quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Deformações Inaceitáveis num Texto de Lenine | Unacceptable deformations in a Lenin’s Text

Deformações Inaceitáveis num Texto de Lenine Feitas pelo Arquivo Marxista na Internet (AMI)
E como foram usadas por Istvan Meszaros

Unacceptable deformations in a Lenin’s Text Made by the Marxists Internet Archive
(MIA)
And how they were used by Istvan Meszaros


As seguintes duas passagens de «A Questão das Nacionalidades ou “Autonomização”», carta escrita por Lenine em Dezembro de 1922 – Janeiro de 1923 (Cartas ao Congresso, Obras Completas, Volume 36), estão publicadas pelo AMI com interpolações entre parênteses rectos (nossa tradução do inglês):

«Penso que a pressa de Estaline e a sua infatuação com a administração pura, conjuntamente com o seu desprezo contra o notório “socialismo nacionalista” [Estaline criticou as nações minoritárias por não serem “internacionalistas” dado quererem unir-se à Rússia], desempenhou aqui um papel fatal. Geralmente, em política, o desprezo desempenha o pior papel.»

e
«Julgo ser desnecessário explicar isto em grande detalhe a bolcheviques, a comu-nistas. Julgo ainda que, no caso presente, e quanto à nação georgiana, temos um caso típico em que uma atitude genui-namente proletária torna necessário ter um cuidado profundo, uma atenção e disponibilidade para compromissos. O georgiano [Estaline] negligente deste aspecto da questão, ou que descui-dadamente atire accusações de "socia-lismo nationalista" (quando ele próprio é, de facto, um verdadeiro "socialista nacio-nalista" e até mesmo um vulgar brigão panrusso), viola, na essência, os interesses de solidariedade da classe proletária, porque nada atrasa tanto o desenvol-vimento e fortalecimento da solidariedade de classe proletária como a injustiça nacional; nada sensibiliza mais os nacio-nais "ofendidos" que o sentimento de igualdade e a violação dessa igualdade -- a violação dessa igualdade por camaradas proletários, ainda que por negligência ou zombaria. Por isso mesmo, é preferível neste caso exagerar do que limitar as concessões e indulgência às minorias nacionais.»

Verificámos que estas interpolações não aparecem nas versões francesa, italiana e galego-portuguesa do AMI. Mais importante ainda, é ir à fonte original. A secção russa do AMI é pobre e não tem o volume 36. Pode-se, porém, consultar o original em portais russos, nomeadamente em leninism.su (em russo, o texto está no volume 45). Para possibilitar o controlo das nossas afirmações inserimos as referidas passagens em Apêndice.

As interpolações AMI no texto (!) não estão autenticadas; a responsabilidade por elas só pode ser atribuída ao editor do AMI. Neste caso, ao responsável pela Transcription/ Mark-up, Brian Baggins, figura proeminente do AMI conforme diz o “About”.

O AMI tornou-se um importante repositório internacional para a pesquisa marxista. Deveria, portanto, sustentar uma atitude de honestidade e seriedade. A inserção de tais interpolações em textos originais é completamente inaceitável.

Neste caso concreto, as interpolações servem para difamar Estaline, conforme expõe o artigo A Critique of Hegelian-Trotskyism by Vijay Singh de 4 de Junho de 2016. O «Hegeliano-Trotskista» é o húngaro Istvan Meszaros que escreveu o artigo National and International Aspects of Emancipation (Aspectos Nacionais e Internacionais de Emancipação) onde afirma (traduzimos do artigo de Vijay Singh):


«O contraste entre a abordagem de Lenine e Estaline destas questões não poderia ser maior. Lenine sempre defendeu o direito das várias minorias nacionais a uma autonomia total, «até mesmo à secessão», enquanto Estaline as degradou a meras "regiões fronteiriças", a ser mantidas a todo o custo, na mais estrita subordinação aos interesses da Rússia. É por isso que Lenine o condenou em termos inequí-vocos, insistindo que, se prevalecessem os pontos de vista defendidos por Estaline, então "a ‘liberdade de se separar da união’ pela qual nos justificamos será um mero pedaço de papel, incapaz de defender os não-russos da investida desse homem realmente russo, o panrusso chauvinis-ta”.»


Esta afirmação de Meszaros baseia-se na seguinte passagem da referida carta de Lenine (tradução nossa):

«É bastante natural que, em tais circuns-tâncias, a "liberdade de se separar da união" pela qual nos justificamos, será um mero pedaço de papel, incapaz de defen-der os não-russos da investida desse ho-mem realmente russo, o panrusso chauvi-nista, um patife e tirano na sua essência, tal como é o típico burocrata russo.»

A tese de Meszaros é de que Lenine estaria aqui a referir-se a Estaline. Contudo, a afirmação de Lenine não valida tal interpretação. Lenine refere-se ao «típico burocrata russo» e não a Estaline. Mas, como diz Vijay Singh, «Claro que para os trotskistas o termo burocrata, devido a um reflexo pavloviano, remete para Estaline».

Meszaros prossegue no suporte da sua tese citando a segunda passagem acima:

«O georgiano [Estaline] negligente deste aspecto da questão…»

A interpolação nesta passagem é útil a Meszaros na sua difamação de Estaline. Mas será que a interpolação se justifica?

Não. Não se justifica. A tradução do original em russo é:

«O georgiano que trate com desdém este aspecto da questão, que desdenhosamente atire acusações de "social-nacionalismo" (quando ele próprio é, de facto, um real e verdadeiro não só "social-nacionalista" mas mesmo um vulgar brigão panrusso), esse georgiano, em essência, viola os interesses da solidariedade de classe proletária, …»

Vemos claramente que a interpolação é abusiva. A frase original refere-se a qualquer georgiano desdenhoso deste aspecto da questão, etc.: «O georgiano queesse georgiano... viola…» Lenine está a analisar o chamado «caso da Geórgia» de 1921 e comenta quanto a qualquer georgiano nas ditas condições. Na realidade, as versões em francês, italiano e galego-português do AMI concordam precisamente com o original russo (ver Apêndice).

Quanto à primeira interpolação não faz qualquer sentido. Estaline (ou qualquer outro) não iria criticar as nações minoritárias por não serem internacionalistas, dado quererem unir-se à Rússia.

A qualidade da tradução AMI é também muito quationável. Por exemplo, a tradução que consideramos correcta da primeira passagem, tendo em conta as palavras russas usadas, é:

Penso que a pressa e o entusiasmo administrativo de Stalin, bem como o seu ressentimento contra o notório "social-nacionalismo", desempenharam aqui um papel fatal. O ressentimento geralmente desempenha na política o pior papel.

Portanto, não temos «infatuação com a administração pura» mas «entusiasmo administrativo» (administratorskoye uvlecheniye); não «desprezo» mas «ressentimento» (ozlobleniye); não «socialismo nacionalista» mas «social-nacionalismo» (sotsial-natsionalizma). A tradução AMI faz o que pode para rebaixar Estaline.

A tese de Meszaros não tem qualquer fundamento. É bem sabido que as opiniões de Estaline estavam alinhadas com as de Lenine no tópico das «nacionalidades». Estaline escreveu Marxismo e a Questão Nacional em 1913, trabalho que foi apreciado por Lenine. Estaline tornou-se Comissário do Povo para as Nacionalidades depois da Revolução de Outubro, precisamente devido ao seu conhecimento e posições correctas sobre o assunto. É também bem conhecido que a Constituição de 1936 da URSS, geralmente chamada Constituição de Estaline (preparada por uma comissão presidida por Estaline), reconhecia o direito à secessão de qualquer nação da URSS. Estaline nunca defendeu qualquer «social-nationalimo». Contrariamen-te ao que afirma Meszaros, a carta de Lenine não diz em nenhum lugar que Estaline negou o direito à secessão de minorias nacionais degradando-as para «regiões fronteiriças». Concordamos com Vijay Singh que isso é «uma pura invenção do nosso hegeliano».

Vemos assim que Istvan Meszaros recorre às deformações (interpolações e más traduções) do AMI para, em conjunto com as suas deformações intencionais do texto de Lenine, poder difamar Estaline. O artigo de Vijay Singh proporciona evidência adicional disso.
The following two passages of “The Question of Nationalities or ‘Autonomisation’”, a letter written by Lenin (Letters to the Congress, Collected Works, Volume 36) in December 1922 - January 1923, are published by MIA with interpolations between square brackets:

“I think that Stalin's haste and his infatuation with pure administration, together with his spite against the notorious ‘nationalist-socialism’ [Stalin critised the minority nations for not being ‘internationalist’ because they did want to unite with Russia], played a fatal role here. In politics spite generally plays the basest of roles.”

and

“I think it is unnecessary to explain this to Bolsheviks, to Communists, in greater detail. And I think that in the present instance, as far as the Georgian nation is concerned, we have a typical case in which a genuinely proletarian attitude makes profound caution, thoughtfulness and a readiness to compromise a matter of necessity for us. The Georgian [Stalin] who is neglectful of this aspect of the question, or who carelessly flings about accusations of "nationalist-socialism" (whereas he himself is a real and true "nationalist-socialist", and even a vulgar Great-Russian bully), violates, in substance, the interests of proletarian class solidarity, for nothing holds up the development and strengthening of proletarian class solidarity so much as national injustice; "offended" nationals are not sensitive to anything so much as to the feeling of equality and the violation of this equality, if only through negligence or jest -- to the violation of that equality by their proletarian comrades. That is why in this case it is better to over-do rather than undergo the concessions and leniency towards the national minorities.”

We have checked that these interpolations do not appear in the French, Italian and Portuguese-Galician versions of MIA. Checking the original source is of course more important. The Russian section of MIA is poor and doesn’t have volume 36. But it is possible to consult the original in Russian sites, namely in leninism.su (the mentioned text is here in volume 45). In order to make it possible checking our assertions, we insert these passages in Appendix.

The MIA interpolations in the text (!) are not authenticated; responsibility for them can only be assigned to the MIA editor. In this case, to the responsible of the respective “Transcription/Mark-up”, Brian Baggins, a prominent figure of MIA as stated in the “About”.

MIA has become an important international repository for Marxist research. It should, therefore, sustain an attitude of honesty and seriousness. The insertion of such interpolations in original texts is totally unacceptable.

In this concrete case the interpolations serve to slander Stalin as exposed in the article A Critique of Hegelian-Trotskyism by Vijay Singh (posted June 4, 2016). The “Hegelian-Trotskyist” is the Hungarian Istvan Meszaros who wrote the article “National and International Aspects of Emancipation” where he states (we follow Vijay Singh presentation):


The contrast between Lenin’s and Stalin’s approach to these problems could not have been greater. Lenin always advocated the right of the various national minorities to full autonomy, ‘to the point of secession’, whereas Stalin degraded them to nothing more than ‘border regions’, to be retained at all cost, in strictest subordination to the interests of Russia. This is why Lenin condemned him in no uncertain terms, insisting that if the views advocated by Stalin prevailed, in that case “the freedom to secede from the union” by which we justify ourselves will be a mere scrap of paper, unable to defend the non-Russians from the onslaught of that really Russian man, the Great-Russian chauvinist”


This statement by Meszaros is based on the following passage of the mentioned Lenin’s letter:

“It is quite natural that in such circumstances the "freedom to secede from the union" by which we justify ourselves will be a mere scrap of paper, unable to defend the non-Russians from the onslaught of that really Russian man, the Great-Russian chauvinist, in subs-tance a rascal and a tyrant, such as the typical Russian bureaucrat is.”

Meszaros’ thesis is that Lenin is referring here to Stalin. However, Lenin’s statement does not vouch such interpretation. Lenin is referring to “the typical Russian bureaucrat” not to Stalin. But, as Vijay Singh says, “For the Trotskyists, of course, the term bureaucrat by way of Pavlovian reflex, equals Stalin”.

Meszaros then goes on supporting his thesis, by citing the second passage above:


“The Georgian [Stalin] who is neglectful of this aspect of the question…”


The interpolation in this passage serves Meszaros well in his slandering of Stalin. But is the interpolation justified?

No, it is not. The translation of the Russian original is:

“The Georgian, who disdainfully treats this aspect of the question, who disdainfully hurls accusations of ‘social-nationalism’ (when he himself is not only a real, a true "social-national", but also a vulgar Great-Russian bully), that Georgian, in essence, violates the interests of proletarian class solidarity, …”

We clearly see that the interpolation is abusive. The original sentence is referring to any Georgian who is disdainful of this aspect of the question, etc.:  “The Georgian, who that Georgian… violates…” Lenin is analyzing the so-called “Georgian Affair” of 1921 and comments on any Georgian in the said conditions. As a matter of fact, the French, Italian, and Portuguese-Galician versions of MIA precisely agree with the Russian original (see Appendix).

As to the first interpolation it doesn’t make sense at all. Stalin (and no one for that matter) would not criticize minority nations for not being “internationalist” because they did want to unite with Russia.

The quality of the MIA translation is also quite questionable. For instance, the translation of the first passage that we deem correct, taking into account the Russian words being used, is:

I think that the haste and the administrative enthusiasm of Stalin, as well as his bitterness against the notorious "social-nationalism", played a fatal role here. Bitterness generally plays in politics the worst role.”

Thus, no “infatuation with pure administration” but “administrative enthusiasm” (administratorskoye uvlecheniye); no “spite” but “bitterness” (ozlobleniye); no “‘nationalist-socialism” but "social-nationalism" (sotsial-natsionalizma). The MIA translation does all it can to debase Stalin.

Meszaros’ thesis has no grounds whatsoever. It is well-known that Stalin was aligned with Lenin’s views on the “nationalities” topic. Stalin wrote Marxism and the National Question in 1913, a work praised by Lenin. After the October Revolution Stalin became People’s Commissar of Nationalities, precisely due to his knowledge and correct positions on the issue. It is also well-known that the USSR 1936 Constitution, commonly called the Stalin Constitution (prepared by a commission chaired by Stalin), recognised the right to secession of every USSR nation. Stalin, of course, never defended “social-nationalism”. Contrary to what Meszaros states, Lenin’s letter nowhere sustains that Stalin denied the right of secession to national minorities and degraded them to “border regions”. We agree with Vijay Singh that this is “a pure fabrication by our Hegelian”.

We thus see that Istvan Meszaros makes use of the MIA deformations (interpolations and incorrect translations), on top of his intentional deformations of Lenin’s text, for the purpose of slandering Stalin. Vijay Singh’s article provides further evidence of this.

Apêndice | Appendix

Parte de interesse do segundo trecho noutros idiomas (AMI) | The section of interest of the second passage in other idioms (MIA)

Francês | French:

« Le Géorgien qui considère avec dédain ce côté de l'affaire, qui lance dédaigneusement des accusations de «social-nationalisme», (alors qu'il est lui-même non seulement un vrai, un authentique «social-national », mais encore un brutal argousin grand-russe), ce Géorgien-là porte en réalité atteinte à la solidarité prolétarienne de classe, … »

Italiano | Italian :

“Il georgiano che considera con disprezzo questo aspetto della questione, che facilmente si lascia andare all'accusa di "socialnazionalismo" (quando egli stesso è non solo un vero e proprio "socialnazionale", ma anche un rozzo Diergimorda grande-russo) quel georgiano in sostanza viola gli interessi della solidarietà proletaria di classe, …”

Galego-português | Galician-portuguese:

“O georgiano que desdenha este aspecto do problema, que lança desdenhosamente acusaçons de "social-nacionalismo" (quando ele próprio é nom apenas um "social-nacional", autêntico e verdadeiro, senom um basto esbirro russo), esse geórgico magoa, em essência, os interesses da solidariedade proletária de classe,…”

O primeiro trecho em russo | The first passage in Russian

Я думаю, что тут сыграли роковую роль торопливость и администраторское увлечение Сталина, а также его озлобление против пресловутого «социал-национализма». Озлобление вообще играет в политике обычно самую худую роль

O segundo trecho em russo | The second passage in Russian

Я думаю, что для большевиков, для коммунистов разъяснять это дальше и подробно не приходится. И я думаю, что в данном случае, по отношению к грузинской нации, мы имеем типичный пример того, где сугубая осторожность, предупредительность и уступчивость требуются с нашей стороны поистине пролетарским отношением к делу. Тот грузин, который пренебрежительно относится к этой стороне дела, пренебрежительно швыряется обвинением в «социал-национализме» (тогда как он сам является настоящим и истинным не только «социал-националом», но и грубым великорусским держимордой), тот грузин, в сущности, нарушает интересы пролетарской классовой солидарности, потому что ничто так не задерживает развития и упроченности пролетарской классовой солидарности, как национальная несправедливость, и ни к чему так не чутки «обиженные» националы, как к чувству равенства и к нарушению этого равенства, хотя бы даже по небрежности, хотя бы даже в виде шутки, к нарушению этого равенства своими товарищами пролетариями. Вот почему в данном случае лучше пересолить в сторону уступчивости и мягкости к национальным меньшинствам, чем недосолить.

Traduções do segundo trecho | Translations of the second passage


Português:


Julgo ser desnecessário explicar isto em grande detalhe a bolcheviques, a comunistas. Julgo ainda que, no caso presente, e quanto à nação georgiana, temos um caso típico em que uma atitude genuinamente proletária torna necessário ter o máximo cuidado, uma atenção e disponibilidade para compromissos. O georgiano que trate com desdém este aspecto da questão, que desdenhosamente atire acusações de "social-nacionalismo" (quando ele próprio é, de facto, um real e verdadeiro não só "social-nacionalista" mas mesmo um vulgar brigão panrusso), esse georgiano, em essência, viola os interesses da solidariedade de classe proletária, porque nada atrasa tanto o desenvolvimento e fortalecimento da solidariedade de classe proletária como uma injustiça nacional, e nada sensibiliza tanto os cidadãos "ofendidos" quanto o sentimento de igualdade e a violação dessa igualdade, mesmo que apenas por negligência, mesmo sob a forma de uma zombaria, violação desta igualdade pelos seus colegas proletários. É por isso que, neste caso, é melhor exagerar a flexibilidade e a indulgência das minorias nacionais, do que fazê-lo insuficientemente.

English:

I think that for the Bolsheviks, for the Communists, there is no need to clarify this any further and in detail. And I think that in this case, as regards the Georgian nation, we have a typical example of where utmost caution, precaution and flexibility are required on our part by a truly proletarian attitude. The Georgian, who disdainfully treats this aspect of the question, who disdainfully hurls accusations of ‘social-nationalism’ (when he himself is not only a real, a true "social-national", but also a vulgar Great-Russian bully), that Georgian, in essence, violates the interests of proletarian class solidarity, because nothing delays so much the development and consolidation of proletarian class solidarity as a national injustice, and the "offended" nationals are not sensitive to anything so much as to a sense of equality and to the violation of this equality, even if only through negligence or jest, to the violation of this equality by their proletarian fellows. That is why in this case it is better to overdo flexibility and leniency towards national minorities, rather than doing it insufficiently.