotski, depois das medidas iniciais organizativas do Exército Vermelho, limitou-se depois a viajar no seu comboio blindado por perto de algumas frentes, acompanhado de uma guarda pessoal comandada por Blumkin, o terrorista SR que assassinou o embaixador alemão Mirbach. O comboio dispunha de um serviço de imprensa que emitia boletins de incitamento ou de apreço às tropas, apreciações políticas, ordens gerais, e telegramas a chefes militares, conforme se pode ler na obra do próprio Trotski. O orador e publicista Trotski nunca esteve numa frente de combate, ao lado dos que combatem.

-- Estaline, pelo contrário, esteve constantemente nas frentes de combate, no calor das batalhas, lado a lado com oficiais, sub-oficiais e soldados. Assim aconteceu várias vezes em Tsaritsine, na Frente Leste, em Petrogrado, na Frente Sul, etc.

-- Não se conhece nenhuma contribuição pessoal e directa de Trotski para qualquer vitória militar. As suas ordens e telegramas tratam de generalidades políticas. Os assuntos propriamente militares eram entregues por Trotski aos seus «peritos militares», os ex-oficiais czaristas. Mesmo os historiadores trotskistas E. Wollenberg e Isaac Deutscher não oferecem evidência que contrarie esta constatação.

-- De facto, Trotski não tinha quaisquer conhecimentos militares e a sua natureza aventureira levava-o a congeminar planos irrealistas. Dois exemplos: 1) No verão de 1919, depois de algumas vitórias do Exército Vermelho no Leste, Trotski afirmou que Koltchak já não era uma ameaça e propôs transferir forças do Exército Vermelho para a campanha contra Denikin no sul. Estaline apontou que isso daria a Koltchak um período de tréguas de que necessitava para reorganizar e reequipar o seu Exército e lançar nova ofensiva. O plano de Trotski foi rejeitado pelo CC. O amuado Trotski pediu a demissão. O Conselho de Defesa e o CCP declinou o pedido de Trotski mas este nunca mais participou na campanha do Leste. 2) No Outono de 1919, Trotski elaborou um plano para uma campanha contra Denikin que exigia a travessia das estepes do Don, numa região sem estradas, fervilhando de bandos de cossacos contra-revolucionários que conheciam o seu território como ninguém. Um plano sem sentido. Estaline foi expressamente enviado para a frente Sul por determinação do CC do PCR(b) de 26 de Setembro. Enviou a 15 de Outubro uma carta a Lénine rejeitando justificadamente o plano de Trotski e expondo os traços principais de um plano que concebeu de contra-ofensiva do Exército Vermelho, avançando ao longo do rio Donets onde existia uma densa rede ferroviária, abastecimentos de carvão e solidariedade dos trabalhadores. O plano de Estáline foi aceite pelo CC. Trotski foi retirado da Frente Sul e ordenado a não interferir nas operações da Frente Sul. O plano militar de Estáline foi coroado de um êxito retumbante.

-- Trotski, nas sua ambição, não recuava perante torpedear os planos de outros, em particular de Estaline, mesmo que isso pusesse em perigo o país. A tomada de Perm por Koltchak no final de 1918, soou campainhas de alarme. O CC do PCR(b) e o Conselho de Defesa, sob proposta de Lénine, nomearam a 1 de Janeiro de 1919 uma comissão composta por Estaline e Djerjinski para investigar as razões do desastre de Perm. Estaline e Djerjinski chegaram, inspeccionaram e enviaram um relatório em que apontavam, entre outras coisas, que as unidades enviadas pelo Comandante Vatzetis (escolhido e apoiado por Trotski) não eram de confiança, «em parte, mesmo hostis». Pediram o envio urgente de pelo menos três regimentos de confiança. Vatzetis recusou e só perante a insistência de Lénine e apesar da hostilidade de Trotski que pediu para chamar de volta Estaline (!), os reforços foram enviados, contribuindo para virar uma derrota numa vitória.

-- Mesmo tendo em conta a natureza brutal de qualquer guerra, os métodos de Trotski eram desnecessariamente brutais. Por exemplo, em 1918 quis fuzilar todos os comissários políticos de uma divisão de onde alguns oficiais tinham desertado para os brancos, o que levou dois membros do CMR do 3.º Exército a protestar ao CC do PCR(b) contra a «atitude extremamente irreflectida de Trotski relativamente a coisas como fuzilamentos». A ordem de Trotski não foi cumprida por recusa dos oficiais que protestaram. Autores de várias persuasões dão outros exemplos sobre a brutalidade «irreflectida» de Trotski. Não encontrámos em toda a bibliografia que consultámos, inclusive de autores anti-Estaline, a menção de eventos da guerra civil retratando comportamento «irreflectidamente» brutal de Estaline.

-- Estáline teve um papel destacado na derrota de Yudenitch na frente de Petrogrado em Junho de 1919. Numa segunda ofensiva de Yudenitch contra Petrogrado em Outubro de 1919, estando Estáline no Sul a combater Denikin, Trotski teve um papel importante na defesa de Petrogrado, nomeadamente na mobilização dos trabalhadores. Contudo, não deixou de manifestar a sua natureza aventureira quando, contra a principal directiva do Conselho de Defesa, defendeu que «por considerações puramente militares» seria vantajoso permitir que o inimigo penetrasse em Petrogrado, que se coverterria em «uma grande armadilha para a guarda branca”. Pela vitória contra Yudenitch, Estaline e Trotski foram ambos condecorados com a ordem da Bandeira Vermelha.

Depois de tudo isto, onde está a justificação de Trotski para se auto-enaltecer e rebaixar Estáline a uma «figura de terceira ordem»?
April 1918 to November 1920 - Trotsky in the Civil War

On March 13, 1918, Trotsky was appointed by the All-Russia CEC on the proposal of the RCP(B) [100] CC, People's Commissar for War, a post he held until January 15, 1925.

The civil and interventionist war in Russia, with the intervention of 14 countries commanded by the French, English, American and Japanese imperialists, has been analyzed in previous articles. Here we will list just a few aspects on the performance of Trotsky and Stalin in the war. We must refer to Stalin if for no other reason because Trotsky, in his book on Stalin, stated: "Throughout the period of the Civil War, Stalin remained a third-rate figure." [101] We will see now (as has already been described in our previous articles) that this is yet another blatant Trotskyist distortion of the facts having in view his self-aggrandizing.

-- Trotsky played an important role in the organization of the Red Army, but, unlike the legend built by Trotsky himself and his followers, he is far from having been the only one and he didn’t act alone but rather under the directives of the CC, CPC, and Committee of Defence. Stalin also played an important organizational role, in our opinion more important than Trotsky, taking into account: his innovative organizational work – e. g,, organization of cavalry corps -- which Stalin co-developed under difficult conditions in Tsaritsyn -- "Lenin regarded “the measures decided on by Stalin’ as a model", according to an author often hostile to Stalin [102]; the re-organization of the army that had been formed by Trotsky and his friends (Vatzetis, etc.) which was in a chaos after the defeat in Perm in the summer of 1919; in the defence of Petrograd against Yudenitch with the co-ordination of army and navy forces; in the defeat of Wrangel; etc., etc. Several Bolshevik military leaders also made notable contributions to the organization of the Red Army, such as Frunze, Voroshilov and Budyonny. And Lenin himself made a fundamental contribution in analyzing what kind of army was needed and how to harness bourgeois military science. But whoever listens to Trotsky (and his spokesmen) he appears as being the one who did everything whereas the others did nothing.

-- Instead of forming military cadres of proletarian origin, as Stalin did, Trotsky overwhelmingly turned to former Tsarist officers which he integrated in the Red Army. He teamed up with several of them, of whom he became friends, and despite frequent warnings from the RCP(B), he placed them in important military posts. One of them was M. Tukhachesvsky who performed badly in the Polish campaign in 1920 and later betrayed the revolution.

-- The Trotskyist historian E. Wollenberg, who served in the army during the civil war, rightly states that "Many Tsarist officers, including some who volunteered for service with the Red Army, were guilty of treachery." In previous articles we saw several examples of this. True, there were also many former tsarist officers who loyally served the Red Army. But the problem is that Trotsky payed no attention to the warnings of those who had well-founded suspicions on former tsarist officers, friends of Trotsky, as he also disregarded the advice of the political commissars of the Red Army.

-- Even when the evidence of betrayal of his protégés was evident, Trotsky despised it! In previous articles we have pointed out some examples. These were quite serious aspects, not least because for a long time Trotsky's "Bonapartism" led him to fill the Revolutionary Military Council (RMC) with his friends. Thus, the RMC to which was incumbent to have vigilant functions became confined to obeying Trotsky. In one of the examples we have pointed out in previous articles, Stalin had to go straight to Lenin, as head of government, to resolve such a situation.

-- The Eighth Congress of the RCP(B), in March 1919, discussed the military policy. Violations of CC decisions concerning former tsarist officials and regarding the need for centralization and discipline were revealed. Trotsky was criticized for underestimating the role of party cadres (political commissars) in the army and subordinating them to former tsarist officers, violating the Bolshevik principle of class selection in mobilizations to the army.

-- Unlike Trotsky, Stalin was always vigilant in defence of the revolution and saved the RSFSR at critical moments. To give an example, it was Stalin's leadership, who at the very end of June 1918 succeeded in liquidating a counterrevolutionary plot led by an engineer by the name of Alexeyev, which intended to hand over Tsaritsyn to the Whites.

-- Trotsky, after the initial organizational measures of the Red Army, limited himself to travel in his armoured train near some fronts, accompanied by a personal guard headed by Blumkin, the terrorist SR who murdered the German ambassador Mirbach. The train had a press service and issued bulletins of incitement or appraisal to the troops, political assessments, general orders, and telegrams to military leaders, as can be read in Trotsky's own writings. The orator and publicist Trotsky has never been on a combat front siding with those who were battling.

-- Stalin, on the contrary, was constantly on the fronts of combat, in the heat of battles, side by side with officers, non-commissioned officers and soldiers. This has happened several times in Tsaritsyn, in the East Front, in Petrograd, in the South Front, etc.

-- No personal and direct contribution from Trotsky to any military victory is known. His orders and telegrams deal with political generalities. The properly military affairs were handed over by Trotsky to his "military experts," the former tsarist officers. Even Trotskyist historians E. Wollenberg and Isaac Deutscher offer no evidence to contradict this observation.

-- In fact, Trotsky had no knowledge of military affairs and his adventurous nature led him to devise unrealistic plans. Two examples: 1) In the summer of 1919, after some Red Army victories in the East, Trotsky claimed that Kolchak was no longer a threat and proposed to transfer Red Army forces to the campaign against Denikin in the south. Stalin pointed out that this would give Kolchak a period of truce he needed to reorganize and re-equip his army and launch a new offensive. Trotsky's plan was rejected by the CC. The sulking Trotsky submitted his resignation. The Defence Council and the CPC declined Trotsky's request, but Trotsky never again participated in the Eastern campaign. 2) In the autumn of 1919, Trotsky devised a plan for a campaign against Denikin that required the crossing over the steppes of the Don in a region without roads, teeming with bands of counterrevolutionary Cossacks who knew their territory like no one else. A senseless plan. Stalin was expressly sent to the South by determination of the RCP(B) CC on 26 September. He sent a letter to Lenin on 15 October, justifiably rejecting Trotsky's plan, and outlining the main features of a plan he conceived for a Red Army counteroffensive, to be launched along the Donets River where there was a dense railway network, coal supplies and workers’ solidarity. Stalin's plan was adopted by the CC. Trotsky was withdrawn from the South Front and ordered not to interfere with South Front operations. Stalin's military plan was crowned with resounding success.

-- Trotsky, to satisfy his ambition, would not back off from torpedoing plans of others, particularly of Stalin, even if it endangered the country. The takeover of Perm by Kolchak in late 1918 sounded alarm bells. The RCP(B) CC  and the Defence Council, on Lenin's proposal, appointed on January 1, 1919, a commission composed of Stalin and Dzherzhinsky to investigate the reasons for the Perm disaster. Stalin and Dzherzhinsky arrived, inspected and sent a report stating, among other things, that the units sent by Commander Vatzetis (chosen and supported by Trotsky) were unreliable, "partly, even hostile." They called for the urgent dispatch of at least three reliable regiments. Vatzetis refused, and only at Lenin's insistence and despite Trotsky's hostility who demanded calling back Stalin (!), reinforcements were sent which contributed to turning a defeat into a victory.

-- Even taking into account the brutal nature of any war, Trotsky's methods were unnecessarily brutal. For instance, in 1918 he wanted to shoot all the political commissars of a division from which some officers had deserted to the Whites; this prompted two members of the RMC of the 3rd Army to protest to the RCP(B) CC against the “extremely ill-considered attitude of Trotsky relatively to things like shootings.” Trotsky's order was not fulfilled thanks to the refusal of protesting officers. Authors of various persuasions give other examples of Trotsky's "ill-considered" brutality. We have not found throughout the bibliography we consulted, including from anti-Stalin authos, the mention of civil war events which could be construed as showing "ill-considered" brutal behaviour of Stalin.

-- Stalin played a prominent role in Yudenich's defeat in front of Petrograd in June 1919. In a second Yudenich’s offensive against Petrograd on October 1919, with Stalin in the South fighting Denikin, Trotsky played an important role in Petrograd's defence, particularly in mobilizing the workers. However, he did not fail to express his adventurous propensity when, against the main directive of the Defence Council, he argued that from "purely military considerations" it would be advantageous to allow the enemy to penetrate Petrograd, which would turn into "a great trap for the White Guard”. For the victory against Yudenich, Stalin and Trotsky were both awarded the Red Banner order.

After all this, where lies Trotsky's justification for his self-aggrandizing and the demeaning of Stalin to a "third-rate figure"?

Notas V | Notes V

[72] Em 1 de Setembro de 1914, após o início 1.ªGM, o governo czarista renomeou a cidade Petrogrado, significando «cidade de Pedro», para eliminar as palavras alemãs «Sankt» e «Burg» (São Petersburgo).
On 1 September 1914, after the outbreak of WWI, the Tsarist government renamed the city Petrograd meaning "Peter's city", in order to expunge the German words “Sankt” and “Burg” (St. Petersburg).

[73] 8 de Março, segundo o calendário actual, correspondia a 23 de Fevereiro segundo o calendário Juliano usado então na Rússia, atrasado de 13 dias. Usamos sempre o calendário actual. | March 8, according to the current calendar, corresponded to February 23 according to the Julian calendar then in use in Russia, lagging behind 13 days. We always use the current calendar.

[74] O POSDR passou a ser denominado POSDR(b) (“b” de bolchevique) na Conferência de Praga de Janeiro de 1912 de que falámos na parte III. | The RSDLP was renamed RSDLP(B) (“B” from Bolshevik) at the Prague Conference of January 1912, which we discussed in part III. 

[75] Lénine, Sobre as Tarefas do Proletariado na Presente Revolução, publicado no Pravda a 20 de Abril 1917 | Lenin, The Tasks of the Proletariat in the Present Revolution, published by Pravda in April 20, 1917.

[76] Conhecida também pela designação em russo: Mejraionka | Also known by the Russian designation: Mezhraionka.

[77] Lénine na Conferência dos Mejraiontsi, 23 de Maio de 1917 (excertos):
«A fusão é desejável sem demora.
Será proposto ao CC do POSDR incluir imediatamente um representante do Mejraioni na redacção de cada um dos dois jornais (o actual Pravda, que será transformado num jornal popular de toda a Rúss[ia], e o OC, que será organizado no futuro imediato).
Será sugerido que o CC crie um comité organizador especial para convocar um congresso do Partido (num mês e meio). A conf[erência] inter-regional terá o direito de incluir dois delegados nessa comissão. Se os m[enche]viks, apoiantes de Martov, romperem com os "defensistas", a inclusão de delegados seus nessa comissão é desejável e necessária.
A liberdade de discussão de questões pendentes é garantida pela publicação de folhetos de discussão no [Pravda] Priboi e pela livre discussão na revista Prosvescheniye (Kommunist), que está a ser revitalizada.»
Lenin at the Mezhrayontsi Conference, May 23 1917 (Excerpts)
“Amalgamation is desirable without delay.
It will be proposed to the CC of the RSDLP to include forthwith a Mezhrayontsi representative on the board of each of the two newspapers (the present Pravda, which is to be turned into an all-Russ[ia] popular newspaper, and the CO, which is to be organised in the immediate future).
It will be suggested that the CC set up a special organising committee to convene a Party congress (in one and a half months). The inter-regional con[ference] will get the right to have two delegates included in that committee. If the M[enshe]viks, supporters of Martov, break with the “defencists”, the inclusion of their delegates in that committee is both desirable and necessary.
Freedom of discussion of outstanding issues is ensured by the publication of discussion leaflets in [Pravda] Priboi and by the free discussion in the journal Prosveshcheniye (Kommunist), which is being revived.”
Against Trotskyism, A Collection of Documents, Institute of Marxism-Leninism of the Central Committee of the CPSU, Progress Publishers, Moscow, 1972.

[78] Notas manuscritas de Lénine:
«Trotski: (que tomou a palavra imediatamente depois de mim...)
Concordo com a resolução como um todo -- mas só na medida em que o b[olchev]ismo russo se tornou internacional.
Os bolcheviques foram desbolchevicados -- e eu não me posso chamar b[olch]e[vi]k.
A resolução pode (e deve) ser usada como base para a qualificação.
Mas não nos podem pedir que reconheçamos o b[olchev]ismo.
O Bureau— (CC +....) é aceitável.
Participação no jornal - esta proposta é "menos convincente".
“Desse ângulo, não pode ser.” Acordo de escritores individuais
"De um ângulo diferente, do ângulo de montar o seu próprio jornal". . . .
A cooperação (de ambos os lados) é muito desejável. . . .
(Órgãos do discus[são] não são essenciais). . . .
O antigo nome da fracção é indesejável. . . .»
Lenin’s handwritten notes:
“Trotsky: (who took the floor out of turn immediately after me. . . . )
I agree with the resolution as a whole—but only insofar as Russian B[olshev]ism has become international.
The Bolsheviks have been debolshevised—and I cannot call myself a B[olsh]e[vi]k.
Their resolution can (and must) be used as the basis for the qualification.
But we cannot be asked to recognise B[olshev]ism.
The Bureau—(CC + . . . .) is acceptable.
Participation in the newspaper—this proposal is “less convincing”.
“From that angle it will not stand.” Agreement of individual writers
“from a different angle, from the angle of setting up your own newspaper”. . . .
Co-operation (from both sides) is very desirable. . . .
(Discus[sion] organs are unessential). . . .
The old factional name is undesirable. . . .”
Against Trotskyism, op. cit.

[79] Indignados com o facto do governo provisório ter lançado uma ofensiva obviamente desesperada para fazer a vontade à Entente, resultando numa esperada derrota com numerosas vítimas, soldados, marinheiros e trabalhadores manifestaram-se em massa em Petrogrado a 16 de Julho. O movimento começou no distrito de Viborg, com o 1.º regimento de artilheiros. A manifestação ameaçou transformar-se numa acção armada contra o governo provisório. O POSDR(b) era naquela altura contra a acção armada, pois considerava que a situação revolucionária não havia amadurecido. O CC na reunião de 16 de Julho decidiu não realizar a manifestação. Mas no final da noite de 16 de Julho, levando em conta o estado de espírito das massas, o CC aprovou a resolução de participar na manifestação para lhe dar um carácter pacífico e organizado. Naquela altura, Lénine não estava em Petrogrado; estava doente em resultado do trabalho excessivo. Informado dos eventos, regressou a Petrogrado na manhã de 17 de Julho e assumiu a direcção dos evento. Na tarde de 17 de Julho mais de 500.000 pessoas participaram na manifestação com palavras de ordem bolcheviques, exigindo que o Comitè Executivo Central (CEC) dos sovietes tomasse o poder. Os líderes SR’s e mencheviques do CEC recusaram-se. O governo provisório, com o acordo do CEC lançou destacamentos militares e cossacos que abriram fogo contra a manifestação pacífica e chamaram tropas contra-revolucionárias da frente. O CC decidiu na noite de 17 para 18 de Julho suspender as manifestações de forma organizada, permitindo salvar da derrota as forças fundamentais da revolução. O poder passou completamente para o governo provisório e os sovietes tornaram-se apêndices do governo. Terminava o período da dualidade de poders e da fase pacífica da revolução. Os bolcheviques foram confrontados com a tarefa de preparar a insurreição armada para derrubar o governo provisório.
Outraged with the provisional government for having launched an obviously desperate offensive serving the interests of the Entente, an offensive which ended in a foreseeable defeat with huge casualties, soldiers, sailors and workers demonstrated massively in Petrograd on July 16. The movement began in the Vyborg district with the 1st artillery regiment. The demonstration threatened to turn into armed action against the provisional government. The RSDLP(B) was at that time against armed action, since it considered that the revolutionary situation had not matured. The CC at its meeting on July 16 decided not to hold the demonstration. But late in the evening of 16 July, taking into account the mood of the masses, the CC approved a resolution of participation in the demonstration lending it a peaceful and organized character. Lenin wasn’t in Petrograd at the time; he was sick as a result of overwork. Informed of the events, he arrived to Petrograd on the morning of July 17 and took over the direction of the events. On the afternoon of July 17, more than 500,000 people took part in the demonstration with Bolshevik slogans demanding the Soviets' Central Executive Committee (CEC) to take power. The SR and Menshevik leaders of the CEC refused. The provisional government, with the agreement of the CEC, launched military detachments and Cossacks to open fire on the peaceful demonstration and called counterrevolutionary troops from the front. The CC decided on the night of July 17-18 to suspend the demonstrations in an organized manner, saving the fundamental forces of the revolution from defeat. Power passed completely to the provisional government. The soviets became appendices of the government. The period of dual powers and peaceful unfolding of the revolution ended. The Bolsheviks were faced with the task of preparing an armed uprising to overthrow the provisional government.

[80] Ian D. Thatcher, The St Petersburg/ Petrograd Mezhraionka, 1913-1917: The Rise and Fall of a Russian Social Democratic Workers’ Party Unity Faction, Slavonic and East European Review, Vol. 87, No. 2, April 2009.
Neste artigo, baseado em várias fontes, particularmente de membros do OID, o autor revela o seguinte: o OID tinha uma organização frouxa (não havia mecanismo de coordenação adequado das células, o comitê inter-distrital mal funcionou, não há registo das suas reuniões, agendas e actas); segundo o seu líder, Iurenev, 60% dos membros do comitê executivo eram bolcheviques «zangados» com o bolchevismo de 1912-13; os outros membros ordinários eram predominantemente trabalhadores mencheviques; a influência política do OID era reduzida e não figura na correspondência de Lénine. O autor cita o relato da breve zanga de um trabalhador: «Fugi para o Mezhraionka depois de um dos brutais ataques de Lénine à social-democracia ... queria conquistar os trabalhadores mais conscientes e organizar paralelamente aos bolcheviques um Comitê Inter-Distrital ... Depois de uma longa separação, esbarrei novamente com Sverdlov (secretário bolchevique). Em resposta à sua pergunta: "Você, com certeza, está no nosso grupo?", expliquei o que tinha acontecido comigo. “Você está a brincar? Que raio de Mezhraionets é você? Você é obviamente um bolchevique”, respondeu ele. O meu rosto ficou vermelho de vergonha e quis juntar-me aos bolcheviques logo ali. O problema resolveu-se. Cerca de uma semana depois, o Mezhraionka, em quae passei mês e meio, fundiu-se com os bolcheviques.
In this article, based on various sources, particularly from IDO members, the author reveals the following: The IDO had a loose organization (there was no proper cell coordination mechanism, the inter-district committee barely worked, no records of its meetings, agendas and minutes); according to its leader Yurenev, 60% of the members of the executive committee were Bolsheviks "angry" with the 1912-13 Bolshevism; the other ordinary members were predominantly Menshevik workers; the political influence of the IDO was small and does not figure in Lenin's correspondence. The author quotes an account of the brief anger of a worker: “I fled to the Mezhraionka after one of Lenin's brutal assaults on social democracy… I wanted to win over the most conscientious workers and organized parallel to the Bolsheviks an Inter-District Committee. … After a long separation, I again bumped into Sverdlov (Bolshevik Secretary). In answer to his question, "You, for sure, are in our party?" I explained what had happened to me. “Are you playing a fool? What dort of Mezhraionets are you? You are obviously a Bolshevik,” he replied. My whole face blushed with shame and I wanted to join the Bolsheviks there and then. But the issue resolved itself. About one week later the Mezhraionka, in which I had spent one-and-a-half months, merged with the Bolsheviks.

[81] No VI Congresso, Sverdlov informou sobre o trabalho de organização. Assinalou que nos três meses decorridos desde o VII Conferência o número de membros do partido tinha triplicado -- de 80.000 para 240.000 – e o das organizações partidárias crescido de 78 para 162.
At the Sixth Congress, Sverdlov reported on the organizational work. He noted that in the three months since the Seventh Conference, party membership had tripled -- from 80,000 to 240,000 -- and party organizations from 78 to 162.

[82] Nas eleições para as dumas (órgãos de poder local) do distrito de Petrogrado, realizadas entre final de Maio e princípio de Junho de 1917, as listas bolcheviques tiveram 20% dos votos. Nas eleições para a Duma urbana de Petrogrado, realizadas em 2 de Setembro, os bolcheviques tiveram 33 % dos votos.
Vários delegados ao VI Congresso referiram a grande actividade realizada nas localidades pelas organizações bolcheviques e como crescia sem cessar a sua influência entre as amplas massas trabalhadoras.
O esmagamento da rebelião de Kornilov em 7 de Setembro  foi conseguido graças à enorme contribuição dos bolcheviques. Trotski, ainda na prisão, não podia deixar de conhecer isso.
Entretento, o campesinato farto das promessas ocas de SRs e mencheviques e das consequências da guerre, começava a levantar-se. As promessas (depois cumpridas) dos bolcheviques de terminar a guerra e entregar a terra aos camponeses pobres tinha influência. A revolta camponesa na província de Tambov em Setembro de 1917 adquiriu grandes proporções. Os camponeses ocuparam a terra dos latifundiãrios, destruíram e queimaram as casas e apropriaram-se dos cereais dos latifundiãrios.
In the elections for the Dumas (local administration organs) of the district of Petrograd, held between late May and early June 1917, the Bolshevik lists got 20% of the votes. In the elections for the Petrograd Urban Duma on September 2, the Bolsheviks got 33% of the votes.
Several delegates to the Sixth Congress informed about the great activity carried out in the localities by the Bolshevik organizations and how their influence continued to grow among the broad working masses.
The crushing of Kornilov’s insurrection on 7 September was achieved thanks to the huge contribution of the Bolsheviks. Trotsky, still in prison, could not help but know that.
In the meantime, the peasantry, having enough of the empty promises of SRs and Mensheviks and of the consequences of the war began to rise. The (later fulfilled) promises of the Bolsheviks to end the war and hand over the land to the poor peasantry had its influence. The peasant revolt in the Tambov Province in September 1917 took on major proportions. The peasants took over the land of the large landowners, destroyed and burned their houses, and appropriated the grain of the large landowners.

[83] Em 13 de Setembro de 1917, o soviete de Petrogrado aprovou pela primeira vez em sessão plenária e por 279 votos contra 115 e 50 abstenções, uma resolução proposta pelo grupo bolchevique, de rejeitar a política de conciliação com a burguesia. A resolução pedia que todo o poder passasse para os sovietes e estabelecesse o programa das transformações revolucionárias do país. Em 18 de Setembro uma resolução análoga, também proposta pelos bolcheviques, foi aprovada pelo soviete de Moscovo por maioria de 355 votos.
A composição dos delegados do II Congresso de toda a Rússia dos sovietes de deputados operários e soldados, realizado em Petrogrado em 7 e 8 de Novembro de 1917, demonstra também o enorme crescimento do apoio popular aos bolcheviques: 390 bolcheviques, 160 SRs, 72 mencheviques, 14 mencheviques internacionalistas.
On 13 September 1917, the Soviet of Petrograd adopted for the first time in a plenary session and by 279 votes against 115 and 50 abstentions, a resolution proposed by the Bolshevik group to reject the policy of conciliation with the bourgeoisie. The resolution called for all power to be passed to the Soviets and to establish the program of the revolutionary transformations of the country. On 18 September a similar resolution, also proposed by the Bolsheviks, was approved by the Moscow Soviet by a majority of 355 votes.
The composition of the delegates of the Second All-Russian Congress of the Soviets of Workers' and Soldiers' Deputies, held in Petrograd on 7 and 8 November 1917, also demonstrated the enormous growth of people’s support of the Bolsheviks: 390 Bolsheviks, 160 SRs, 72 Mensheviks, 14 internationalist Mensheviks.

[84] Os documentos de Pereverzev certamente inspiraram os chamados documentos Sisson, que supostamente comprovavam que Lénine e outros líderes soviéticos eram pagos pelo Alto Comando Alemão. Foram publicados e distribuídos nos EUA pelo Departamento de Estado após a Revolução de Outubro. Originalmente oferecidos para venda pelos russos brancos, os documentos tinham sido rejeitados pelo Serviço Secreto Britânico como falsificações grosseiras. Edgar Sisson, funcionário do Departamento de Estado, comprou os documentos. Posteriormente, a fraude dos documentos foi conclusivamente estabelecida.
Pereverzev's documents certainly inspired the so-called Sisson documents, which allegedly proved that Lenin and other Soviet leaders were paid by the German High Command. They were published and distributed in the US by the State Department after the October Revolution. Originally offered for sale by White Russians, the documents had been rejected by the British Secret Service as being crude forgeries. Edgar Sisson, a State Department official, bought the documents. Subsequently, the fraudulency of the documents was conclusively established.

[85] Trotsky: The history of the Russian revolution, 1932.


[87] Krupskaia diz nas suas memórias: «... Perto da noite Estáline e outros persuadiram Ilitch [Lénine] a não comparecer em tribunal e com isso salvaram-lhe a vida.» | In her reminiscences Krupskaya states: “... In the evening Stalin and others persuaded Ilyich [Lenin] not to appear in court and thereby saved his life.”

[88] Alguns dos artigos e cartas: O Marxismo e a Insurreição. Carta ao Comité Central do POSDR(b), 26-27 de Setembro de 2017; Do Diário de um Publicista. Os erros do nosso partido, 5-7 de Outubro de 1917 (neste artigo, Lénine diz: «O crescimento de uma nova revolução representa, parece, um fenómeno geralmente reconhecido pelo partido»); Carta a I. T. Smilga, Presidente Do Comite Regional do Exército, da Armada e dos Trabalhadores da Finlândia, 10 de Outubro de 1917 (onde Lénine analisa questões militares); A Crise Amadureceu, 12 de Outubro de 1917 (que inicia assim «Não há dúvida de que o fim de Setembro nos trouxe uma grandiosa viragem na história da revolução russa ....»); Conservarão os Bolcheviques o Poder do Estado?, 14 de Outubro de 1917; Carta ao CC, aos Comités de Moscovo e Petrogrado e aos Membros Bolcheviques dos Sovietes de Petrogrado e Moscovo, 14 de Outubro de 1917. Esta última carta foi discutida em reuniões dos Comités de Moscovo e Petrogrado de 18 de Outubro e na Conferência da organização de Petrogrado de 20 de Outubro. Em todas elas as teses leninistas tiveram ampla adesão. Na reunião do Comité de Petrogrado apenas Volodarski e Lashevich, ambos do OID, se pronunciaram contra, com Lashevich a defender, tal como viria a fazê-lo Trotski, esperar pelo Congresso dos Soviets. A carta motivou a famosa reunião do CC de 23 de Outubro que decidiu a insurreição armada.
Some of the articles and letters: Marxism and Insurrection. A Letter to the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B.), 26-27 September 2017; From a Publicist's Diary. The Mistakes of Our Party, 5-7 October 1917 (Lenin says in this article: "The growth of a new revolution seems to be a phenomenon generally recognized by the party"); Letter to I. T. Smilga, Chairman of the Finnish Army, Navy and Workers Regional Committee, 10 October 1917 (where Lenin analyzes military matters); The Crisis has Matured, 12 October 1917 (which begins "There is no doubt that the end of September brought us a great turning point in the history of the Russian Revolution ...."); Can the Bolsheviks Retain State Power? October 14, 1917; Letter to the CC, the Moscow and Petrograd Committees, and the Bolshevik Members of the Petrograd and Moscow Soviets, 14 October 1917. This letter was discussed at meetings of the Moscow and Petrograd Committees of 18 October and at the Conference of the Organization of Petrograd of 20 October. In all of them the Leninist theses won wide adherence. At the Petrograd Committee meeting only Volodarski and Lashevich, both from the IDO, spoke against, with Lashevich defending, as Trotsky would do, to wait for the Congress of Soviets. The letter motivated the famous CC meeting on 23 October that decided the armed uprising.

[89] O pré-parlamento foi uma tentativa do governo provisório de deflectir a onda revolucionária. Lénine defendia o boicote ao pré-parlamento. Trotski apoiou. Sobre isso disse Lénine (Do Diário de um Publicista, op. cit.): «Trotski era pelo boicote. Bravo, camarada Trotski!»
The Pre-parliament was an attempt by the provisional government to deflect the revolutionary wave. Lenin defended the boycott of the Pre-parliament. Trotsky coincided. Of this, said Lenin (From a Publicist's Diary, op. cit.): “Trotsky was for the boycott. Bravo, Comrade Trotsky!”

[90] Teses para um relatório na conferência de 8 de outubro da Organização de Petrogrado, também para uma resolução e instruções para os eleitos para o Congresso do Partido, de 12 e 17 de outubro de 1917. Lénine diz: «Insistir em ligar esta tarefa ao Congresso dos Sovietes subordiná-la a este congresso significa estar apenas a brincar às insurreições, estabelecendo uma data definida de antemão que facilita ao governo a preparação de tropas, confundindo as massas com a ilusão de que uma “resolução” do congresso dos sovietes pode resolver uma tarefa que apenas o proletariado insurrecional é capaz de resolver pela força».
Theses for a Report at the October 8 Conference of the Petrograd Organisation, Also for a Resolution and Instructions to Those Elected to the Party Congress, October 12 and 17, 1917. Lenin says: “To insist on connecting this task with the Congress of Soviets, to subordinate it to this Congress, means to be merely playing at insurrection by setting a definite date beforehand, by making it easier for the government to prepare troops, by confusing the masses with the illusion that a “resolution’ of the Congress of Soviets can solve a task which only the insurrectionary proletariat is capable of solving by force.”

[91] Lenin, Meeting of the Central Committee of the R.S.D.L.P.(B.) October 16 (29), 1917.

[92] No início da sua missão em Petrogrado Jacques Sadoul era um «socialista» que durante muito tempo não entendeu o que se passava, conforme demonstra no seu livro Notes sur la Révolution Bolchevique, onde trata a revolução bolchevique como uma espécie de re-edição da revolução francesa. Ingenuamente, julga que os «socialistas» franceses deviam dar conselhos a Trotski e Lenine e dirige as suas cartas ao oportunista Albert Thomas que não teve pejo em acompanhar Kornilov numa inspecção às tropas russas do 8.º exército da frente sudoeste (foto em A. Nenarókov, História Ilustrada da Grande Revolução Socialista de Outubro). Sadoul, contudo, veio a compreender a revolução russa, ajudando-a e tornando-se comunista.
At the beginning of his mission in Petrograd Jacques Sadoul was a "socialist" who for a long time did not understand what was happening, as shown in his book Notes sur la Révolution Bolshevique, where he treats the Bolshevik revolution as a kind of re-edition of the French Revolution. He naively thinks that the French "socialists" should give advice to Trotsky and Lenin, and he addresses his letters to the opportunist Albert Thomas who did not shy away about accompanying Kornilov on an inspection of Russian troops of the 8th south-western army (photo in A. Nenarkov, Illustrated History of the Great October Socialist Revolution). Sadoul, however, came to understand the Russian revolution by helping it and becoming a communist.

[93] Estáline, trotskismo ou leninismo? Discurso proferido no Plenário do Grupo Comunista na A.U.C.C.T.U., em 19 de Novembro de 1924.
Stalin, Trotskyism or Leninism? Speech Delivered at the Plenum of the Communist Group in the A.U.C.C.T.U., November 19, 1924.

[94] A declaração completa de Trotsky está nas Actas das Negociações, Mirnye peregovory v Brest-Litovske, i. 207-208, e consta do livro Wheeler-Bennett, J.W., Brest-Litovsk, The Forgotten Peace. Macmillan and Co., Ltd, London, ca. 1938. O autor é reaccionário mas mostra uma posição simpatética de Trotski e cita uma enorme quantidade de factos concretos.

[95] Entre outros, Wheeler-Bennett, op. cit., cita várias vezes «no war – no peace», incluindo num título de capítulo.

[96] Wheeler-Bennett, op. cit., p. 236.

[97] Uma das fontes (há outras) é: Iúri Korabliov, Lénine criador das Forças Armadas da URSS, Edições Progresso, Moscovo, 1976. O autor é hostil a Estáline | One source (there are others) is: Iury Korabliov, Lenin creator of the USSR Armed Forces, Progress Editions, Moscow, 1976. The author is hostile to Stalin.

[98] Acta do Processo Judicial no Caso do "Bloco de Direitistas e Trotskistas" Anti-Soviético, Moscovo, 2 a 13 de Março de 1938. Bukarin e outros – acusados e testemunhas -- forneceram evidências corroborativas da conspiração para «renmover» Lénine, Estáline e Sverdlov, não descartando o uso de «violência». Declaração de uma testemunha (nossa tradução da pág. 441 da versão em inglês):
«Ao mesmo tempo, Bukarin disse-me que não era o único a pensar dessa maneira, que ele, Bukarin, tivera uma conversa franca sobre o assunto com Trotski, e que Trotski também pensava que a luta política sobre a questão da guerra e da paz só agora começara, que os "comunistas de esquerda" deveriam prever a possibilidade dessa luta ir além dos limites do Partido, e que deveriam procurar-se aliados de confiança para essa luta. Trotski tinha dito a Bukarin que os socialistas-revolucionários de "esquerda", cuja posição sobre a questão da guerra era já bastante clara, poderiam ser esses aliados.
«Bukharin também disse que Trotsk também acreditava que a luta poderia assumir formas mais agressivas, envolvendo não apenas a substituição do governo, mas também o derrube do governo e o extermínio físico dos líderes do governo e do Partido. Mencionou Lénine, Estáline e Sverdlov.
«Ao mesmo tempo, Bukarin informou-me que, no decorrer dessa conversa, Trotski havia dito francamente que a posição dele, Trotski, a meia distância na questão da conclusão da paz não passava de uma manobra táctica, que ele simplesmente não se atrevia a aparecer activamente a favor da posição dos "comunistas de esquerda", isto é, contra a conclusão da paz, pois era um homem novo no Partido e se adoptasse abertamente a posição dos "comunistas de esquerda", dir-se-ia que Trotski se juntara ao Partido para combater Lénine.»

Report of Court Proceedings in the Case of the Anti-Soviet "Bloc of Rights and Trotskyites", Moscow, March 2-13, 1938. Bukharin and others -- accused and witnesses -- provided corroborative evidence of the conspiracy to "remove" Lenin, Stalin and Sverdlov, without discarding the use of "violence." Statement by a witness (p. 441):
“At the same time Bukharin told me that he was not the only one who thought in this way, that he, Bukharin, had had a frank talk on the subject with Trotsky, and that Trotsky also thought that the political struggle on the question of war and peace had only just begun, that the "Left Communists" must envisage the possibility this struggle going beyond the confines of the Party, and that allies must be sought who could be relied upon in this struggle. Trotsky had told Bukharin that the "Left" Socialist-Revolutionaries, whose position on the question of the war was already fairly clear, might prove to be such allies.
“Bukharin also said that Trotsky too believed that the struggle might assume most aggressive forms, involving not only the replacement ot the government, but also the overthrow of the government and the physical extermination of leading people in the government and the Party. He thereupon mentioned Lenin, Stalin .and Sverdlov.
“At the same time Bukharin informed me that in the course of this conversation Trotsky had frankly told him that his, Trotsky's, halfway position on the question of the conclusion of peace was nothing but a tactical manoeuvre, that he simply did not dare to come out actively in favour of the position of the "Left Communists," that is, against the conclusion of peace, that he was a new man in the Party and if he openly adopted the position of the "Left Communists" it would be said that Trotsky had joined the Party in order to fight Lenin.”

[99] Sayers, Michael and Kahn, Albert E., The Great Conspiracy Against Russia, Boni & Gaer Inc., Pub.s, N.Y., 1946 (Cap. II-1).
Considerado “um livro extraordinário” pelo embaixador americano na URSS em 1936-38 é também elogiado por um senador americano que escreveu uma introdução especial no livro, fundamentado em documentação sólida. Sayers foi um escritor irlandês anti-fascista, amigo de T.S. Elliot e de George Orwell (não compartilhava das opiniões trotskistas deste último). Foi para os EUA em 1936 onde investigou as actividades dos fascistas americanos que queriam manter os EUA neutrais. Foi repórter de investigação durante a 2.ªGM e o primeiro a relatar sobre os campos de concentração (o seu editor recusou-se a publicar o relato por o julgar inacreditável); trabalhou para a NBC mas foi posto na lista negra macartista pelas suas actividades durante a guerra e alegadas simpatias comunistas. Kahn foi um jornalista americano que se dizia marxista sem filiação partidária. Foi secretário de 1938 a 1941 do American Council Against Nazi Propaganda; posto na lista negra macartista por alegadas simpatias comunistas. Em 1953 tornou-se editor na firma Cameron & Kahn, que publicou o livro de H. Matusow “Falso Testemunho”, que o escritor John Steinbeck qualificou de “a palha que quebrou as costas de McCarthy's.”
Sayers, Michael and Kahn, Albert E., The Great Conspiracy Against Russia, Boni & Gaer Inc., Pub.s, N.Y., 1946. (Chapter. II-1).
Considered “an extraordinary book” by the American ambassador to the USSR in 1936-38, it is also praised by an American senator who wrote a special introduction to this book,  grounded on solid documentation. Sayers was an Irish anti-fascist writer, friend of T.S. Elliot and George Orwell (he did not share the Trotskyist views of the latter). He went to the US in 1936 where he investigated the activities of the American fascists who wanted to keep the US neutral. He was an investigative reporter during WWII and the first to report on concentration camps (his editor refused to publish the report because he deemed it unbelievable); he worked for NBC but was put in the Macartist blacklist for his wartime activities and alleged communist sympathies. Kahn was an American journalist who claimed to be a Marxist without partisan affiliation. He was secretary from 1938 to 1941 of the American Council Against Nazi Propaganda; put in the Macartist blacklist for alleged communist sympathies. In 1953 he became editor of Cameron & Kahn, which published H. Matusow's book "False Testimony," which writer John Steinbeck called "the straw that broke McCarthy's back."

[100] O POSDR(b) foi renomeado PCR(b) - Partido Comunista Russo (bolcheviques), no VII Congresso celebrado em 6-8 de Março de 1918. | The RSDLP(B) was renamed RCP(B) - Russian Communist Party (Bolsheviks), at the Seventh Congress held on 6-8 March 1918.

[101] Leon Trotsky, Stalin: An appraisal of the man and his influence, N.Y., Harper & Brother Publishers, 1941, p. 333.

[102] McNeal, Stalin, MacMillan Pubs, London, 1988.