What Does the “Corruption Perceptions Index” Measure, After
All?
I –
Introdução
II – O que
as análises dos textos e dados revelam
1 – A «independência» dependente
da TI
2 – Segundo a TI, só interessam
«percepções», evidência factual não
3 – Segundo a TI, instantâneos
sim, evoluções não
4 – Mais importante que os
instantâneos são as tendências temporais
5 – A subtil diferença para a TI
entre IPC e BCG
6 – As fontes dos peritos
7 – IPC e BCG em desacordo
III – As
fontes do IPC
IV –
Apêndices
1 – A influência da crise
2 – Os «peritos» da TI pontuam
significativamente pior os países que não se submetem ao Império, do que o
«público em geral»
3 – IPC e BCG não acertam
4 – BCG dos sectores público e privado
acertam
|
I - Introduction
II – What the
analyses of texts and data reveal
1 – TI dependent “independence”
2 – According to TI, only “perceptions”
are of interest, not the factual evidence
3 – According to TI, yes to snapshots, no
to along the time analyses
4 – Temporal trends are more important
than snapshots
5 – The subtle difference between CPI and
GBC, according to TI
6 – The expert sources
7 – CPI and GCB do not match
III – The CPI
sources
IV - Appendices
1 – The influence of the crisis
2 –
Compared to the “general public” TI “experts” score significantly worse
those countries that do not yield to the Empire
3 – CPI and GCB do not match
4 – GCB of public and private sectors
do match
|
I – Introdução
O Índice de Percepções de Corrupção (IPC) é muito citado nos media. Foi criado pela TI-Transparência
Internacional [1] que se apresenta como um «movimento», criado em 1993
por um grupo de pessoas lideradas por um reformado do Banco Mundial (BM).
Afirma-se politicamente apartidária e independente, sem interferência dos
«doadores» na determinação da política da TI e com contas transparentes de
financiamento e despesas. Os primeiros dados do IPC surgiram em 1995.
Na apresentação
à imprensa da brochura do IPC de 2013 afirmou a presidente da TI: «É tempo de
travar os que praticam actos de corrupção. Os buracos legais e a falta de
vontade política dos governos facilitam a corrupção doméstica e entre
estados, exigindo a intensificação dos nossos esforços para combater a
impunidade dos corruptos».
Estamos de
acordo. Tudo depende agora de como se
põem em prática estes esforços. Ora, é aí, a começar pelas fontes da TI,
que soam campainhas de alarme, como iremos ver abaixo.
O IPC é um
valor numérico na escala de 0 a 100 ou 0 a 10 (0 = altamente corrupto, 10 =
limpo) que alegadamente pontua «os níveis percepcionados de corrupção no sector público dos países em todo o
mundo» (nas citações as ênfases são nossas). É obtido a partir de pontuações
de várias «fontes de opinião de peritos» ligadas à TI. Desde logo uma questão
se levanta: porquê só o sector público? Então o sector privado não tem
corrupção e não é ele o motor da corrupção do sector público? Várias fontes
do IPC, embora com foco principal no sector público – já iremos ver porquê –
alegam, porém, medir também a corrupção no sector privado.
A TI também
publica, desde 2004 [2], o Barómetro da
Corrupção Global (BCG) baseado, não em «fontes especializadas», mas em
inquéritos ao «público em geral» dos países. O BCG, ao contrário do IPC, não
é uma pontuação única mas um conjunto de pontuações na escala de 1 = limpo a
5 = altamente corrupto, em várias categorias: sector público, sector privado,
justiça, etc. Dado basear-se em inquéritos ao «público em geral», o
«barómetro» poderá presumir-se como reflectindo uma opinião «popular».
II – O que as análises dos textos e dados
revelam
A análise a que
procedemos de textos e dados desde 2004 a 2015, do IPC e do BCG, suscitam-nos
os seguintes comentários e observações:
1 – A «independência» dependente da TI
Apesar de se
afirmar politicamente apartidária e independente, a TI é clara e
intrinsecamente partidária e dependente da visão capitalista, mais
concretamente partidária e dependente do grande capital americano e das suas
instituições, incluindo a CIA.
Este aspecto
vai-se tornar transparente na secção em que descrevemos as fontes.
Mas atente-se,
para já, nas seguintes afirmações publicadas pela TI:
-- Em 2004: «O
IPC costumava incluir inquéritos à opinião. Quando os inquéritos saíram do
índice porque eram de três anos atrás a IT decidiu basear o IPC
exclusivamente na opinião de peritos em corrupção. A razão disso é que
enquanto os inquéritos não distinguem tipos de corrupção, sentiu-se que os peritos em negócios estariam melhor
qualificados do que o público em geral para comentar com precisão a grande
corrupção».
-- A partir de
2004 a TI publicou o barómetro baseado em inquéritos ao «público em geral» e
sobre vários «tipos de corrupção». Isto desmente as suas afirmações anteriores.
Mas a TI manteve a óptica central de se basear nos «peritos em negócios». A
ideia de que «estariam melhor qualificados do que o público em geral para
comentar com precisão a grande corrupção» não faz sentido. O «público»
conhece bem a «grande corrupção» que os media
divulgam em grandes parangonas, quanto mais não seja porque ajudam a vencer a
concorrência à custa de sensacionalismo. Quanto à maior qualificação dos
«peritos em negócios», sabe-se que também os qualifica para melhor esconder,
minimizar e branquear as causas da corrupção. De facto, a causa principal da
corrupção é precisamente «os negócios» (ver nosso
artigo sobre a Ernst&Young).
-- «Organismos
internacionais como o G20 devem reprimir a lavagem de dinheiro, tornar as
corporações mais transparentes e obrigar à devolução de activos roubados».
Quem é que a TI
procura mistificar com estas palavras? Será que julgam estar a falar para ingénuos,
que irão acreditar que os representantes dos bancos e monopólios – os
representantes dos principais responsáveis de lavagens e roubos, amplamente
divulgados, que continuam e continuarão impunes porque são eles os patrões –
embarcarão numa possível «repressão» das manigâncias desses mesmos banqueiros
e monopolistas?
-- «O IPC incide na corrupção do sector
público e define a corrupção como o abuso do serviço público para obter
ganhos privados».
Isto é, para a
TI os «maus» são os funcionários públicos, não os capitalistas. Mas a TI
esquece-se de dizer de onde é que os «serviços públicos» obtêm ganhos. Se há
«ganhos privados» de onde é que eles vêm? Quem os alimenta? Ao contrário do
que a TI afirma, as massas trabalhadoras do «público em geral» conhecem a
resposta.
2 – Segundo a TI, só interessam «percepções»,
evidência factual não
«Porque razão o
IPC só se baseia em percepções? É
difícil basear afirmações comparativas dos níveis de corrupção de
diferentes países em dados empíricos
concretos, p. ex., comparando o número de processos ou de casos em
tribunal. Tais dados inter-países não reflectem os actuais níveis de
corrupção; reflectem em vez disso a qualidade dos procuradores, dos
tribunais, e/ou dos media na denúncia da corrupção. O único método de compilar dados comparativos é, portanto, basearmo-nos na experiência e percepções
dos mais directamente confrontados com as realidades de corrupção de um
país».
A TI diz:
-- «É difícil
basear afirmações comparativas… em dados… concretos, p. ex.,… número de
processos ou casos em tribunal».
É simplesmente
disparatado dizer que é difícil basear comparações em dados concretos. O
número de processos de corrupção é uma evidência factual que deveria ser
sempre tida em conta, para evitar erros grosseiros (vide IV-3).
-- «O único
método de compilar dados comparativos é…» – o «único» (!), nada de povo nem
de dados concretos – «basearmo-nos na experiência e percepções dos mais
directamente confrontados com as realidades de corrupção de um país» – isto
é, segundo a TI e como veremos, opiniões subjectivas dos representantes das
corporações dos EUA, UK e Alemanha; se os representantes forem da CIA, ainda
melhor.
3 – Segundo a TI, instantâneos sim, evoluções
não
A preocupação
central da TI é o instantâneo, que se pode resumir assim: saber num dado ano
e em dada região onde se situa um dado país quanto ao IPC ou BCG. Como diz a
TI: «Qual é a pontuação do seu país?».
Contudo – e
apesar da enorme qualidade que a TI vê nos seus peritos dos negócios –, o
instantâneo sofre do mal das populações de diferentes países terem
interpretações e valorizações diferentes da corrupção, conforme as tradições
históricas, o sistema socioeconómico, o tipo de corrupção que mais as afecta,
etc., e a existência ou não de progresso no combate efectivo à corrupção.
Os «peritos dos
negócios» não são deuses acima das populações que põem os instantâneos como
deve ser. Também têm as suas idiossincrasias. Tenderão, por exemplo, a
classificar como corrupção quaisquer dificuldades levantadas pelo sector
público aos seus negócios. Tendência reforçada no caso de países socialistas
ou com fortes sectores de empresas públicas; países que só põem entraves aos
negócios!
Quando a TI diz
«os [países] mais desenvolvidos revelam claramente como a transparência apoia
a prestação de contas e pode travar a corrupção» manifesta apenas a sua fé
nos países capitalistas desenvolvidos. Mas, de facto, esses países têm
enormes corrupções ao nível das relações íntimas Estado-monopólios que são
simplesmente digeridas pelos «peritos» da TI como não-corrupções.
Um exemplo
concreto: a Ernst & Young, PwC, KPMG e
Deloitte – as quatro maiores multinacionais em auditoria e consultoria –
estiveram envolvidas no escândalo do «Luxemburgo leaks»: a organização pelo Estado do Luxemburgo em conluio com os
monopólios da enormíssima evasão fiscal de 340 multinacionais entre 2002 e
2010. Enormíssima corrupção de um país desenvolvidíssimo. Contudo, o IPC do
Luxemburgo não sofreu com isso. De 2004 para 2010 até melhorou, de 8,4 para
8,5! Os «peritos» desprezaram completamente o «Luxemburgo leaks».
4 – Mais importante que os instantâneos são as
tendências temporais
A corrupção não
nasce por geração espontânea ou porque os funcionários públicos são maus. A
grande corrupção é filha da ganância de lucro das grandes multinacionais. Em
tempos de crise do capitalismo a fraude e corrupção tendem a aumentar. Apesar
de todas as insuficiências do IPC a tendência da corrupção pós-crise
determinada a partir do IPC de 16 países capitalistas desenvolvidos piorou em
9 (ver IV-1).
A insuficiência
do IPC é revelada pela análise de tendência no caso de Portugal. A figura
abaixo mostra que a tendência do IPC pós-2009 é de decréscimo da corrupção (*), quando é bem conhecido o grande
aumento da alta corrupção em Portugal com montes de processos judiciais, dos
bancos e empresas (ver IV-3).
(*)
Infelizmente, por má escolha de escala da TI, um IPC crescente corresponde a corrupção decrescente.
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I – Introduction
The Corruption Perceptions Index (CPI) is
often cited by the media. The CPI was developed by TI - Transparency International [1], which introduces itself as a
“movement” created in 1993 by a group of persons led by a retired officer of
the World Bank (WB). It also asserts being nonpartisan and independent, free
of interference from “donators” in the determination of TI policies, and with
transparent financing funds and accounting. The first CPI data were published
in 1995.
In the presentation of
the CPI 2013 brochure to the press, TI chairman said: "It is time to
stop those who get away with acts of corruption. The legal loopholes and lack
of political will in government facilitate both domestic and cross-border
corruption, and call for our intensified efforts to combat the impunity of
the corrupt".
We agree. It all remains
to be seen in which way these efforts
are carried into practice. Now, it is precisely here that alarm bells
ring; starting with the CPI sources, as we shall see below.
The CPI is a numerical
value in the 0 to 100 or 0 to 10 scale (0 = highly corrupt, 10 = clean) which
allegedly scores the “perceived levels of public
sector corruption in countries worldwide” (our emphases in all
quotations). It is derived from scores of several “expert opinion sources” with
which TI has connections. From the start, a question can be raised: why the
public sector only? Isn’t the private sector, after all, the corruption
driving force behind the public sector? Several CPI sources, in spite of
their main focus on the public sector – we shall see why – allege,
nevertheless, that they also measure the corruption in the private sector.
TI also publishes
since 2004 [2] the Global Corruption
Barometer (GCB) based on surveys of the “general public” of the
countries, instead of “expert opinion sources”. Contrary to the CPI, the GCB
is not a single score, but rather a set of scores in the scale from 1 = clean
to 5 = highly corrupt in several categories: public sector, private sector,
justice, etc. Given the fact that the “barometer” is based on surveys of the
“general public”, it may be presumed as reflecting a “popular” opinion.
II – What the analyses of texts and data reveal
The analyses that we carried
out of texts and data from 2004 to 2015, from both the CPI and the GCB, raise
the following comments and observations:
1 – TI dependent “independence”
In spite of the fact
that it asserts being nonpartisan and independent, TI is clear and
intrinsically partisan and dependent of the capitalist viewpoint, and more
precisely partisan and dependent of the big American capital and its
institutions, including the CIA.
This aspect will
become transparent in the section where we describe the sources.
But let’s for the
moment draw attention here to the following statements published by TI:
-- In 2004: “The CPI
used to include public opinion surveys. When these surveys dropped out of the
index because they were more than three years old, TI decided to focus the
CPI exclusively on expert opinion on corruption. The reason for this is that
while the surveys themselves don’t distinguish between types of corruption,
it was felt that business experts would
be better qualified than the public at large to comment accurately on grand
corruption.”
-- TI published after
2004 the barometer based on surveys of the “general public” on several
“corruption types”. This belies its previous statements. But TI maintained
its pivotal policy of being based on “business experts”. The idea that they “would
be better qualified than the public at large to comment accurately on grand
corruption” is senseless. The “public” knows well the “grand corruption”,
which is exposed by the media in large headlines, if for nothing else because
they afford leverage over the concurrency for their sensationalism. As
regards the higher qualification of the “business experts”, as we know, it
also qualifies them to better hide, minimize and white-wash the causes of
corruption. As a matter of fact, the main cause of corruption is precisely
the “businesses” (see our
article on the Ernst & Young study).
-- “International
bodies like the G20 must crack down on money laundering, make corporations
more transparent and pursue the return of stolen assets”.
Who is TI trying to mystify
with these words? Do they think they’re addressing naïve people, who will
believe that the representatives of banks and monopolies – that is,
representatives of the main responsible figures of widely exposed launderings
and robberies, who remained and will remain unpunished because they are the
bosses – will engage in an eventual “repression” of the trickeries of exactly
those same bankers and monopolists?
-- “The CPI focuses on
corruption in the public sector and defines corruption as the abuse of public
office for private gain.”
Thus, to TI, the “bad
guys” are the civil servants, not the capitalists. But the TI forgets telling
us from where come the gains going to the “public office”. If there are
“private gains” from where do they come? Who feeds them? Contrary to TI assertions
the working masses of the “general public” know the answer.
2 – According to TI, only “perceptions” are of interest,
not the factual evidence
“Why is the CPI based
only on perceptions? It is difficult to
base comparative statements on the levels of corruption in different
countries on hard empirical data,
e.g. by comparing the number of prosecutions or court cases. Such
cross-country data does not reflect actual levels of corruption; rather it
highlights the quality of prosecutors, courts and/or the media in exposing
corruption. The only method of
compiling comparative data is therefore to
build on the experience and perceptions of those who are most directly
confronted with the realities of corruption in a country.”
TI says:
-- “It is difficult to
base comparative statements… on hard empirical data, e.g. … number of
prosecutions or court cases”.
It’s sheer nonsense to
say that it is difficult to base comparisons on hard data. The number of
court prosecutions on corruption should always be taken into account in order
to avoid blatant errors (see IV-3).
-- “The only method of
compiling comparative data is…” – the “only” one (!), with no people and no
hard data – “to build on the experience and perceptions of those who are most
directly confronted with the realities of corruption in a country” – that is,
according to the TI and as we shall see, subjective opinions of the representatives
of the US, UK and German corporations; if the representatives are from the
CIA, it is even better.
3 – According to TI, yes to snapshots, no to along the
time analyses
The main concern of TI
is the snapshot, which in short amounts to know in a given year how a country
ranks in a given region with respect to the CPI or the GCB. In TI words: “How
does your country score?”
Nonetheless – and in
spite of the enormous quality that TI sees in its “business experts” –, a
snapshot is plagued by the shortcomings that populations of different
countries have different interpretations and valorizations of corruption,
depending on historical traditions, socio-economic system, most hardly felt
type of corruption, etc., and the existence or not of progress in the struggle
against corruption.
The “business experts”
are no gods above the populations, setting the record straight on snapshots.
They also have their idiosyncrasies. They will tend, for instance, to
classify as corruption any difficulties the public sector raises to their
businesses. A tendency reinforced in the case of socialist countries or
countries with strong sectors of public enterprises; countries that set all
sorts of obstacles to their businesses!
When TI states that "The
top performers clearly reveal how transparency supports accountability and
can stop corruption” it is merely manifesting its principled faith in the
developed capitalist countries. Yet, such countries also have huge
corruptions at the level of the State-monopolies intimate relations, which
are simply digested by the TI “experts” as non-corruptions.
A concrete example: the
Ernst & Young, PwC, KPMG and Deloitte – the four biggest multinationals
in auditing and consultancy services – were involved in the “Luxembourg
leaks” scandal: the organization by the Luxembourg State in collusion with
monopolies of a huge fiscal evasion of 340 multinationals between 2002 and
2010. A gigantic corruption of a very developed country. Nevertheless, the
CPI of Luxembourg didn’t suffer any influence from that. From 2004 to 2010 it
even improved, from 8.4 to 8.5! The “experts” completely neglected the
“Luxembourg leaks”.
4 – Temporal trends are more important than snapshots
Corruption isn’t born
out by spontaneous generation or because civil servants are evil persons. The
grand corruption is daughter of the profit greed of the big multinationals.
Fraud and corruption tend to increase in times of capitalist crisis. In spite
of all CPI insufficiencies, the post-crisis corruption trend computed with
the CPI in 16 countries of developed capitalism worsened in 9 (see IV-1).
The insufficiency of
CPI is revealed by trend analysis in the case of Portugal. The figure below
shows a CPI decreasing trend of corruption (*) post-2009; this, when the
rise of grand corruption with piles of court processes, involving banks and
firms, is a well-known fact (see IV-3).
(*) Unfortunately, due
to TI poor choice of scale, a CPI increase
corresponds to a corruption decrease.
|
Neste e noutros
casos vemos como é importante a avaliação de tendências. Note-se que as
tendências estão livres das dificuldades acima mencionadas de comparação de
instantâneos de países.
Os relatórios
da TI fazem alguma menção de evoluções, mas de uma forma simplista (do tipo
«na região X houve melhoria face ao
ano anterior»). Na realidade, os dados da TI não proporcionam facilmente
análises evolutivas, por várias razões: as «fontes especializadas» variam; a
escala de mensuração do CPI e barómetro são diferentes (sem necessidade);
países avaliados em alguns anos não são avaliados noutros; as categorias das
respostas do BCG têm variado; e – para cúmulo – no relatório do BCG de 2016
para a Europa e Médio Oriente nenhuma mensuração é incluída!
Disse assim a
TI em 2004 (e esta filosofia, parece continuar válida a julgar pelos
relatórios): «Podem as pontuações do IPC de 2004 ser comparadas com as do
passado? O índice fornece primariamente um instantâneo das percepções de
homens de negócios e de analistas de países, e menos atenção das tendências
ano após ano… Contudo, mudanças ao longo dos anos na pontuação de um país
resultam não só de uma mudança de percepção do desempenho de um país mas
também de uma mudança de amostra e
metodologia».
A TI menciona
depois causas de mudanças: variação de fontes, das amostras de inquiridos, e
«metodologias ligeiramente diferentes».
Mas, ao mesmo
tempo, a TI afirma peremptoriamente que «o IPC é um sólido instrumento de
mensuração».
Deixando de
lado o facto de que o IPC não é um «instrumento», se o IPC fosse uma medida
«sólida», então deveria ser muito pouco influenciável por uma amostragem
diferente e «metodologias ligeiramente diferentes». Não haveria então
qualquer razão impeditiva do seu uso para avaliar a tendências. Em suma, a TI
contradiz-se.
Por outro lado,
se o IPC é significativamente
influenciável por «uma mudança de amostra e metodologia», de tal forma que
não pode ser usado para avaliar evoluções ao longo do tempo, temos de perguntar:
o que é que ele, afinal, mede? Para que serve, afinal, o IPC, esta medida
estatística que depende
significativamente da amostra e da metodologia?! Desde há muitos anos que
se conhecem metodologias
científicas apropriados para obter medidas estatísticas insignificantemente influenciáveis por mudanças de amostras. Porque razão os «peritos» da
TI não as usaram?
5 – A subtil diferença para a TI entre IPC e BCG
Diz a TI sobre
a diferença entre IPC e BGC: «O IPC tem como objectivo avaliar níveis de
corrupção de países, enquanto o Barómetro Global de Corrupção se preocupa com
as atitudes que o público em geral forma relativamente a esses níveis de
corrupção».
Portanto, quer
o IPC quer o BCG têm a ver com «níveis de corrupção». Se olharmos para os
dados do BCG, vemos que são também níveis de corrupção «de países. Portanto,
toda a diferença, segundo a TI, se resume a que o BCG se preocupa «com as
atitudes que o público em geral forma». Os dados mostram que as respostas do
público se referem à avaliação temática da corrupção. Da avaliação temática
pode sempre obter-se uma avaliação agregada. Aliás, é exactamente isso que
supostamente fazem os «peritos» do IPC. Para concluir, dado que o público
«forma» é sinónimo do que o público percepciona, onde está, afinal, a
diferença entre o IPC e o BCG?
A diferença
reside apenas naquilo que a TI não quis dizer, apesar de ser claríssima: o
IPC baseia-se em percepções de peritos;
o BCG em percepções do público em geral.
Dizer isto claramente seria desvalorizar os peritos dos «negócios» face ao «público em geral», o que não convém aos
que apoiam financeiramente a TI.
Incidentalmente,
apesar da afirmação da TI de o BCG se basear no «público em geral», as
amostras usadas são bem pequenas, da ordem de 1.000 inquiridos para grandes
países (p. ex., EUA). A TI não diz uma palavra sobre a metodologia usada para
assegurar que as amostras reflectem o «público em geral». Que entenderá a TI
por «público em geral»? Não sabemos. Logo, não sabemos qual o grau de democraticidade
do BCG. Só podemos presumir que é mais “popular” que os “peritos”.
6 – As fontes dos peritos
As fontes do
IPC, como se mostra abaixo, são esmagadoramente
ligadas aos interesses das
multinacionais americanas; e, subsidiariamente, das multinacionais
inglesas e alemãs. Quatro fontes, pelo menos, têm ligações directas à CIA.
Duas estão ligadas ao capital britânico (The
Economist, The Financial Times);
uma (Bertelsmann Stiftung) ao
capital alemão e aos serviços secretos alemães (BND).
Em suma, as
fontes do IPC avaliam inescapavelmente os graus de submissão económica dos
países ao imperialismo Ianque & C.ª Elas tenderão sempre a considerar
como baixa a corrupção de um país submetido às agendas neo-liberais das
organizações imperiais: BM, FMI, Comissão Europeia, etc. E sempre
considerarão como altamente corruptos os países que se posicionam contra os
interesses imperiais, como demonstramos em IV-2.
7 –
IPC e BCG em desacordo
Partindo do
princípio que, apesar de tudo, IPC e BCG medem em geral o que dizem medir –
no engano de outros as instituições imperiais não estão obrigadas a
enganar-se a si próprias em tudo –, seria de aceitar pequenos desacordos
entre os dois índices em alguns anos. Mas não é de aceitar que numa análise
evolutiva de vários anos as divergências entre os dois sejam significativas.
Procedemos a
uma análise evolutiva do IPC e BCG para os dados de 2004 a 2012. Não pudemos
incluir os dados de 2015-16 pela razão apontada no comentário 4 acima. Os
resultados da análise, que explicamos em IV-3, mostram a total falta de correspondência entre o IPC e o BCG, com
probabilidade nula de ser devida ao acaso. Isto é, a divergência entre os
dois é muito significativa, destruindo a ideia de que ambos medem «níveis de
corrupção».
Também
comparámos o BCG nos vários sectores temáticos de corrupção. Só encontrámos
uma concordância significativa entre os sectores público e privado. Isto é, a
associação entre a corrupção nos dois sectores é tão clara que, apesar das
limitações das amostras e metodologias, ela é detectada. Uma confirmação do
que acima dissemos e infirmação de ideias dos «peritos em negócios» de que a
corrupção reside no sector público e não, ou quase não, no sector privado.
III
– As fontes do IPC
O Relatório do
IPC de 2013 enumera 13 fontes que pontuam o IPC. Alegadamente com base em
inquéritos, embora nada de substancial seja dito sobre quantos e quais são os
inquiridos. As 13 fontes foram quase todas usadas em anos anteriores e são
apresentadas com descrições cheias de «sinergia», «discussão por
especialistas» «harmonização e alinhamento», etc. Dizem também dispor de
centenas e de milhares de peritos. São descrições destinadas a «esmagar» o
leitor com tanta erudição e volume de peritagem, ao mesmo tempo que escondem
a natureza e objectivos concretos das instituições, bem como os seus métodos
de análise.
Note-se que
algumas fontes colocam perguntas pertinentes aos inquiridos, como por exemplo
«Qual o acesso da sociedade civil à informação dos assuntos públicos» ou
«Existem abusos gerais nos recursos públicos?»
Outras
perguntas denotam a natureza neoliberal da instituição, como esta da Freedom House dos EUA, ligada à CIA: «É o governo livre de
regulamentos burocráticos excessivos, requisitos de registo e outros
controlos que aumentam as oportunidades de corrupção?». Portanto, nada de
regulamentos e controlos estatais porque são eles que aumentam as
oportunidades de corrupção! Q. e. d.!
Da mesma
instituição vem também esta pergunta que, vinda de onde vem, dá vontade de
rir: «Os denunciantes, activistas anti-corrupção e jornalistas gozam de
protecção legal que os faz sentir seguros quando reportam casos de suborno e
corrupção?». Pois. Haja em vista a «protecção» dos EUA aos denunciantes.
Vejamos a
verdadeira natureza e objectivos concretos das 13, de facto 12, fontes [3]:
1. Banco de Desenvolvimento Africano.
Uma agência do BM. Representa multinacionais com interesses na exploração de
recursos e mão-de-obra africanos. Usa os critérios do BM para avaliar a
«qualidade do quadro institucional de um país
[africano] em termos de quão conducente é em fomentar o uso efectivo de
assistência no desenvolvimento».
Esta conversa
imperial do BM traduz-se assim: quão facilmente um país africano se submete
às multinacionais dos EUA, aí implantadas ou a
implantar a pretexto de desenvolvimento.
2 e 3. Fundação Bertelsmann. É o
ramo americano da alemã Bertelsmann
Stiftung fundada por um magnate dos media.
Declara-se como fundação privada, «independente e não partidária»
acrescentando piedosamente que «As actividades da Fundação são guiadas pelo
princípio de que ser proprietário de capital acarreta a obrigação de
contribuir para a sociedade»! Uns capitalistas não-capitalistas. Também
dizem: «Somos um motor da mudança social. Estamos comprometidos em promover a
liberdade dos indivíduos e sociedades, e a compreensão internacional»!
Pontua os
países europeus e da OCDE, quanto à «governação sustentável», isto é «Avaliam
a necessidade e a capacidade de cada país levar a cabo reformas». Certamente
como a defendida pelo nosso ex-presidente Cavaco e o PSD/CDS.
A Bertellsman
está ligada aos serviços secretos alemães (BND) e esteve envolvida em, pelo
menos, a organização de um putsch na Bielorrússia e a «revolução de Maidan»
na Ucrânia onde fundou agora um pólo: o Forum Ucrânia [4].
4. A Unidade de Informação do The Economist. Produz «serviços de informação de negócios»
para políticos de todo o mundo. O The
Economist é um jornal inglês já antigo, sempre na linha da frente da
agenda imperial. Pontua o risco financeiro de 140 países. O que isto tem a
ver com corrupção não explicam.
O The Economist está infiltrado pelos
serviços secretos britânicos [5].
5. Freedom
House (= Casa da
Liberdade). Descrita como uma ONG mas, de facto, fundada e apoiada pelo
governo dos EUA. Diz ser «uma organização cão-de-guarda [vigilante]
independente que apoia a expansão da liberdade em todo o mundo». «Liberdade
de Negócio», conforme esclarece o respectivo portal. Diz ainda «apoiar a
mudança democrática, monitorar a liberdade e defender a democracia e os
direitos humanos».
A Casa da
Liberdade é uma importante agência da CIA [6] que esteve envolvida em tudo
que há de mais anti-democrático e contra os direitos humanos,
6. Global
Insight (=
Perspectiva Global). Uma divisão da IHS (Information
Handling Services) Markit
Ltd, empresa sediada em Londres ligada à IHS dos EUA, que se apresenta
como «uma corporação de informação que emprega mais de 5.100 pessoas em mais
de 30 países».
Pontua o «risco
de um país» em mais de 200 países. Diz avaliar a corrupção «particularmente
na forma como afecta as actividades operacionais dos negócios». Diz ainda que
os seus peritos apuram se «de uma perspectiva de negócio a corrupção merece
atenção especial no que respeita à obtenção de alvarás e de decisões
políticas e de planeamento favoráveis».
Vários artigos
da Web sugerem que a IHS tem ligações estreitas com a CIA.
7. IMD World Competitiveness.
«… uma escola de topo na área de negócios, qualificada para formar
líderes mundiais através de uma educação para executivos de alto impacto». A
forma como o Finantial Times
aprecia o desempenho da IMD sugere uma ligação a este jornal inglês
neoliberal.
8. Consultoria de Risco
Político e Económico. Uma firma de serviços de consultoria sobre o risco de negócios em países
asiáticos.
9. Internacional de Serviços
de Risco Político. Mais uma agência da CIA (declaradamente) que
produz pontuações de risco político, económico e financeiro de 140 países. Ganhou proeminência a
seguir à Revolução Iraniana, passando a avaliar regularmente o risco para os
interesses americanos de mudanças políticas [7].
10. Transparência
Internacional. A casa-mãe do CPI que diz ser uma
«organização global das sociedades civis» e que contratou em 2011 uma firma
para inquirir «100
executivos de negócios de 30 países/territórios diferentes» sobre «suborno e corrupção»,
através de inquéritos que podiam ser por telefone [8]. Estamos mesmo a
imaginar um Ricardo Salgado a ser inquirido por telefone sobre «percepção de
suborno e corrupção»! Note-se a pequenez da amostra, da ordem de 3 inquiridos
por país! Apesar dessa patente pequenez e do enorme risco de estar a inquirir
corruptos sobre corrupção, a TI tem a lata de nos informar que a amostra
incluiu corporações de um largo espectro de sectores com uma
«sobre-amostragem de grandes corporações e pertencentes a estrangeiros»!
11. Banco Mundial.
É uma instituição ao serviço do império, ligada ao FMI, embora com objectivos
declarados como diferentes. O objectivo principal do BM é diminuir a pobreza.
Em todos os países onde entrou o BM-FMI a desigualdade social e a pobreza
aumentaram. A contribuição do BM é na «transparência, responsabilização e
corrupção no sector público».
12. Fórum Económico Mundial.
O organizador dos Encontros de Davos, onde os representantes do grande
capital discutem as futuras linhas de orientação de salvação do capitalismo.
Contribui para o CPI com inquéritos a executivos.
13. Projecto Mundial de Justiça. Esta organização dos EUA foi fundada em 2009 por William
H. Neukom, um assessor jurídico de topo da Microsoft. Embora dizendo-se amante do estado de direito, o “Projecto” não se
manifestou, p. ex., contra o golpe na Ucrânia. De facto, o «Projecto» é um
defensor dos interesses imperiais. Tem como presidente honorário James Baker
ligado aos negócios do petróleo e ao ramo da CIA destes negócios. Uma das
maiores preocupações actuais do «Projecto» é o investimento dos EUA no
Afeganistão [9].
IV – Apêndices
1 – A influência da crise
A evolução do
IPC e do BCG é adequadamente medida pela inclinação da respectiva recta de
regressão (ver figura no final). Dada a escala do IPC (0 = altamente
corrupto, 10 = limpo) uma corrupção crescente traduzir-se-á numa inclinação
negativa e uma corrupção decrescente numa inclinação positiva.
Calculámos e
comparámos as inclinações do IPC no período 2000-2008 e 2008-2015 para 16
países de economia desenvolvida. Em princípio o IPC é mais confiável para os
países do topo da pirâmide imperial.
A tabela da
nota mostra os resultados: para 9 dos 16 países a tendência da corrupção
revelou um aumento pós-crise: em 4 (Áustria, Japão, Suécia e Suíça) estava a
decrescer antes de 2008 e passou a crescer, em dois (Holanda e Espanha)
estava a crescer mas passou a crescer mais, em 3 (Bélgica, França e Alemanha)
estava a decrescer e passou a decrescer menos.
Sem as
insuficiências do IPC a tendência de aumento pós-crise seria quase de certeza
mais visível.
2 – Os «peritos» da TI pontuam significativamente pior os países que não
se submetem ao Império, do que o «público em geral»
Nesta
inferência e seguintes fizemos o seguinte:
-- Convertemos
os valores do IPC (0 = altamente corrupto a 100 = limpo) para a escala do BCG
(1 = limpo a 5 = altamente corrupto);
-- Tomando em
conta as descrições dos inquéritos do BGC, pudemos seleccionar 7 anos para os quais IPC e BCG foram
avaliados aproximadamente na mesma altura: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008,
2010, 2012; conforme vimos acima, os dados de 2015 do BCG não são
utilizáveis;
-- Reduzimos as
categorias do BCG, que a IT variou ao longo dos anos, às cinco categorias
mais estáveis e melhor definidas: sector privado, sector público, política
(partidos e parlamento), media e
sistema de justiça.
-- Calculámos
um BCG agregado como a média dos
BCGs das cinco categorias.
A tabela da
nota 11 mostra o IPC e o BCG de 11 países. Para estes onze países observa-se
um total de 47 instâncias de anos com políticas governamentais consideradas
hostis aos «interesses americanos». Em 41 dessas 47 instâncias, o IPC foi maior que o BCG agregado. Isto
é, os «peritos» da TI disseram nessas 41 instâncias (87% do total) que o país
era mais corrupto do que o «barómetro» da opinião agregada do respectivo
«público em geral». Este é um resultado altamente significativo, com
probabilidade nula de se dever ao acaso.
Notar que o
Equador quando esteve alinhado com o Império nos anos de 2004 e 2005 teve um
IPC igual (em 2005) ou pouco maior (em 2004) que o BCG. Em 2007, logo a
seguir a Rafael Correa assumir a presidência, os «peritos» da TI,
subitamente, acharam o Equador bem mais corrupto do que o seu «público em
geral» (uma subida de 0,6)!
3 - IPC e BGC não acertam
Fizemos o
seguinte para os valores de IPC e BGC na mesma escala 1-a-5:
-- Escolhemos
os 46 países com mais valores disponíveis nos sete anos já indicados.
-- Calculámos,
para esses anos e para cada um dos 46 países, a recta de regressão do IPC e
do BCG agregado no período 2004-2012. O valor da inclinação, nas condições
dos dados, está sempre no intervalo [-0,503, 0,503] e é uma medida
estandardizada da tendência da corrupção: crescente (]0, 0,503]), decrescente
([-0,503, 0[) ou constante (0). Para os 46 países a inclinação variou em
[-0,14, 0,11] e o valor absoluto da diferença das inclinações do BCG e IPC em
[0, 0,11].
(*) corrupção
alegadamente medida pelo IPC e BCG.
A tabela da
nota 12 mostra as inclinações do IPC e d oBCG agregado, bem como os valores
absolutos das diferenças das inclinações (coluna F). Escolhemos 0,15 como
limiar de diferença significativa em valor absoluto (0,15 é mais de um décimo
da máxima diferença). Com este limiar, 35 dos 46 países (76%) revelam
diferença significativa entre o IPC e o BCG agregado. Se tomarmos como limiar
0,25 (mais de um quarto da máxima diferença) ainda assim quase metade dos
países (22) revelam diferenças significativas.
Uma melhor
avaliação da discrepância entre IPC e BCG obtém-se ordenando os valores de
cada um deles e atribuindo a cada país os respectivos graus de ordem. Estes
graus também são mostrados na tabela. Contamos, depois, o número de vezes que
esses graus coincidem, o chamado n.º de «encontros».
Se o IPC e BCG
agregado correspondessem entre si de alguma forma, esperaríamos obter um
número de encontros muito maior do que o devido ao acaso. A probabilidade de
encontros devida ao acaso tem uma fórmula conhecida. Para 46 itens só com 5
ou mais encontros se obtém uma suficientemente baixa probabilidade (menor que
0,003) que leva a rejeitar a hipótese de «devido ao acaso). Por outras
palavras, seria necessário 5 ou mais encontros para aceitarmos a existência
de uma correspondência
No caso
presente obtivemos 2 encontros, com uma muito confortável probabilidade de
ocorrerem devido ao acaso: 0,184. Isto é, as coincidências nas ordenações de
países pelo IPC e BCG são perfeitamente explicáveis pelo acaso.
Não há qualquer correspondência entre o IPC e
BCG agregado.
As conclusões
são as mesmas para o IPC e cada um dos BCG sectoriais, incluindo os sectores
público e privado em que alegadamente os «peritos» da TI deviam ser fortes. O
IPC só tem 2 encontros com o sector privado e com o público apenas… 1 encontro!
Note-se,
incidentalmente, que o IPC de Portugal pouco aumentou de 2004 a 2012 (0,021)
e inclusive baixou no período pós-crise, quando é bem conhecido o enorme
aumento pós-crise da grande corrupção do sector privado, incluindo a do sector
bancário. O BCG do sector privado de Portugal também não reflecte a situação
pós-crise bem conhecida do «público em geral» português.
4 - BGC dos sectores público e privado acertam
O número de
encontros do BCG dos sectores público e privado, calculados como fizemos
acima, é significativamente de 6 encontros: probabilidade de 0,001 de se
dever ao acaso. Mostra que o «público em geral» e dos países em geral não se
engana ao detectar a associação dos dois sectores quanto à corrupção.
Nenhum número de
encontros significativos foi encontrado para os 9 restantes pares possíveis
dos 5 sectores.
|
In this and in other
cases we see how important trend assessment is. Note that trends are free of
the aforementioned difficulties of comparing snapshots across countries.
TI reports include a
few mentions on along time changes, but in a simplistic way (of the type
“there was an improvement in region X
compared with last report”). To be sure, TI data do not easily afford change
along time analyses, due to a number of reasons: the “expert sources” change;
the measurement scales of CPI and GBC are different (though they didn’t have
to); countries assessed in some years are not assessed in other ones; the
response categories of the GCB have been changing; and – on top of it all – the
2016 GCB brochure for Europe and Middle East does not provide any measurement
at all!
TI sated in 2004 (and
this statement seems to be still valid judging from its reports): “Can
country scores in the CPI 2004 be compared to those in past CPIs? The index
primarily provides an annual snapshot of the views of businesspeople and
country analysts, with less of a focus on year-to-year trends. ... However,
year-to-year changes in a country’s score result not only from a changing
perception of a country’s performance but also from a changing sample and methodology.”
TI then mentions the
causes of changes: differing sources, respondent samples, and “slightly differing methodologies”.
But with all this TI
also peremptorily states that “the CPI is a solid measurement tool”.
Leaving aside the fact
that the CPI is not a “tool”, if the CPI were a “solid” measurement it would
then be very little influenced by differing samples and “slightly differing
methodologies”. Briefly, it would “solidly” measure what it is supposed to
measure: level of corruption. There would then be no hindrance on its use in
trend analyses. In this whole issue TI is contradicting itself.
On the other hand, if
the CPI is significantly influenced
by differing samples and “slightly differing methodologies”, to the point
that it cannot be used in year-to-year trend analyses, we need to ask: what
does it measure, after all? For what purpose can it be used, this CPI which
as a statistical measure significantly
depends on the sample and on the methodology?! Adequate scientific methodologies providing statistical
measures which are insignificantly
influenced by differing samples are known since many years ago. Why the TI
“experts” did not use them?
5 – The subtle difference between CPI and GBC according to
TI
TI says about the
difference between CPI and GCB: “The CPI aims at assessing levels of
corruption across countries, while the Global Corruption Barometer is
concerned with attitudes the general public forms vis-à-vis these levels of
corruption.”
Thus, both the CPI and
GCB have to do with “levels of corruption”. If one looks to the GCB data it
is also clear that it pertains to levels of corruption “across countries”.
Therefore, the difference, according to TI, boils down to the fact that the
GCB is concerned “with attitudes the general public forms”. The data shows
that the responses of the public refer to thematic assessment of corruption.
From the thematic assessment one can always obtain an aggregate assessment. This
is precisely what the CPI experts supposedly do. Finally, since what the
general public “forms” is a synonym of what the general public “perceives”,
where lies, after all, the difference between the CPI and the GCB?
The difference rests
only on that thing that TI didn’t want to say, though it is pretty clear: the
CPI is based on perceptions of experts;
the GCB on perceptions of the general
public. To say this would clearly be to devalue the “business experts”
w.r.t. the “general public”, which is not convenient to those financially
supporting TI.
Incidentally, though
the TI informs us that the GCB is based on the “general public”, the samples
being used are quite small, on the order of 1.000 respondents for large
countries (e.g., in US). TI does not say a word on the methodology being used
to assure that the samples reflect the “general public”. What is the TI
understanding of “general public”? It is not known. Therefore, it is not
known the democraticity degree of the GCB. We can only surmise that is more
“popular” than the “experts”.
6 – The expert sources
The CPI sources, as
shown below, are overwhelmingly
connected to the interests of the American multinationals; in a
subsidiary way, to the English and German ones. Four sources, at least, are
directly tied to the CIA. Two are linked to the British capital (The Economist, The Financial Times); one (Bertelsmann
Stiftung) to the German capital and the German secret services (BND).
In short, the CPI
sources inescapably assess the degrees of economic submission to the Yankee
& Co. imperialism. They will always tend to consider as low the
corruption of a country submitted to the neoliberal agendas of the imperial
organizations: WB, IMF, European Commission, etc. And they will always consider
as high the corruption of those countries standing against the imperial
interests, as we demonstrate in IV-2.
7 – CPI and GCB do not match
Assuming that, despite
everything, the CPI and the GCB measure in general what they say they measure
– in fooling others the imperial institutions aren’t obliged to fool
themselves in everything –, one would be ready to accept minor mismatches of
the two indices in a few years. But one cannot accept that in an along time
change analysis, comprising several years, there are significant divergences
between them.
We performed a
temporal analysis of the CPI and GCB data from 2004 through 2012. We couldn’t
include the 2015-16 data because of the reason pointed in the above comment 4.
The analysis is explained in IV-3. The results provided by the analysis show
the complete lack of correspondence
between the CPI and the GCB, with zero probability of that being due to
chance. That is, their divergence is very significant, destroying the idea
that both indices measure “levels of corruption”.
We also compared the
GCB for the several categories of corruption. A significant match was only
found between the private and public sectors. That is, the association of the
two sectors in terms of corruption is clear enough to be detected in spite of
sampling and methodology insufficiencies. This confirms what we said above
and goes against the ideas of the “business experts”, that corruption is
something of the public sector, and not, or almost not, of the private sector.
III – The CPI sources
The 2013 CPI report enumerates
the 13 sources that score the CPI; they do that allegedly based on surveys,
though who and how many are the respondents nothing of substance is said
about it. The 13 sources were almost all used in previous years. They are
presented with descriptions full with “synergy”, “peer discussion”, “harmonization
and alignment”, and so on. They also say that they have at their service
hundreds and thousands of experts. These are descriptions intended to “crush”
the reader with so much erudition and volume of expertise, at the same time
hiding the nature and concrete aims of the institutions, as well as their
analytic methods.
To be sure, some
sources formulate pertinent questions to the respondents, whoever they are,
such as “How is the access of civil society to information on public affairs”
or “Are there general abuses of public resources?”
Other questions betray
the neoliberal nature of the institution, such as this one from Freedom House, a US institution linked
to the CIA: “Is the government free from excessive bureaucratic regulations,
registration requirements, and other controls that increase opportunities for
corruption?” Thus, no regulations and state controls because they increase
opportunities for corruption! Q. e. d.!
Another question also
presented by the same institution raises some sort of laughter, if one takes
into account the alma mater of the
institution: “Do whistleblowers, anti-corruption activists, investigators,
and journalists enjoy legal protections that make them feel secure about
reporting cases of bribery and corruption?” See? Do they mean the protection provided by the US
government to the whistleblowers?
Let us observe the true
nature and concrete aims of the 13, but indeed 12, sources [3]:
1. African Development Bank. A WB agency. Represents the multinationals with interests
in exploiting African labor power and resources. Uses the WB criteria to
assess the “quality of a [African] country’s institutional framework in terms
of how conducive it is to fostering the effective use of development
assistance.”
The translation of
this imperial parlance is: how easily an African country will yield to the US
multinationals, already in place or about to be placed, under the development
pretext.
2 e 3. Bertelsmann Foundation. The American
branch of the German Bertelsmann
Stiftung founded by a mogul of the media. Presents itself as a private
foundation, “independent and nonpartisan” adding piously that “The Stiftung's activities
are guided by the principle that ownership of capital brings an obligation to
contribute to society”! Some
non-capitalist capitalists. They also say: “We are a driver of social
change. We are committed to promoting the freedom of individuals and societies,
and international understanding”!
They score the
European and OECD countries in what regards “sustainable governance”, that
is, they “evaluate each country's need for, and ability to carry out, reform”.
Surely as the reform our former president Cavaco and our PSD and CDS right-wing
political parties battled for.
The Bertellsman is
linked to the German secret services (BND) and was involved in, at least, the
organization of a putsch in Belarus and in the “Maidan revolution” in
Ukraine, where it has now founded a pole: the Forum Ukraine [4].
4. The Economist
Intelligence Unit Produces
“business information services” for politicians all around the globe. The Economist is an old English
newspaper, always in the frontline of the imperial agenda. The Unit scores
the financial risk of 140 countries. What this has to do with corruption is
not explained.
The Economist is infiltrated by the British secret services [5].
5. Freedom House. Described as a NGO but, in fact, founded and supported
by the US government. Introduces itself as “an independent watchdog organization
that supports the expansion of freedom around the world”. “Freedom of
Business” as the respective web site clarifies. It also states tat it “supports
democratic change, monitors freedom, and advocates for democracy and human
rights”.
The Freedom House in
an important CIA agency [6] that has been involved in everything of the most
anti-democratic and against human rights, in El Salvador, Nicaragua, etc.; more
recently, in the violent crush down of the legitimate government of Ukraine,
democratically elected according to the US-EU own standards.
6. Global Insight. A division of IHS (Information Handling
Services) Markit Ltd. a
company based in London, connected to the IHS in USA, which presents itself
as “a global information company employing more than 5,100 people in more
than 30 countries around the world”.
Scores the “country
risk” in more than 200 countries. They say that they assess corruption “particularly
as it affects operational activities for businesses”. They also say that
their experts assess whether “From a business perspective, corruption is a
particular concern in relation to obtaining business permits and favorable
policy and planning decisions.”
Several web articles
suggest that IHS has close links to the CIA.
7. IMD World Competitiveness. “…a top-ranked business school with expertise in
developing global leaders through high-impact executive education.” The way the Finantial Times appraises IMD performance suggests a link to that
neoliberal English newspaper.
8. Political and Economic Risk
Consultancy. A risk consultancy firm of
business risk in Asian countries.
9. Political Risk Services
International. One more CIA agency (declaredly) which produces political, economic
and financial risk scores of more than 140 countries. Got prominence in the aftermath of the Iranian
Revolution, engaging afterwards on regular risk assessments for the American
interests resulting from political changes [7].
10. Transparency International. The CPI creator and
provider, which states being a “global
civil society organization”. TI
contracted in 2011 a company to survey 100 “100 business executives
from 30 different countries/territories” on “bribery and corruption”, through enquiries that could be done by
phone call [8]. Just figure some Ricardo Salgado (a Portuguese banker
involved in a huge corruption and fraud affair) being interviewed by phone
call on “perception of bribery and corruption”! Worth noticing is the
smallness of the sample, of the order of 3 interviewees per country! In spite
of this blatant smallness and the high
risk of conducting interviews of corrupt people on corruption, TI has the
nerve to inform us that the sample includes corporations of a broad spectrum
of sectors with an “an oversampling of large and foreign-owned
companies”!
11. World Bank. An institution servicing the
empire, connected to the IMF, though with differing declared objectives. The
pivot aim of the WB is to reduce poverty. In all countries where the WB-IMF
stepped in the social inequality and the poverty have increased. The WB
contribution is on the “transparency,
accountability and corruption in the public sector.”
12. World Economic Forum. The organizer of
the Davos meetings, where the representatives of big capital discuss the
future guidelines on the salvation of capitalism. Contributes to the CPI with
the “Executive Opinion Survey”.
13. World Justice Project. This US
organization was founded in 2009 by
William H. Neukom, a top juridical consultant of Microsoft. In spite of
saying to be a lover of a State of Law, the “Project” did not demonstrate
against the coup in Ukraine. In truth, the “Project” is one more defender of
the imperial interests. Its honorary chairman is James Baker connected to the
oil businesses and to the CIA branch of those businesses. One of the present
main worries of the “Project” is the US investment in Afghanistan [9].
IV – Appendices
1 –
The influence of the crisis
The change along time
of the CPI and the GCB is adequately measured by the slope of the respective
regression line (see figure at the bottom). Given the CPI scale (0 = highly
corrupt, 10 = clean) an increasing corruption will correspond to a negative
slope and a decreasing corruption to a positive slope.
We computed and
compared the CPI slopes in the periods 2000-2008 and 2008-2015 for 16 countries
with developed economy. In principle the CPI is more reliable for the
countries on the top of the imperial pyramid.
The table of note 11
shows the results: for 9 countries out of the 16 the corruption trend revealed
a post-crisis increase: in 4 of them (Austria, Japan, Sweden and Switzerland)
it changed from decreasing before 2008 to increasing, in two (Holland and Spain)
it was already increasing but changed to a steeper increase, in 3 (Belgium,
France and Germany) it was decreasing but changed to a slower decrease.
Were the CPI free of
the discussed insufficiencies, the post-crisis increasing trend would almost
certainly be more visible.
2 – Compared
to the “general public” the TI “experts” score significantly worse those
countries that do not yield to the Empire
For this inference and
following ones we proceeded this way:
-- We converted the
CPI values (0 = highly corrupt to 10 = clean) to the GCB scale (1 = clean to
5 = highly corrupt);
-- Taking into account
the descriptions of the GCB surveys, we were able to select 7 years for which the CPI and the GCB were
assessed approximately at the same time: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008,
2010, 2012; as explained above, the
2015 GCB data are not usable;
-- We restricted the
GCB categories, which IT has changed over the years, to the most stable and
better defined categories: private sector, public sector, politics (parties and
parliament), media, and justice system.
-- We computed an aggregate GCB as the average of the
GCB values in the five categories.
The table of note 11 shows
the CPI and the GCB of 11 countries. For these eleven countries one observes
a total of 47 year instances with government policies considered hostile to
the “American interests”. In 41 of those 47 instances the CPI was higher than the aggregate GCB.
That is, in those 41 instances (87% of the total) the TI “experts” said that
the country was more corrupt than the “barometer” of the aggregate opinion of
the respective “general public”. This is a highly significant result, with
zero probability of being due to chance.
Notice that Ecuador
had in the years 2004 and 2005 of alignment with the Empire a CPI equal (in
2005) or slightly higher (in 2004) than the GCB. In 2007, just after Rafael
Correa became president, the TI “experts”, suddenly, found Ecuador to be
quite more corrupt than its “general public” thought. A 0.6 higher CPI!
3 -
IPC e BGC do not match
We did the following
with the CPI and GCB data in the same 1-to-5 scale:
-- We selected the 46
countries with the most available data in the mentioned seven years.
-- We computed, for
those years and for each of the 46 countries, the regression line of the CPI
and of the aggregate GCB. The value of this slope, in the conditions of the
data, lies always in the [-0.503, 0.503] interval and is a standardized
measure of the corruption (*) trend: increasing (]0, 0.503]), decreasing ([-0.503,
0[) and constant (0). For the 46 countries the slope varied in [-0.14, 0.11] and
the absolute value of the difference between the GCB slope and the CPI slope
in [0, 0.11].
(*) corruption as
allegedly measured by the CPI and GCB.
The table of note 12
shows the slopes of the CPI and of the aggregate GCB, and also the absolute
values of the slope differences (column F). We chose 0.15 as a threshold of a
significant difference in absolute value (0.15 is more than one tenth of the
maximum difference). With this threshold, 35 of the 46 countries (76%) exhibit
a significant difference between the CPI and the aggregate GCB. If we set the
threshold to 0.25 (more than a quarter of the maximum difference) still
almost half of the countries (22) exhibit significant differences.
A better assessment of
the discrepancy between CPI and GCB can be obtained by sorting the values of
each of the indexes and assigning to each country the corresponding order
ranks. These ranks are also shown in the table. We now count the number of
times there ranks are coincident, the so-called number of “encounters”.
If the CPI and
aggregate GCB had some sort of correspondence, one would expect to obtain a
number of encounters much larger than what would be obtained by chance alone.
The probability of encounters due to chance has a known formula. For 46 items
only with 5 or more encounters does one have a sufficiently low probability
(less than 0.003) leading to the rejection of the “chance alone” hypothesis. In
other words, one would have to observe 5 or more encounters to accept the
existence of a correspondence.
In the present case we
obtained 2 encounters, with a very comfortable probability for the “chance
alone” hypothesis: 0.184. That is, the country rank coincidences
corresponding to the CPI and aggregate GCB are perfectly explained by chance.
There isn’t any correspondence between the CPI and the
aggregate GCB.
The same conclusion
applies to the CPI with any of the category-based GCB, including the public
and private sectors which were allegedly the strong point of the TI “experts”.
The CPI has only 2 encounters with the private sector GCB, and with the
public sector only… 1 encounter!
Let us incidentally
notice that the CPI of Portugal has increased very little between 2004 and
2012 (slope = 0.021) and it has even lowered is the post-crisis period, in
spite of the fact of the large post-crisis increase of the grand corruption
in the private sector, including the banking sector. The private sector GCB
of Portugal also does not reflect the post-crisis situation that the Portuguese
“general public” knows well.
4 – GCB
of public and private sectors do match
The number of
encounters of the GCB of the public and private sectors, computed as we did
above, is significantly of 6 encounters with a probability of 0.001 of being
due to chance. It shows that the “general public” of the countries in
general, does not fail in detecting the association of the two sectors
regarding corruption.
No other significant
number of encounters was found for the remaining 9 possible pairings of the 5
sectors.
|
Notas | Notes
[2] A TI diz que
é desde 2003. Não encontrámos. TI
says that the first issue is from 2003. We didn’t find it.
[3]
[4] https://jasminrevolution.wordpress.com/2016/10/19/bertelsmann-wollte-putsch-in-minsk/;
http://www.forumnetukraine.org/links/stiftungen/
[5] Calder Walton, Empire of Secrets: British Intelligence, the
Cold War, and the Twilight of Empire, Peter Mayer Pub. Inc., 2013.
[6] Robert Parry, CIA’s Hidden Hand in
‘Democracy’ Groups, Global Research, January 09, 2015.
[7] H.L. Lax, Political Risk in the International Oil and
Gas Industry, Kluwer, 1983; CIA - The World Factbook – Belgium February
2007 / Political Risk Yearbook: Belgium Country Report; 2011, preceding
pPRI-1.
[8] «A
Transparência Internacional comissionou um Inquérito a Pagadores de Suborno
para um público específico. Trata-se de um inquérito de executivos de negócios
em 30 países/territórios em todo o mundo que apura percepções de suborno e
corrupção quer no país em causa quer de companhias de outros países com os
quais têm negócios. Foi levado a cabo pelo grupo de inquérito IPSOS em 2011. 100
executivos de negócios de 30 países/territórios diferentes foram inquiridos em
2011, por telefone, ou pessoalmente, oi ainda por entrevistas online, sobre o tema do suborno e
corrupção. […] A amostra incluía companhias de um largo leque de sectores em cada
país/território, com uma sobre-amostragem de grandes companhias e pertencentes
a estrangeiros.»
“Transparency International commissioned the
tailor-made Bribe Payers Survey. This is a survey of business executives in 30
countries/territories around the world which probes perceptions of bribery and
corruption both in their country of operation and by companies from other
countries that they do business with. It was conducted by the IPSOS polling
group in 2011. 100 business executives from 30 different countries/territories
were surveyed in 2011, through phone, face-to-face and online interviews on the
subject of bribery and corruption. […] The sample included companies from a
broad range of sectors in each country/territory, with an oversampling of large
and foreign-owned companies.”
[9] H. L. Lax, Political
Risk in the International Oil and Gas Industry, Kluwer, 1983.
[10] Dada a
escala do IPC (0 = altamente corrupto, 10 = limpo) uma corrupção crescente
traduzir-se-á numa inclinação negativa e uma corrupção decrescente numa
inclinação positiva.
Given the CPI scale (0 =
highly corrupt, 10 = clean) an increasing corruption will correspond to a
negative slope and a decreasing corruption to a positive slope.
In this and following tables a comma is being used instead
of the decimal point.
Inclinação do IPC em
CPI slope in
|
Tendência da corrupção face a 2008
Corruption trend w.r.t. 2008
|
||||
País
Country
|
2000-08
|
2008-15
|
Decrescia antes
cresceu depois
Ante decrease Post increase
|
Crescia antes cresceu mais depois
Ante increase
Post stronger increase
|
Decrescia antes decresceu menos depois
Ante decrease
Post weaker decrease
|
AUT
|
0,080
|
-0,1298
|
1
|
||
BEL
|
0,108
|
0,0774
|
1
|
||
DNK
|
-0,038
|
-0,0167
|
|||
FIN
|
-0,097
|
-0,0071
|
|||
FRA
|
0,090
|
0,0583
|
1
|
||
DEU
|
0,072
|
0,006
|
1
|
||
ITA
|
-0,017
|
-0,0155
|
|||
JPN
|
0,102
|
-0,0107
|
1
|
||
LUX
|
-0,052
|
-0,0405
|
|||
NDL
|
-0,005
|
-0,0762
|
1
|
||
NOR
|
-0,063
|
0,0607
|
|||
ESP
|
-0,057
|
-0,1321
|
1
|
||
SWE
|
0,003
|
-0,0798
|
1
|
||
CHE
|
0,082
|
-0,0667
|
1
|
||
GBR
|
-0,067
|
0,0345
|
|||
-0,065
|
0,0286
|
[11] Os 11 países
da tabela são os únicos com atitude bem definida contra o império e com valores simultaneamente para o
IPC e o BCG. Os valores a amarelo correspondem a anos de alinhamento com o
império. As entradas vazias correspondem a anos em que a TI não apurou valores
do BCG para o respectivo país.
The 11 countries on the
table are the only ones with well-defined stances against the empire and with values for both the
CPI and the GCB. The values in yellow correspond to years of
alignment with the empire. The blank entries correspond to years that the TI
didn’t assess the GCB for the respective country.
País
Country
|
BGC agregado
Aggregate
GCB
|
IPC convertido à mesma escala do BCG
CPI
converted to the GCB scale
|
|||||||||||||
2004
|
2005
|
2006
|
2007
|
2008
|
2010
|
2012
|
2004
|
2005
|
2006
|
2007
|
2008
|
2010
|
2012
|
||
3,9
|
3,9
|
3,7
|
3,9
|
4,0
|
3,4
|
3,8
|
4,0
|
3,9
|
3,8
|
3,8
|
3,8
|
3,8
|
3,3
|
||
3,3
|
3,3
|
4,2
|
4,0
|
||||||||||||
3,5
|
3,8
|
3,6
|
3,5
|
3,9
|
3,7
|
3,6
|
4,1
|
4,0
|
3,9
|
3,8
|
3,8
|
3,9
|
3,6
|
||
3,9
|
4,0
|
3,6
|
4,0
|
4,0
|
4,2
|
||||||||||
2,93
|
3,84
|
4,12
|
3,92
|
||||||||||||
3,5
|
3,7
|
3,7
|
3,8
|
3,9
|
3,5
|
4,1
|
4,2
|
4,2
|
4,1
|
4,0
|
4,0
|
4,1
|
3,9
|
||
2,99
|
2,75
|
3,72
|
3,4
|
||||||||||||
3,9
|
3,7
|
3,8
|
3,8
|
4,3
|
3,9
|
4,1
|
3,9
|
4,0
|
4,0
|
4,1
|
4,2
|
4,2
|
3,9
|
||
4,0
|
3,4
|
3,7
|
3,2
|
3,9
|
3,4
|
4,0
|
4,1
|
4,0
|
3,9
|
3,9
|
4,0
|
4,0
|
4,0
|
||
2,08
|
2,75
|
3,11
|
3,96
|
3,92
|
3,72
|
||||||||||
3,66
|
3,85
|
4,04
|
4,2
|
[12]
País
Country
|
A
Inclin. IPC
CPI
slope
|
B
Grau de IPC
CPI rank
|
C
Inclin. GCB
GBC
slope
|
D
Grau de BCG
GBC rank
|
E
Encontros
Encounters
|
F
|A – C|
|
G
F > 0,015?
|
ALB
|
-0,047
|
38
|
0,061
|
3
|
0
|
0,108
|
1
|
ARG
|
-0,049
|
39
|
-0,028
|
39
|
1
|
0,022
|
1
|
BOL
|
-0,038
|
35
|
0,002
|
31
|
0
|
0,040
|
1
|
BIH
|
-0,037
|
34
|
-0,012
|
37
|
0
|
0,025
|
1
|
BGR
|
0,021
|
10
|
0,006
|
29
|
0
|
0,016
|
1
|
CMR
|
-0,017
|
26
|
-0,004
|
33
|
0
|
0,012
|
0
|
CAN
|
-0,009
|
22
|
0,018
|
25
|
0
|
0,027
|
1
|
HRV
|
-0,051
|
40
|
0,030
|
14
|
0
|
0,081
|
1
|
CZE
|
-0,015
|
24
|
0,049
|
5
|
0
|
0,064
|
1
|
DNK
|
0,019
|
14
|
0,025
|
21
|
0
|
0,006
|
0
|
FIN
|
0,031
|
5
|
0,048
|
6
|
0
|
0,017
|
1
|
FRA
|
0,026
|
7
|
0,015
|
27
|
0
|
0,011
|
0
|
GEO
|
-0,139
|
46
|
-0,076
|
45
|
0
|
0,063
|
1
|
DEU
|
0,012
|
19
|
0,029
|
16
|
0
|
0,017
|
1
|
GHA
|
-0,044
|
36
|
0,021
|
22
|
0
|
0,065
|
1
|
GRE
|
0,054
|
4
|
0,098
|
1
|
0
|
0,044
|
1
|
-0,025
|
29
|
-0,008
|
34
|
0
|
0,017
|
1
|
|
IDN
|
-0,057
|
42
|
-0,011
|
36
|
0
|
0,045
|
1
|
ISR
|
0,018
|
15
|
0,029
|
17
|
0
|
0,011
|
0
|
ITA
|
0,057
|
3
|
0,043
|
11
|
0
|
0,014
|
0
|
JPN
|
-0,031
|
32
|
0,045
|
9
|
0
|
0,076
|
1
|
KEN
|
-0,017
|
27
|
-0,034
|
41
|
0
|
0,017
|
1
|
LTU
|
-0,025
|
30
|
0,020
|
23
|
0
|
0,045
|
1
|
LUX
|
0,013
|
17
|
0,065
|
2
|
0
|
0,052
|
1
|
MKD
|
-0,090
|
45
|
-0,048
|
44
|
0
|
0,042
|
1
|
MYS
|
0,031
|
6
|
0,046
|
7
|
0
|
0,015
|
1
|
MEX
|
0,019
|
13
|
0,005
|
30
|
0
|
0,014
|
0
|
MDA
|
-0,034
|
33
|
0,019
|
24
|
0
|
0,053
|
1
|
NIG
|
-0,046
|
37
|
-0,010
|
35
|
0
|
0,036
|
1
|
NOR
|
0,012
|
18
|
0,000
|
32
|
0
|
0,012
|
0
|
PAK
|
-0,025
|
31
|
-0,020
|
38
|
0
|
0,005
|
0
|
PER
|
-0,010
|
23
|
-0,041
|
43
|
0
|
0,031
|
1
|
PHL
|
-0,021
|
28
|
-0,037
|
42
|
0
|
0,016
|
1
|
PRT
|
0,021
|
11
|
0,025
|
20
|
0
|
0,005
|
0
|
ROU
|
-0,061
|
43
|
0,027
|
18
|
0
|
0,088
|
1
|
RUS
|
0,006
|
20
|
0,041
|
13
|
0
|
0,035
|
1
|
ZAF
|
0,020
|
12
|
0,041
|
12
|
1
|
0,021
|
1
|
KOR
|
-0,052
|
41
|
-0,029
|
40
|
0
|
0,023
|
1
|
ESP
|
0,061
|
2
|
0,026
|
19
|
0
|
0,035
|
1
|
CHE
|
0,025
|
8
|
0,017
|
26
|
0
|
0,007
|
0
|
TWN
|
-0,015
|
25
|
0,045
|
8
|
0
|
0,061
|
1
|
TUR
|
-0,069
|
44
|
-0,089
|
46
|
0
|
0,020
|
1
|
UKR
|
0,004
|
21
|
0,030
|
15
|
0
|
0,026
|
1
|
GBR
|
0,066
|
1
|
0,059
|
4
|
0
|
0,007
|
0
|
0,016
|
16
|
0,044
|
10
|
0
|
0,028
|
1
|
|
VEN
|
0,023
|
9
|
0,007
|
28
|
0
|
0,016
|
1
|