Krzhizhanovski: A notable figure of
the Soviet revolution
Gleb Maximilianovitch Krjijanovski (1872-1959) foi um
companheiro de Lénine desde os primeiros tempos da sua actividade
revolucionária. Nasceu em Samara de família de intelectuais. O pai, Maximilian N. Krjijanovski era de origem
polaca. A mãe, Elvira E. Rosenberg, era
alemã.
A carreira de Krjijanovski é impressionante. Trata-se de
um engenheiro e cientista que aliou à sua actividade na ciência e tecnologia
a actividade revolucionária, colocando-as ao serviço do povo, dos
trabalhadores, do socialismo. Um excelente exemplo de como casam bem o
conhecimento profundo das ciências exactas com o das ciências sociais.
Nomeadamente, quando a ciência não é apenas usada no primeiro caso e
esquecida no segundo caso, ou vice-versa; antes são usadas conjuntamente em
prol de altos valores de um ideal humanista, de construção de um mundo
melhor.
No Ocidente, este brilhante companheiro de Lénine, que foi
seu amigo durante toda a vida (o que não quer dizer que não tivessem
divergências pontuais) está esquecido. Vamos aqui recordá-lo, enumerando
etapas da sua biografia, socorrendo-nos para isso da wikipedia em russo.
1889: Krjijanovski conclui os estudos na Escola Real de
Samara com louvor.
1891: Junta-se a um grupo de estudantes marxistas do Instituto
Tecnológico de S. Petersburgo e dá aulas de marxismo aos trabalhadores.
1893: Encontra-se com Lénine e participa na fundação da
famosa Liga de Luta pela Emancipação da Classe Operária, que constituiu o
grupo bolchevique do não menos famoso 2.º Congresso do POSDR (Partido
Operário Social-Democrata Russo). Distribuiu literatura ilegal, deu aulas a
trabalhadores e ajudou Lénine no jornal Rabochoe Delo (Causa Operária).
1894: Licencia-se pelo Instituto Tecnológico de S.
Petersburgo e trabalha durante algum tempo em Nijni Novgorod como Engenheiro.
1895: Regressa a S. Petersburgo e trabalha nos
laboratórios do Instituto de Tecnologia. Foi preso em Dezembro de 1895 com
Lénine e outros da Liga, por actividade revolucionária. Com uma sentença de
exilio por três anos na Sibéria, esteve durante o período 1895-1897 em
prisões de Moscovo. Nas prisões procurou formar com outros presos políticos
uma espécie de «universidade de quadros».
Na prisão de Butirka,
numa cela que partilhava com trabalhadores polacos e três membros do
Partido Socialista Polaco, escreveu a letra em russo para a famosa canção
revolucionária «Varsoviana».
1897: Parte de comboio para o exílio num local perto de
Krasnoyarsk. Aproveitou o exílio para estudar Marx e Engels.
1899: Assinou o Protesto
de Sociais Democratas Russos escrito por Lénine contra os «economistas»
um grupo reformista que, reclamando-se do marxismo, defendia um «marxismo»
sem componente revolucionária. Casou-se e em Novembro e moveu-se com a esposa
para Irkutsk. Trabalhou como serralheiro e engenheiro dos comboios.
1902: Encabeça o Centro Iskra em Samara. (Iskra era o famoso jornal marxista
que, enquanto se manteve bolchevique, foi editado por Lénine no estrangeiro e
enviado clandestinamente para a Rússia; a esposa de Krjijanovski era
secretária do Bureau russo da organização Iskra). Krjijanovski trabalha na
recolha de comboios.
1903: Membro da organização do 2.º congresso do POSDR, eleito
para o Comité Central (CC). Viajou e esteve em Genebra com Lénine.
1904: Renunciou ao CC em Junho, em protesto contra a
unificação do POSDR com os mencheviques.
1905-1907: Na revolução de 1905 foge para S. Petersburgo,
vive na clandestinidae e fabrica bombas para a organização militar dos
bolcheviques. Participa na Revolução de 1905-07. Dirige um comité de greve
dos ferroviários em Outubro de 1905. Colabora num jornal e revista
bolcheviques.
1907-1909: Foi instalador, engenheiro e chefe da rede de cabos
da «Society of Electric Lighting 1886»
em S. Petersburgo. Geriu os fundos do partido.
1909: Escreve o primeiro trabalho científico e técnico:
«Sobre a natureza da corrente eléctrica».
1910-1913: É responsável pela rede de cabos em Moscovo. Na
década de 1910, dirigiu a construção de fábricas nos subúrbios e propôs a
ideia de construir uma central hidroeléctrica perto de Saratov (1913).
Participou no projecto e construção da primeira central eléctrica regional da
Rússia, operando com turfa, dirigindo-a em 1912-1922. Krjijanovski vivia num
apartamento no 2.º andar do edifício da «Society
of Electric Lighting 1886» de Moscovo, onde tinha um escritório com uma extensa biblioteca.
1915: Escreve em Novembro o primeiro artigo sobre o uso
dos recursos locais de combustível: «Centrais eléctricas regionais a turfa e
o seu significado na região industrial central».
1917: Foi membro da fracção bolchevique do Soviete de
Moscovo durante a Revolução de Fevereiro de 1917, e depois chefe do
departamento de combustíveis do Soviete da Cidade de Moscovo. Participou na
preparação da Revolução de Outubro em Moscovo. Após a revolução trabalhou na
restauração e desenvolvimento do sector de energia em Moscovo.
1918-1919: Presidente do Comité de Órgãos Estatais do
Supremo Conselho Económico (SCE). Desde 1919, Presidente da secção de
electricidade do SCE. Projecta a central hidroeléctrica do Volga.
Início de 1920: sob instruções de Lenin, escreve o
trabalho "As principais tarefas da eletrificação da Rússia".
Fevereiro de 1920: Presidente da Comissão Estatal de
Electrificação da Rússia (plano GOELRO).
Krjijanovski apresenta no VIII Congresso dos Sovietes da
Rússia, em 23 de Dezembro de 1920, um relatório sobre o GOELRO. O plano
GOELRO incorporou brilhantemente princípios da interconectividade de todos os
sectores de energia, optimizando o balanço de produção e consumo de vários
tipos de energia, em combinação com as possibilidades de recursos
energéticos. O principal conceito científico de Krjijanovski do GOELRO era
considerar a economia nacional como um sistema holístico, cujo elo
fundamental era a electrificação do país; i.e., o GOELRO não era apenas um
plano de electrificação, mas também o primeiro plano do mundo para o
desenvolvimento abrangente da economia nacional.
1921-1923 e 1925-1930: Primeiro presidente da Comissão
Estatal de Planeamento – Gosplan –
primeiro da RSFSR (1921-1923) e depois da URSS (1925-1930). Como Presidente
do Gosplan, Krjijanovski demonstrou
na prática a natureza progressista da concentração da produção e distribuição
de energia com base em grandes centrais e sistemas regionais de energia.
1922: Membro da delegação da RSFSR à Conferência de Haia
(conferência internacional sobre questões económicas e financeiras).
1923-1926: Reitor do Instituto de Mecânica de Moscovo.
1924-1939: Membro do CC do PCUS(b).
1925-1931: Membro do Conselho Editorial da Grande
Enciclopédia Soviética.
1927-1930: Presidente do Comité de Construção de Hidrovias
Volga-Don.
1927-1930: Presidente do Comité de Estandardização do
Conselho de Trabalho e Defesa.
1927-1937: Membro do Comité Executivo Central (CEC) dos
Sovietes da URSS.
Desde 1929: Membro da Academia de Ciências da URSS.
1929-1939: Vice-Presidente da Academia de Ciências da
URSS. Desenvolveu grande actividade na criação do Departamento de Ciências
Técnicas, na criação de institutos técnicos e no envolvimento de jovens
cientistas talentosos na sua composição.
1930: Fundador do Instituto de Energia da Academia de
Ciências da URSS e seu Presidente até ao final da sua vida. Fez um grande
esforço para atrair cientistas para o desenvolvimento de importantes
problemas económicos nacionais. As primeiras fábricas soviéticas foram
construídas com a sua participação directa.
1931-1932: Presidente da Direção Central de Energia do SCE.
Liderou a construção das maiores centrais de energia.
1932-1936: Presidente do Comité de Educação Técnica
Superior do CEC da URSS.
1933-1937: Presidente do Conselho de União das Sociedades
de Engenharia Científica.
1937-1945: Deputado do Soviete Supremo da URSS.
1941-1943: Evacuado 2.ª GM) junto com o seu instituto para
Kazan.
1957: Liderou o desenvolvimento de um plano de
investigação de longo prazo sobre a criação da Sistema Unificado de
Electrificação da URSS.
Muitos das ideias científicas de Krjijanovski não perderam
a sua relevância até hoje. Previu as grandes possibilidades da energia solar
e eólica. Prestou muita atenção às questões do desenvolvimento de
combustíveis locais e ao uso integrado de energia e tecnologias bnaseadas em
combustíveis.
Faleceu em 31 de Março de 1959. Foi cremado e as cinzas
colocadas numa urna na parede do Kremlin na Praça Vermelha de Moscovo. Em
1968, decidiu-se criar o Museu-Apartamento Memorial de G. M. Krjijanovski
como ramo do Museu da Revolução.
* *
*
Terminamos este artigo com traduções (quase) literais em
português e inglês da letra em russo da Varsoviana escrita por Krjijanovski
quando esteve na prisão de Moscovo.
Há traduções não
literais aqui.
Várias destas traduções afastam-se muito do espírito revolucionário original,
dos revolucionários polacos que compuseram a letra e a música e, mais tarde,
do espírito revolucionário russo que lhe transmitiu Krjijanovski. A Varsoviana
foi amplamente cantada nas revoluções russas de 1905 a 1917.
Inserimos também um YouTube de qualidade da Varsoviana
cantada em russo. Parece-nos que é apropriado, nesta terrível época que
vivemos, animar as almas dos que não baixam a cerviz perante os imperiais e
seus joguetes e lutam por um mundo melhor. Numa altura em que se celebra o
nascimento de Lénine. E também porque as cantigas podem ser armas contra a
burguesia.
|
Gleb
Maksimilianovich Krzhizhanovsky (1872-1959) was a comrade-in-arms of Lenin
since the early days of his revolutionary activity. He was born in Samara to
a family of intellectuals. The father, Maximilian N. Krzhizhanovsky was of
Polish origin. The mother, Elvira E. Rosenberg, was German.
Krzhizhanovsky
career is impressive. He was an engineer and scientist who combined his
activity in science and technology with revolutionary activity, placing both
at the service of the people, workers, and socialism. An excellent example of
how well a deep knowledge of exact sciences can be wedded with social
sciences. Particularly, when the use of science is not confined to the first
case and forgotten in the second case, or vice-versa; but instead they are
used together for the sake of high values of a humanist ideal, of building
a better world.
In
the West, this brilliant comrade-in-arms of Lenin, who throughout his life was
a friend of him (this does not mean that they did not have occasional
differences), is forgotten. In this article we memorialize him, enumerating some
moments of his biography, resorting to the wikipedia in Russian.
1889:
Krzhizhanovsky completes his studies at the Royal School of Samara with honour.
1891:
Joins a group of Marxist students at the Technological Institute of St.
Petersburg and gives lectures of Marxism to workers.
1893:
Meets Lenin and participates in the foundation of the famous League of
Struggle for the Emancipation of the Working Class, which constituted the
Bolshevik group of the no less famous Second Congress of the RSDLP (Russian
Social-Democratic Labour Party). Krzhizhanovsky distributed illegal
literature, gave lectures to workers and helped Lenin with the newspaper Rabochoe Delo (Workers’ Cause).
1894:
Krzhizhanovsky graduates from the Technological Institute of St. Petersburg
and works for a time at
1895:
Krzhizhanovsky returns to
When
he was in the Butyrka prison, in a cell which he shared with Polish workers
and three members of the Polish Socialist Party, Krzhizhanovsky wrote the Russian
lyrics for the famous revolutionary song
"Varsovienne".
1897:
Departure by train to the exile at a location near
1899:
Krzhizhanovsky signed the Protest by
Russian Social-Democrats written by Lenin against the "economists,"
a reformist group that though claiming to be Marxist, defended
"Marxism" without revolutionary component. He married and in
November moved with his wife to
1902:
He heads the
1903:
Member of the organization of the Second POSDR congress, elected to the
Central Committee (CC). He travelled and was in
1904:
He resigned from the CC in June, in protest against the unification of the RSDLP
with the Mensheviks.
1905-1907:
During the 1905 revolution, Krzhizhanovsky flees to
1907-1909:
He was an installer, engineer and head of the cable network for the «Society
of Electric Lighting 1886» in
1909:
Krzhizhanovsky writes his first scientific and technical work: “On the nature
of the electric current.”
1910-1913:
Krzhizhanovsky is responsible for the
1915:
Krzhizhanovsky writes in November the first article on the use of local fuel
resources: "Regional power stations running on peat and their
significance for the central industrial region".
1917:
Member of the Bolshevik faction of the Moscow Soviet during the February 1917
Revolution, and then head of the fuel department of the Moscow City Soviet.
He participated in the preparation of the October Revolution in
1918-1919:
Chairman of the Committee of State Bodies of the Supreme Economic Council
(SEC). Since 1919, chairman of the electricity section of the SEC. Krzhizhanovsky
designs the
Early
1920: under Lenin's instructions, he wrote "The main tasks of
electrification of
February
1920: Chairman of the State Electrification Commission of Russia (GOELRO
plan).
Krzhizhanovsky
presents a report on GOELRO at the VIII Congress of Soviets of Russia on
December 23, 1920. The GOELRO plan brilliantly incorporated principles of
interconnectivity of all energy sectors, optimizing the balance of production
and consumption of various types of energy, in combination with the
possibilities of energy resources. Krzhizhanovsky's main scientific concept
of GOELRO was to consider the national economy as a holistic system, whose key
link was the country's electrification; i.e., GOELRO was not just an
electrification plan, but also the world's first plan for a comprehensive
development of the national economy.
1921-1923
and 1925-1930: First chairman of the State Planning Commission - Gosplan -, of the RSFSR (1921-1923) at
first, and then of the
1922:
Member of the RSFSR delegation to the Hague Conference (international
conference on economic and financial issues).
1923-1926:
Dean of the Moscow Institute of Mechanics.
1924-1939:
Member of the CC of the CPSU (B).
1925-1931:
Member of the Editorial Board of the Great Soviet Encyclopedia.
1927-1930:
Chairman of the Volga-Don Waterway Construction Committee.
1927-1930:
Chairman of the Standardization Committee of the Labor and Defense Council.
1927-1937:
Member of the Central Executive Committee (CEC) of the Soviets of the
Since
1929: Member of the
1929-1939:
Vice-Chairman of the
1930:
Founder of the Energy Institute of the
1931-1932:
Chairman of the SEC's Central Energy Directorate. Krzhizhanovsky led the
construction of the largest power plants.
1932-1936:
Chairman of the Higher Technical Education Committee of the CEC of the
1933-1937:
Chairman of the Union Council of Scientific Engineering Societies.
1937-1945:
Deputy of the Supreme Soviet of the
1941-1943:
Evacuated (WWII) to
1957:
Krzhizhanovsky led the development of a long-term research plan on the
creation of the Unified Electrification System of the
Many
of Krzhizhanovsky's scientific ideas have not lost their relevance to this
day. He predicted the great possibilities of solar and wind energy. He paid
close attention to the issues of local fuel development and the integrated
use of energy and fuel-based technologies.
Krzhizhanovsky
died on March 31, 1959. He was cremated and the ashes placed in an urn on the
Kremlin wall in
* * *
We
end this article with (almost) literal translations into Portuguese and
English of the Russian lyrics of the Varsovienne
written by Krzhizhanovsky when he was in the
There
are non-literal translations here. Several of
these translations depart far from the original revolutionary spirit, from
the Polish revolutionaries who composed the lyrics and music and, later, from
the Russian revolutionary spirit that Krzhizhanovsky imparted to it. The Varsovienne was widely sung in the
Russian revolutions of 1905 throughout 1917.
We
also add a quality YouTube of the Varsovienne
sung in Russian. It seems to us as appropriate, in these terrible times that
we live in, to encourage the souls of those who do not bow before the
imperials and their minions and fight for a better world. At a time when
Lenin's birth is celebrated. And also because songs can also be weapons
against the bourgeoisie.
|
Traduções (quase) literais da letra em russo da Varsoviana
(Almost)
literal translations of the Russian lyrics of the Varsovienne
Tradução do texto de Krjijanovski em português:
Ventanias hostis sopram sobre nós,
Virulentas forças das trevas nos oprimem.
Entrámos numa batalha predestinada contra inimigos,
Fados desconhecidos nos esperam.
Mas vamos levantar com orgulho e ousadia
A bandeira de luta pela causa dos trabalhadores,
A bandeira da grande luta de todos os povos,
Por um mundo melhor, pela sagrada liberdade.
Refrão:
Na luta implacável
Santa e recta
Marchai, marchai em frente
Ó povo trabalhador!
Os trabalhadores estão hoje a morrer de fome,
Vamos nós, irmãos, permanecer mais tempo em silêncio?
Mostram os olhos dos jovens companheiros
Medo à vista do cadafalso?
Na grande batalha, não perecerão para sempre
Os caidos com honra em nome das ideias.
Os seus nomes nas nossas canções de vitória
Serão sagrados para milhões de pessoas.
Refrão
Odiamos os tiranos coroados
Honramos os mártires do povo acorrentado.
Tronos encharcados com sangue dos povos
Com sangue serão os nossos inimigos encharcados!
Morte impiedosa a todos os inimigos!
A todos os parasitas das massas trabalhadoras!
Vingança e morte a todos os reis plutocratas!
A hora da vitória está triunfantemente próxima.
Refrão
|
Translation of Krzhyzhanovsky’s text into English:
Hostile
whirlwinds blow over us,
And
dark forces oppress virulently.
We
entered a fated battle against enemies,
And
unknown destinies await us.
But
we will raise proudly and boldly
The
banner of struggle of the workers’ cause,
The
banner of the great struggle of all nations
For
a better world, for holy freedom.
Chorus:
To the ruthless fight
Holy and upright
March, march forward
Working people.
Workers
are dying of hunger these days,
Shall
we, brothers, keep silent for long?
Our
young companions’ eyes
Are
they afraid at the look of the scaffold?
In
the great battle they’ll not perish forever
Fallen
with honour in the name of ideas.
Their
names with our songs of victory
Will
be sacred to millions of people.
Chorus
We
hate the crowned tyrants
We
honour the martyrs of the people in chains.
Thrones
drenched with people’s blood
With
blood will be our enemies soaked!
Merciless
death to all foes!
To
all parasites of the working masses!
Vengeance
and death to all plutocratic kings!
The
hour of victory is triumphantly close.
Chorus
|
A Varsoviana cantada
em russo: | The Varsovienne sung in Russian: