O período de 1911 a Março de 1914
The period
from 1911 to March 1914
1911 – Trotski e associados levam o POSDR
à ruína. Lénine salva-o
1912 – 1913 - Março 1914
Trotski procura criar um Partido dele, anti-leninista, e fracassa
1912 – A VI Conferência do POSDR e o
«bloco de Agosto»
1912 – Trotski e os liquidadores perante
o surto revolucionário
Final de 1912-1913 – Como Trotsky lidera
o «bloco de Agosto»
Início de 1914 – Fim do «Bloco de Agosto»
Notas
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1911 – Trotsky and associates bring the RSDLP to ruin. Lenin rescues it
1912 – 1913 – March 1914
Trotsky endeavours to create his
anti-Leninist Party, and fails
1912 – The VI Conference of the RSDLP and the “August Bloc”
1912 – Trotsky and the liquidators on the revolutionary upswing
Late 1912-1913 - How Trotsky Leads the «August Bloc»
Early 1914 – End of the “August Bloc”
Notes
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Vimos no artigo
anterior como as novas fracções oportunistas do POSDR -- liquidadores,
otzovistas e conciliadores (Trotski e seus seguidores), os LOCs -- dominaram o plenário
de Janeiro de 1910 do CC do POSDR em Paris. Impuseram aos bolcheviques:
subsídio do CC ao jornal de Trotski (Pravda
de Viena) sob condição de incorporar um representante do CC no conselho
editorial; suspensão do jornal bolchevique Proletari;
entrega de parte dos seus fundos ao CC e parte restante a três curadores; etc.
Em contrapartida os LOCs decidiram e prometeram suspender as suas organizações
e publicações. Os bolcheviques cunpriram integralmente a sua parte das
decisões. Os LOCs violaram todas as
decisões a que se tinham obrigado.
Lénine denunciou, como já vimos, estas violações em dois artigos de 28 de Dezembro de 1910: Carta Aberta ao Colégio do CC do POSDR na Rússia e A Situação no Partido.
1911 – Trotski e associados levam o POSDR à ruína. Lénine salva-o
Num curto artigo escrito depois de 15 de Janeiro de 1911 -- O Rubor de Vergonha do Judas Trotski –
Lénine volta a referir-se ao assunto com novos pormenores numa forte denúncia
do papel de Trotski (as interpolações são sempre nossas):
«No plenário, o Judas Trotski desfez-se em ataques contra o
liquidacionismo e o otzovismo. Jurou e assegurou que era fiel ao partido.
Foi-lhe concedido um subsídio.
«Depois do plenário o CC
enfraqueceu-se e fortaleceu-se o grupo Vperíod
[otzovistas] que agora tem dinheiro. Os liquidadores fortaleceram a sua posição
e no Nasha Zariá [jornal dos
liquidadores], à vista de Stolipin [PM czarista], cuspiram na face do partido
ilegal.
«O Judas expulsou o representante do CC do Pravda e começou a escrever artigos liquidacionistas no Vorwãrts [38]. Apesar da decisão
directa do Comité de Escola [39] nomeado pelo plenário, segundo a qual nenhum
conferencista do partido devia ir à escola fraccionista do Vperiod, o Judas Trotski foi e discutiu com os do Vperiod o plano da conferência. Este
plano foi agora publicado num folheto do grupo Vperiod.
«E é esse Judas que bate no peito, que grita a sua lealdade ao partido
dizendo que nunca se arrastou atrás dos do Vperiod
e dos liquidadores.
«É este o rubor de vergonha do Judas Trotski.»
A 5 de Dezembro de 1910 os bolcheviques do Bureau do CC no
Estrangeiro (BCCE) emitiram uma declaração exigindo a convocação imediata do CC
para decidir a questão do retorno dos fundos da fracção bolchevique. Os
liquidadores espalharam rumores caluniosos sobre esta declaração a que Lénine
respondeu numa carta Ao Comité Central
(4 de Fevereiro de 1911). Recordando o não cumprimento do acordo pelos LOCs,
Lénine disse:
«... Restabelecemos a nossa liberdade
de lutar contra os liberais e anarquistas, que são encorajados pelo líder
dos "conciliadores", Trotski: A questão do dinheiro é para nós um
assunto secundário, embora, claro,
não planeemos entregar o dinheiro da fracção
ao bloco de liquidadores + anarquistas [39] + Trotski, nem renunciamos ao nosso
direito de denunciar perante o movimento social-democrata internacional este
bloco, as suas “bases” financeiras (os famosos "fundos" do Vperiod protegidos do desmascaramento
por Trotsky, e os do Golos
[liquidadores]), etc.»
Lénine acrescenta mais detalhes factuais sobre a gritante
destruição do partido levada a cabo pelos LOCs [40] e o papel de Trotski:
«O que já se perfilava com bastante clareza no plenário (por exemplo, a
defesa da escola anarquista por Trotski + os do Golos), alcançou pleno desenvolvimento. O bloco dos liberais [=Golosistas] e dos anarquistas [=Vperyodistas], apoiado pelos
conciliadores, está a destruir descaradamente os restos do partido a partir de
fora, e ajuda a desmoralizá-lo a partir de dentro. O jogo formalista de "convidar" os Golos-istas e os trotskistas para os organismos centrais, está por
último a reduzir à impotência os elementos pró-partido já enfraquecidos.»
Perante a destruição do POSDR levada a cabo pelos LOCs havia
que tomar medidas enérgicas. Lénine, como líder dos bolcheviques, tomou-as. O
representante bolchevique no BCCE, N. Semashko, apresentou pedidos para
convocar urgentemente um plenário do CC e resolver a crise no partido. A
maioria conciliacionista e liquidadora do BCCE boicotou sistematicamente tal
convocação. A última diligência de Semashko foi em Maio de 1911 e foi de novo
rejeitada. Nessa altura, todos os membros bolcheviques do CC na Rússia tinham
sido presos, mas nos estatutos do CC,
aprovados no referido plenário de Janeiro de 1910, dominado pelos LOCs, havia uma cláusula que estabelecia a
obrigação de convocar o plenário, mesmo se mais da metade dos membros do Bureau
russo tivessem sido presos.
O obstrucionismo ilegal do BCCE levou Lénine a convocar um Encontro dos membros do CC do POSDR
residentes no estrangeiro, que decorreu em Paris de 10 a 17 de Junho.
Participaram bolcheviques, representantes dos social-democratas polacos e
letões, um membro do Golos e um do
Bund. Foram aprovadas convocações de um plenário do CC no estrangeiro (no mais
curto prazo) e de uma conferência do partido, e outras resoluções que vieram também
a ser ratificadas pelas organizações mais importantes do POSDR na Rússia [41].
Num folheto de 1 de Julho, Resolução do II Grupo do POSDR de Paris Acerca da Situação do Partido [42]
– que, entre outras coisas, nomeou a Comissão Organizadora Russa (COR) da
Conferência do POSDR a realizar em 1912 --, Lénine lembra que o plenário de
Janeiro de 1910 adoptou por unanimidade uma declaração sobre a necessidade de
superar os desvios liquidacionistas e otzovistas e que «só uma acção que realmente supere estes desvios é
social-democrata»; logo, agiram bem os bolcheviques ao romper com o BCCE «que
se tem situado fora da lei e do partido» e em tomar no Encontro as resoluções
já assinaladas. É significativo que Lénine ocupe a maior parte da «Introdução»
deste importante folheto com a seguinte exposição:
«Numa altura em que se agudiza a
luta interna no partido, é particularmente importante apresentar a essência das concepções sobre os problemas
fundamentais do programa, tácticas e organização. Pessoas como Trotsky, com as suas frases empoladas sobre o POSDR e o
seu servilismo aos liquidadores, que nada têm de comum com o POSDR, são hoje a
"doença da época". Querem
construir uma carreira com sermões baratos sobre "acordo" – acordo
com todos, com qualquer um, mesmo com o Sr. Potrésov e os otzovistas! --
embora, por necessidade, mantenham silêncio absoluto sobre as condições
políticas de tal alegado "acordo" maravilhoso. Na realidade, pregam a
capitulação aos liquidadores, que
estão a organizar um partido operário stolipiniano.»
Lénine volta a este tema em 14 de Setembro: Do Campo do Partido Operário Stolipiano.
Dedicado aos nossos «conciliadores» e partidários de «acordos». Respondendo
a uma carta de um operário, que lhe relata como membros do partido em Vyborg
tinham repudiado um proeminente liquidador que lhes viera pregar que em vez de
revitalizar o partido deviam antes criar «grupos» de trabalho legal de
educação, Lénine comenta:
«Depreende-se claramente daqui como Trotsky e os "trotskistas e
conciliadores" são mais prejudiciais do que qualquer liquidador, pois os liquidadores
convictos expõem as suas opiniões com franqueza e é fácil para os trabalhadores
verem que estão errados, enquanto os Trotskis enganam os trabalhadores,
encobrem o mal e tornam impossível desmascarar o mal e remediá-lo. Quem apoia o grupelho de Trotski, apoia uma
política de mentiras e enganos para os trabalhadores, uma política de encobrimento
dos liquidadores. Plena liberdade de
acção para o Sr. Potreov e C.ª na Rússia e encobrimento das suas acções com verborreia
"revolucionária" no estrangeiro: é essa a essência da política do
"trotskismo".»
O artigo tem um post-scriptum
que revela bem a falta de princípios de Trotski:
«P.S. Estas linhas já tinham sido
escritas quando apareceu na imprensa a
notícia de um “acordo” entre o grupo Golos
e Trotski, o Bundista e o liquidador Letão. As nossas palavras foram
plenamente confirmadas: este é um acordo para encobrir os liquidadores na
Rússia, um acordo entre os lacaios do senhor Potresov e C.ª».
Em 24 de Agosto os conciliadores em Paris publicaram um artigo
no seu boletim e um folheto, A Todos os
Membros do POSDR, assinados por «Um Grupo de Bolcheviques Pró-Partido».
Lénine desmontou as teses desses conciliadores num importante artigo de 31 de
Outubro que já
analisámos. Relembremos algumas afirmações de Lénine:
«Trotski fornece-nos uma abundância de exemplos de projecto-mania
“unificadora” carente de princípios. Lembremo-nos ... de como elogiou o Rabotchaia Jizn [jornal de conciliadores e liquidadores].
Sublime! -- dizia Trotski nos seus escritos -- "nem bolchevique, nem
menchevique, mas social-democrata revolucionário". O pobre herói das frases só não percebeu uma mera bagatela: só é
revolucionário o social-democrata que compreende o dano do pseudo-social-democratismo anti-revolucionário num dado
país num dado momento»
«Ao beijar o Rabotchaia Jizn
-- que nunca lutou contra os social-democratas não-revolucionários da Rússia -- Trotski não fez senão desmascarar
o plano dos liquidadores a quem serve fielmente .... Isso asseguraria a vitória completa dos liquidadores e só os seus
lacaios podiam propor ou defender um tal plano»
«Depois disso [do plenário] e
desde a primavera de 1910, Trotski enganou os trabalhadores da maneira mais
sem princípios e desavergonhada,
assegurando-lhes que os obstáculos à unidade eram principalmente (se não
totalmente) de natureza organizativa. ...»
«Trotski e Iónov também asseguravam
estar contra os liquidadores, mas que entendiam de forma diferente a tarefa de combatê-los. Isto é ridículo,
camaradas -- declarar, três anos após o início da luta, que entendem o carácter
dessa luta de forma diferente!»
Num artigo de 21 de Dezembro, A Diplomacia de Trotski e uma certa Plataforma dos Partidistas, Lénine,
assinala o decaimento do Pravda de
Trotski (Pravda de Viena) – não
publicado num longo intervalo – e que no seu último número «Trotski nem seque menciona» o anúncio da
conferência do POSDR feito pela COR. «Para ele
a COR não existe. Trotski autotitula-se partidista, baseando-se no facto de que
para ele o organismo central partidário da Rússia, formado pela esmagadora maioria
das organizações social-democratas do país, não significa nada.» De facto, como
intriguista e anti-leninista como Trotski sempre foi, não é por acaso que
oculta a existência da COR e da Conferência em preparação. Irá organizar uma
conferência opositora.
No mesmo artigo Lénine também critica um editorial onde
Trotski, com a habitual fraseologia revolucionária, apela aos «operários com
consciência de classe» a colocar como mais importante exigir a «liberdade de
associação» do que lutar por uma república. Sobre isto diz Lénine:
«É absurdo exigir "liberdade
de associação" da monarquia czarista, sem explicar às massas que tal
liberdade não pode ser esperada do czarismo e que para obtê-la deve haver uma
república. ...
«Os “operários com consciência de
classe devem ensinar as massas a perceber pela experiência a necessidade de
liberdade de associação”! Esta é a velha canção do antigo oportunismo russo, o
oportunismo pregado há muito tempo pelos Economistas até à exaustão. A experiência das massas é que os
ministros fecham os seus sindicatos, que os governadores e policias diariamente
exercem violência contra elas. ... Exaltar a palavra de ordem "liberdade
de associação" em oposição a uma república é mera verborreia de um
intelectual oportunista alheio às massas...
«Trotsky sabe perfeitamente que
os liquidadores que escrevem em publicações legais combinam essa palavra de
ordem de "liberdade de associação" com a de "abaixo o partido
clandestino, abaixo a luta por uma república". A tarefa específica de Trotsky é ocultar o liquidacionismo deitando
poeira aos olhos dos trabalhadores.
«Com Trotski não se pode discutir a fundo porque Trotski não tem
quaisquer opiniões. Pode-se e deve-se discutir com os liquidadores e
otzovistas declarados; mas não se discute com um homem cujo jogo é encobrir os
erros de ambos; há que desmascará-lo como um diplomata do mais baixo calibre.»
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We
saw in a previous
article how the new opportunistic factions of the RSDLP -- liquidators, otzovists
and conciliators (Trotsky and his followers), the LOCs -- dominated the January
1910 plenary sessions of the CC of the RSDLP in
Lenin
exposed, as we saw already, these violations in two articles of 28 December
1910: Letter to the Russian Collegium of
the Central Committee of the RSDLP and The
State of Affairs in the Party.
1911 – Trotsky
and associates bring the RSDLP to ruin. Lenin rescues it
In
a short article written after January 15, 1911 -- Judas Trotsky's Blush of Shame -- Lenin again comments the affair
with new details and a harsh denouncing of Trotsky’s role (all interpolations
are from us):
“At the Plenary Meeting Judas Trotsky made a big show of fighting
liquidationism and otzovism. He vowed and swore that he was true to the
Party. He was given a subsidy.
“After the Meeting the Central Committee
grew weaker, the Vperyod group
[otzovists] grew stronger and acquired funds. The liquidators strengthened
their position and in Nasha Zarya [organ
of the liquidators] they spat in the face of the illegal Party, before
Stolypin’s [tsarist PM] very eyes.
“Judas expelled the representative of the Central Committee from Pravda and
began to write liquidationist articles in Vorwärts.
[38] In defiance of the direct decision of the School Commission [39] appointed
by the Plenary Meeting to the effect that no Party lecturer may go to the Vperyod factional school, Judas Trotsky
did go and discussed a plan for a conference with the Vperyod group. This plan has now been published by the Vperyod group in a leaflet.
“And it is this Judas who beats his breast and loudly professes his
loyalty to the Party, claiming that he did not grovel before the Vperyod group
and the liquidators.
“Such is Judas Trotsky’s blush of shame.”
On
5 December 1910 the Bolsheviks of the CC Bureau Abroad (CCBA) issued a
statement demanding the immediate convening of the CC to decide on the return
of funds to the Bolshevik faction. The liquidators spread slanderous rumours
about this statement to which Lenin responded in a letter To the Central Committee (4 February 1911). Recalling the
non-compliance of the agreement by the LOCs, Lenin said:
“… We resume our freedom of struggle
against the liberals and anarchists, who are being encouraged by the leader of
the ‘conciliators’, Trotsky. The question of the money is for us a secondary
matter, although of course we do not intend to hand over the money of the faction to the bloc of liquidators + anarchists
[39] + Trotsky, while in no way renouncing our right to expose before the
international Social-Democratic movement this bloc, its financial ‘basis’ (the
notorious Vperyodist ‘funds’
safeguarded from exposure by Trotsky and the Golosists [liquidators]), etc.
Lenin
adds more factual details about the blatant destruction of the party by the
LOCs [40] and Trotsky's role:
“There has been a full development of what was already outlined quite
clearly at the plenum (for instance, the defence of the anarchist school, by
Trotsky + the Golosists). The bloc of liberals [=Golosistas] and anarchists [=Vperyodists]
with the aid of the conciliators is shamelessly destroying the remnants of the
Party from outside and helping to demoralize it from within. The formalistic game of ‘inviting’ the
Golosists and Trotskyists on to the central
bodies is finally reducing to impotence the already weakened pro-Party elements.”
The
rescuing of the RSDLP from the destruction caused by the LOCs required energetic
measures to be taken. Lenin, as leader of the Bolsheviks, took them. The
Bolshevik representative at the CCBA, N. Semashko, made requests to urgently
convene a CC plenum and resolve the crisis in the party. The conciliationist
and liquidatonist majority of the CCBA systematically boycotted such demand.
Semashko's last demarche was in May 1911 and was again rejected. At the time
all Bolshevik members of the CC in
The
illegal obstructionism of the CCBA led Lenin to convene a Meeting of the C.C. members of the RSDLP living abroad,
which took place in
In
the July 1 leaflet, Resolution
Adopted by the Second Paris Group of the RSDLP on the State of Affairs in the
Party [42] -- which, among other things, appointed the Russian
Organizing Committee (ROC) of the forthcoming 1912 RSDLP Conference --, Lenin
recalls that the January 1910 plenum unanimously adopted a decision on the need
to overcome liquidationist and otzovist deviations and that the “only true Social-Democratic activity is that … which really overcomes
such deviations”; The Bolsheviks therefore did well to break with the CCBA
"which has placed itself outside Party law
and outside the Party" and to take the mentioned resolutions at the
meeting. It is significant that Lenin occupies most of the “Introduction” of
this important leaflet with the following statement:
“At a time when the inner-Party
struggle is becoming more acute, it is particularly important to make a
fundamental statement on the cardinal problems of programme, tactics and
organisation. People like Trotsky, with
his inflated phrases about the RSDLP and his toadying to the liquidators, who
have nothing in common with the RSDLP, today represent ‘the prevalent disease’.
They are trying to build up a career for themselves by cheap sermons about
“agreement”—agreement with all and sundry, right down to Mr. Potresov and the
otzovists -- while of necessity maintaining complete silence as to the
political conditions of this wonderful supposed ‘agreement’. Actually they
preach surrender to the liquidators who are building a Stolypin labour party.”
Lenin
revisits this theme in 14 September: From
the Camp of the Stolypin Labour Party. Dedicated to Our “Conciliators” and
Advocates of “Agreement”. Responding to a letter from a worker telling him
how the party members in
“Hence it is clear that Trotsky and the ‘Trotskyites and conciliators’
like him are more pernicious than any liquidators; the convinced liquidators
state their views bluntly, and it is easy for the workers to detect where they
are wrong, whereas the Trotskys deceive the workers, cover up the evil, and
make it impossible to expose the evil and to remedy it. Whoever supports
Trotsky’s puny group supports a policy of lying and of deceiving the workers, a
policy of shielding the liquidators. Full freedom of action for Potresov and
Co. in
This
article has a post-scriptum that
clearly reveals Trotsky's lack of principles:
“P.S. These lines were already set
up when reports appeared in the press of
an “agreement” between the Golos group and Trotsky, the Bundist and the Lett
liquidator. Our words have been fully borne out: this is an agreement to
shield the liquidators in
On
24 August the conciliators in
“Trotsky provides us with an
abundance of instances of scheming to establish unprincipled “unity”. Recall …
how he praised the
“By his kissing
of Rabochaya Zhizn which had never fought against the non-revolutionary
Social-Democrats in Russia, Trotsky was merely revealing the plan of
the liquidators whom he serves faithfully ... This would assure complete victory for the liquidators and only their lackeys could pursue or defend such a line of action.”
“But after it [the Plenary], ever
since the spring of 1910, Trotsky has
been deceiving the workers in a most unprincipled and shameless manner
by assuring them that the obstacles to unity were principally (if not wholly)
of an organisational nature.”
“Trotsky and
Ionov, who asserted
that they too were opposed to the liquidators, but that they
understood the task of combating them differently. It is
ridiculous, comrades -- to declare, three years after the struggle began, that
you understand the character of this struggle differently!”
In
an article of 21 December, Trotsky’s
Diplomacy and a Partisan Platform, Lenin, notes the decay of Trotsky’s Pravda (Vienna Pravda) -- not published over a long period -- and which in its
latest issue “Trotsky makes no mention … whatsoever” of the announcement of the
RSDLP conference made by ROC. “As far as Trotsky is concerned, the Russian
Organising Commission does not exist. Trotsky calls himself a Party man on the
strength of the fact that to him the Russian Party centre, formed by the
overwhelming majority of the Social-Democratic organisations in
In
the same article Lenin also criticizes an editorial in which Trotsky, with his
usual revolutionary phraseology, appeals to the "class-conscious
workers" to hold it as more important the demand for "freedom of
association" than to fight for a republic. Lenin comments on this:
“It is absurd to demand ‘freedom of
association’ from the tsarist monarchy, without explaining to the masses that
such freedom cannot be expected from tsarism and that to obtain it there must
be a republic...
“The ‘class-conscious
workers should teach the masses to realise from experience the need for freedom
of association’! This is the old song of old
Russian opportunism, the opportunism long ago preached to death by the Economists.
The experience of the masses is that the
ministers are closing down their unions, that the governors and police officers
are daily perpetrating deeds of violence against them … extolling the slogan of
‘freedom of association’ as opposed to a republic is merely phrase-mongering by
an opportunist intellectual who is alien to the masses...
“Trotsky knows perfectly well that
liquidators writing in legal publications combine this very slogan of ‘freedom
of association’ with the slogan ‘down with the underground party, down with the
struggle for a republic’. Trotsky’s particular task is to conceal liquidationism by
throwing dust in the eyes of the workers.
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1912 – 1913 - Março 1914
Trotski procura criar um Partido dele,
anti-leninista, e fracassa
1912 – A VI Conferência do POSDR e o «bloco de Agosto»
Em 18-30 de Janeiro de 1912 teve lugar em Praga a VI Conferência
de Toda a Rússia do POSDR. Mais de 20 organizações do Partido estiveram
representadas na Conferência, bem como representantes das Redacções do Sotsial-Demokrat (O.C.) e Rabotchaia Gazeta, do Comité da
Organização no Exterior, de um grupo do CC, etc. A Conferência expulsou os
liquidadores do partido, condenou as atividades dos grupos antipartidários e
reconheceu a necessidade de uma única organização do partido no exterior, sob a
supervisão e orientação do CC. Assinalou que os grupos do Partido “que se
recusam a submeter ao CC e que causam
desorganização não têm direito a usar o nome do POSDR». A Conferência de Praga
desempenhou um papel de destaque na construção do Partido Bolchevique, um
partido de novo tipo. Livre de oportunistas, o Partido Bolchevique liderou o
novo surto revolucionário de 1912.
Entretanto Trotski não perdeu tempo em desenvolver esforços
para criar um partido anti-leninista. Em Janeiro de 1912 teve lugar uma reunião
de anti-leninistas de todas as cores: liquidadores, oportunistas do Bund,
do Comité Regional do Cáucaso, e das
Redacções do Pravda de Viena, do Golos
Sotsial-Demokrata, do Vperyod, etc., etc. Da reunião saiu um
Comité Organizador encabeçado por Trotski com vista a organizar em Agosto de
1912 uma contra-conferência (anti-partido).
Lembremo-nos (ver artigo
anterior) que neste tempo Trotski estava em Viena, onde estabeleceu boas
relações com os sociais-democratas austríacos. Esteve também em Berlim onde se
tornou próximo de Karl Kautsky, líder do Partido Social-Democrata Alemão (PSDA).
Segundo o historiador trotskista P. Broué, «Trotsky estava em boas relações com
Kautsky e com o “centro” da social-democracia alemã até pelo menos 1912 ... Foi
Kautsky quem, durante esse período e para grande raiva de Lenin, abriu as
páginas do Die Neue Zeit e do Vorwärts a Trotsky» [43]. Já vimos para
que serviu essa «abertura de páginas» a Trotsky, quando Lénine participava no
Congresso da II Internacional em Agosto de 1910. (Incidentalmente, vemos também
aqui quais as «aberturas» de Kautsky já nessa altura.) Pois também nesta altura
– concretamente em Março – Trotsky não podia resistir a lançar calúnias e fazer
intriga política, mais uma vez como autor
«anónimo», aproveitando a «abertura» de Kautsky. Assim, depois de Lénine
dar conhecimento da VI Conferência à II
Internacional (Lénine, Relatório ao
Bureau da Internacional Socialista sobre a Conferência de Toda a Rússia do
POSDR, início de Março [44]) Trotsky publicou como autor «anónimo» no Vorwärts um artigo insultuoso contra a VI Conferência
e suas decisões. Lénine comenta tal artigo numa separata do Sotsial Demokrat intitulada O Anónimo de “Vorwärts” e a Situação no POSDR (Março de 1912).
Lénine começa por
dizer no Prefácio:
«O Vorwärts publicou em 26 de Março uma declaração
oficial sobre a Conferência do POSDR e um artigo anónimo cujo autor, en consonância
com a resolução dos grupos sociais democratas russos no estrangeiro [45], cobre
de insultos a conferência. ...
«Dado que o Vorwärts se nega a publicar a nossa resposta ao infame e calunioso artigo do
autor anónimo, e continua a sua campanha a favor dos liquidadores, publicamos
esta resposta em folheto separado para informação dos camaradas alemães...»
Então como antes a recusa do Vorwärts em publicar a resposta de Lénine deve-se à «abertura» de
Kautsky. Num esclarecimento sobre liquidadores e otzovistas e do papel de Trotski, Lénine diz:
«Tais grupos, inevitáveis em qualquer cisão, ora oscilam para um lado,
ora para outro; envolvem-se em politiquice barata, mas não representam nenhuma
tendência definida e a sua actividade manifesta-se sobretudo em pequenas
intrigas. Um desses grupos é representado pelo Pravda de Trotski.»
E, apõs fornecer
dados concretos sobre a pouca representatividade dos liquidadores:
«Desta forma, não vale
a pena gastar palavras comentando o discurso altissonante do autor anónimo que
afirma que a esmagadora maioria é partidária dos liquidadores, etc. Tais frases
à Tartarin de Tarascon recordam demasiado Trotski, de modo que não vale a pena
discuti-las a sério.»
Em 8 de Maio, Lénine comenta no artigo Os Liquidadores contra o Partido as diligências de Trotski na
organização da sua conferência com os
liquidadores:
«Encurralados, os grupos e
círculos dos liquidadores não se limitam, porém, à campanha de calúnias contra
o partido. Procuram convocar a sua própia conferência. Tomaram, pois claro, todo
o tipo de medidas para fazer passar a Comissão Organizadora [CO] que convoca a
conferência como sendo "partidista»,
“não fraccionista” e defensora da “unidade”. ... Trotski foi encarregado de enaltecer
todas as virtudes da CO e da futura conferência liquidacionista, e ninguém melhor
para isso que este “unificador profissional”. ...
«As fundações deste bloco são
evidentes: os liquidadores gozam de plena liberdade para manter «como antes» a sua
linha no Jivoie Dielo e Nasha Zariá, enquanto Trotski, a partir do estrangeiro, os encobre com frases
revolucionárias que nada lhe custam e em nada o comprometem.»
Lénine fornece mais detalhes em «Unificadores», 17 de Junho:
«O senhor Levitski [líder dos
liquidadores] intitula o seu artigo “Pela unidade, contra a cisão”. Muito de
acordo com Trotski, não é? Desde que os elementos partidistas rechaçaram
totalmente os liquidadores ... Levitski e C.ª têm vindo a usar uma linguagem muito
"conciliadora". Estão por connpleto a favor da "unidade".
Só apresentam as quatro modestas condições seguintes para a "unidade":
1) Luta contra a Conferência do
POSDR, ...
2) Criação, em lugar do partido,
de um “grupo central de iniciação"
...
3) Não reactivar as "células
politicamente mortas" ...
4) Aceitar a palavra de ordem:
"contra o culto da clandestinidade" ...
«Levitski dá de seguida explicações muito detalhadas a todos os Trotskis:
vocês não têm outra opção, caros senhores. Aceitem as nossas condições, e em
troca nós (isto é, Levitski e C.ª) transigiremos de bom grado com o seguinte:
"para que lhes sirva de consolo", vós (isto é, Trotski e seus
acólitos) podeis dizer que não fosteis vós a aproximar-se dos liquidadores, mas
sim que estes se aproximaram de vós. ...
«A miserável comédia da "unificação" encenada peos
liquidadores e Trotski repugna inclusive aos menos exigentes.»
A 5 de Maio aparece em S. Petersburgo o primeiro número do jornal
Pravda que iria ter um papel
fundamental na história do partido bolchevique e da revolução. Numa carta ao Editor do Pravda, datada de 19 de Julho,
Lénine escreveu:
«Aconselho que responda a Trotski
pelo correio: “A Trotsky. Não responderemos a cartas desordeiras e caluniosas.”
A campanha suja de Trotsky contra o Pravda é um monte de mentiras e calúnias.
O conhecido marxista e seguidor de Plekhanov, Rothstein, escreveu-nos que
recebeu as difamações de Trotsky e respondeu-lhe: não me posso queixar do Pravda de Petersburgo, de nenhuma
maneira. Mas esse intriguista e
liquidador continua a mentir em todos os sentidos.»
A conferência dos liquidadores reuniu-se em Viena em Agosto
de 1912. Contou com a presença de delegados do Bund, do Comité Caucasiano, do
Partido Social Democrata Letão e de vários pequenos grupos liquidacionistas no
estrangeiro: editores do Golos
Sotsial-Demokrata, Pravda de
Trotsky, Vperiod, Nasha Zariá, Nevski Golos, delegados dos “grupos de iniciação” de S. Petersburgo
e Moscovo, etc.
Sob a égide de
Trotski a conferência formou o «bloco de Agosto».
Composto por elementos heterogéneos, sem princípios, esmagadoramente
sem contacto com a classe trabalhadora russa, apenas unidos pela posição
anti-partido, o bloco de Agosto começou a desmoronar-se já durante a reunião.
Os liquidadores não puderam eleger um Comité Central e limitaram-se a criar um
Comité Organizador dos liquidadores (COL).
Em Julho, o Executivo do PSDA convocou uma reunião de “centros”
e “grupos” do POSDR no estrangeiro para distribuir fundos que a liderança do PSDA
havia alocado para a campanha eleitoral da IV Duma. O CC do POSDR recusou-se a
participar da reunião e esta não ocorreu. O Executivo do PSDA atribuiu então parte
dos fundos ao COL, apoiando assim os liquidadores contra os bolcheviques. Lénine
procura então informar os camaradas alemães, num longo artigo – A Situação Actual do POSDR, 30Jul-2Set -- contrapondo informação
objectiva a relatos de informadores
do PSDA «que ou não têm o menor conhecimento do
que na realidade ocorre actualmente na Rússia ou tentam deliberadamente
enganar os camaradas alemães com uma explicação unilateral da política
partidária»:
«Infelizmente, um desses "informadores" conseguiu conquistar a
confiança do Vorwärts. O órgão
central do Partido Social-Democrata Alemão abriu as suas colunas numa série de
artigos, a uma torrente de calúnias inauditas contra o partido russo, saídas da
pluma desse informador, supostamente baseadas em fontes "objectivas".
Na realidade, essas fontes eram absolutamente
"subjectivas" e falsas. Como o Vorwärts
não inseriu a nossa rectificação factual, tivemos que editar um folheto
intitulado O anónimo do
"Vorwärts" e a situação no POSDR, distribuído em várias centenas
de exemplares pelas direcções de todos os organismos de certa importância do
Partido Alemão e as Redacções dos periódicos e revistas desse Partido alemão.»
Lénine prossegue apresentando documentos anteriores
dirigidos ao PSDA, explicando a evolução que levou à VI Conferência do POSDR e
à convocação da conferência anti-partido dos grupos liquidadores, o isolamento
desses grupos da Rússia – nomeadamente, que também «o Pravda de Vienna, de Trotski, não é órgão de nenhuma organização
russa» --, de como Trotski e comparsas enganam os trabalhadores e o PSDA, e
fornece abundantes dados quantitativos que lhe permitem afirmar que «Os
liquidadores são um zero à esquerda no movimento social-democrata russo».
De facto, Lénine ainda teve de escrever um post-scriptum do artigo, datado de 15 de
Setembro, motivado por nova carta arrogante [46] da Direcção do PSDA. O P.S.
começa assim:
|
1912 – 1913
– March 1914
Trotsky endeavours
to create his anti-Leninist Party,
and fails
1912 – The
VI Conference of the RSDLP and the “August Bloc”
On
18-30 January 1912 the Sixth All-Russia Conference of the RSDLP was held in
In
the meantime, Trotsky wasted no time in joining efforts to create an
anti-Leninist party. A meeting of anti-Leninists of all shades took place in
January 1912: liquidators, opportunists from the Bund, the Caucasus Regional
Committee, the editorial boards of the
Let
us recall (see previous
article) that at this time Trotsky was in
Lenin begins by stating in the
Preface:
“Vorwärts of March 26 carried an
official statement on the Conference of the Russian Social-Democratic Labour
Party and an anonymous article whose author, in line with a resolution adopted
by Russian Social-Democratic groups abroad, heaps abuse on the Conference…
“Since Vorwärts refuses to print our reply to the
infamous lying article of the anonymous writer and continues its campaign in
favour of the liquidators, we are publishing this reply as a separate pamphlet
for the information of the German comrades…”
Then
as before, the Vorwärts refusal to
publish Lenin's reply was due to Kautsky's "openness". In a
clarification on liquidators and otzovists and the role played by Trotsky,
Lenin says:
“Such groups, inevitable in every split,
vacillate now to one side, now to the other; they engage in cheap politics, but
represent no definite trend and their activity expresses itself mainly in petty
intrigue. One of these groups is represented by Trotsky’s Pravda.”
And,
having provided objective data on the minor representativeness of the liquidators:
“This being so it is unnecessary to waste
words on the unknown author’s tall talk to the effect that the overwhelming
majority follows the liquidators, etc. These phrases à la Tartarin de Tarascon are all too reminiscent of Trotsky, so that it is
not worth while discussing them seriously”
On
May 8, Lenin comments Trotsky's endeavours in organizing his conference with the liquidators, in the article The Liquidators Against the Party:
“Driven
into a corner, the groups and circles of liquidators do not confine themselves,
however, to a campaign of slander against the Party. They are trying to convene
a conference of their own. Every measure has been taken, of course, to lend the
Organising Committee [OC], which is to
convene this conference, the semblance of a ‘pro-Party’, ‘non-factional’, ‘unity’
body. … Trotsky was entrusted with singing all the virtues
of the OC and of the forthcoming liquidationist conference; nor could they have
assigned the job to anyone fitter than the ‘professional uniter’. …
The basis
of this bloc is obvious: the liquidators enjoy full freedom to pursue their
line in Zhivoye Dyelo and Nasha Zarya ‘as
before’, while Trotsky, operating
abroad, screens them with revolutionary phrases, which cost him nothing and do
not bind them in any way.”
Lenin
supplies further details in “Uniters”,
June 17:
“Mr. Levitsky [leader of the
liquidators] entitled his article ‘For Unity—Against a
(1) A fight against the
Conference of the RSDLP, ...
(2) The formation, in place of the
Party, of “a central initiating group”
….
(3) No revival of the “politically
dead nuclei” ...
(4) Acceptance of the slogan
“against the cult of the underground” ...
“And there and then Levitsky explains at great length to all the
Trotskys: After all, gentlemen, you
have no choice. You had better accept our terms, and in exchange we (i.e.,
Levitsky and Co.) will readily agree to the following: ‘to console yourselves’,
you (i.e., Trotsky and his like) can say that it is not you who have moved
closer to the liquidators, but the other way round. …
“The miserable comedy of ‘unification’ enacted by the liquidators and
Trotsky is repellent to the least exacting people.”
On
May 5, the first issue of the newspaper Pravda
appears in
“I advise you to reply to Trotsky
through the post: ‘To Trotsky. We shall not reply to disruptive and slanderous
letters.’ Trotsky’s dirty campaign
against Pravda is one mass of lies and slander. The well-known Marxist and
follower of Plekhanov, Rothstein, has written to us that he received Trotsky’s
slanders and replied to him: I cannot complain of the
The
liquidators' conference was held in
Under the aegis of Trotsky the
conference formed the “August Bloc”.
Composed
of motley, unprincipled elements, overwhelmingly with no contact with the
Russian working class, only united by their anti-party position, the August
bloc began to crumble already during the meeting. The liquidators could not
elect a Central Committee and merely set up an Organizing Committee of the
liquidators (OCL).
In
July, the Executive of the GSDP convened a meeting of RSDLP “centres” and
“groups” abroad to distribute funds that the GSDP leadership had allocated to
the IV Duma election campaign. The CC of the RSDLP refused to attend the
meeting and it did not take place. The Executive of the GSDP then allocated
part of the funds to the OCL, thereby backing the liquidators against the
Bolsheviks. Lenin then proceeded to informing the German comrades in a long
article -- The Present Situation in the
RSDLP, 30Jul-2Sep – counter-posing
objective information to reports from informants
of the GSDP “who are either absolutely unfamiliar with the actual state of
affairs in Russia at the present time or deliberately seek to mislead the
German comrades by a one-sided presentation of party politics”:
“Unfortunately, one of this kind of ‘informants’ succeeded in winning
the confidence of Vorwärts. The
Central Organ of the German Social-Democratic Party in a series of articles
opened its columns to a torrent of unheard-of slander against the Russian
Party, poured out from the pen of that informant and supposed to be derived
from ‘objective’ sources.
Actually, those sources were ‘subjective’
and false through and through. Since Vorwärts
did not insert our factual correction, we had to issue a separate pamphlet
entitled The Anonymous Writer in Vorwärts
and the State of Affairs in the RSDLP, which was issued in several hundred
copies and was sent to the executive committees of all the German Party organisations
of any importance and to the editors of the major organs of the Party press.”
Lenin
goes on, presenting earlier documents addressed to the GSDP, explaining the
developments that led to the VI RSDLP Conference and the convening of the
anti-party conference of the liquidationist groups, the isolation of these
groups from Russia -- namely that “Nor is Trotsky’s Vienna Pravda the organ of
any Russian organisation” --, how Trotsky and his followers deceive the workers
and the GSDP, and provides abundant quantitative data allowing him to state
that "The liquidators do not count at all in the Russian
Social-Democratic labour movement."
In
fact, Lenin had yet to write a post-scriptum
of the mentioned article, dated 15 September, motivated by a new arrogant [46] letter
from the GSDP leadership. The P.S. begins like this:
|
1912 – Trotski e os liquidadores perante o surto revolucionário
O ano de 1912 foi caracterizado por uma retoma
revolucionária: greves, matança do Lena
em Abril [47] e revoltas no exército e na marinha durante o Verão. Trotski,
juntamente com os liquidadores, menorizou e distorceu os objectivos da retoma
revolucionária, atribuindo-os a uma mera luta por «liberdade de associação».
Lénine em O Surto
Revolucionário, 17 de Junho:
«Nada há de mais falso que a ficção liberal, repetida por Trotski no Pravda de Viena, seguindo os
liquidadores, de que "a luta pela liberdade de associação é a base, tanto da tragédia do Lena como da
sua vigorosa repercussão no país". Na greve do Lena a liberdade de associação
não foi de forma alguma a reivindicação específica nem a principal. A matança do
Lena revelou não a falta de liberdade de associação, mas sim a falta de liberdade
de estar a salvo da provocação, falta de direitos em geral, falta de liberdade face
a toda a tiranía.
«... O que caracteriza os acontecimentos
do Lena não é de modo algum a luta por um dos direitos, ainda que fosse o mais fundamental, o mais importante
para o proletariado. Caracteriza-os a absoluta ausência de qualquer tipo de legalidade elementar. ...»
Lénine em Pode a
Palavra de Ordem «Liberdade de Associação» Ser Agora a Base do Movimento
Operário?, 12 de Agosto:
«Os liquidadores, com Trotski à cabeça, dizem que sim na imprensa legal.
Fazem todo o possível por deformar o
verdadeiro carácter do movimento operário. ...
En 1910 os grupitos intelectuais
iniciaram a campanha de petições pela liberdade de associação. Foi uma campanha
artificial, perante a qual as massas operárias permaneceram indiferentes. ... Era
próprio dos liberais acreditar nas reformas políticas sob a autocracia
czarista. ...
Os operários não são contrários à luta por
reformas: combateram, por exemplo, ... Por intermédio dos seus deputados
aproveitaram na III Duma toda a oportunidade para conseguir a mais pequena
melhoria, ... mas, a “liberdade de associação", sob a monarquía dos
Románov de 3 de Junho, é uma promesa vã de liberais apodrecidos.»
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1912 – Trotsky
and the liquidators on the revolutionary upswing
1912
was characterized by a revolutionary upswing: strikes, the
Lenin
in The Revolutionary Upswing, June 17:
“Nothing could be more false than the liberal invention, which Trotsky
repeats in the
“… It was not at all the struggle
for one of the rights of the proletariat, even the most fundamental, the most
important of them, that was characteristic of the
Lenin
in Can the Slogan ‘Freedom of
Association’ Serve as a Basis for the Working-Class Movement Today?, August 12:
“In the legal press, the liquidators headed by Trotsky argue that it
can. They are doing all in their power to distort the true character of the
workers’ movement. …
In 1910 little groups of
intellectuals began a campaign of petitions for freedom of association. It was
an artificial campaign. The mass of the workers remained indifferent. ... It
was fitting for liberals to believe in political reforms under the tsarist
autocracy. ...
The workers are not against
the struggle for reforms: they fought for ... Through their deputies they used
every opportunity in the Third Duma to bring about the slightest improvements.
But … ‘freedom of association’ under the June Third monarchy of Romanov is
an empty promise from rotten liberals.”
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Final de 1912-1913 – Como Trotsky lidera o «bloco de Agosto»
Lénine em A Plataforma
dos Reformistas e a Plataforma dos Social-Democratas Revolucionários, 18 de
Novembro de 1912:
«Veja-se a plataforma dos liquidadores. A sua essência liquidacionista
está habilmente encoberta pelas frases revolucionárias de Trotski. Essa
camuflagem pode por vezes cegar as pessoas ingénuas e sem experiência, e
inclusive parecer ser uma “reconciliação" entre os liquidadores e o
partido. Mas o engano dissipa-se rapidamente quando examinamos isso com alguma atenção.»
Comentando a conferência dos liquidadores em O
Partido Ilegal e o Trabalho Legal, 18 de Novembro, Lénine observa:
«Aquilo que o Nasha Zariá e o Dielo Jizni [jornais liquidadores] dizem abertamente, injuriando o partido ilegal, Trotski e os liquidadores expulsos do
partido repetem-no "mais suavemente": que fora do estreito
partido ilegal é onde se encontra os mais "activos", e que é com estes que nos devemos "ligar".
...
«P. B. Axelrod [líder liquidador,
mestre de Trotski] deu a Trotski as ideias do liquidacionismo. Trotski aconselhou Axelrod, depois dos seus
amargos reveses no Nacha Zariá, a
encobrir essas ideias com frases confusas. ...
«Estudámos
as ideias da política trabalhista liberal vestidas com a roupa quotidiana de
Levitski [líder liquidador]; também não é difícil reconhecê-las no vistoso
atavío de Trotski.»
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Late
1912-1913 - How Trotsky Leads the «August Bloc»
Lenin
in The Platform of the Reformists and the
Platform of the Revolutionary Social-Democrats, November 18, 1912.
“Look at the platform of the liquidators.
Its liquidationist essence is artfully concealed by Trotsky’s revolutionary
phrases. This
camouflage may sometimes blind naive and altogether inexperienced people, and
may even appear to be ‘reconciliation’
between the liquidators and the Party. But the most cursory examination will
rapidly dissipate this self-deception.”
Commenting
the Conference of the liquidators in The
Illegal Party and Legal Work, November 18, Lenin observes:
“Trotsky and the liquidators expelled from the Party are putting more
“mildly” what Nasha Zarya and Dyelo Zhizni [liquidator newspapers]
said plainly in reviling the illegal Party: in their view, it is outside the
narrow illegal Party that the most ‘active’
are, and it is with these that one must ‘link oneself’. ...
“P. B. Axelrod [liquidator leader,
teacher of Trotsky] supplied Trotsky with liquidationist ideas. Trotsky advised Axelrod after the latter’s
sad reverses in Nasha Zarya, to cover up those ideas with phrases that
would muddle them up. …
“We have studied the ideas of liberal labour policy attired in
Levitsky’s [liquidator leader] everyday clothes; it is not difficult to
recognise them in Trotsky’s gaudy apparel as well.”
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Em 1913 Trotski decaiu ideologicamente para o nível da
burguesia liberal. Começou a escrever no jornal Luch (= O Raio), diário
legal dirigido pelos mencheviques liquidadores Axelrod, Dan, Mártov e Martinov,
subsidiado fundamentalmente por donativos dos liberais. O objectivo do Luch era atacar a táctica revolucionária
dos bolcheviques. Defendia a palavra de ordem oportunista de um «partido
aberto», opôs-se às greves revolucionárias e procurou rever as teses mais
importantes do partido. Lénine disse que o «Luch
está ao serviço da política liberal» e chamou-lhe órgão renegado.
No artigo O Problema da
Unidade, publicado no Pravda a 16
de Fevereiro, Lénine, após dar conta de cartas dos trabalhadores que defendiam
que «devem ser os próprios trabalhadores a levar a cabo a unidade “a partir de baixo”»
e que os «liquidadores não têm que lutar contra a organização clandestina, mas sim
ingressar nela», comenta assim um artigo de Trotski no Luch:
«Depois de uma formulação tão
franca e clara da questão, é asombroso que nos deparemos com as velhas e pomposas
frases, totalmente vazias, de Trotski no Luch
... Nem uma palavra sobre a essência
da questão! Nem o menor intento de citar
factos concretos e de analizá-los até
ao fim! Nem uma alusão às condições reais
da unidade! Exclamações vazias, frases
empoladas, ataques arrogantes contra adversários que o autor não nomeia,
afirmações feitas em tom imponente: a isto se reduz a bagagem de Trotski.
«Isto não serve, senhores. Vocês falam
“aos operários” como se fossem crianças;
ora procurando assustá-los com palavras terríveis (“grilhetas do espírito de círculo”,
“polémica monstruosa”, “período de servidão feudal na história do nosso
partido”), ora procurando “convencê-los” como se fossem crianças pequenas, sem
dar razões nem explicações. ...
«“É ridículo e absurdo afirmar”
-- lemos no artigo – “que entre as tendências políticas de Luch e Pravda existe uma
contradição irredutível.” Creia-nos, estimado autor, que os operários não se
amedrontarão com as palavras “absurdo” e "ridículo”, antes lhe pedirão que
fale com eles como se faz com adultos,
indo ao fundo da questão. ...
«”As nossas fracções históricas, o
bolchevismo e o menchevismo, são pela sua origem formações puramente intelectuais”
--escreve Trotski. Esta é uma repetição
de uma fábula liberal. ... Aos
liberais convem-lhes apresentar a
base fundamental das discrepâncias como algo introduzido pelos “intelectuais”. Mas
Trotski não faz mais que desonrar-se quando repete esta fábula liberal.»
Um traço característico de Trotski, ao longo de toda a sua vida, era mentir muito, com total desprezo por
factos objectivos. (Provavelmente assumia que os seus seguidores não examinariam
os factos ou não se importariam com isso.) Já vimos isso em artigos anteriores. Vejamos um novo
exemplo. Num artigo de 15 de Junho, Notas
de um Publicista, diz Lénine:
«Trotski, servindo fielmente os
liquidadores, assegurou-se a si mesmo e assegurou os ingénuos “europeus” ...
que os liquidadores são “mais fortes” no movimento legal. Esta mentira também é
refutada pelos factos.
«Tomemos as
eleições para a Duma. Na II Duma, os bolcheviques tinham 47 por cento da cúria
operária; na III tinham 50 por cento, e na IV, 67 por cento. Devemos acreditar nestes factos, ou devemos
acreditar em Trotski e nos liquidadores?» (Seguem-se mais factos que
desmentem completamente Trotski.)
Nesta altura (e, de facto, até bem mais tarde, como iremos
ver) a separação ideológica de Trotski face a Lénine era completa. Em 1 de
Abril de 1913 Trotski escreveu de Viena uma carta a Tchkeidze, líder
menchevique que viria a ser um destacado contra-revolucionário. Inserimos a
seguir o texto integral que vale a pena examinar em detalhe para entender bem
quem era Trotski:
Viena, 1 de Abril de 1913
Para Nicholas Semionovich
Chkeidze,
Membro da Duma do Império,
Palácio da Táurida,
São Petersburgo.
Caro Nicholas Semionovich,
Antes de tudo, permita-me
expressar a minha gratidão pelo prazer, tanto político quanto estético, que os
seus discursos, particularmente o último sobre roubos, me proporcionam. Sim,
sentimos alegria ao ler os discursos dos nossos representantes e as cartas dos
trabalhadores à Redacção do "Luch", e ao ficar a par dos factos
sintomáticos relativos ao movimento dos trabalhadores. Depois disso, as brigas miseráveis sistematicamente provocadas por
Lénine, esse veterano nesse jogo, esse explorador profissional de tudo o que é
atrasado no movimento dos trabalhadores russos, parece uma obsessão sem
sentido. Nenhum socialista europeu sensato poderia acreditar que as
diferenças de opinião criadas por Lénine em Cracóvia são de molde a causar uma
cisão.
Os "sucessos" de
Lénine, embora sejam um obstáculo para nós, não me inspiram qualquer
preocupação. Nesta fase, não estamos mais em 1903 ou em 1908. Com
"dinheiro de origem suspeita", interceptado na casa de Kautsky e
Zetkin, Lénine montou um órgão, assumiu o logotipo de um jornal popular,
escreveu a palavra "unidade" na sua bandeira e, assim, atraiu
leitores dos trabalhadores, que, é claro, consideraram a publicação de um
diário de trabalhadores uma grande vitória. Então, quando o jornal ganhou
influência, Lénine usou-o como instrumento para intrigas do seu círculo e para
as suas tendências cisionistas. Mas as aspirações dos trabalhadores pela
unidade são tão fortes que Lenin foi forçado a jogar ao esconde-esconde com os
seus leitores, a falar de unidade a partir de baixo enquanto organizava a
divisão no topo, para equiparar a luta de classes a quezílias de grupos e
fracções. Numa palavra, neste momento
todo o edifício do leninismo está construído sobre mentiras e falsificações, e
carrega em si os elementos venenosos da sua própria decadência. Não há
dúvida de que, se a parte oponente souber manejar, a gangrena desenvolver-se-á
em breve entre os leninistas, justamente por causa da questão da unidade ou
divisão.
Mas repito: se a parte contrária
souber manejar. E se o leninismo, por si só, não me inspira nenhum medo, devo
admitir que não tenho certeza de que os nossos amigos, os liquidadores, não
ajudarão Lénine a voltar à sela.
Duas políticas podem ser agora
aplicadas: ou destruir ideologica e organicamente os muros fraccionários que
ainda existem e, assim, destruir os
próprios fundamentos do leninismo, que é incompatível com a organização dos trabalhadores
num partido político, mas que pode crescer perfeitamente com o estrume de
divisões; ou, pelo contrário, realizar uma selecção fraccionada de
anti-leninistas (mencheviques ou liquidadores) mediante uma eliminação completa
das divergências nas tácticas.»
A verborreia de Trotski dispensa comentários.
Apenas fazemos notar que a sua menção «"dinheiro de origem suspeita",
interceptado na casa de Kautsky e Zetkin» é mentirosa, intriguista e caluniosa,
muito ao estilo de Trotski que sempre
assume pouca memória dos outros. Já vimos que os fundos de que eram curadores
Kautsky e Zetkin eram fundos dos bolcheviques, que estes entregaram aos
curadores cumprindo decisões do Plenário de Janeiro de 1910. Em Dezembro de
1910 os bolcheviques solicitaram aos curadores a devolução dos fundos, com base
na violação de decisões do plenário pelos liquidadores e Trotski. A comissão de
arbitragem dos curadores decidiu favoravelmente aos bolcheviques em Outubro de
1911 e decidiu também não dar um cêntimo aos liquidadores e a Trotski [48]. A
referida afirmação de Trotski é, portanto, duplamente mentirosa e caluniosa.
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In
1913 Trotsky fell ideologically to the level of the liberal bourgeoisie. He
began writing in the newspaper Luch
(= The Ray), a legal newspaper run by
the Menshevik liquidators Axelrod, Dan, Martov, and Martinov, supported chiefly
by donations from the liberals. The
purpose of the Luch was to attack the
revolutionary tactics of the Bolsheviks. It defended the opportunistic slogan
of an "open party", opposed the revolutionary strikes and sought to
review the most important theses of the party. Lenin wrote that “Luch has been enslaved by a liberal policy”
and called it a renegade organ.
In
the article The Question of Unity,
published in Pravda on 16 February,
Lenin, having reported letters from workers who argued that the “workers themselves must bring about unity ‘from below’”
and that “liquidators should not fight the
underground Party but should form part of it”, comments this way an
article by Trotsky in Luch:
“It is amazing that after the
question has been posed so clearly and squarely we come across Trotsky’s old,
pompous but perfectly meaningless phrases in Luch ... Not a word on the substance of the matter! Not the
slightest attempt to cite precise facts and analyse them thoroughly!
Not a hint of the real terms of unity! Empty exclamations, blistering sentences, haughty sallies against
opponents whom the author does not name, statements made in imposing tone -- that
is Trotsky’s total stock-in-trade.
“That won’t do, gentlemen. You
speak “to the workers” as though they were children, now trying to scare
them with terrible words (“the shackles of the circle method”, “monstrous
polemics”, “the feudal-serf-owning period of our Party history”), now “coaxing”
them, as one coaxes small children, without either convincing them or
explaining matters to them. …
“’It is ridiculous and absurd
to affirm,’ we read in his article, ‘that there is an irreconcilable
contradiction between the political tendencies of Luch and Pravda.’
Believe us, my dear author, that neither the word ‘absurd’ nor the word ‘ridiculous’
can frighten the workers, who will ask you to speak to them as to adults on the substance of the matter.
…
“’Our historic factions, Bolshevism
and Menshevism, are purely intellectualist formations in origin,’ wrote
Trotsky.
This is the
repetition of a liberal tale. ... It is to
the advantage of the liberals to pretend that this fundamental basis of the
difference was introduced by ‘intellectuals.’ But Trotsky merely disgraces
himself by echoing a liberal tale.”
A
characteristic trait of Trotsky throughout his entire life was that he lied a lot, with total disregard for
objective facts. (He probably assumed that his followers wouldn’t check the
facts or wouldn’t mind that.) We have seen this in previous articles. Let's
look at one more example. In a June 15 article, Notes from a Publicist, says Lenin:
“Trotsky, doing faithful service to liquidators, assured himself and the
naive ‘Europeans’ … that the liquidators are ‘stronger’ in the legal movement.
And this lie, too, is refuted by the facts.
“Take
the Duma elections. In the Second Duma the Bolsheviks had 47 per cent of the
workers’ curia; in the Third they had 50 per cent and in the Fourth, 67 per cent.
Should these facts be believed, or
should one believe Trotsky and the liquidators?” (Hereafter follows
more facts that fully refute Trotsky.)
By
this time (and indeed, until much later, as we shall see) Trotsky's ideological
separation from Lenin was complete. On April 1, 1913, Trotsky wrote from
To Nicholas Semionovich
Chkeidze,
Member of the Empire Duma,
Dear Nicholas Semionovich,
First of all, let me express my
gratitude for the pleasure, both political and aesthetic, that your speeches,
particularly your last one on robbery, give me. Yes, one feels joy when reading
our representatives’ speeches and the workers’ letters to the “Luch” editorial
board, or when learning about the symptomatic facts concerning the labour movement.
After that, the wretched squabbling
systematically provoked by Lenin, that old hand at the game, that professional
exploiter of all that is backward in the Russian labour movement, seems like a
senseless obsession. No sensible European socialist could possibly believe
that the differences of opinion created by Lenin in
Lenin’s
“successes”,
although they are an obstacle for us,
do not inspire me any concern. At this stage, we are no longer in 1903 or in
1908. With “money of suspicious origin”,
intercepted at Kautsky’s and Zetkin’s place, Lenin set up an organ, took the logo of a popular newspaper, wrote
the word “unity” on its banner and thus
attracted worker readers, who, of course, considered the publication of
a workers’ daily to be a great victory. Then, when the newspaper had gained influence, Lenin used it as an instrument
for his circle intrigues and for his splittist trends. But the
aspirations of the workers for unity are so strong that Lenin was forced to play hide and seek with his readers,
to talk about unity from below while
organising the split at the top, to equate class struggle to the
bickering of groups and fractions. In a
word, at this moment, the entire
edifice of Leninism is built on lies and falsifications, and bears within itself the poisonous elements of
its own decay. There is no doubt that, if the opposing party knows
how to manage, gangrene will soon
develop among Leninists, precisely because of the question of unity or
division.
But I repeat: if the opposing party knows how to manage. And if Leninism, by itself, does not inspire me any fear, I must admit that
I am not sure that our friends, the
liquidators, will not help Lenin
to get back on saddle.
Two policies may now be applied: to destroy ideologically and organically the
fractional walls which still exist, and thus destroy the very foundations of
Leninism, which is incompatible with the organisation of workers into a
political party, but which can
perfectly grow on the manure of splits; or, on the contrary, to
conduct a fractional selection of anti-Leninists (Mensheviks or
liquidators) by a complete elimination of the divergences on tactics.”
Trotsky's verbiage needs no comment. We only note
that in his mention of "’money of suspicious origin’ intercepted at
Kautsky and Zetkin's house” there is lie, intrigue and slander, much in
Trotsky's style who always assumes poor memory of others. We have already seen
that the funds of which Kautsky and Zetkin were trustees were funds from the
Bolsheviks; funds that the Bolsheviks handed over to the trustees in compliance
with the January 1910 Plenary decisions. In December 1910 the Bolsheviks submitted
to the trustees a request to return the funds, based on the violation of
plenary decisions by the liquidators and Trotsky. The trustee arbitration
committee decided in favour of the Bolsheviks in October 1911, and also decided
not to give a cent to the liquidators and Trotsky [48]. Therefore, Trotsky's
statement is doubly lying, intriguing and slanderous.
|
Notas | Notes
[38] Vorwärts,
O.C. do Partido Social-Democrata Alemão. | Vorwärts, C.O. of the German Social Democratic Party.
[39] O Comité de
Escola foi nomeado pelo plenário para organizar uma escola do partido no estrangeiro.
Era composta por nove pessoas: dois bolcheviques, dois mencheviques, dois
membros do Vperiod e três
representantes de organizações nacionais. Esta escola deveria substituir a
organizada em 1909 na ilha de Capri por Bogdanov (Maximov), Alexinski e
Lunatcharski como centro das fracções unidas para lutar contra os bolcheviques.
Os partidários de Bogdanov persuadiram várias organizações sociais-democratas a
enviar treze estudantes para a escola, que durou quase quatro meses
(Agosto-Dezembro de 1909). Em Novembro ocorreu uma divisão entre os estudantes
e um grupo liderado pelo trabalhador N. Y. Vilonov dissociou-se definitivamente
do grupo de Bogdanov. Os alunos leninistas enviaram um protesto ao Proletari contra o comportamento
anti-partido dos professores e foram expulsos da escola. Os alunos que
permaneceram em Capri formaram o grupo anti-partido Vperyod (otzovistas, ultimatistas, construtores-de-Deus e
empirio-monistas) em Dezembro de 1909. O conselho editorial ampliado do Proletari condenou a escola de Capri
como um “novo centro da fracção que rompeu com os bolcheviques”. Lénine chamou-lhe também escola
«anarquista».
The
School Committee was appointed by the
plenary to organize a party school abroad. It was composed of nine people: two
Bolsheviks, two Mensheviks, two members of the Vperiod, and three representatives of national organizations. This
school should replace the one organized in 1909 on the island of Capri by Bogdanov (Maximov), Alexinsky and Lunacharsky as
the centre of the united factions to fight the Bolsheviks. Bogdanov's
supporters persuaded several social democratic organizations to send thirteen
students to the school, which lasted nearly four months (August-December 1909).
In November there was a division between the students and a group led by worker
N. Y. Vilonov definitively dissociated from the Bogdanov group. The Leninist
students sent a protest to the Proletari
against teachers' anti-party behavior and were expelled from school. The
students who remained in Capri formed the
anti-party Vperyod group (otzovists,
ultimatists, God-builders, and empirical monists) in December 1909. Proletari's expanded editorial board
condemned the Capri school as a “new centre of
the faction breaking away from the Bolsheviks”. Lenin
also called it an “anarchist” school.
[40] «Os liquidadores liberais consolidaram-se fora do partido,
criaram uma fracção completamente hostil (Nasha
Zarya, Vozrozhdeniye, Dyelo Zhizni) à social-democracia,
pronta a desfazer a causa do partido nas eleições para a Quarta Duma.» «O
Bureau do CC no estrangeiro não só não fez nada para unir os elementos
pró-partido no estrangeiro, não só não ajudou na luta contra os Golosistas e os Vperiodistas, mas ainda ocultou os “fundos” anti-partido dos
anarquistas [=Vperyodistas] e as
medidas tomadas pelos liberais [=Golosistas].
Os Vperiodistas, graças ao apoio
“conciliatório” de Trotski e Golos,
consolidaram-se como uma facção com o seu próprio transporte, a sua própria
agência, e cresceram muito mais desde o plenário de Janeiro de 1910.»
“The
liberal liquidators have consolidated themselves outside the Party, they have
created a faction altogether hostile (Nasha
Zarya, Vozrozhdeniye, Dyelo Zhizni) to Social-Democracy and
ready to disrupt the Party’s cause in the elections to the Fourth Duma.” “The
C. C. Bureau Abroad not only did nothing to unite the pro-Party elements
abroad, and not only gave no help to the fight against the Golosists and Vperyodists,
but it concealed the anti-Party “funds” of the anarchists [=Vperyodists] and the steps taken by the
liberals [=Golosists]. The Vperyodists,
thanks to the “conciliatory” support of Trotsky and Golos, have consolidated themselves as a faction with its own
transport, its own agency, and have grown many times stronger since the plenum
of January 1910.”
[41] Lénine declarou na reunião que os mencheviques I. Ísuv
(Mikhail), K. Ermoláev (Román) e P. Bronstein (Iuri), organizadores do partido
«trabalhista» aderente a Stolipin, não tinham condições para participar na
reunião, e que o bundista Liber, ao defendê-los, estava a colaborar com eles.
Em protesto Liber retirou-se da reunião. O Golos-ista
também abandonou a reunião.
A proposta de Lénine sobre a criação de um Colégio na Rússia
para realizar o trabalho prático de convocar a conferência foi aceite. As
resoluções foram ratificadas em Setembro por vários organismos do POSDR (Kiev,
Ekaterinoslav, Baku, Rostov, Tbilisi, grupos da área urbana de S. Petersburgo,
várias cidades dos Urais, etc.) Em Setembro formou-se a Comissão Organizadora
Russa (COR), composta por representantes de várias organizações
social-democratas. O COR preparou a convocação da VI Conferência (de Praga) do
POSDR de toda a Rússia, para Janeiro de 1912.
Lenin
stated at the meeting that the Mensheviks I. Isuv (Mikhail), K. Ermolaev (Roman)
and P. Bronstein (Yuri), organizers of Stolypin’s “labour party”, didn’t fulfil
the conditions to attend the meeting, and that the Bundist Liber, in defending
them, was collaborating with them. In protest Liber withdrew from the meeting. The
Golosist also left the meeting.
Lenin's
proposal to set up a Collegium in Russia to carry out the practical
work of convening the conference was accepted. The resolutions were ratified in
September by various RSDLP bodies (Kiev ,
Ekaterinoslav, Baku , Rostov ,
Tbilisi , St.
Petersburg urban groups, various Ural cities, etc.).
In September the Russian Organizing Committee (ROC) was formed, composed of
representatives of various social democratic organizations. The ROC prepared
the convening of the Sixth (Prague )
All-Russia Conference of the RSDLP for January 1912.
[42] O II Grupo de
colaboradores do POSDR em Paris foi formado em 18 de Novembro, 1908. Em
1911 o II Grupo de Paris era composto
por mais de 40 pessoas. A maioria eram
bolcheviques (Lénine, Krúpskaia, Semashko, Vladimirski, etc.); havia também
conciliadores e alguns membros do grupo Vperiod.
O grupo estava ligado às organizações do partido na Rússia às quais prestava
colaboração, e lutou contra os liquidacionistas e trotskistas. Na reunião de 1
de Julho, presidida por Vladimirski, foi discutida a situação interna do
partido. Por 27 votos contra 10 o grupo aprovou a resolução preparada por
Lénine.
The Second Paris Group of Collaborators of the
RSDLP was formed on 18 November 1908. In 1911 the Second Paris Group was composed of over 40 people. Most were
Bolsheviks (Lenin, Krupskaia, Semashko, Vladimirski, etc.); there were also
conciliators and some members of the Vperiod
group. The group was linked to the party organizations in Russia to which it gave collaboration,
and fought the liquidationists and Trotskyists. At the July 1 meeting chaired
by Vladimirski, the internal situation of the party was discussed. By 27 votes
to 10, the group adopted the resolution prepared by Lenin.
[43] Citado num artigo de D. Dauget, Spartacist n.º 45-46 (Winter 1990-91), pág. 34, que faz uma
apreciação da biografia de Trotsky escrita por Pierre Broué (Trotsky, Paris, 1988). A Spartacist é a revista do grupo
trotskista ICL (International Communist
League). A Spartacist n.º 45-46
pode ser encontrada na Internet Archive. A primeira vez que deparámos com esta
informação foi em Harpal Brar, Trotskyism
or Leninism?, London, 1993.
Quoted
in an article by D. Dauget, Spartacist
No. 45-46 (Winter 1990-91), p. 34, which reviews Trotsky's biography written by
Pierre Broué (Trotsky, Paris, 1988). Spartacist is the journal of the
Trotskyist group ICL (International
Communist League). Spartacist No.
45-46 can be found at the Internet Archive. The first time we came across this
information was in Harpal Brar, Trotskyism
or Leninism?, London ,
1993.
[44] O Relatório
de Lénine foi distribuído na Circular n.º 4 do Bureau da Internacional
Socialista (BIS?. a todos os partidos socialistas em 18 de Março de 1912 pelo
seu secretário, C. Huysmans, com um pedido para que fosse publicado nos
respectivos órgãos.
Lenin’s
Report was
distributed in Circular No. 4 of the Socialist International Bureau (SIB)
to all the socialist parties on March 18, 1912 by its Secretary,
C. Huysmans, with a request that it be published in their respective
organs.
[45] Lénine refere-se à resolução anti-partidária e
caluniosa contra a VI Conferência do POSDR e suas resoluções, aprovada a 12 de
Março de 1912 em París, na reunião dos representantes do Comité do Bund no Estrangeiro,
dos grupos Vperiod, Golos Sotsial-Demokrata, Pravda de Viena (periódico de Trotski),
dos mencheviques partidistas e dos conciliadores. Na sua condição de
representante do CC do POSDR no BIS, Lénine escreveu una declaração oficial de
protesto e uma carta a Huysmans, secretário do BIS.
This
refers to the anti-Party, slanderous resolution adopted on March 12, 1912,
in Paris at the meeting of the representatives
of the Bund Committee Abroad, the Vperyod group, Golos
Sotsial-Demokrata, Trotsky’s Vienna
Pravda, and of the pro-Party Mensheviks and conciliators. Lenin, as
the representative of the RSDLP in the SIB
wrote an official statement of protest and a letter to Huysmans, Secretary of
the SIB.
[46] No P.S. original (2 e 6 de Setembro) Lénine tinha
escrito: «Que os camaradas alemães se dêem ao trabalho, não tão excessivo, de
reunir os documentos sobre a situação do POSDR e de comprovar o seu conteúdo –
ao fim e ao cabo a Rússia não é a África central, da qual pode vir qualquer
“história de caçadores". É provável que os camaradas alemães queiram pôr
fim a esta estranha situação, gelinde
gesagt [para ser suave], em que recebem a sua informação do socialismo
italiano, sueco e de qualquer outro país dos documentos abertamente publicados,
enquanto que a informação que têm do socialismo russo provém das fábulas e
rumores trasmitidas em privado.»
In
the original P.S. (September 2 and 6) Lenin had written: “Let the German
comrades undertake the not too arduous task of collecting the documents on the
position of the RSDLP and verifying them—after all, Russia is not Central
Africa, about which any kind of ‘tall stories’ can be told. The German comrades
probably want to end this strange, gelinde
gesagt, [to put it mildly] situation in which they get their information on
the Italian, Swedish and any other socialist movement from openly published
documents, while their information on the Russian socialist movement is
obtained from privately communicated fables and gossip.”
[47] A Matança do Lena
refere-se ao fuzilamento em 17 de Abril de trabalhadores em greve nas minas de
ouro no nordeste da Sibéria, perto do rio Lena.
The Lena Massacre
refers to the shooting of workers on strike in gold mines in the
northeast Siberia near the Lena River on 17 April.
[48] Lenin, The Results of
the Arbitration of the “Trustees”. December 21,
1911.