Portanto: o valor retido na Alemanha é 2,6 vezes maior
do que o retido no Bangladesh; a H&M tem um lucro bastante bom mas que
não se compara com o valor capturado pelo Estado alemão, já que a somar ao
IVA há impostos de salários e sobre lucros da H&M e de fornecedores de
vários serviços. O lucro da fábrica do Bangladesh é menor que o da H&M; dos
95 cêntimos há que subtrair imposto (33ȼ), salários, custos de energia,
custos de materiais para além do algodão, depreciação de maquinaria e outros
itens.
Os 95 cêntimos retidos no Bangladesh incluem o custo do
trabalho. Qual é esse custo?
Segundo as melhores estimativas [4], é de 2 a 3 cêntimos:
0,4 a 0,6 % do preço de retalho!
Uma operária da fábrica do Bangladesh ganha 1,36 €/dia,
trabalha 10 a 12 horas/dia (13,6 a 11,3 ȼ/hora), e a máquina que opera produz
250 T-shirts/hora; logo, 2.500 a
3.000 T-shirts/dia. Cada T-shirt incorpora, portanto, entre
0,045 a 0,054 cêntimos da sua força de trabalho, ou seja, um milésimo do
preço final na Alemanha. O salário mínimo por
hora na Alemanha em Dezembro de 2016 era de 8,84 € [5], 65 a 78 vezes
maior que o da operária do Bangladesh.
Notar:
-- A fábrica do Bangladesh não é uma subsidiária da H&M. A H&M não tem títulos de
propriedade sobre a fábrica. Esta e a H&M são «indepen-dentes»; a relação
entre elas é dita «à distância».
-- O lucro da H&M parece resultar de uma actividade própria de valor acrescentado, e
os super-explorados trabalhadores do BGD parecem
não ter contribuído em nada para esse valor.
-- A contabilização de valor nos PIBs do Bangladesh e
alemão é bastante artificial.
John Smith cita a seguinte passagem de um relatório da
consultora McKinsey & Co. dos EUA sobre outsourcing no Bangladesh [2]: «o nível competitivo de preços [no
BGD] é claramente a vantagem principal -- todos os CPOs [Chief Purchasing Officers,
Directores de Compras] que participaram no estudo apontaram o preço atractivo
como a primeira e principal razão para comprar no Bangladesh». John Smith comenta
ironicamente: «O preço que os CPOs acham tão atractivo é, de facto, o preço
da força de trabalho, mas a McKinsey & Co. não querendo ofender as
sensibilidades dos seus clientes de grandes negócios não mencionam os baixos
salários em nenhuma parte do seu estudo».
A super-exploração dos operários do Bangladesh não se limita
aos baixos salários. A fim de satisfazer as exigências das TNCs os patrões do
Bangladesh, em feroz concorrência, procuram por todos os meios baixar o mais
possível os custos de produção e extrair o máximo de mais-valia: o trabalho
decorre em regime quase prisional; as disposições sanitárias e de segurança
são infringidas impunemente, dado que muitos patrões têm os seus
representantes no governo e relações com políticos e polícia; os activistas
sindicais são agredidos, postos em listas negras e sujeitos a prisão
arbitrária; os esquálidos edifícios das fábricas constituem ratoeiras
mortais. Acidentes de trabalho e desastres ocorrem com frequência. Em Abril
de 2013 ruiu em Daca um edifício de oito andares com várias fábricas têxteis.
Morreram 1.133 operários e ficaram feridos 2.500, num dos maiores desastres
laborais da história. No dia anterior tinham surgido grandes fendas
estruturais no edifício; uma inspecção recomendou o seu fecho, mas na manhã
seguinte ordenaram centenas de trabalhadores a voltar ao trabalho sob ameaça
de despedimento.
O caso do Bangladesh não é único. O operariado de
outros países de baixos salários também é super-explorado pelas TNCs da
Europa, América do Norte, Japão, etc. E não se trata apenas de T-shirts. É também em sectores de alta
tecnologia como automóveis, iPhones
e laptops. Diz assim John Smith:
«Os produtos da Apple, Dell, Motorola, e outras companhias dos EUA, Europa,
Coreia do Sul e Japão -- qualquer coisa como 40% da electrónica de consumo mundial,
segundo o New York Times -- são montados pela FoxConn, a maior subsidiária da Hon Hai Precision Industries sediada em Taiwan. O seu complexo de
14 fábricas em Shenzhen no Sul da China tornou-se famoso pela sua dimensão e
pelos 14 suicídios dos seus trabalhadores em 2010; também pelas débeis
mostras de preocupação da gestão, ao colocar redes para apanhar os
trabalhadores que saltassem das janelas dos dormitórios».
Baixos salários e trabalho intenso em más condições
são, na China como no Bangladesh, um atractivo para o outsourcing das TNCs. Em 2008 o custo total de produção do iPhone era de 178,96 US$ e era vendido
a 500 US$; o trabalho dos operários chineses incorporado num iPhone correspondia a 6,5 US$, cerca
de 3,6% do custo de fabrico e 1,3% do preço de retalho.
A China de hoje tem
grandes TNCs privadas, como a gigante Alibaba
do comércio retalhista e electrónico. A Alibaba
oferece serviços a outras empresas, incluindo estrangeiras, para encontrar fornecedores
chineses em outsourcing; disponibiliza
a outros (mediante comissão) informação sobre os seus fornecedores com vista
a escolher «parceiros fornecedores em
outsourcing». Assim, a chinesa Alibaba associa-se a outros, incluindo
os EUA, na super-exploração do proletariado chinês. A Alibaba tem 24 subsidiárias, mas só 3 no estrangeiro (duas nos
EUA e uma em Singapura); estas, certamente não por razões de baixos salários.
A Alibaba tem fartura disso em
casa.
Encontram-se exemplos de outsourcing em países que verificam duas condições: são sede de
TNCs com operações volumosas de trabalho intensivo e estão no topo em termos
de salário mínimo, sendo fácil encontrar países com muito menor salário
mínimo e condições laboriais precárias para onde externalizar a produção de
bens e serviços [6]. Esses países têm «economias desenvolvidas» e situam-se
no topo da pirâmide imperialista. Por exemplo, a Austrália e Israel
satisfazem essas duas condições. E, efectivamente, encontramos aí exemplos de
outsourcing. Em Julho de 2016 a
Telstra da Austrália cortou 326 empregos de um call center deslocalizando-o para as Filipinas, onde já
externaliza outras operações. A Delta-Galil Industries de Israel, uma grande
companhia do sector de vestuário, tem fornecedores em outsourcing na Jordânia e Egipto.
Portugal também produziu e ainda produz em outsourcing bens de consumo como
confecções e calçado, para grupos estrangeiros que exploram os nossos baixos
salários e precariedade de emprego [7]. No calçado, só recentemente se
regista uma tendência de libertação do capital estrangeiro, com registo de
marcas próprias e fabrico de calçado específico. A libertação do capital estrangeiro
acontece em grande medida porque os capitalistas portugueses são pressionados
nesse sentido, pois os grupos estrangeiros, perante a melhoria salarial
portuguesa e a luta contra a precariedade -- ambas consequência da luta forte
e unida dos sindicatos --, deslocam a produção de Portugal total ou
parcialmente para países de mais baixos salários. Um exemplo: O grupo
dinamarquês ECCO, de produção e comércio retalhista de calçado, estabeleceu a
sua primeira fábrica em outsourcing em
Portugal em 1982, numa altura em que o salário mínimo dinamarquês era 14
vezes maior que o português [8]; durante muitos anos a fábrica portuguesa era
a única em outsourcing da ECCO
mantendo esta na Dinamarca um centro de I&D; em 2009 (a seguir à crise) a
ECCO moveu o seu centro de I&D para Portugal e abriu fábricas em outsourcing na Eslováquia, Indonésia,
Tailândia e China. Em 2009 o salário mínimo dinamarquês era inferior a 5,7
vezes o português [8].
Note-se que o outsourcing de produtos de alta
tecnologia não traz, em geral, qualquer benefício em termos de
desenvolvimento tecnológico ao país de baixos salários, ao contrário do que apregoam
os porta-vozes do capitalismo. Um estudo de 2002 da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvi-mento) é esclarecedor (citado em [2]): «As taxas de crescimento
das exportações dos países em desenvolvimento excedem em muito as das
exportações mundiais por uma margem tanto maior quanto maior é a aptidão e
intensidade tecnológica… contudo, isso não significa uma melhoria tecnológica
rápida e sustentada das exportações dos países em desenvolvimento… A
participação dos países em desenvolvimento é geralmente limitada aos estádios
de trabalho intensivo do processo de produção».
Evolução do fenómeno
O outsourcing
da produção industrial a nível global teve início nos anos de 1960-1970 por
pressão das grandes cadeias de supermercados dos EUA e Europa Ocidental:
Tesco (GBR), Walmart (USA), Aldi (DEU), Albert Heijn (NLD), Carrefour (FRA),
etc. Os monopólios comerciais ganharam proeminência sobre os produtores
industriais. Em vez dos últimos ditarem os preços como antes acontecia,
passaram os comerciais a impor preços aos industriais. Esta pressão sobre as
manufacturas levou-as a externalizar processos produtivos de trabalho
intensivo, uma vez esgotadas as possibilidades domésticas de exploração do
trabalho. Inicialmente foram externalizados o fabrico de brinquedos,
confecções e calçado.
O outsourcing
cresceu a partir da «crise do petróleo». Um gráfico com dados da UNCTAD sobre a fracção das
«nações em desenvolvi-mento» nas exportações mundiais de bens manufacturados
[2] mostra que, enquanto no período 1955-1975 essa fracção se manteve em torno
de 6%, passou a partir de 1975 a crescer da ordem de cerca de 1% ao ano,
atingindo 42% em 2012.
Cada vez mais os «países desenvolvidos» -- do «Norte»
-- importam bens manufacturados dos «países em desenvolvimento» -- do «Sul». (Sobre estas
designações, ver [9].) Dados da UNCTAD (ver [2]) mostram que os EUA têm tido
uma importação crescente de bens manufacturados desde 1965, ao ritmo de cerca
de 1%/ano, atingindo 56% do total de importações em 2012. O ritmo de
crescimento do Japão é ainda maior, atingindo 70% do total de importações em
2012.
O outsourcing aumentou depois da crise de 2008. John Smith apresenta
o exemplo da indústria automóvel dos EUA. Em 1995 os EUA importavam do Canadá
quatro vezes mais valor acrescentado, relativo à indústria automóvel, do que
do México. Em 2005 ainda importavam 10% mais do Canadá do que do México. Em
2009 a situação inverteu-se: o México tornou-se a fonte de 48% mais valor
acrescentado que o Canadá. Vimos também acima o exemplo da ECCO.
Enquanto o volume de mão-de-obra industrial nas «países
em desenvolvimento» tem crescido constante e enormemente, de 100 para 540
milhões entre 1965 e 2010, o mesmo não aconteceu nos «países desenvolvidos»,
onde cresceu moderadamente de 120 para 200 milhões entre 1950 e 1985, decrescendo depois para 140 milhões em
2010 [2].
O comércio mundial
depende cada vez mais da força laboral das
«regiões menos desenvol-vidas». A UNCTAD estimou em 2013 que «cerca de 80% do
comércio mundial… está ligado às redes internacionais de produção das
corporações transnacionais», quer como Inves-timento Estrangeiro Directo (IED)
«da casa- mãe» -- o processo de produção é deslocado para subsidiárias ligadas
à sede que controla todo o processo de produção e detém todos os lucros --,
quer em relações «à distância» entre a «firma líder» e os seus fornecedores só
formalmente independentes: estão obrigados contratualmente a produzir em
condições técnicas e económicas definidas pelo «líder», embora retenham uma
parte, geralmente pequena, dos lucros.
Cada vez mais a produção emigrada é feita «à
distância», o que levou inclusive a uma redefinição de TNC: «firma que tem o
poder de coordenar e controlar operações em mais de um país, mesmo se não detém
a sua propriedade» [10]. As razões porque as TNCs preferem o outsourcing «à distância», são as
seguintes [2]:
1) «[F]orçar os produtores externos a intensa
competição entre si é um meio mais eficiente de fazer baixar os salários e
intensificar o trabalho, do que fazê-lo por subsidiárias através de gestores
nomeados».
2) Externalizar «à distância» significa mãos limpas: «a
firma que externaliza não externaliza apenas o risco comercial e o baixo
valor acrescentado do processo produtivo; externaliza também a
responsabilidade directa pela poluição, salários de miséria e supressão de
sindicatos» [11].
3) Permite às TNCs «descartar-se de muitos dos custos e
riscos associados às flutuações cíclicas na procura com largas perturbações
nos mercados mundiais».
4) Dado que a externalização «à distância» não envolve
fluxos «Norte-Sul» de capitais e activos, liberta fundos para investimento em
mercados financeiros para financiar especulação e concentração de capital
(através de aquisições e recompra de acções) alimentando a financialização das
economias imperialistas.
O que o
fenómeno significa
«A globalização da
produção e a sua deslocalização para países de baixos salários é a alteração
mais significativa e mais dinâmica da era neoliberal. A sua principal força
impul-sionadora é o que alguns economistas chamam “arbitragem do trabalho
global”» [2]. A «arbi-tragem» em economia significa obter vantagem de
diferenças de preços em mercados distintos: comprar barato aqui para vender
caro acolá. É usado, p. ex., no comércio de divisas. No capitalismo a força
de trabalho é uma mercadoria vendida em mercados laborais. Na «arbitragem do
trabalho global» trabalhadores de altos salários aqui são substituído por trabalhadores de qualidade semelhante e
baixos salários acolá, com o «aqui»
e «acolá» correspondendo a mercados laborais distintos.
Substituir força de
trabalho cara aqui por força de trabalho barata acolá, ou de acolá, «é
conseguido ou por emigração da produção
(“outsourcing” como entendido aqui)
ou por imigração dos trabalhadores»
([2], itálicos nossos).
A imigração do
trabalho e a emigração da produção são os dois métodos que o actual Capitalismo
Monopolista de Estado utiliza para obter super-lucros e perpetuar o sistema.
A lógica capitalista dos dois métodos é a mesma: super-exploração do trabalho.
Na primeira, são os trabalhadores que vêm ao Estado dos monopólios e formam
«colónias internas». Na segunda, são os capitalistas do Estado dos monopólios
que descem às «colónias externas».
A própria «UNCTAD
avisou em 2004 que as ZPEs [Zonas de Processamento de Exportações. Zonas
especiais em outsourcing dos países não desenvolvidos] manufactureiras
estavam a reproduzir formas coloniais
de “crescimento de enclaves” com “um sector relativamente rico de exportação
de bens, bem ligado a estradas, portos, e apoiado por serviços auxiliares,
existindo lado a lado com um interior subdesenvolvido onde vive a maioria da
população”» (citado de [2], itálicos nossos).
Marx já tinha considerado em O Capital a possibilidade da super-exploração, isto é de um salário inferior ao valor da força de
trabalho, mas não dedicou muita atenção a isso por ser na sua época uma
situação excepcional. Lenine expôs claramente os mecanismos de opressão
imperiais através do IED mas não os relacionou com a teoria do valor de Marx.
«Até à primeira década do séc. XXI quer os analistas convencionais
[burgueses] quer os marxistas tenderam, como observou William Milberg, “a ver
a globalização na óptica do investimento estrangeiro directo”» [2].
Quando Lenine escreveu sobre o imperialismo, nomeadamente
num Prefácio de 1920 à sua obra Imperialismo,
Fase Superior do Capitalismo (escrito em 1916), refere-se às receitas
proporcionadas pelas exportações de capital nestes termos: «… gigantesco super-lucro (visto ser obtido para
além do lucro que os capitalistas extraem aos operários do seu «próprio»
país». Não está a considerar nesses super-lucros a super-exploração do
trabalho barato [12], mas a captura de mais-valias através de empréstimos
bancários cobrando juros usurários e com cláusulas de aquisição de bens produzidos
nas metrópoles [13] ou, no caso do IED, da aquisição de materiais específicos
para construção de infra-estruturas no estrangeiro (p. ex., vias férreas)
[13].
«[O economista] Andy
Higginbottom explica porque razão Lenine atribuía tanta importância a isto:
com a sua ênfase na exportação de capital como característica do novo
estádio, Lenine identificou um ponto de partida vital para aprofundar a
análise… A exportação de capital significa que tem de haver um novo tipo de
relação capital-trabalho, entre o capital do Norte e o trabalho do Sul,
significa a exportação da relação
capital-trabalho sob condições de opressão nacional» [2].
A óptica do IED foi ultrapassada pelo outsourcing na fase actual do
imperialismo. Conforme afirma Andy Higginbottom em The Third Form of
Surplus Value Increase [15]: «A
super-exploração é uma condição específica dentro do modo de produção
capitalista… a essência oculta e comum que define imperialismo. A classe
trabalhadora das nações oprimidas/Terceiro Mundo/Sul Global é
sistematicamente paga abaixo do valor da força de trabalho da classe
trabalhadora das nações opressoras/Primeiro Mundo/Norte Global. Isto não porque
a classe trabalhadora do Sul produz menos valor, mas sim porque é mais
oprimida e mais explorada» (itálicos nossos).
Há várias razões porque a classe operária do «Sul» é
mais oprimida, é a presa do imperialismo: os respectivos países chegaram mais
tarde ao capitalismo e chegaram por via da exploração colonial ou
semi-colonial que instalou as condições de sujeição económicas e políticas
propícias à reprodução da sujeição uma vez alcançada a independência; os
modos de produção nesses países, antes do ascenso ao capitalismo, assentavam
na agricultura como fonte quase exclusiva de rendimento; o desenvolvimento
capitalista dependeu dos colonizadores e criou burguesias locais em situação
de dependência; esse desenvolvimento disponibiizou enormes massas de
camponeses na miséria e analfabetos, que migraram para as cidades onde
enfrentaram altas taxas de desemprego tornando-se presa fácil das burguesias
locais; os países opressores tudo fizeram (e fazem) para manter nesses países
uma burguesia dependente, vitalmente interessada em manter baixos salários e
baixos custos de condições de trabalho, bem como opressão política dirigida
contra as organizações laborais.
Quando em certas cidades ou regiões as condições
laborais melhoram, devido às lutas e fortalecimento das organizações laborais,
o outsourcing das TNCs desloca-se
para regiões mais favoráveis à super-exploração. É o que está a acontecer na
China com a deslocação de outsourcing
para regiões rurais do interior.
Notas finais
-- A super-exploração imperialista por outsourcing não significa que a
super-exploração imperialista «tradicional» -- saque de recursos naturais e
IED -- não continue. Ela continua bem viva! [16]
-- É a super-exploração de centenas de milhões de
trabalhadores do «Sul global» (bem como dos trabalhadores imigrantes) que
alimentam os lucros das TNCs, sustentam o consumismo insustentável dos países
imperialistas, inúmeros serviços em prol do capitalismo (publicidade,
segurança, call-centers, etc.)
mantêm a azáfama dos brilhantes centros comerciais do Norte, e as respectivas
classes operárias em relativa apatia [17].
-- As «economias desenvolvidas» são «desenvolvidas» à
custa do brutal subdesenvolvimento dos outros. É bem sabido que a
desigualdade entre países atingiu níveis inauditos.
-- É a super-exploração das centenas de milhões de
trabalhadores do «Sul global» (bem como dos trabalhadores imigrantes) que, em
grande parte, permitem aos governos imperiais (através do IVA sobre bens de
consumo fabricados no «Sul», IRC, taxas aduaneiras, etc.) financiar
benefícios sociais, órgãos de repressão e guerras. (Lembrar o exemplo da T-shirt.) Benefícios sociais que,
ainda que a encolher, acalmaram até agora os trabalhadores de muitos países do
«Norte», levaram os sindicatos do «Norte» a esquecer os do «Sul» e a fazer
reinar uma fachada de hipocrisia «Nortenha»» [18].
-- É a pilhagem de recursos do «Sul» e a super-exploração
das centenas de milhões dos seus trabalhadores que permitem níveis espantosos
de especulações financeiras que não são mais que jogos de casino baseados em
títulos de propriedade sobre futuros recursos a pilhar e sobre bens a
produzir no futuro, em ambos os casos no «Sul».
-- Apesar do enorme revés que representou para a luta
libertadora dos povos oprimidos o colapso da URSS e de outros países
socialistas, apesar da marcha da China para o imperialismo, a pilhagem de
recursos e a super-exploração do «Sul» têm os dias contados. Aí se formarão
constantemente «elos mais fracos» que se rebelarão contra o imperialismo.
Quando essas rebeliões se consolidarem em regimes socialistas e se acumularem
em escala significativa, uma mudança dialéctica irá inevitavelmente ocorrer.
Nessa altura os sinos não tocarão dobres a finados apenas para a
super-exploração do trabalho do «Sul»; tocarão também para os da exploração
do trabalho do «Norte».
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Thus: the value retained in Germany is 2.6 times greater than
what is retained in Bangladesh;
H&M has a quite good profit, though dwarfed by the value captured
by the German State, since in addition to VAT there are taxes on wages, on
H&M profits and on suppliers of various services.
The factory profit in Bangladesh is smaller than the one of
H&M, since from the 95 cents are subtracted taxes (33ȼ), wages, energy
costs, costs of materials besides cotton, machinery depreciation and other
items.
The labor cost is comprised in the 95 cents retained in
Bangladesh. What is that cost?
According to the best estimates [4], it is from 2 to 3 cents: 0.4
to 0.6 % of the retail price!
A worker of the Bangladesh factory earns 1.36 €/day, works 10 to
12 hours/day (13.6 to 11.3 ȼ/hour), and the machine she operates produces 250
T-shirts/hour; i.e., 2.500 a 3.000 T-shirts/day. Therefore, each T-shirt embodies
between 0.045 to 0.054 cents of her labor power, which amounts to one
thousandth of the final price in Germany. The minimum hourly wage in Germany was €8.84 in December 2016 [5], 65 to 78 times
higher than the one of the Bangladesh worker.
Notice that:
-- The Bangladesh factory is
not a subsidiary of H&M. H&M has no ownership titles on the
factory. H&M and the factory are “independent”; their relation is at
“arm’s length”.
-- The H&M profit appears
to be the result of its own value added activity, whereas the super-exploited
workers of BGD appear as not having
made any contribution to that value.
-- The value accounting in the Bangladesh and in the German GDPs
is quite artificial.
John Smith cites the following excerpt of a report by the
US-based consultancy company McKinsey & Co. as concerns the outsourcing in
Bangladesh [2]: “competitive price level [of Bangladesh] is clearly the prime
advantage -- all CPOs [Chief
Purchasing Officers] participating in the study named price
attractiveness as the first and foremost reason for purchasing in
Bangladesh.” John Smith comments this excerpt with irony: “The price that
CPOs find so attractive, of course, is the price of labor-power, but McKinsey
& Co., not wishing to offend the sensibilities of their big business
clients, make no mention of low wages anywhere in their study.”
The super-exploitation of the workers of Bangladesh is not
confined to low wages. In order to satisfy the demands of the TNCs the Bangladesh
bosses, operating under fierce competition, strive to lower production costs
in any way they can, and to extract the maximum of surplus value: labor takes
place in an almost penitentiary regime; health and security regulations are
violated with impunity, because many of the bosses have representatives in
the government and relations with politicians and the police; trade-union
activists are beaten down, placed in black lists and subject to arbitrary
jailing; the rickety factory buildings constitute death-traps. Labor accidents
and disasters at the workplace are a frequent occurrence. In April 2013 an
eight-storey building housing several textile factories collapsed in Dhaka. This
was one of the biggest labor disasters in the history, which caused the death
of 1.133 workers and injured 2.500. The day before, cracks had opened up in
the building’s structure and an inspection recommended its closing, but next
morning thousands of workers were ordered back to work on pain of dismissal.
The case of Bangladesh is not an isolated one. The working class of
other low wages countries is also super-exploited by the TNCs of Europe, North
America, Japan, etc. And not only with respect to T-shirts. Also in high technology
sectors, such as autos, iPhones and laptops. John Smith exemplifies: “Apple’s
products, and those of Dell, Motorola, and other U.S., European, South
Korean, and Japanese companies -- an estimated 40 percent of the world’s
consumer electronics, according to the New York Times -- are assembled
by FoxConn, the major subsidiary of Taiwan-based Hon Hai Precision
Industries. Its complex of fourteen factories at Shenzhen in southern China
became famous both for its sheer size and for the fourteen suicides among its
workers in 2010 – and for the management’s ham-fisted attempts to show its
concern, by erecting nets to catch workers jumping from dormitory windows”.
In China as in Bangladesh low wages and intense work in bad
conditions are attractive features for TNC outsourcing. In 2008 the total
production cost of the iPhone was US$ 178.96 and it was sold at US$ 500; the
work of the Chinese workers embodied in an iPhone amounted to US$ 6.5, which
was about 3.6% of the production cost and 1.3% of the retail price.
There are huge
private TNCs in today’s China, such as the giant Alibaba of e-commerce and
retail commerce. Alibaba offers services to other firms, including foreign
ones, so they can find Chinese suppliers for outsourcing; makes available to
others (on a commission payment) information about its suppliers having in
view the selection of “outsourcing partner suppliers”. This way, the Chinese
Alibaba associates itself with others, including the USA, in the super-exploitation
of the Chinese proletariat. Alibaba has 24 subsidiaries, but only 3 are
located abroad (two in the USA and one in Singapore); these 3, to be sure,
not on grounds of lower wages. Alibaba has plenty low wage at home.
Examples of externalization are found in countries verifying two
conditions: they are headquarters of TNCs with voluminous labor-intensive operations,
and they are placed at the top in terms of minimum wage, being then easy to
find countries with much lower wages and precarious labor conditions where to
offshore production of goods or services [6]. Such countries have “developed
economies” and occupy the top of the imperialist pyramid. For instance, Australia
and Israel satisfy these two conditions. And, indeed, we find in these
countries examples of outsourcing. In July 2016 Telstra of Australia cut 326 employments
of a call-center, externalizing it to the Phillipines where it already
outsources other operations. The Delta-Galil Industries of Israel, a large
company of the garment sector, has outsourced suppliers in Jordan and Egypt.
Portugal has also produced and still produces consumer goods in
outsourcing, such as garments and shoes, to foreign groups exploring Portuguese
low wages and labor precariousness [7]. As regards the shoe industry, it is
only recently that a tendency toward freeing up from foreign capital is
observed, with the registration of own brands and the manufacture of specific
types of shoes. This freeing up from foreign constraints occurs largely
because the Portuguese capitalists are pressured in that direction, since the
foreign groups, facing the wage improvement and the fight against
precariousness in Portugal -- both a consequence of the strong and united
trade union struggles --, displace totally or partially the production in
Portugal to lower wage countries. An example: ECCO, a Danish shoe
manufacturer and retailer group, established its first factory in outsourcing
in Portugal in 1982; this was at a time the Danish minimum wage was 14 times higher
than the one of Portugal [8]; during many years the Portuguese factory was
the only one ECCO had in outsourcing; ECCO maintained in Denmark an R&D
centre. In 2009 (just after the crisis onset) ECCO moved its R&D centre
to Portugal and opened factories in outsourcing in Slovakia, Indonesia, Thailand
and China. In 2009 the Danish minimum wage was below 5.7 times the Portuguese
one [8].
Let us note that the
outsourcing of high technology products doesn’t bring along with it, in
general, any benefit to the low-wage countries in terms of technological
development, contrary to what the mouthpieces of capitalism proclaim. A 2002
study by UNCTAD (United Nations
Conference on Trade and Development) is clear on this (cited in [2]): “Strikingly, the growth rates of exports from developing
countries exceed those of world exports by a higher margin the greater is the
skill and technology intensity of the product category… however, this does
not signify a rapid and sustained technological upgrading in the exports of
developing countries… The involvement of developing countries is usually
limited to the labor-intensive stages in the production process.”
How the phenomenon progressed
The outsourcing of industrial production at a global level began
in the years 1960-1970, under the pressure of the large chains of hypermarkets
of US and Western Europe: Tesco (GBR), Walmart (USA), Aldi (DEU), Albert
Heijn (NLD), Carrefour (FRA), etc. The commercial monopolies conquered the
upper hand over the industrial producers. Instead of the latter dictating the
prices as had previously happened, the commercial capitalists became the
price enforcers to the industrial ones. This pressure over the manufactures
led them to outsource labor-intensive production processes, once the domestic
possibilities of labor exploitation were exhausted. Initially, were
outsourced the manufactures of toys, garments, and shoes.
Production offshoring started growing after the “oil crisis”. A
chart based on UNCTAD data on the share of the “developing nations” in
the world exports of manufactured goods [2] shows that, whereas in the period
from 1955 to 1975 that share stood around 6%, it started growing after 1975 at
a rate of about 1% per year, rising to 42% in 2012.
The “developed countries” – of the “North” – are increasingly importing
manufactured goods from the “developing countries” – of the “South”. (As regards
these designations see [9].) The respective data from UNCTAD (see [2]) show
that USA has increasingly imported manufactured goods since 1965, at a rate
of about 1%/year, reaching 56% of the total imports in 2012. The growth rate
of Japan is even higher, reaching 70% of the total imports in 2012.
Production offshoring
increased after the 2008 crisis. John Smith presents the example of the US automobile
industry. In 1995 US imported four times as much automobile-related value
added from Canada as it did from Mexico. In 2005 US still imported 10% more
from Canada than from Mexico. In 2009 the situation was reversed: Mexico
became the source of 48% more value-added than Canada. We have also seen
above the example of ECCO.
Whereas the global industrial workforce of the “developing
countries” has increased steadily and enormously, from 100 to 540 millions between
1965 and 2010, the same did not happen in the “developed countries”, where it
grew moderately from 120 to 200 millions between 1950 and 1985, and then decreased to 140 millions in 2010 [2].
The world trade
depends more and more on the workforce of the “less developed regions”. UNCTAD estimated in 2013
that “about 80 per cent of global trade… is linked to the international production
networks of transnational corporations”, either as “in-house” Foreign Direct
Investment (FDI) -- the production
process is offshored to subsidiaries attached to the headquarter, which
controls the whole production process and detains the profits --, or as
“arm’s-length” relations between “lead firms” and their formally independent
suppliers; formally, because they are legally bound by
contract to produce in technical and economical conditions defined by the
“leader”, though they retain a share, usually small, of the profits.
The emigrated production is increasingly done at “arm’s length”, and
this even led to a redefinition of TNC: “a firm that has the power to
coordinate and control operations in more than one country, even if it does
not own them.” [10]. The reasons why TNCs prefer “arm’s length” outsourcing are
the following ones [2]:
1) “[F]orcing outsourced producers into intense competition with
one another is a more effective way of driving down wages and intensifying
labor than doing so in-house through appointed managers.”
2) “Arm’s length”
outsourcing means hands clean: “the outsourcing firm externalizes not only
commercial risk and low value-added production processes, it also
externalizes direct responsibility for pollution, poverty wages, and
suppression of trade unions [11].
3) It allows TNCs “to offload many of the costs and risks
associated with cyclical fluctuations in demand and with much larger
disruptions in world markets.”
4) Since “arm’s length” outsourcing does not involve
“North-South” flows of capitals and assets, it releases funds to be invested
in financial markets to finance speculation and concentration of capital
(through acquisitions and share buyback), feeding the financialization of the
imperialist economies.
The meaning of
the phenomenon
“The globalization of
production and its shift to low-wage countries is the most significant and
dynamic transformation of the neoliberal era. Its fundamental driving force
is what some economists call ‘global labor arbitrage’.” [2] “Arbitrage” in
economics means obtaining advantage from differences of prices in distinct
markets: buying cheap here in order to sell expensive there. It is used, e.g.,
in forex trading. In capitalism labor power is a commodity traded in labor
markets. In “global labor arbitrage” workers with high wages here are replaced by workers of
similar quality and low wages there,
with the “here” and “there” corresponding to distinct labor markets.
The replacement of
expensive labor power here by cheap labor power there, or from there, is
“achieved either through emigration of
production (“outsourcing,” as used here) or through immigration of workers” ([2], our italics).
The immigration of
labor and the emigration of production are the two methods that today’s State
Monopoly Capitalism utilizes in order to obtain super-profits and perpetuate
the system. The capitalist rationale of the two methods is the same:
super-exploitation of labor. In the first method, the workers come to the
State of the monopolies where they form “internal colonies”. In the second
method, the capitalists of the State of the monopolies who go down to the “external
colonies”.
Note that even “UNCTAD warned in 2004 that the manufacturing EPZs [Export Processing
Zones] were reproducing colonial forms
of ‘enclave-led growth’ in which ‘a relatively rich commodity-exporting
sector, well connected to roads, ports and supported by ancillary services,
exist side by side with large undeveloped hinterlands where the majority of
the population live’.” (Cited from [2], our italics.)
Marx had already considered in
Capital the possibility of super-exploitation; that is, of a wage below the value of the labor power,
but he did not pay much attention to it because it was in his time an
exceptional occurrence. Lenin clearly described the contraptions of imperial
oppression through FDI, but did not relate them to Marx’s theory of value. “Until
the first decade of the twenty-first century, both mainstream [bourgeois] and
Marxist analysts tended, as William Milberg observed, ‘to see globalization
through a foreign direct investment lens.’” [2].
When Lenin wrote about
imperialism, namely in a Preface dating
from 1920 to his work Imperialism, the
Highest Stage of Capitalism (written in 1916) he refers to revenues
coming from capital exports in this way: “… enormous super-profits
(since they are obtained over and above the profits which capitalists squeeze
out of the workers of their “own” country)…” He is not considering super-exploitation of cheap labor [12] in
the super-profits, but the capture of surpluses through bank loans charging usurer
interests and with clauses of
acquisition of goods produced in the metropolises [13] or, in the case of FDI,
the acquisition of specific materials for infrastructure construction abroad (e.g., railways) [14].
“[The economist] Andy Higginbottom explains why Lenin attached such importance to
this: with his emphasis on the export of capital as a characteristic of the
new stage, Lenin has already identified a vital starting point from which to
deepen the analysis… The export of capital means that there must be a new
type of capital-labour relation, between Northern capital and Southern labour,
it means the export of the capital-labour relation under terms of national
oppression.” [2]
The FDI optics was outpaced by outsourcing in the present stage
of imperialism. The economist Andy Higginbottom states in The Third Form
of Surplus Value Increase [15]
(our italics): “Super-exploitation is a specific condition within the
capitalist mode of production… the hidden common essence defining
imperialism. The working class of the
oppressed nations/Third World/Global South is systematically paid below the
value of labor power of the working class of the oppressor nations/First
world/Global North. This is not because the Southern working class
produces less value, but because it is more oppressed and more exploited.”
There are several reasons why the working class of the “South” is
more oppressed, i.e., fell prey of imperialism: the respective countries
arrived later to capitalism and arrived under colonial or semi-colonial
exploitation which installed the economical and political subjection
conditions conducive to the reproduction of the subjection once independence
was achieved; the modes of production of those countries, before the rise to
capitalism, were based on agriculture as the almost unique source of income; the
capitalist development depended on the colonists and created local
bourgeoisies in a dependent situation; the said development availed huge
masses of peasants living in misery and illiterate, which migrated to the
towns where they faced high rates of unemployment and became easy prey of the
local bourgeoisies; the oppressing countries have done everything (and still
do everything they can) to maintain in those countries a dependent
bourgeoisie, vitally interested in maintaining low wages and low costs of the
working conditions, accompanied by political oppression targeted against labor
organizations.
When labor conditions improve in certain towns or regions, due to
the struggle and strengthening of worker organizations, the TNC outsourcing is
displaced to regions more favorable to super-exploitation. This is just
happening in China with the displacement of outsourcing to rural regions of
the hinterland.
Final remarks
-- Imperialist super-exploitation through outsourcing doesn’t
mean that “traditional” imperialist super-exploitation – viz. plundering of
natural resources and FDI – has stopped. It goes on very much alive! [16]
-- It is the super-exploitation of hundred of millions of workers
from the “Global South” (and from immigrant workers as well) which feed up
the TNC profits, sustaining an unsustainable consumerism in the imperialist
countries, a multitude of services for the support of capitalism (advertisement,
security, call-centers, etc.), maintain the bustling of the shining Northern
commercial malls, and the respective working classes in relative apathy [17].
-- The “developed economies” are “developed” at the cost of the appalling
underdevelopment of others. Is a well-known fact that the inequality among
countries has raised to astonishing levels.
-- It is the super-exploitation of hundred of millions of workers
from the “Global South” (and from immigrant workers as well) which, in large
measure allow the imperial governments (through VAT over consumer goods
produced in the “South”, corporate taxes, customs taxes, etc.) finance social
benefits, repression bodies and wars. (Recall the example of the T-shirt.) Social
benefits which albeit shrinking have until now appeased the workers of many
countries in the “North” [18].
-- It is the
plundering of resources from the “South” and the super-exploitation of hundred of millions of its workers that
allow awesome levels of financial speculations which are nothing else than casino
gambles based on ownership titles of future resources to be plundered and of
future goods to be produced, ones and the others from the “South”.
-- In spite of the huge setback that the collapse of USSR and
other socialist countries represented to the liberation struggle of the
oppressed peoples, in spite of the march of China towards imperialism, the
days are numbered for the plundering of resources and super-exploitation of
the workers of the “South”. “Weakest links” will time and again emerge there,
rebelling against imperialism. When those rebellions consolidate in socialist
regimes and add up to a significant scale a dialectical change is bound to
take place. At such a time the chimes will not toll in death knell for the
super-exploitation of the “Southern” work alone; they will also toll for the
exploitation of the “Northern” work.
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