sábado, 24 de junho de 2017

Monopólios | Monopolies

Uma análise cientificamente fundamentada da actual fase do capitalismo – o capitalismo monopolista de Estado (CME) – exige precisar o conceito de monopólio. É este o tema do presente artigo.
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Definição de monopólio: entidade económica que concentra e centraliza uma larga massa de capital que lhe permite uma posição de domínio económico e político, e obter assim, por tempo apreciável, uma taxa de lucro acima da taxa de lucro média das entidades não monopolistas do mesmo sector de actividade. ||

Nesta definição há três aspectos a esclarecer:
-- A entidade económica pode apresentar-se sob várias formas concretas, que já descrevemos noutro artigo [1].
-- A concentração e centralização de capital ([1]) não ocorrem por mero capricho ou «sede de poder» dos monopolistas. Elas emergem necessariamente do capitalismo de livre concorrência. Já vimos que é possível provar matematicamente para um modelo de pura e ingénua concorrência, sem intervenção do Estado e sem motivação para acumular e centralizar, que qualquer conjunto de agentes económicos com capitais diferentes converge com o tempo para uma situação monopolista por simples agravamento das diferenças (ainda que inicialmente pequenas) [2]. Mas a concorrência realmente existente exerce uma pressão para a formação de monopólios bem maior que nesse simples e ingénuo modelo matemático. Marx mostrou a necessidade de acumulação de capital na produção capitalista, logo da concentração e centralização de capital, por força das leis coercivas da concorrência [3]. Mostrou também a posição de domínio económico dos monopólios, por via do crédito [4], e em certa medida, o poder político [5]. No imperialismo acentua-se o poder político dos monopólios, devido à super-exploração de nações oprimidas, conforme mostrou Lenine extensamente [6].
-- Por tempo apreciável entende-se um tempo que excede largamente o de um ciclo de negócios (digamos, 8 ± 2 anos). Actualmente, há muitos exemplos de monopólios com uma longevidade de 50 anos e mais [7].
  
Existem três tipos de monopólios conforme o sector de actividade económica: monopólios do sector produtivo [8], do sector financeiro e do sector comercial. Os dois últimos tipos dependem do primeiro – a produção de bens pelo trabalho humano (com a correspondente formação de valor no capitalismo) é a base de toda a economia, e a acumulação capitalista na produção é a pré-condição de todos os monopólios. Mas, ao longo do desenvolvimento capitalista e particularmente no CME, os dois últimos sectores vieram a tornar-se proeminentes face ao primeiro o que denuncia o grau de parasitismo a que chegou o capitalismo.
  
-- Os monopólios do sector produtivo [9] obtêm uma taxa de lucro bastante acima da média das taxas de lucro dos capitais não monopolistas (obtendo assim super-lucros) não estando sujeitos por um tempo apreciável à lei da concorrência: lei tendencial de equalização da taxa de lucro mostrada por Marx, com base na lei do valor. Contudo, as tendências básicas da concorrência não desaparecem, já que o contexto social da produção é mediado pela competição dos inúmeros capitais individuais não monopolistas com a tendência imanente de gerar uma taxa de lucro média e preços de produção médios. Simplesmente, esta tendência é contrariada em certa medida pelo capital monopolista que distorce, assim, as leis da concorrência. Há ainda que ter em conta dois processos que contribuem para diminuir o impacto dos monopólios nas leis da concorrência: a concorrência entre os próprios monopólios: «O monopólio nega a concorrência mas reprodu-la a um novo nível como concorrência monopolística» [10]; o monopólio dura um tempo apreciável mas não é eterno -- constantemente há capitais monopolistas que perdem essa qualidade (impacto de crises, falências, perda de mercados, divisões, etc.).
  
Assim, a teoria marxista dos monopólios bem como a teoria leninista do imperialismo e do CME, assentam no fundamento teórico sólido da lei do valor. A essência do capitalismo em todos os seus estádios de desenvolvimento permanece a mesma e não mudou nem mudará quer pelo facto de haver monopólios quer por intervenção do Estado.
  
Para além da super-exploração imperialista que já tratámos noutros artigos, existem vários meios pelos quais os monopólios do sector produtivo obtêm super-lucros devido ao domínio económico [11]: melhores condições de financiamento por ligações estreitas aos monopólios do sector financeiro, com acesso a créditos vultuosos em condições mais favoráveis que as PMEs; domínio de mercados de matérias-primas e meios de produção; melhor acesso a novas tecnologias (muitos monopólios têm os seus próprios centros de I&D) e a processos de produção economicamente mais favoráveis; facilidade de aquisição de pequenas firmas pioneiras de produtos inovadores; maior capacidade de expansão, através de melhores estudos de mercado, publicidade e diferenciação de produtos; capacidade de arruinar PMEs concorrentes, através de bloqueamento de fornecimentos e de créditos, bem como de baixas temporárias de preços (dumping) [12]; maior capacidade de atrair e fidelizar clientes bem como de contratar o pessoal técnico melhor habilitado (engenheiros e economistas).
  
-- O sector comercial vive da apropriação de parte do valor produzido no sector produtivo. Para além dos meios de obtenção de super-lucros já mencionados para o sector produtivo, os monopólios do sector comercial obtêm super-lucros impondo, através do seu domínio de mercados, baixos preços de aquisição de produtos a associações de pequenos e médios produtores, a campanhas de dumping de preços e à super-exploração da produção em outsourcing [13].
  
-- O sector financeiro vive da concessão de crédito aos outros sectores e da especulação financeira – apostas sobre títulos de propriedade da produção futura [14]. Para além da super-exploração imperialista, os monopólios do sector financeiro obtêm super-lucros através da hegemonização sobre os outros sectores (dependentes do crédito), o controlo de grandes fundos especulativos, o controlo de fundos sociais e estatais com o consequente domínio político que daí advém, e a definição e imposição de regras de crédito à sociedade em geral.

O domínio político dos monopólios exerce-se de vários modos, nomeadamente: contratos com o Estado para desenvolvimento e produção de armamento, independentemente do fornecimento ou não! [15]; contratos com o Estado para construção de infra-estruturas, sempre em termos favoráveis aos monopólios; financiamento de partidos políticos burgueses e respectivas campanhas eleitorais; interligação dos monopólios com órgãos estatais e governamentais, através de agentes seus nessas órgãos, definindo e aplicando directivas favoráveis aos monopólios; formação de grupos políticos de influenciamento e pressão sobre governos, em particular através de confederações patronais; articulação com governos e instituições supranacionais para defender e conduzir políticas imperialistas, violentas ou não violentas, que sustentem a super-exploração capitalista; articulação com governos para reduzir impostos dos monopólios e fechar os olhos aos vários meios de evasão fiscal, descarregando o financiamento do Estado sobre as classes trabalhadoras e estratos da burguesia não monopolista; articulação com governos para propocionar as melhores condições de exploração do trabalho (baixos salários, cortes de direitos).
  
É claro que todos estes (e outros) meios têm como objectivo central a perpetuação do CME, logo a perpetuação da oligarquia monopolista que controla o globo.

Todos os monopólios, independentemente do sector e da área de negócio, estão interligados entre si através das chamadas redes corporativas. Já vimos isso em [1] no que se refere à interligação proprietária através de controlo de capital (controlo accionista). Mas a interligação monopolista não é só a nível de capital, mas também a nível de membros de conselhos de administração (direcção): interligação directorial. Os poucos estudos que encontrámos sobre o tema são bem elucidativos sobre o montante de interligações directoriais (membro da direcção de A é também membro da direcção de B). Limitamo-nos aqui a alguns resultados: em meados dos anos noventa existiam elevadas percentagens de interligações em cinco países europeus (DEU, GBR, FRA, CHE, NLD), que atingiam 236% na Alemanha (1456 interligações em 616 grandes firmas), bem como de interligações de monopólios do sector financeiro com outros (86% na Holanda) [16]; o número de interligações nos EUA em 1999-2003 crescia com a dimensão do monopólio [17]; no Citigroup dos EUA em 2005, 13 dos 15 membros da direcção eram também membros de direcções de 25 monopólios, e o monopólio de produtos de consumo Sara Lee tinha uma direcção de 10 membros ligados a 31 «grandes companhias», estas por sua vez interligadas a 297 [18].
   
As leis burguesas não admitem que membros do governo sejam membros de grupos privados. Essa disposição é, contudo, uma débil folha de parra para enganar o povinho. Todos os dias há escândalos de favorecimento a grupos privados por membros de governos burgueses, que ficam largamente impunes. Por outro lado, mesmo sem escândalos, há evidências do que se passa atrás dos bastidores. O estudo [18] revela vários membros de administrações americanas que quando deixaram o cargo oficial se tornaram membros de direcções de corporações; certamente, como recompensa de bons serviços gerais aos monopólios enquanto agentes governamentais e bons (ou mesmo excelentes) serviços específicos às corporações que logo depois os contrataram para altos cargos. Exemplos disso abundam. Também em Portugal. A ex-ministra das Finanças (2013-2015), enquanto ministra, ocultou o «buraco» do Banif; logo que deixou o cargo o “buraco” foi revelado pelo novo governo, mas ela alegou «desconhecimento»; foi, porém, contratada para alto cargo na Arrow Global, uma grande corporação que lucrou bastante com a compra de crédito mal-parado ao Banif... É claro que a justificação da Arrow foi a de sempre: qualidades ímpares da nova contratada!
  
No CME a promiscuidade entre monopólios e governos burgueses é absoluta.
A scientifically grounded analysis of the present stage of capitalism – the State monopoly capitalism (SMC) – demands a precise concept of monopoly. This is the topic of the present article.
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Definition of monopoly: economic entity concentrating and centralizing a large mass of capital which allows it a position of economic and politic domination, thus obtaining during a considerable time a rate of profit above the average rate of profit of the non-monopolist entities in the same sector of activity. ||

Three aspects in this definition  need clarification:
-- The economic entity may appear under several concrete forms, which we have already described elsewhere [1].
-- The concentration and centralization of capital ([1]) do not occur by mere whim or “thirst for power” of the monopolists. They emerge as a necessity out of the capitalism of free competition. We already saw that it is possible to mathematically prove  for a model of pure and naive competition, without State intervention and without motivation to accumulate and centralize, that any assembly of economic agents with differing capitals will converge along time towards a monopolist situation by the mere escalation of the differences (though initially small) [2]. However, the real-world competition exerts a pressure towards monopoly formation far larger than in that simple and naive mathematical model. Marx has shown the necessity of capital accumulation in the capitalist production, and thereby of capital concentration and centralization, under the influence of the coercive laws of competition [3]. He also showed the position of economic domination of monopolies, mediated by the role of credit [4], and to a certain extent the political power [5]. Imperialism intensifies the political power of monopolies, linked to the super-exploitation of oppressed nations, as extensively shown by Lenin [6].
-- By considerable time is understood a period of time largely exceeding the duration of a business cycle (say, 8 ± 2 years). There are, presently, many examples of monopolies with a lifetime of 50 years and more [7].
  
There are three main types of monopolies according to the sector of economic activity: monopolies of the productive sector [8], of the financial sector and of the commercial sector. The last two types depend of the first one – the production of goods by human labor (and corresponding formation of value in the capitalist system) is the basis of the whole economy, and the capitalist accumulation in the production the pre-condition of all monopolies. Yet, the capitalist development and particularly the SMC, led the last two sectors to prominence over the first one, which denounces the degree of parasitism attained by capitalism.
  
-- The monopolies of the productive sector [9] achieve a rate of profit well above the average of the rates of profit of the non-monopolist capitals (thus pocketing super-profits) without being subject for a considerable time to the law of competition: the tendential law of equalization of rate of profit shown by Marx with basis on the law of value. Nevertheless, the basic tendencies of the competition do not disappear, since the social context of the production is mediated by the competition of countless individual capitals, with the immanent tendency to produce the average rate of profit and average production prices. Such tendency is simply blocked to a certain extent by the monopolist capital, which thus distorts the laws of competition. One has also to take into account two processes which contribute to decreasing the impact of monopolies in the laws of competition: the competition among the monopolies themselves: "The monopoly negates the competition but it reproduces it on a new stage as monopolistic competition" [10]; though the monopoly lasts for a considerable time it is not eternal – there are constantly monopolist which cease having that quality (impact of crises, bankrupts, loss of markets, divisions, etc.).
  
Briefly, the Marxist theory of monopolies as well as the Leninist theory of imperialism and of SMC is grounded in the solid theoretical foundation of the law of value. The essence of capitalism in all its periods of development remains the same and has neither changed or will change by the monopoly, nor by the intervention of the State.
  
In addition to imperialist super-exploitation which we discussed in other articles, there are other means through which the monopolies of the productive sector obtain super-profits due to economic domination [11]: better financing conditions given their close ties to the monopolies o the financial sector, with access to voluminous credits with more favorable conditions than the SMEs; domination of markets of raw-materials and means of production; better access to new technologies (many monopolies have their own R&D centres) and to more economically favorable processes of production; facility in purchasing small pioneer firms in innovating products; better capacity of expansion, through better studies of markets, advertisement and differentiation of products; capability to ruin competitor SMEs, by blocking supplies and credits and by temporary price dumping [12]; better capability to attract and retain customers, and also to contract the better endowed technical personnel (engineers and economists).
  
-- The commercial sector feeds itself on the appropriation of part of the value produced by the productive sector. Besides the means of achieving super-profits already mentioned for the productive sector, the monopolies of the commercial sector obtain super-profits by imposing low prices, through their market domination, in the purchase of goods from associations of small and medium producers, by campaigns of price dumping, and through the super-exploitation of production in outsourcing [13].
  
-- The financial sector thrives on the concession of credit to the other sectors and on the financial speculation – bets on ownership titles of future production [14]. Besides the imperialist super-exploitation, the monopolies of the financial sector obtain super-profits through the hegemonization over the other, credit-dependent, sectors, the control of large speculative funds, the control of social and state funds with the consequent political domination derived from that, and the definition and imposition of credit regulations to the society in general.

The political domination of monopolies is exercised in several ways, namely: contracts with the State for the development and production of armaments, independently of their being supplied or not! [15]; contracts with the State for the construction of infrastructures, always in terms favorable to the monopolies; financing of bourgeois political parties and their respective electoral campaigns; interlocking of monopolies with state and governmental organs, through their agents in those organs, defining and applying directives favorable to the monopolies; formation of lobbying political groups to influence and pressurize governments, namely through  confederations of employers; liaisons with governments and supranational  institutions to defend and conduct imperialist policies, violent and non-violent, in support of capitalist super-exploitation; liaisons with governments to reduce monopoly taxation and closing the eyes to the various ways of fiscal evasion, discharging the financing of the State on the shoulders of the working classes and strata of non-monopolist bourgeoisie; liaisons with governments in order to provide for the best conditions of labor exploitation (low wages, cuts on labor rights).
  
The pivotal objective of all these (and other) means is, of course, the perpetuation of the SMC, and thereby the perpetuation of the monopolist oligarchy which controls the globe.

All monopolies, independently of their sector and branch of business, are linked among them through the so-called corporate networks. We saw that already in [1] as regards the proprietary interlocking through control of capital (stock control). But more than that, monopolist interlocking is not only at capital level but also at the level of board of directors: directorate interlocking. The few studies we found out on this topic are quite enlightening on the volume of directorate interlocks (a member of the board of A is also a member of the board of B). We will limit ourselves here to a few results: high percentages of interlocks did exist in five European countries (DEU, GBR, FRA, CHE, NLD) in the middle of the nineties, reaching 236% in Germany (1456 interlocks in 616 big firms), and also of monopolies of the financial sector with others (86% in Holland) [16]; the number of interlocks in the USA in the period 1999-2003 grew with the size of the monopoly [17]; 13 of 15 members of the 2005 board of directors of the US Citigroup were also members of directions of 25 monopolies, and the monopoly of consumer products Sara Lee had 10 members in the board of directors, all linked to 31 “large companies”, and these on their turn to 297 [18].
  
The bourgeois laws do not allow members of governments being members of private groups. Such regulation is, however, a weak fig leaf destined to fool the common people. Every day pop up scandals of governmental members having favored private groups, which fade down with large impunity. On the other hand, even without scandals, there are evidences of what goes on behind the curtains. The study [18] reveals several members of American administrations who became members of corporate directorates as soon as they left the respective official charge; certainly, as reward for good services to the overall monopolies in their position of governmental officers, and good (or even outstanding) specific services to the corporations wasting no time to contract them afterwards to high positions. Examples of this abound. Also in Portugal. The former Minister of Finances (2013-2015), during her term as Minister, concealed the “hole” in the bank Banif; when she left the office the “hole” was revealed by the new government but she alleged “lack of knowledge”; she was, however, contracted to a high position in the Arrow Global a large corporation which got a handsome profit with the purchase of non-performing loans from Banif... To be sure, Arrow’s justification was the standard one: unique qualities of the new employee!
  
The promiscuity between monopolies and governments in the SMC is absolute.

Notes and References
[3] Em O Capital encontram-se explicações e demonstrações deste tema. Cingimo-nos aqui a curtas citações do vol. I:
Adopção de novas tecnologias: «A lei da determinação do valor pelo tempo de trabalho, que leva o capitalista individual a aplicar um novo método de produção, ao compeli-lo a vender os seus produtos abaixo do seu valor social esta mesma lei age como lei coerciva da concorrência, forçando os seus concorrentes a adoptar o novo método.» (cap.12)
Concorrência-acumulação: «... cada capitalista individual sente as leis imanentes da produção capitalista, como leis coercivas externas, através da concorrência. Esta compele-o a constantemente expandir o capital com vista a preservá-lo, mas só pode expandi-lo por meio da acumulação gradual.» (cap. 24, sec. 3)
Acumulação-concentração: «Todo o capital individual é uma maior ou menor concentração de meios de produção... Toda a acumulação torna-se o meio de nova acumulação. Com a crescente massa de riqueza que funciona como capital a acumulação aumenta a concentração dessa riqueza nas mãos de capitalistas individuais, dessa forma alargando a base de produção em maior escala e em métodos específicos da produção capitalista.» (cap. 25, sec. 2)
Centralização: «… Esta última [atracção de capitais individuais] não significa a simples concentração de meios de produção... É concentração de capitais já formados, a destruição da sua independência individual, expropriação de capitalista por capitalista, transformação de muitos pequenos em poucos grandes capitais. Este processo difere do anterior na medida em que só pressupõe uma mudança de distribuição de capitais já existentes e a operar... Isto é propriamente centralização, distinta da acumulação e concentração.» (cap. 25, sec. 2)
One finds in Capital explanations and demonstrations of this topic. We’ll limit ourselves to a few citations from vol. I:
Adoption of new technologies: “The law of the determination of value by labour-time, a law which brings under its sway the individual capitalist who applies the new method of production, by compelling him to sell his goods under their social value, this same law, acting as a coercive law of competition, forces his competitors to adopt the new method.” (ch. 12)
Competition-accumulation: “… competition makes the immanent laws of capitalist production to be felt by each individual capitalist, as external coercive laws. It compels him to keep constantly extending his capital, in order to preserve it, but extend it he cannot, except by means of progressive accumulation.” (ch. 24 sect. 3)
Accumulation-concentration: “Every individual capital is a larger or smaller concentration of means of production, with a corresponding command over a larger or smaller labour-army. Every accumulation becomes the means of new accumulation. With the increasing mass of wealth which functions as capital, accumulation increases the concentration of that wealth in the hands of individual capitalists, and thereby widens the basis of production on a large scale and of the specific methods of capitalist production.” (ch. 25, sect. 2)
Centralization (our italics): “…This last [attraction of individual capitals] does not mean simple concentration of the means of production... It is concentration of capitals already formed, destruction of their individual independence, expropriation of capitalist by capitalist, transformation of many small into few large capitals. This process differs from the former in this, that it only presupposes a change in the distribution of capital already to hand, and functioning... This is centralisation proper, as distinct from accumulation and concentration. ” (ch. 25, sect. 2)
[4] Ibid.: «A batalha da concorrência trava-se com o embaratecimento dos bens produzidos. Este embaratecimento exige, caeteris paribus, a produtividade do trabalho e também a escala da produção. Por isso, os maiores capitais vencem os mais pequenos... [Estes] povoam os sectores de produção de que a indústria moderna só esporadicamente ou incompletamente se apropriou. Aí a sanha da concorrência é em proporção directa do número e inversa das grandezas... Termina sempre pela ruína de muitos pequenos capitalistas, cujos capitais em parte passam para as mãos dos seus conquistadores, e noutra parte desaparecem. Para além disso... uma força inteiramente diferente intervém – o sistema de crédito que nos estádios iniciais rasteja furtivamente como humilde assistente da acumulação...; mas cedo se torna uma nova e terrível arma na batalha da concorrência e se transforma finalmente num enorme mecanismo social de centralização de capitais.» (cap. 25, sec. 2)
Ibid.: “The battle of competition is fought by cheapening of commodities. The cheapness of commodities demands, caeteris paribus, on the productiveness of labour, and this again on the scale of production. Therefore, the larger capitals beat the smaller… [These] crowd into spheres of production which modern industry has only sporadically or incompletely got hold of. Here competition rages in direct proportion to the number, and in inverse proportion to the magnitudes... It always ends in the ruin of many small capitalists, whose capitals partly pass into the hands of their conquerors, partly vanish. Apart from this... an altogether new force comes into play – the credit system, which in its first stages furtively creeps in as the humble assistant of accumulation…; but it soon becomes a new and terrible weapon in the battle of competition and is finally transformed into an enormous social mechanism for the centralisation of capitals.” (ch. 25, sect. 2)
[5] Ibid.: «Alguns sectores de produção exigem, logo no início da produção capitalista, um mínimo de capital que ainda não está disponível em simples indivíduos. Isto origina em parte os subsídios estatais a pessoas privadas, como em França no tempo de Clobber, e em muitos estados alemães até ao presente a formação de companhias com o monopólio legal de exploração de certaos ramos de indústria e comércio, precursores das modernas sociedades anónimas.» (cap. 11)
Ibid.: “Certain spheres of production demand, even at the very outset of capitalist production, a minimum of capital that is not as yet found in the hands of single individuals. This gives rise partly to state subsidies to private persons, as in France in the time of Clobber, and as in many German states up to our own epoch, partly to the formation of societies with legal monopoly for the exploitation of certain branches of industry and commerce, the forerunners of our modern joint stock companies.(ch. 11)
[6] V.I. Lenine, O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo (1916) | V.I. Lenin, Imperialism the Highest Stage of Capitalism (1916).
[7] Datas de fundação de algumas companhias que cedo se tornaram monopólios até hoje | Foundation dates of some companies which soon became monopolies until today: Barclays: 1896, Krupp: 1903, IBM: 1911, Corticeira Amorim (cork products): 1952, WalMart: 1962.
[8] Sector produtivo: actividades económicas em que há formação de valor pelo trabalho humano: agricultura e pescas, indústrias extractivas, indústrias transformadoras, construção, produção de energia, tratamento de água, transportes de mercadorias.
Productive sector: economic activities where there is formation of value by human labour: agriculture and fisheries, mining and quarrying, manufactures, construction, production of energy, water treatment, transport of commodities.
[9] Sobre a teoria dos monopólios do sector produtivo, ver | On the theory of monopolies of the productive sector, see: Jörg Huffschmid, Begründung und Bedeutung des Monopolbegriffs in der marxistischen politischen Ökonomie (Fundaments and Meaning of the Concept of Monopoly in Marxist Political Economy). In: Zur Theorie des Monopols. Staat und Monopole (I), Argument-Sonderbande AS 6, Argument-Verlag GmbH, Berlin, 1975, pp. 4-92; Elmar Altvater, Wertgesetz und Monopolmacht (Law of Value and Monopoly Power). Ibid., pp. 129-198.
[10] Citação em | Citation in: Elmar Altvater, Wertgesetz und Monopolmacht, de | from Horst Heininger, Peter Hess, Die Aktualität der Leninschen Imperialismuskritik, Frankfurt/M. 1970.
[11] Existe abundante literatura sobre domínio monopolista. Seguimos aqui dois clássicos | There is an abundant literature on monopolistic domination. We follow here two classics: Eugen Varga, Politico-Economic Problems of Capitalism, Progress Pubs, Moscow, 1968; Paul Baran, Paul Sweezy, Monopoly Capital, Pelican Books, 1975.
[12] Estas práticas podem ser combinadas por acordos entre monopólios da mesma área de negócio. Tais acordos frequentemente também distribuem mercados e definem outras matérias.
These practices can result from agreements among monopolies of the same business area. Such agreements often comprise a distribution of markets and understandings on other matters.
[14] Ver a série de artigos sobre especulação financeira que publicámos, em particular o artigo Jogos com derivados (5). Ver também a revisão de T. Le Corre do livro de Durand, C., Le capital fictive: comment la finance s’approprie notre avenir, Paris, 2015.
See the series of articles on financial speculation posted by us, particularly the article Jogos com derivados (5). See also the review by T. Le Corre of the book: Durand, C., Le capital fictive: comment la finance s’approprie notre avenir, Paris, 2015.
[15] Há vários casos em que um novo armamento é desenvolvido mas já está obsoleto quando pronto a ser produzido. O respectivo monopólio nada sofre quanto a isso. Os lucros dos monopólios armamentistas são sempre garantidos e colossais.
There are several cases of a new weapon being developed but becoming obsolete when it is ready to be mass produced. The respective monopoly suffers no losses with that. The profits of the armament monopolies are always assured and colossal.
[16] Paul Windolf, Corporate Networks in Europe and United States, Oxford University Press, 2002.